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Educação Física inclusiva para pessoas com deficiência (PCD) UNINA

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1 
 
Disciplina: Educação Física inclusiva para pessoas com deficiência (PCD) 
Autores: M.e Michele Caroline da Silva Rodrigues 
Revisão de Conteúdos: Esp. Orlei Candido Antunes 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral 
ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe 
da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas 
solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Michele Caroline da Silva Rodrigues 
 
 
 
 
Educação Física inclusiva para 
pessoas com deficiência (PCD) 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
RODRIGUES, Michele Caroline da Silva. 
Educação Física inclusiva para pessoas com deficiência (PCD) / Michele 
Caroline da Silva Rodrigues. – Curitiba, 2018. 
55 p. 
Revisão de Conteúdos: Orlei Candido Antunes. 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki. 
Material didático da disciplina Educação Física inclusiva para pessoas 
com deficiência (PCD) – Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
ISBN: 978-85-5475-235-4 
 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Introdução da disciplina 
A disciplina apresenta-se de maneira reflexiva dando subsidio a discussão 
sobre a educação inclusiva, ao relacionando com a teoria e prática, contribuindo 
para as relações e desenvolvimento de práticas pedagógicas múltiplas ás 
diversidades. 
Inicialmente será apresentado a conceituação e objetivos da Educação 
Física Adaptada e Especial e a diferença de educação no ensino regular e 
educação especial. Em seguida, sobre as características da clientela e causas 
das deficiências. A partir desses conhecimentos prévios, recursos materiais e 
educacionais, incrementarão a prática esportiva e as atividades motoras, como 
forma de estimulação; o desenvolvimento e a socialização de crianças e 
adolescentes autistas. A disciplina finalizará com questões acerca da Legislação, 
estrutura e funcionamento da Educação Física adaptada na sociedade; 
mplementação de equipamentos e espaço físico; organização de eventos em 
Educação Física Adaptada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1- Conceituação e objetivos da Educação Especial 
 
Apresentação da aula 1 
 
Nesta aula será apresentado como se desenvolveram os principais 
conceitos da Educação Especial, sua construção histórica e objetivos da 
educação física. A aula iniciará com os apontamentos perante a utilização 
correta da terminologia em relação ao público atendido pela Educação Especial. 
Em seguida, será retratado como ocorreu à construção histórica da Educação 
Especial no Brasil. Abordaremos a educação inclusiva a partir da dimensão 
sociocultural e política e do princípio da valorização das diferenças no espaço 
educacional. Em seguida será exposta a construção histórica da educação 
comum e especial no atendimento às pessoas com deficiência, seus conceitos 
básicos e objetivos. 
Entender quais foram os contextos históricos e sociais que levaram à 
construção da educação especial, permite a reflexão a respeito de muitos 
pensamentos e práticas existentes ainda nos dias atuais. Desmistificar 
conceitos preconceituosos e/ou de pouco conhecimento será nossa missão 
daqui para frente. Assim, veremos a seguir sobre como se dirigir ao público-alvo 
da educação especial de forma adequada. 
 
1. Conceitos e objetivos da Educação Especial 
 
1.1 Terminologia adequada na Educação Especial 
 
Sabendo que a educação inclusiva configura-se em uma proposta de 
ensino para pessoas com deficiências, para a contextualização e 
aprofundamento do tema, serão apresentados alguns conceitos no que tange à 
deficiência. Inicia-se com a concepção de Rubem Alves (1998) apud FERREIRA, 
GUIMARÃES (2003), que nos apresenta que: 
 
O seu corpo é diferente dos corpos “normais”, não é da forma como 
deveria ter nascido, pertence ao conjunto daqueles que “fugiram da 
norma”, que são "anormais”. São então classificados como pessoas 
“portadoras de uma deficiência”. “Deficiência” vem do latim deficiens 
de decifere, que quer dizer” ter uma falha”. De de+facere, “fazer”. 
 
7 
 
Aquele que não consegue fazer. Um corpo imperfeito, erro da natureza 
(FERREIRA, GUIMARÃES, 2003, p.24). 
 
Os conceitos sobre a deficiência, geralmente advindos de documentos 
internacionais diversos, ressaltam a “incapacidade”, ou “impedimento”. De 
acordo com o Programa de Ação Mundial para pessoas com Deficiência, 
publicado em 1997, pela Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere os 
seguintes conceitos: 
 
Deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica. 
Incapacidade é toda restrição ou falta (devido a uma deficiência) da 
capacidade e realizar atividades, na forma ou na medida em que se 
considera normal para o ser humano. 
Impedimento é situação desvantajosa para um determinado indivíduo, 
em consequência de uma deficiência ou de uma incapacidade que lhe 
limite ou impeça o desempenho de um papel que é normal em seu caso 
(em função de idade, sexo, fatores sociais e culturais) (FERREIRA, 
GUIMARÃES, 2003, p. 25). 
 
Para dimensionar conceitualmente sobre as pessoas com deficiência 
(PCD), o Estatuto da Pessoa com Deficiência que argumenta: 
 
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, 
em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas. (BRASIL,2015) 
 
É possível observar, por meio destes conceitos, que a deficiência é 
entendida como um mecanismo diferenciador das relações e condições sociais. 
Outro ponto de suma relevância refere-se à terminologia adequada ao se referir 
às pessoas com deficiência. Expressões como: “pessoa portadora de 
deficiência”, “pessoas portadoras de necessidades especiais” ou “portadoras de 
necessidades educacionais especiais” não são utilizadas mais na atualidade. 
Tais expressões intencionam descaracterizar as deficiências, acreditando que o 
uso da palavra “deficiência” teria uma conotação desagradável e/ou pejorativa. 
Destaca-se também que: 
 
 
 
 
8 
 
Outra inapropriedade dessas expressões é que, em ambas, o temo 
“portadoras” parece inadequado. Necessidades não se portam, como 
objetos; necessidades são experimentadas e manifestam-se. 
(FERREIRA, GUIMARÃES, 2003, p. 30). 
 
Cabe salientar, no que cumpre a distorção do termo “portador de 
deficiência”, que no Brasil, até 1996,esse termo foi muito utilizado sem o devido 
questionamento do contexto que a expressão traspassava. Segundo alguns 
autores, é necessário eliminar a palavra “portadora”, pois a condição de ter uma 
deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem 
uma deficiência. 
Ao longo dos anos, os deficientes passaram a ser designados de maneira 
indigna e rude. Os sujeitos subjugados como não pertencentes às 
“normalidades” da sociedade possuíam nomenclaturas e terminologias que 
reforçariam a segregação e discriminação, rotulando-os como diferentes dos 
ditos “normais”. Termos como aleijado; defeituoso, retardado, incapacitado; 
idiota; inválido; ceguinho; manco; débeis mentais, entre outros inúmeros termos, 
eram frequentes até a década de 80. Naquela época foi muito utilizado o termo 
“portador com necessidades especiais”, e mais adiante utilizado “portadores de 
deficiência”. 
Portanto, tendo em vista as argumentações supracitadas, ressalta-se que 
a terminologia mais adequada na atualidade é pessoa com deficiência, e deve-
se especificar qual tipo (visual, auditiva, sensorialctual ou física). 
 
