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QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL NO ENSINO MÉDIO A escolha deste periódico como fonte de pesquisa justifica-se por sua credibilidade no campo educacional e pelo alcance de suas publicações. A revista reúne trabalhos desenvolvidos por professores pesquisadores, estudantes universitários e também por professores e alunos da educação básica, constituindo um dos principais veículos de divulgação voltados ao ensino de Química no Brasil. A preferência pela projeção de artigos na secção de experimentação deve-se à sua particularidade apresentada na diretriz geral referente à "divulgação de experimentos que contribuam para o tratamento de conceitos químicos no ensino médio e fundamental e que utilizem materiais de fácil aquisição, permitindo que ocorram em qualquer das diferentes condições das escolas brasileiras.” Essas características apontadas vão ao encontro dos objetivos da revisão, na qual se relacionam com o andamento da busca por um mestre que projete um produto educacional com o objetivo de contribuir para a prática docente de professores do ensino básico, propondo materiais alternativos e auxiliares pedagógicos para o desenvolvimento de atividades experimentais envolvendo conceitos de química orgânica. No contexto do ensino médio, com o objetivo de promover uma organização estrutural do pensamento que permita reflexões sobre o tema. Experimentação no ensino de química orgânica no ensino médio: destacando alguns problemas. Uma das razões que motivam a realização deste trabalho baseia-se no pressuposto de que atividades experimentais bem planejadas no ensino médio podem ser utilizadas como um recurso versátil no processo de ensino e aprendizagem de química. Em circunstâncias específicas do contexto de sala de aula, pode ser viável e necessário que o professor use a experimentação em sua prática pedagógica como uma ferramenta para promover o desenvolvimento de habilidades intelectuais para a construção do conhecimento Embora hoje controverso eles apontam a importância da experimentação, É justamente neste ponto que contamos com o desafio que os professores enfrentam ao propor uma metodologia diferenciada que exija mais da sua prática pedagógica, mais do seu envolvimento e empenho. Nesse sentido, a experimentação no ensino médio representa um desafio para o professor desenvolver materiais e atividades não só para a realização de um experimento, mas também para criar uma ferramenta que permita a interação entre os envolvidos na experimentação, favorecendo a abordagem da química e do desenvolvimento de outras variáveis relevantes no processo educacional envolvendo conteúdos procedimentais como técnicas, métodos e habilidades e conteúdos atitudinais como valores, atitudes e normas. Outro tema permeia a utilização desses materiais para “oferecer aos alunos acesso a várias formas de abordagem de conhecimentos, informações e conceitos, desafiando-os a utilizá-los, de forma repetida e diversa, em diferentes situações”. Essas notas podem ser úteis para o ensino de química orgânica com as características que apresentamos a seguir. A química orgânica no ensino médio deve permitir que os alunos tenham uma compreensão mais profunda da vida no planeta e dos materiais cotidianos ao seu redor. Nessa fase, o desafio foi ensinar conceitos sobre o elemento carbono e as características de seus compostos, seu comportamento físico-químico, os meios de obtê-los e identificá-los e como reagem quimicamente, aproximando os alunos dos fenômenos relacionados a esse conhecimento, enfatizando e contextualizando os aspectos sociais e tecnológicos, mostrando como a química orgânica está presente no nosso dia a dia. Nesse sentido, o ensino da Química Orgânica pode se beneficiar do uso da experimentação e ser apresentado mais próximo dos alunos, proporcionando-lhes meios de aprendizagem que lhes permitam compreender melhor a natureza, os processos tecnológicos e estabelecer relações com o cotidiano, preparando-os para o desfrute científico. Conhecimento de pensamento na vanguarda da tomada de decisão. Todo esse conteúdo historicamente pensado e ministrado neste ciclo da educação básica é reformulado pela proposta do Currículo Comum Base Nacional (BNCC). No intuito de ampliar as reflexões desta revisão, destacamos alguns tópicos da prévia do BNCC. No que se refere ao ensino das ciências naturais, o BNCC aponta para a necessidade de um ensino que envolva, entre outros, aspectos da interdisciplinaridade, contextualização, articulação entre a formulação teórica e a aplicação prática. Entre as áreas em que os objetivos de aprendizagem são apresentados pelas respectivas componentes curriculares, destaca-se uma organização, de acordo com as etapas do ensino secundário. Diante dos problemas acima, eles já destacaram a importância de uma abordagem interdisciplinar voltada para os conceitos fundamentais da química de uma forma contextualizada que considere problemas com implicações tecnológicas e fatores sociais. As afirmações anteriores reforçam as características de como deve ser concebido o ensino das ciências naturais. Porém, em parte, sua ausência não deve ser generalizada, visto que os aspectos citados são praticados por alguns professores em escolas brasileiras, inclusive por meio da experimentação. No entanto, é preciso admitir que esse tema permeia a educação em geral. Nesse sentido, os aspectos supracitados podem ser contemplados por meio de uma experimentação que abarca o ensino da Química e se apresenta como uma ferramenta didática capaz de motivar, levantar questões, encantar de alegria e estabelecer a interação entre o objeto de estudo e os envolvidos na experimentação, promovendo a aprendizagem. O conceito de experimentação não deve ser simplesmente motivador e instrumento de verificação de teorias, deve ser bem planejado e conduzido, e para isso o professor deve ter uma compreensão clara do papel da experimentação no ensino de ciências. Nesse sentido, coloca o professor diante de uma reflexão sobre sua própria prática didática vinculada à experimentação. No entanto, pode-se notar que as questões relacionadas à proposta do BNCC, apresentadas como parte dos argumentos que auxiliam a sustentar a necessidade de reformulação, não são novas no campo educacional. Portanto, dadas as atuais iniciativas governamentais vinculadas a cortes nos investimentos em educação, a proposta de padronizar os conteúdos por meio de "unidades de conhecimento" e "eixos" de estrutura para todas as escolas, pode dar a impressão de 'enforcamentos' no lugar de preocupação para a educação do país. Segundo ofício da Associação Nacional de Estudos e Pesquisas Universitárias em Educação e da Associação Brasileira de Currículo (2015), tal mudança no BNCC generaliza as realidades de cada escola, mina o potencial da prática docente e torna comunica-se. Áreas difíceis e ignora a diversidade de alunos no contexto da sala de aula, causando um retrocesso no ensino. Acreditamos que as mudanças propostas no BNCC devem ser cuidadosamente repensadas, evitando situações relacionadas ao “ilegal” currículo. , contemplado por modificações assépticas, engessadas, evitando que quem ensina "político" avance no conhecimento alheio, ou seja, contextualize a ação e a interdisciplinaridade. O autor também atenta para o adensamento do currículo, que na maioria das vezes é realizado fora do contexto escolar de aplicabilidade, nos departamentos, por pessoas distantes da realidade da sala de aula. Nesse sentido, talvez, investir em políticas educacionais que favoreçam escolas de educação básica, universidades que formem professores, e também que valorizem os profissionais que dão educação neste país, seria o mais cômodo e sensato a fazer para alcançar a plenitude do ensino desejado. REFERÊCIAS CHASSOT, A. I. Alfabetização Científica: questões e desafiospara a educação. 3. ed. – Ijuí: Ed. Unijuí, 2003(A). – 440p. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. SANTOS, W. L. P. dos; SCHNETETZLER, R. P. Educação em Química: Compromisso com a cidadania. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2003.