1.2 Conceitos da Educação Especial 
 
Nesta seção serão apresentados os princípios e conceitos que permeiam 
a Educação Especial. Ainda que a temática sobre a inclusão tenha sido discutida 
nos dias atuais, são necessárias de novas formas de pensar, agir e assim 
modificar pensamentos e/ou ações que limitam as potencialidades das pessoas 
com deficiência. 
A Educação Especial consiste no atendimento educacional direcionado 
ao estudante com deficiência, seja ela auditiva, intelectual, visual, física, 
múltiplas, transtorno do espectro autista (TEA) e altas habilidades ou 
superdotação, em escolas regulares ou instituições especializadas. A 
terminologia “educação especial” refere-se à particularidade de ensino, 
 
9 
 
conteúdos e estudantes. O processo de ensino-aprendizagem vai ao encontro 
do ritmo e capacidades, dando a cada discente a oportunidade para se 
desenvolver no âmbito cognitivo, motor ou social. 
Por meio da educação especial, é possível promover acesso e 
permanência de condições de acessibilidade e aprendizagem, estimulando o 
desenvolvimento de recursos pedagógicos que contribuam para o processo de 
ensino-aprendizagem e para capacitação e progresso dos profissionais 
atuantes. Sob um discurso de “educação inclusiva”, políticas públicas e 
pesquisas tem-se debruçado para a efetiva inclusão dos estudantes com 
deficiência em igualdade de direitos, como previsto na Constituição Brasileira 
(1988). A inclusão trouxe uma ressignificação educacional, desde as 
metodologias, recursos e ações pedagógicas, mas também na construção de 
políticas públicas e currículos que englobam as particularidades e 
conhecimentos notórios às necessidades dos estudantes com deficiência. 
Resumindo: o documento Política Nacional de Educação Especial 
(MEC/SEESP) declara a Educação especial como: 
 
Um processo que visa a promover o desenvolvimento das 
potencialidades de pessoas portadoras de deficiências, condutas 
típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus 
do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e 
práticos compatíveis com as necessidades específicas de seu 
alunado. O processo deve ser integral, fluindo desde a estimulação 
essencial até os graus superiores de ensino. Sob esse enfoque 
sistêmico, a educação especial integra o sistema educacional vigente, 
identificando-se com sua finalidade, que é a de formar cidadãos 
conscientes e participativos (BRASIL, MEC/SEESP, 1994, p.17). 
 
 
Para Sassaki (1998): 
 
[...] a Educação inclusiva é o processo que ocorre em escolas de 
qualquer nível, preparadas para propiciar um ensino de qualidade a 
todos os alunos, independentemente de seus atributos pessoais, 
inteligências, estilos de aprendizagem e necessidades comuns ou 
especiais. A inclusão escolar é uma forma de inserção em que a escola 
comum tradicional é modificada para ser capaz de acolher qualquer 
aluno incondicionalmente e de propiciar-lhe uma educação de 
qualidade. Na inclusão, as pessoas com deficiência estudam na escola 
que frequentariam se não fossem deficientes (SASSAKI, 1998, p. 8). 
 
 
Veremos alguns pontos relevantes da história, para compreender melhor 
como foi a evolução e desenvolvimento das políticas públicas educacionais, 
 
10 
 
voltadas para a educação especial. É de relevância citar os momentos históricos 
do Brasil e seu contexto social. No primeiro momento, caracterizado pelo Brasil 
Império, a maioria da população vivia em meio rural, no qual o sustento das 
famílias era da agricultura. Nesse momento, as pessoas com deficiência, eram 
impedidas de realizar trabalhos braçais (com a severidade da deficiência) ou 
segregadas em instituições públicas. A educação, naquela época, ainda era 
elitizada e excludente aos diferentes. 
Ví deo 
Assistam ao filme “Nise – O coração da Loucura” (2016), que 
conta a história de como a doutora Nise da Silveira (Gloria Pires) 
propõe uma nova forma de tratamento, por meio do amor e da 
arte, aos pacientes que sofrem de esquizofrenia. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=dC2bvk_l8vg 
 
 
No segundo momento, tendo o Brasil no auge de seu desenvolvimento, 
os processos educativos ainda não eram nada inclusivos, bem pelo contrário. Os 
deficientes que apresentassem uma proximidade à normalidade poderiam ser 
aceitos na sociedade, diferente disso, eram excluídos em classes especiais e/ou 
instituições privadas. 
No que tange à legalidade nos processos educacionais, destaca-se o 
surgimento da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei 4.024/1961, que previa o direito dos estudantes deficientes à educação, 
preferencialmente dentro do sistema geral de ensino. Justificava-se a 
necessidade, quando possível, da inserção dos estudantes com deficiência ao 
sistema regular de ensino, para uma tentativa a integração social. 
Para Refletir 
Contudo, no título X, da Lei, 4.024/1961 evidenciava que 
“toda iniciativa privada considerada eficiente pelos 
conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de 
excepcionais, receberia dos poderes públicos tratamento 
https://www.youtube.com/watch?v=dC2bvk_l8vg
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108164/lei-de-diretrizes-e-base-de-1961-lei-4024-61
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/108164/lei-de-diretrizes-e-base-de-1961-lei-4024-61
 
11 
 
especial mediante bolsas de estudos, empréstimos e 
subvenções”. 
Desse modo, ao mesmo tempo em que havia um estímulo 
à inserção dos estudantes deficientes nas escolas públicas, 
em contrapartida, havia também o incentivo às instituições 
privadas de atendimento aos discentes com dificuldade. 
Assim, a pauta sobre a educação inclusiva presente nesta 
Lei, era contraditória e incoerente. 
No que tange à inclusão das pessoas com deficiência, ainda 
há um incentivo maior nas instituições privadas de 
atendimento especializado? 
 
 
Após 10 anos, em 1971, a LDBEN (1961), foi alterada, instituindo o 
encaminhamento de todos os discentes com defasagem da idade regular ou 
superdotados para escolas e classes especiais, sob justificativa da incapacidade 
de atender as particularidades desses estudantes. 
Em seguida, em 1973, foi criado pelo MEC o Centro Nacional de 
Educação Especial – CENESP, incumbido de gerenciar as ações referentes à 
educação especial, entretanto ainda isoladas do Estado, com caráter 
assistencialista. 
Somente em 1988 a Constituição Federal trouxe dois artigos que 
incorporavam a integração e o acesso aos diretos para as pessoas com 
deficiência. O art. 3º, inciso IV, estabelece a promoção do bem-estar de TODOS, 
sem nenhum tipo de preconceito ou discriminação. No que diz respeito à 
educação, o artigo 205 delibera a educação como um direito de todos, 
assegurando o desenvolvimento íntegro da pessoa, para o exercício da 
cidadaniae a qualificação para o trabalho. Nesse sentido, inclui-se também o 
artigo 206, inciso I, que determina a “igualdade de condições de acesso e 
permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e incumbe, como 
dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, 
preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208). 
 
 
No art. 208 utiliza-se a palavra “preferencialmente” com ressalva, 
objetivando as possibilidades da escola e quanto às condições 
do estudante para a inclusão na escola da rede regular de 
ensino. Sendo assim, quando possível, o estudante deverá ser 
 
12 
 
matriculado em instituições regulares de ensino, e só em casos 
de muita dificuldade, em escolas especiais. 
 
 Com o surgimento da Coordenadoria Nacional para Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência, em 1989, com a Lei 7.853, se estabelece 
suporte as pessoas com deficiências e integração social. No que se refere ao 
âmbito educacional, a referida Lei decreta: 
 
LEI Nº 7.853 de 24 de Outubro de 1989 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta 
e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
 Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de 
deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à 
saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e 
de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, 
social e econômico. 
I- Na área da educação: 
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa 
que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação 
e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios; . 
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas; . 
c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de 
ensino; 
d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em 
unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior 
a um (um) ano, educandos portadores de deficiência; 
 e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais 
educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; 
f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares 
de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino. 
Disponível em: https://presrepublica. jusbrasil.com.br/legislacao/109358/lei-7853-89 
 
 
 
Além disso, a Lei citada prevê como crime punível com reclusão de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos, e multa: recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou 
fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de 
ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados 
da deficiência que porta. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre o 
paralelo da educação especial e educação comum e os principais marcos 
históricos. 
 
 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109358/lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681419/art-2-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681161/art-2-1-inc-i-a-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681281/art-2-1-inc-i-b-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681229/art-2-1-inc-i-c-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681196/art-2-1-inc-i-d-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/26749570/art-2-1-inc-i-e-da-lei-7853-89
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11681123/art-2-1-inc-i-f-da-lei-7853-89
 
13 
 
 
 
1.3 Educação comum e educação especial 
 
Neste momento, serão conhecidos alguns marcos relevantes sobre o 
desenvolvimento da educação especial no ensino comum. Primordialmente 
destaca-se que durante a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas 
Especiais: Acesso e Qualidade, realizada em Junho de 1994 pela Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 
Salamanca (Espanha), foi acordado garantia dos direitos educacionais. Para 
assegurar a educação para todos, as escolas regulares são essenciais para o 
combate ao preconceito. A partir desse momento, houve determinações para o 
acolhimento e recebimento de todos os sujeitos, independentemente de suas 
capacidades físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas. 
Alguns princípios de extrema importância da Conferência de Salamanca 
foram: 
 Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à 
educação; 
 Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados 
de modo a respeitar diferenças e peculiaridades; as pessoas com 
necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas 
comuns e nelas devem encontrar um atendimento adequado às suas 
necessidades. 
Amplie Seus Estudos 
Para ampliar seus conhecimentos, sugere-se a leitura, na 
íntegra, das propostas e recomendações dadas pela 
Declaração de Salamanca (1994). Disponível em: 
http://redeinclusao.pt/media/fl_9.pdf 
 
Além desses pontos supracitados, a Declaração de Salamanca foi um 
marco inicial para a integração dos estudantes com deficiência nas escolas 
regulares, criando deste modo, ações inclusivas contra a discriminação dos 
 
14 
 
diferentes na sociedade. Após isso, em 20 de dezembro de 1996, foi sancionada 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, tendo o capítulo 
V destinado à Educação Especial, apresentando a garantia da oferta de ensino 
para alunos com deficiência, na rede regular de ensino, contribuindo assim, com 
os avanços das políticas educacionais inclusivas. Essa nova LDB contribuiu para 
a propagação das matrículas de indivíduos com deficiências em escolas 
regulares e no desenvolvimento de processos e ações que atendessem as 
singularidades desses alunos. 
Em 1999, na Convenção da Guatemala, promulgada no Brasil pelo 
Decreto nº 3.956/2001, afirma que: 
 
As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e 
liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como 
discriminação com base na deficiência, toda diferenciação ou exclusão 
que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de 
suas liberdades fundamentais. Esse Decreto tem importante 
repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da educação 
especial, compreendida no contexto da diferenciação adotada para 
promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à 
escolarização (BRASIL, 2008, p. 9). 
 
 Outras contribuições relevantes no âmbito da educação inclusiva 
ocorreram em 2000 e 2003. No ano 2000, foi afirmado o comprometimento de 
elaboração de politicas de ensino inclusivo, abrangendo todas as diversidades 
sociais, culturais, de gênero, com intuito de melhoria ao aprendizado e relações 
sociais, na Reunião das Américas, preparatória do Fórum Mundial de Educação 
para Todos. Sugere-se que os procedimentos pedagógicos considerem as 
diferenças sociais, culturais, de gênero e a capacidade singular, para a melhoria 
de convivência social. 
 
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, 
destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria 
produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o 
atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e 
metas para que os sistemas de ensino favoreçam o atendimento 
aos estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, aponta um 
deficit referente à oferta de matrículas para estudantes com 
deficiência nas classes comuns do ensino regular, à formação 
docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional 
especializado. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php? 
option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacio 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
 
15 
 
nal-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-
05122014&Itemid=30192 
 
 
 
 Já no ano de 2003, o MEC criou o Programa Educação Inclusiva: Direito 
à Diversidade, tendo como objetivos: propagar a política de educação inclusiva 
em todo território brasileiro, desenvolver uma formação de professores e 
gestores para garantir as mudanças dos sistemas de ensino e efetivar a 
permanência e um bom atendimento aos estudantes com deficiência, 
contribuindo com a Resolução do CNE 02/2001 em que determina, por meio dos 
artigos 1, 2 e 3 a garantia da matricula e atendimento a todas as modalidades de 
ensino, aos alunos com deficiência. 
Importante 
 
Ancorada nas deliberações da Conferência Nacional de 
Educação – CONAE/ 2010, no inciso III, parágrafo 1º, do artigo 
8º, a Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano Nacional de 
Educação – PNE, determina que os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios garantam o atendimento às necessidades 
específicas na educação especial assegurando o sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis, etapas e 
modalidades. Com base nesse pressuposto, a meta 4 e 
respectivas estratégias objetivam universalizar, para as 
pessoas com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, na faixa 
etária de 04 a 17 anos, o acesso à educação básica e ao 
atendimento educacional especializado. O AEE é ofertado 
preferencialmente na rede regular de ensino, podendo ser 
realizado por meio de convênios com instituições 
especializadas, sem prejuízo do sistema educacional inclusivo. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ 
docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-
educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-
05122014&Itemid=30192 
 
 
 
 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
 
16 
 
Saiba Mais 
Saiba mais sobre todas as leis que atuam no processo de 
educação inclusiva no documento Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=c 
om_docman&view=download&alias=16690-politicanacional-
de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusi 
va-05122014&Itemid=30192 
 
 
 A partir da apresentação da evolução e desenvolvimento das políticas 
públicas, no que tange à educação especial e à inclusão, pudemos observar o 
aumento em legislações que aos poucos foram inserindo as particularidades das 
mais variadas deficiências. Muitas dessas Leis ainda não ocorrem em sua 
plenitude, como descrita em documentos oficiais, pois, infelizmente, a inclusão 
ainda perpassa por inúmeras questões de preconceito, desconhecimento e 
ausência de infraestrutura. Cabe a cada um que tenha conhecimento desses 
direitos, reivindicar e lutar para a efetivação das políticas públicas já instauradas 
por meio de documentos oficiais. O primeiro passo é o conhecimento. 
 
Resumo da Aula 
 
 Nesta aula viu-se sobre a terminologia adequada nos dias atuais e os 
termos que foram muito utilizados, mas hoje não são mais coerentes ao público-
alvo. Também foram vistos os conceitos sobre deficiência e educação especial. 
Conheceu-se um pouco sobre a construção histórica da educação especial e no 
atendimento de pessoas com deficiência no Brasil. Por fim, fez-se um panorama 
sobre a educação especial, sua aplicabilidade no ensino comum e as legislações 
que permeiam a questão do acesso educacional em escolas de educação 
especial e regulares. 
 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
 
17 
 
Atividade de Aprendizagem 
A partir dos conhecimentos prévios sobre a Educação Especial, 
imagine a seguinte situação e responda a pergunta: 
Você é um(a) diretor(a) de uma instituição de ensino privado e 
irá receber um estudante autista. Mas, para isso, precisa 
providenciar uma série de mecanismos para receber esse 
estudante. Entretanto, há uma resistência dos pais de outras 
crianças sobre a inclusão desse discente na escola. Conforme 
a Legislação e conhecimentos sobre o tema, elabore um 
documento com a justificativa pela qual irá receber esse 
estudante e quais procedimentos serão providenciados para a 
garantia de ensino a todos os alunos. 
 
 
Aula 2- Deficiências: Conceitos, Causas e Caracterização 
 
Apresentação da aula 2 
 
Como poderíamos falar de educação especial sem ao menos saber quais 
as deficiências que ela engloba, não é mesmo? Pois bem, nesta seção iremos 
conhecer quais são as principais deficiências, quais são suas limitações, 
características e classificações. 
Ao longo desta aula será apresentado um panorama da população de 
pessoas com deficiência. Em seguida, discorreremos sobre conceitos, causas e 
características da deficiência intelectual, física, visual e auditiva e alguns 
apontamentos relevantes para o trabalho com esses indivíduos. 
 
2.1 Panorama Brasileiro da população com deficiência 
 
 Inicialmente, serão apresentados dados relevantes sobre a população 
brasileira com deficiência. De antemão, trago alguns dados do IBGE (2010) para 
dimensionar a população com deficiência. De acordo com o Censo 2010, existe 
quase 46 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, cerca de 24% da 
população. A tabela a seguir elucida um pouco mais sobre os dados: 
 
 
 
18 
 
Tabela 2.1- Porcentagem da População, por tipo de deficiência no Brasil 
 
Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551-pessoas-
com-deficiencia.html 
 
 
 Ainda sobre os dados do Censo (2010): 
Curiosidade 
 
67,7% dos idosos possuem alguma deficiência; 
Quase 1/3 das mulheres negras possuem alguma 
deficiência; 
95,2% das crianças de 6 a 14 anos, com deficiência 
frequentam escola; 
Os trabalhadores com deficiência representam 23,6% do 
total de pessoas ocupadas; 
40,2% das pessoas com deficiência e ocupadas 
possuem carteira assinada e 46,4% das pessoas de 10 
anos ou mais com deficiência recebem até 1 salário 
mínimo ou não têm rendimento. Disponível em: diferenças 
na 
 
 
 Tal levantamento desvelou também que as pessoas com deficiência aindapermanecem com taxas menores em relação a pessoas sem deficiência, no que 
se refere à igualdade de direitos e escolarização. Outro dado alarmante se refere 
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551-pessoas-com-deficiencia.html
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551-pessoas-com-deficiencia.html
 
19 
 
às pesquisas dos municípios, em que 96,4% não têm acessibilidade ao turismo, 
ao lazer (78%), ou promoção de inclusão ao mercado de trabalho (72,6%). 
 Os dados do IBGE (2010) trazem também dados referentes à 
predominância das deficiências entre sexo e raças, revelando que há mais 
mulheres com deficiência, o que corresponde a 21,2% de homens e 26,5% 
mulheres. A tabela a seguir evidencia, com clareza, tais dados: 
 
Saiba Mais 
A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa 
com Deficiência – SNPD criou uma cartilha do Censo 2010 - 
pessoas com deficiência, que mostra as principais pesquisas, 
ressaltando o segmento das pessoas com deficiência e 
dados como a geografia, condições físicas, sociais e 
econômicas. Disponível em: 
file:///C:/Users/SONY%20VAYO/ 
Desktop/cartilha-censo-2010-pessoas-comdeficienciareduz 
ido.pdf 
 
 
 Após esta introdução ao panorama nacional das pessoas com deficiência, 
serão apresentadas as principais deficiências, suas causas e características. 
 
2.2- Deficiência Intelectual 
 
 Antes de tudo, cabe iniciar aqui sobre o que é o DSM- V, que é o Manual 
de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, tendo sua última 
atualização em 2014. Nele é possível saber todos os transtornos e distúrbios, 
conceitos e suas principais características. 
Pesquise 
Sugere-se a pesquisa e leitura do DSM-5, 2014 para 
aprofundamento dos mais diversos transtornos e distúrbios. 
Disponível em: https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8 
cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.
pdf 
 
file:///C:/Users/SONY%20VAYO/Desktop/cartilha-censo-2010-pessoas-comdeficienciareduzido.pdf
file:///C:/Users/SONY%20VAYO/Desktop/cartilha-censo-2010-pessoas-comdeficienciareduzido.pdf
file:///C:/Users/SONY%20VAYO/Desktop/cartilha-censo-2010-pessoas-comdeficienciareduzido.pdf
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
 
20 
 
 Assim, o DSM-5 afirma que Deficiência Intelectual deve ser especificada 
quanto à gravidade atual, classificada como: Leve, Moderada Grave, Profunda 
ou Atraso Global do Desenvolvimento. Conceitualmente, esse mesmo 
documento afirma que Deficiência Intelectual (transtorno do desenvolvimento 
intelectual) é um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui 
déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios 
conceitual, social e prático, sendo estes que definem a gravidade da 
deficiência intelectual. 
Vocabula rio 
O domínio conceitual (acadêmico): envolve competência 
em termos de memória, linguagem, leitura, escrita, raciocínio 
matemático, aquisição de conhecimentos práticos, solução de 
problemas e julgamento em situações novas, entre outros. 
O domínio social envolve percepção de pensamentos, 
sentimentos e experiências dos outros; empatia; habilidades 
de comunicação interpessoal; habilidades de amizade; 
julgamento social; entre outros. 
O domínio prático envolve aprendizagem e autogestão em 
todos os cenários de vida, inclusive cuidados pessoais, 
responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, 
recreação, autocontrole comportamental e organização de 
tarefas escolares e profissionais, entre outros (DSM-V). 
Disponível em: https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58 
aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%
20V.pdf 
 
 
A Organização Mundial da Saúde, por um longo período, definiu como 
Deficiência Intelectual um desenvolvimento cognitivo abaixo da média (QI 70), 
agregado a limitações no desenvolvimento perceptivo, motor e/ou social. 
A partir de testes padronizados, realizados nos pacientes, determinava-
se o coeficiente intelectual (QI), classificados como: Leve (QI entre 50 e 69), 
Moderado (QI entre 35 e 49), Severo (QI 20 e 34) e Profundo (QI Abaixo de 20). 
Na atualidade, a Deficiência Intelectual não tem mais os testes de classificação 
de coeficiente intelectual. 
As origens e/ou causas da Deficiência Intelectual são: Genéticas, 
complicações pré-natais (antes do nascimento), complicações no parto 
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
https://blogs.sapo.pt/cloud/file/b37dfc58aad8cd477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.pdf
 
21 
 
(perinatal), complicações pós-natais (depois do nascimento), socioculturais, e 
desconhecidas. 
As causas genéticas referem-se a desordens bioquímicas, como a 
Fenilcetonúria e a Galactosemia, ou por desordem cromossômica, como a 
Síndrome de Rett, a Síndrome do X Frágil e a Síndrome de Dowm. 
 Já as complicações pré-natais podem ser ocasionadas pela ação de raios 
X, ingestão de cigarros, drogas e álcool, doenças adquiridas como rubéola ou 
infecções hepáticas, sífilis, toxoplasmose ou com a incompatibilidade sanguínea 
entre mãe e feto. Segundo Gabbard (2000), a herpes, varicela, catapora, 
sarampo, poliomielite, caxumba, tuberculose e febre amarela são outras 
infecções associadas ao nascimento de bebês com Deficiência Intelectual. 
As complicações no parto que ocasionam sequelas no bebê estão 
relacionadas à prematuridade, má assistência no momento do parto, hipóxia ou 
anóxia e icterícia grave no recém-nascido. 
Vocabula rio 
Anóxia ocorre quando o oxigênio está ausente ou esgotado e 
incapaz de chegar corretamente aos órgãos ou tecidos. 
Anóxia pode causar dano cerebral, que pode ter 
consequências duradouras como amnésia. 
Hipóxia significa diminuição do aporte de oxigênio ou baixa 
concentração de oxigênio nos tecidos. 
Icterícia é uma condição que causa uma coloração 
amarelada da pele, das mucosas, da urina e 
das secreções corporais, devido à passagem da bilirrubina 
do sangue para tecidos e urina. 
 
 
Sobre as complicações pós-natais, são aquelas que ocorrem entre o 30º 
dia de vida e o final da adolescência. São complicações ocasionadas por 
desnutrição ou desidratação grave, carência de estimulação global, infecções ou 
encefalites, febres muito altas (a ponto de destruir células cerebrais) meningites, 
danos ao sistema nervoso central, intoxicações por meio de remédios, 
inseticidas, produtos químicos (mercúrio e chumbo), acidentes de trânsito, 
quedas, afogamentos ou infestações como a neurocisticercose (DIEHL, 2008. p. 
83). 
http://psicoativo.com/2016/01/amnesia.html
 
22 
 
 
 
 
Diferença entre Deficiência Intelectual X Doença Mental: 
Para não haver equívocos, é relevante a diferenciação destes dois 
termos. Pois bem, na deficiência intelectual, a pessoa nasce ou 
adquire essa condição decorrente de uma desordem do 
organismo, a qual acarreta a dificuldade de entendimento e 
pensamento formal. 
Já a pessoa com doença mental tem distúrbios ocasionados por 
uma desordem psíquica, alterando sua percepção da realidade. 
As doenças mentais mais comuns são: Síndrome do Pânico, 
Esquizofrenia, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno Bipolar, 
Transtornos Alimentares (anorexia e bulimia) (DIEHL, 2008. p. 86). 
 
 
Vocabula rio 
Distúrbio: o termo “distúrbio” sugere a existência de 
comprometimento neurológico em funções corticais 
específicas. 
Transtorno: é usado para indicar a existência de um conjunto 
de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecíveis 
associados, na maioria dos casos, a sofrimento e interferênciacom funções pessoais. 
Síndrome: é um conjunto de sintomas que ocorrem ao 
mesmo tempo e se manifestam por meio de um estado clínico 
associado com um ou mais problemas de saúde. 
 
 
2.3 Deficiência Física 
 
 As pessoas com Deficiência Física são aquelas que apresentam algum 
comprometimento nos padrões motores esperados, ou na realização de 
movimentos tais como: caminhar, correr manipular coordenadamente objetos, 
ou movimentos de estabilização do corpo. 
 Entende-se também a Deficiência Física como a ausência de um ou mais 
membros do corpo ou partes de membros, tendo dificuldade de movimentar-se 
de acordo com os padrões corporais. Esse comprometimento pode ocorrer como 
https://www.minhavida.com.br/temas/saude
 
23 
 
consequência de condições traumáticas, genéticas ou fisiológicas. As 
deficiências físicas podem ser de origem articular, óssea, muscular ou 
neurológicas, afetando diversas áreas motoras (DIEHL, 2008. p. 92). 
 As principais causas de deficiências físicas no Brasil são adquiridas em: 
 
[...] acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, devido principalmente 
à falta de condições adequadas ao trabalho, à negligência dos 
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de segurança; erros 
médicos, embora de difícil constatação e comprovação; poliomielite; 
violência urbana (como tiros); desnutrição. Tais causas podem conduzir 
o indivíduo à restrição total ou parcial dos seus movimentos 
expressivos e funcionais e à necessidade de adaptações específicas 
para a realização dos mesmos (DIEHL, 1998 apud DIEHL, 2008, p. 92). 
 
 
Outras causas da Deficiência Física são: lesão cerebral; paralisia 
cerebral; lesão medular; distrofias musculares; esclerose múltipla; amputações; 
malformações congênitas; distúrbios posturais da coluna; sequelas de 
queimaduras. 
Saiba Mais 
Paralisia Cerebral é uma alteração motora ocasionada por 
uma lesão no cérebro. Quando se diz que uma criança tem 
paralisia cerebral, significa que existe uma deficiência 
motora, consequente de uma lesão no cérebro, quando ele 
ainda não estava completamente desenvolvido. 
 
 
Diante de diversos tipos de Deficiência Física, considera-se uma 
classificação de acordo com os segmentos corporais, afetados. tais como: 
 
 Monoplegia – condição rara em que apenas um membro é afetado; 
 Diplegia – quando são afetados os membros superiores; 
 Hemiplegia – quando são afetados os membros do mesmo lado; 
 Triplegia – condição rara em que três membros são afetados; 
 
24 
 
 Tetraplegia/ Quadriplegia – quando a paralisia atinge todos os membros, 
sendo que a maioria dos pacientes com este quadro apresentam lesões 
na sexta ou sétima vértebra; 
 Paraplegia – quando a paralisia afeta apenas os membros inferiores, 
podendo ter, como causa resultante, uma lesão medular torácica ou 
lombar. Este trauma ou doença altera a função medular e produz, como 
consequência, além de déficits sensitivos e motores, alterações viscerais 
e sexuais. 
 
A partir dessas classificações de segmentos corporais, classifica-se 
também o grau de comprometimento do quadro, sendo leve (quando a pessoa 
consegue realizar movimentos próximos à normalidade); moderado (quando há 
a necessidade de alguma forma de auxílio); ou severo (se a pessoa se torna 
dependente em função do comprometimento) (DIEHL, 2008, p. 93). 
Curiosidade 
Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido 
como derrame, é uma das principais causas de morte e de 
sequelas no mundo e no Brasil, cerca de 68 mil mortes 
anualmente. As características são variadas e dependem da 
região lesionada, da gravidade e da combinação de outros 
traumatismos, duração e profundidade da perda da 
consciência. Pode causar hemiplegia, afasia (dificuldade da 
fala), comportamento social e emocional alterados. 
 
 
Sobre as lesões medulares, é imprescindível saber que a medula é 
protegida por 24 vértebras, subdivididas em 7 vértebras cervicais (C7), 12 
vértebras torácicas (T8), 5 vértebras lombares (L5) e 5 vértebras sacrais, sendo 
interligadas ao Sistema Nervoso Central (SNC), e qualquer lesão na medula, 
ocasiona danos irreversíveis. 
O Quadro a seguir apresenta uma breve explicação das lesões, 
classificações e consequências de traumatismos medulares (DIEHL, 2008, p. 
98). 
 
 
25 
 
 
Tabela 2.3 - Lesões, classificação e consequências: 
Altura da Lesão Classificação Consequência 
Acima da C4 Tetraplegia alta Perda da capacidade 
respiratória, perda 
sensitiva e do controle 
motor dos quatro 
membros e tronco. 
Cervicais abaixo da C4 Tetraplegia Perda sensitiva e do 
controle motor dos 
quatro membros e 
tronco 
Torácicas Paraplegia alta Perda sensitiva e do 
controle motor dos 
membros inferiores e 
tronco. 
Lombares Paraplegia baixa Perda sensitiva e do 
controle motor da 
musculatura do quadril e 
dos membros inferiores. 
Sacrais e coccígeas Paralisia Parcial Perda parcial da 
sensibilidade e do 
controle motor da 
musculatura do quadril e 
dos membros inferiores. 
Disponível em: (DIEHL, 2008, p. 98). 
 
 
Além das deficiências físicas supracitadas, há também a Distrofia 
Muscular Progressiva de Duchenne, observada, predominantemente, em 
meninas, amputações ocasionadas por má formação ou acidentes de trânsito e 
domésticos, lesões no Sistema Nervoso Central. 
 
2.4 Deficiência Visual 
 
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a deficiência visual de 
acordo com sua acuidade visual, sendo 20/25 normal, 20/30 e 20/60 próximo ao 
normal, subnormal moderada entre 20/70 e 20/160, severa entre 20/200 e 
20/400, menor ou igual 20 graus profunda entre 20/500 e 20/1.000, com campo 
visual menor ou igual a 10, Deficiência Visual quase total (DIEHL, 2008, p. 98). 
 
26 
 
Vocabulário 
A acuidade visual diz respeito ao quanto uma pessoa pode 
ver bem em diferentes distâncias (SMITH, 2008, p. 331). 
 
 
Conceitualmente, a Deficiência Visual é caracterizada pela redução ou a 
perda total da capacidade de ver com o melhor olho, mesmo após a melhor 
correção ótica. Divide-se em dois subgrupos: Baixa visão (visão subnormal) e 
cegueira. A baixa visão é quando o indivíduo possui uma acuidade visual de 
6/20 e 6/60 no melhor olho, após correção máxima. Consiste em resíduos visuais 
que permitem atividades escolares desde que se utilize recursos didáticos como 
lentes, lupas etc. 
Já a cegueira é a ausência ou perda da visão de ambos os olhos. Neste 
caso, faz-se necessário o uso do método Braille como meio de leitura e escrita, 
além de equipamentos e recursos didáticos especiais e recursos de orientação 
e mobilidade, como bengala ou cão-guia. 
As causas das deficiências visuais são inúmeras. Uma das principais 
causas da cegueira adulta é o glaucoma, que é a elevação da pressão 
intraocular, podendo ser primário, secundário ou congênito. 
Saiba Mais 
Causas de cegueira e baixa visão em crianças - Patrícia 
Ribeiro Brito e Sílvia Veitzman. Disponível em: http://www. 
scielo.br/pdf/abo/v63n1/13605.pdf 
Fatores etiológicos da Deficiência Visual. Disponível em: 
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/Pes
soascomDeficiencia/FatoresetiologicosdaDeficienciaVisual.p
df 
 
 
Outro fator que ocasiona a Deficiência Visual é a retinose pigmentar, 
iniciando-se por volta dos 12 anos, que leva à cegueira. Consiste na 
degeneração das células da retina, evoluindo para a atrofia geral de toda 
http://www.scielo.br/pdf/abo/v63n1/13605.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abo/v63n1/13605.pdf
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/PessoascomDeficiencia/FatoresetiologicosdaDeficienciaVisual.pdf
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/PessoascomDeficiencia/FatoresetiologicosdaDeficienciaVisual.pdf
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/PessoascomDeficiencia/FatoresetiologicosdaDeficienciaVisual.pdf
 
27 
 
membrana. Há também a retinoblastoma, que é um tumor intraocular mais 
comum na infância. É comum tambémpessoas com diabetes ficarem cegas ou 
desenvolverem catarata. Além desses fatores citados, há também algumas 
infecções que ocorrem durante a gravidez que são causadoras de cegueira 
como: a toxoplasmose, a rubéola, o sarampo e a prematuridade. 
 
2.5 Deficiência Auditiva 
 
Pessoas com Deficiência Auditiva, também chamadas de surdas, são 
aquelas que tiveram perda auditiva profunda. Ainda que usem aparelhos 
auditivos, não possibilitam processar informações sonoras úteis. 
A perda auditiva ocorre quando os mecanismos da audição são lesados 
ou obstruídos, e os sons não podem ser percebidos ou entendidos. Há dois tipos 
de perdas auditivas: a Condutiva e a Neurossensorial. A Condutiva, que é 
decorrente de bloqueio ou lesão do ouvido externo ou médio, impede a 
passagem das ondas sonoras para o ouvido interno. Já a perda auditiva 
neurossensorial ocorre quando há uma lesão no ouvido interno, no nervo 
auditivo, em geral não pode ser melhorada com medicamento ou cirurgia 
(SMITH, 2008, p. 301). 
A causas da Deficiência Auditiva podem ser resultado de doenças ou 
lesões, mas também por hereditariedade. As causas genéticas são inúmeras, 
algumas desconhecidas e podem ser congênitas ou nerossensoriais. Já as 
doenças mais comuns que levam a perda auditiva são: meningite, doença que 
afeta o sistema nervoso central (atingindo as meninges), na qual as infecções 
bacteriológicas levam à perda da audição. 
A otite média é uma infecção do ouvido médio e um acúmulo de líquido 
atrás do tímpano. Essa infecção pode ser tratada com antibióticos ou outros 
procedimentos médicos. Outra causa de perda auditiva é a rubéola materna, que 
é a principal causa de surdez entre recém-nascidos, sendo normalmente 
neurossensoriais e com prejuízos ao ouvido interno e ao nervo auditivo. 
Resumindo, as causas mais comuns de perda de audição são: 
Pré-natais: componentes hereditários, rubéola materna, toxoplasmose, 
herpes zoster, incompatibilidade de RH, sífilis, ingestão de determinados 
medicamentos durante a gravidez; 
 
28 
 
Perinatais: anóxia, hipóxia, prematuridade, traumatismos obstétricos, 
icterícia neonatal ( no parto); 
Pós-natais: meningite, sarampo, traumatismo craniano e encefalite 
(FERREIRA, 1994; OLIVEIRA, 1994; ADAMS 1985). 
Os comprometimentos auditivos levam a uma comunicação visual por 
meio da língua de sinais, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). 
Saiba Mais 
A LIBRAS é uma das linguagens de sinais existentes no 
mundo inteiro para a comunicação entre surdos. Ela tem 
origem na Linguagem de Sinais Francesa. As linguagens de 
sinais não são universais, elas possuem sua própria estrutura 
de país para país e diferem até mesmo de região para região 
de um mesmo país, dependendo da cultura daquele 
determinado local para construir suas expressões ou 
regionalismos. Segue abaixo, o alfabeto em sinais: 
ARAUJO, A.P. Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 
Infoescola: navegando e 
aprendendo, IG, 2016. Disponível em: http://www.infoescola 
.com/portugues/lingua-brasileira-de-sinais-libras/ 
 
 
 
Para aprofundamento sobre cada tipo de deficiência, sugiro a leitura 
complementar de textos e vídeos propostos. Nesta aula foi apresentado, de 
modo sucinto, as principais causas e características das deficiências e alguns 
conhecimentos pertinentes, para a realização do trabalho pedagógico com estas 
pessoas, lembrando que, a cada dia surgem novas descobertas de causas e/ou 
deficiências diversas por meio de pesquisas. Por isso, recomenda-se sempre 
pesquisas, leituras e aprofundamento neste tema, para maior segurança e 
propriedade de sua atuação profissional. 
 
Resumo da Aula 
 
Iniciou-se esta aula conhecendo, por meio de dados do Censo (2010), o 
cenário da população com deficiência em diversos comparativos. Com esses 
dados foi possível observar a quantidade de pessoas com deficiência e as 
 
29 
 
dificuldades de igualdade de direitos e/ou acesso na sociedade. Partimos, em 
seguida, para a conceituação, causas e características da Deficiência Intelectual 
e sua amplitude perante a quantidade de transtornos, síndromes e demais 
patologias. Após este item, foi apresentado o conceito de Deficiência Física, suas 
terminologias e principais causas. No item seguinte foi explanado sobre o 
conceito de Deficiência Visual, principais causas e procedimentos a serem 
tomados. Por fim, vimos sobre a Deficiência Auditiva, conceito, causas e 
mecanismos de inserção na sociedade. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Considere o ponto de um universo múltiplo e com pluralidades 
de corpos no ambiente escolar e ações inclusivas. Para a 
efetivação da inclusão de todos, são necessárias inúmeras 
adaptações arquitetônicas e metodológicas, recursos didáticos, 
novas formas de avaliações, de temporalidades e de dar aula. 
Assim, pensando em uma escola onde nunca teve a inserção 
de estudantes com deficiência, iniciando um novo ano letivo, 
com novos desafios de inclusão, que apontamentos e 
argumentos os profissionais da escola devem discutir, 
reformular ou construir, para a integração de todos, nas 
atividades escolares com estudantes das mais variadas 
deficiências? Crie um texto como apontamentos possíveis para 
a construção de uma escola inclusiva, atendendo as mais 
variadas deficiências e particularidades de diversos discentes. 
 
 
Aula 3 - Conceitos e objetivos da Educação Física Adaptada, materiais 
educacionais e formas de estimulação 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta aula, viu-se sobre os recursos pedagógicos e educacionais que 
contribuem no desenvolvimento amplo e no processo de ensino-aprendizagem 
dos estudantes. Muito além dos conhecimentos escolares, tais recursos 
contribuem também para autonomia e qualidade de vida das pessoas com 
deficiência. Serão expostos os principais conceitos e objetivos da educação 
física adaptada e suas contribuições no processo de desenvolvimento e 
 
30 
 
estimulação de estudantes com deficiência. Esta aula é muito pertinente para o 
trabalho do Profissional de Educação Física, pois traz aportes da disciplina que 
compõe e contribui no ensino da educação especial. Boa leitura e bons estudos! 
 
3.1 Recursos e materiais educacionais 
 
 Da necessidade de facilitar o processo de ensino-aprendizagem, foram 
criados inúmeros recursos e materiais educacionais específicos para as mais 
diversas deficiências. Muitos recursos pedagógicos colaboram na minimização 
das limitações sensoriais, funcionais e motoras, oportunizando o processo de 
ensino-aprendizagem. Lembrando-se de antemão que o professor deve 
primeiramente observar, conhecer, refletir e experimentar qual o recurso que 
realmente favorece o desenvolvimento e aprendizado do discente. 
Tendo a vista a singularidade de cada estudante, são criados, 
constantemente, novos recursos pedagógicos que atendam as necessidades 
específicas de cada indivíduo. Serão apresentados alguns recursos 
pedagógicos, também chamados de ajudas técnicas, mais comuns no 
atendimento dos estudantes com deficiência. 
O documento do Ministério da Educação e Secretaria de Educação 
Especial, nomeado “A inclusão escolar de alunos com necessidades 
educacionais especiais deficiência física” (2006), nos apresenta alguns recursos 
educacionais. Um deles é para crianças com grande dificuldade de comunicação 
oral, por exemplo, e podem ser beneficiadas com alguns recursos de 
comunicação alternativa, tais como: 
 Cadernos de comunicação: cadernos que contêm figuras que 
correspondem a substantivos, adjetivos, verbos e etc.; 
 Prancha temática: prancha na qual o aluno fixa figuras referentes a um 
eixo temático gerando comunicação sobre o assunto; 
 Pasta frasal: possibilita a comunicação por meio da construção de frases. 
Para os alunos, cujo comprometimento motor dificulta o processo de 
escrita, existem recursos pedagógicos que minimizam essa dificuldade: 
 Pulseira com peso: é colocada no braço dacriança para controlar 
movimentos involuntários; 
 
31 
 
 Capacete: nele é acoplado um lápis ou uma ponteira para que a criança 
movimente a cabeça para executar a escrita ou a digitação; 
 computadores com adaptações: de acordo com a necessidade do aluno; 
 engrossamento do lápis: para facilitar a preensão e outros recursos que o 
professor, com sua perspicácia e criatividade, é capaz de desenvolver 
para favorecer o aprendizado de seus alunos (SILVA, CASTRO, 
BRANCO, 2006, p. 26). 
Ainda se tratando de estudantes com deficiência física, sugere-se o 
trabalho de orientação e mobilidade. Este trabalho de orientação e mobilidade é 
indicado para pessoas com baixa visão e cegueira, sendo incluído o uso de 
bengala e/ou cão-guia. Há também os auxílios ópticos, que são lentes ou 
recursos que possibilitam a ampliação de imagem e a visualização de objetos, 
favorecendo o uso da visão residual para longe e para perto. Exemplos de 
auxílios ópticos são lupas de mão e de apoio, óculos bifocais ou monoculares e 
telescópios, entre outros, que não devem ser confundidos com óculos comuns. 
Curiosidade 
Segundo os novos dados do censo 2010, divulgados pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 
no Brasil 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual. 
Destes, 530 mil são cegos e 6 milhões têm baixa visão ou 
visão subnormal. O braille está se tornando cada vez mais 
popular, entretanto, há algumas curiosidades sobre ela que a 
população cega, de baixa visão e também sem deficiência 
ainda desconhecem. Confira: 
1.O braile foi criado por Louis Braille, na França, há 190 anos 
e continua se adaptando a toda a evolução da escrita; 
2. O Dia Mundial do Braile é comemorado em 04 de janeiro, 
data de nascimento de Louis Braille; 
3. O braile é a combinação de seis pontos que formam 63 
caracteres em relevo; 
4. Há combinações para a representação de letras, números, 
símbolos científicos, notas musicais, fonética e informática; 
5. Nem toda pessoa cega lê o braile, e isto se dá por 
diferentes motivos: perda visual na idade adulta, falta de 
sensibilidade no tato por diferentes patologias etc.; 
6. Sua leitura é feita da esquerda para a direita, utilizando-se 
uma ou ambas as mãos; 
7. Cada página em tinta corresponde a aproximadamente 
três páginas em braile; 
 
32 
 
8.Os livros em braile devem ser preferencialmente transcritos 
em papel sulfite de gramatura 120; 
9. O sistema braile obedece a regras internacionais de altura 
do relevo e de distância entre pontos, entre celas e entre 
linhas; 
10. O braile também pode ser escrito à mão, utilizando uma 
ferramenta chamada reglete e outra chamada punção, que 
funcionam como caderno e caneta. 
Fonte: https://vidamaislivre.com.br/2017/04/07/curiosidades-
sobre-sistema-braille/ 
 
 
Os auxílios não-ópticos referem-se às mudanças relacionadas ao 
ambiente, ao mobiliário, à iluminação e aos recursos para leitura e para escrita, 
como contrastes e ampliações, usados de modo complementar ou não aos 
auxílios ópticos, com a finalidade de melhorar o funcionamento visual. 
(DOMINGUES, 2010 p. 11). Outros materiais didáticos mais comuns são: 
reglete; punção; Livro adaptado; livro falado; sorobã ou ábaco (para o ensino de 
matemática), Máquina Braille; uso de Tecnologias assistivas como o Sistema de 
dosvox e virtual vision (as atividades executadas pelo sistema são edição de 
textos para impressão braille, leitura e audição de textos; Utilização de 
calculadora, agenda, entre outros instrumentos e jogos). 
 
3.2 - Conceituação e objetivos da Educação Física Adaptada 
 
O corpo é o principal instrumento da Educação Física. É uma das áreas 
responsáveis pela disseminação das normativas midiáticas de “corpo ideal”. A 
idealização de corpos definidos, rígidos, magros e perfeitos, não cabe à 
pluralidade de corpos existentes na sociedade. Entre os corpos “diferentes” das 
padronizações sociais, está o corpo com deficiência. Como ocorre o diálogo da 
Educação Física com o corpo da pessoa com deficiência? Nesta seção, iremos 
aprender quais são as ações, diálogos e desenvolvimento da Educação Física 
no âmbito do atendimento aos indivíduos com deficiência. 
Primordialmente, é necessário realizar uma breve apresentação da 
construção histórica da Educação Física no contexto da Educação Especial. A 
concepção construída historicamente de Educação Física e atividade física, 
recentemente acolheu os deficientes em suas práticas. Por um longo período, a 
ideia que abrangia os conteúdos e/ou modalidades esportivas visava à perfeição, 
 
33 
 
performance e o corpo perfeito e saudável. Sendo assim, os corpos “defeituosos” 
eram excluídos desta sociedade esportiva. 
O esporte adaptado surgiu após a Segunda Guerra em especial, visando 
à reintegração do soldado na sociedade, tornando-o “útil” novamente. Este 
esporte adaptado é definido por Winnick (1990) citado em SESI (2001, p. 23) 
como “experiências esportivas modificadas ou especialmente designada para 
suprir as necessidades especiais de indivíduos”. 
Nesse sentido, após o surgimento do esporte adaptado, surgiram 
também políticas públicas que cumprissem essa prática ao público-alvo. Na 
Constituição Federal, o Decreto nº 914, de 06 de Setembro de 1993, no capítulo 
II estabelece no item I - desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da 
sociedade civil, de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de 
deficiência no contexto socioeducacional e cultural (SESI, 2001, p. 25). 
Importante 
 
Outra normativa da Constituição Federal que podemos 
destacar refere-se ao artigo 217 que afirma que é “Dever do 
Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, 
como direito de cada um” isto é, TODOS tem o direito à 
prática esportiva e ao lazer. 
 
 
 
Nessa mesma acepção, o Capítulo III Das Diretrizes, Art. 5º, item III 
apresenta a inclusão da pessoa portadora de deficiência, respeitadas as suas 
peculiaridades, em todas as iniciativas governamentais relacionadas à 
educação, saúde, trabalho, edificação pública, seguridade social, transporte, 
habitação, cultura, esporte e lazer. Podemos destacar também, neste sentido, a 
criação do: 
 
Centro Nacional de Educação Especial (CENESP); na década de 80, 
a promulgação do parecer do Conselho Nacional de Educação n. 
215/1987, que sugere a inclusão da disciplina Educação Física 
Adaptada para compor os adaptas dos cursos de Graduação em 
Educação Física bem como, já na década de 90 e nos anos 2000, de 
uma série de propostas e leis na direção da inclusão no espaço escolar 
( GOMES, ALMEIDA E BRACH, 2010, p.8). 
 
 
 
34 
 
Nesse contexto, tendo a Educação Física como disciplina obrigatória nas 
instituições educacionais, questiona-se ainda a adaptação e reformulação dos 
conteúdos estruturantes dos vários níveis de ensino, tentando romper os 
estereótipos de educação física escolar já estabelecida e construída 
historicamente. A partir deste momento, a Educação Física passa a ser chamada 
de Educação Física Adaptada ou Inclusiva. 
 
 
“Educação Física para pessoas portadoras de necessidades 
especiais. São consideradas atividades apropriadas e 
possíveis às atividades desenvolvimentistas, jogos, esportes 
e atividades rítmicas. Toda a programação deve ser 
adequada aos interesses, capacidades e limitações dos 
estudantes” (SEAMAN; De PAUW apud PEDRINELLI, 1994, 
p.8). 
 
 
 
Ressalta-se que essa perspectiva de Educação Física não visa 
performance, técnica, agilidade, competitividade, mas sim uma inserção de 
todos (as) os (as) alunos (as), de acordo com suas limitações, como apresenta 
BUENO e RES (1995) afirmando que: 
 
Educação Física Adaptada para pessoas com deficiência não se 
diferencia da Educação Física e seus conteúdos, mas compreende 
técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados 
ao indivíduo deficiente. É um processo de atuação docente com 
planejamento, visando atender às necessidadesde seus educandos”. 
BUENO e RES (1995) 
 
Segundo Duarte e Werner (1995, p.9) a Educação Física Adaptada: 
 
É uma área da Educação Física que tem como objeto de estudo a 
motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas 
especiais, adequando metodologias de ensino para o atendimento às 
características de cada portador de deficiência, respeitando suas 
diferenças individuais (DUARTE; WERNWE, 1995). 
 
 
Por conseguinte, o profissional de Educação Física que atua na 
Educação Especial deve compreender que o principal objetivo da Educação 
Física Adaptada é disponibilizar práticas físicas e psicomotoras direcionando o 
atendimento de todos os alunos, respeitando e adaptando as atividades, 
 
35 
 
buscando um desenvolvimento e crescimento global do aluno, procurando fazer 
que este evolua, melhore sua autoestima e tenha autonomia durante as 
atividades solicitadas. Além disso, é essencial que o docente tenha o 
conhecimento sobre os tipos de deficiências, suas causas, peculiaridades, 
possíveis ações psicológicas, o histórico do aluno e suas limitações físicas de 
um modo geral, para depois elaborar atividades de acordo com as condições dos 
alunos e adequar as atividades durante as aulas de Educação Física. 
Converse Com Seus Colegas 
Para dar condições a todos os estudantes com deficiência, 
faz-se necessário algumas adequações como: 
- adaptação de material e sua organização na aula: tempo 
disponível, espaço e recursos materiais; 
- adaptação no programa: planejamento, atividades e 
avaliação; 
- aplicar uma metodologia adequada à compreensão dos 
alunos, usando estratégias e recursos que despertem neles 
o interesse e a motivação, por meio de exemplos concretos, 
incentivando a expressão e criatividade; 
- adaptações de objetivos e conteúdos, adequando-os, 
quando for necessário, em função das necessidades 
especiais, dando prioridade a conteúdos e objetivos próprios, 
definindo mínimos e introduzindo novos quando for preciso 
BUENO E RESA (1995) apud CIDADE (2002, p. 5). 
A partir de tais adequações citadas, converse, entre colegas, 
sobre a existência ou ausência de adaptações, e possíveis 
formas de melhorias ou de criação de adaptações 
necessárias para a acessibilidade de todos os estudantes 
com deficiência, no ambiente escolar e nas possibilidades da 
prática de uma atividade adaptada. 
 
 
Assim sendo, o corpo é o principal instrumento da Educação Física. No 
plano da Educação Especial não é diferente, dado que como já citado, cabe aos 
profissionais às devidas adaptações necessárias ao ambiente, espaço e público 
atendido. Logo, fazendo uma reflexão sobre as atividades adaptadas, Rodrigues 
apud Araújo (1998, p. 17) afirma que: 
 
Este termo parece sugerir que a atividade é estandardizada e 
que, para ser praticada por pessoas com deficiência necessita 
ser adaptada. [...] A atividade, os materiais, os estilos de ensino, 
os enquadramentos, etc., têm que ser adaptados porque a 
 
36 
 
pessoa tem menos possibilidade de adaptação. Adaptar uma 
atividade, sem sentido lato, pode ser, pois, construir uma 
atividade para um objetivo definido - por exemplo, desenvolver a 
consciência corporal. Adaptação ou usando um termo mais 
genérico - a adaptabilidade pode se referir a modificações numa 
atividade padronizada (RODRIGUES, 1996 apud ARAÚJO, 
1998, p.17). 
 
Portanto, para uma Educação Física Inclusiva para todos os alunos são 
necessárias atividades adaptadas, reflexão e análise das possibilidades de cada 
estudante, com espaços e infraestrutura que contribuam para o desenvolvimento 
didático-pedagógico dos profissionais. A Educação Física Adaptada não possui 
receitas prontas de metodologias ou sequências pedagógicas. Sendo um 
trabalho muito singular, inicialmente o trabalho da educação física é de conhecer 
o que pode cada corpo, sem subestimá-los em sua universidade de potência. A 
estimulação e experimentação de práticas corporais devem permear as ações 
do discente perante aos estudantes. 
 
 
A Educação Física Adaptada deve ensinar os alunos a fazer 
mudanças dentro de si. Para conseguir isso, deve-se respeitar a 
individualidade de cada um, respeitar suas diferenças e 
limitações, trabalhar suas potencialidades, nunca subestimá-los, 
vibrar com suas conquistas, motivá-los a dar novos passos e 
oferecer oportunidade para que eles possam desfrutar da alegria 
proporcionada pela prática recreativa e esportiva (ROSADAS, 
1989). 
 
 
 
Dessa forma, a Educação Física Adaptada objetiva-se criar, desenvolver 
e/ou aumentar a gama de desenvolvimento corporal, visando melhoria nas 
habilidades físicas, motoras e na saúde. Além disso, estabelece relações com o 
corpo perante as capacidades e limitações, as quais são facilitadas no processo 
de adaptação ao meio, de qualidade de vida, autonomia e autoestima. 
Além do desenvolvimento físico e motor, as atividades físicas adaptadas 
proporcionam desenvolvimento intelectual, afetivo e social. Por meio das 
práticas corporais, os estudantes se desenvolvem no âmbito motor, cognitivo e 
afetivo. A atividade adaptada tem, como objetivo, o estudo a motricidade humana 
para as pessoas com deficiência, adequando metodologias de ensino para o 
atendimento às características de cada pessoa com de deficiência, respeitando 
 
37 
 
suas diferenças individuais (SEAMAN; De PAUW apud PEDRINELLI, 1994). 
Importante 
 
A Educação Física Adaptada é uma parte da Educação Física, 
cujos objetivos são o estudo e a intervenção profissional no 
universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares 
condições para a prática das atividades físicas. Seu foco é o 
desenvolvimento da cultura corporal de movimento. Atividades 
como ginástica, dança, jogos e esportes, conteúdos de qualquer 
programa de atividade física devem ser considerados tendo em 
vista o potencial de desenvolvimento pessoal (e não a 
deficiência em si) (GORGATTI; COSTA, 2005). 
 
 
 
A Educação Física na Educação Especial divide-se em três níveis: Nível 
I - Educação Infantil (0 a 6 anos), nível II - Escolarização Inicial (7 a 14 anos) e 
nível III - Escolarização e profissionalização (acima de 14 anos). De acordo com 
estes níveis e as capacidades físicas na qual o estudante se encontra, a 
Educação Física objetiva: 
Nível I: Estimulação motora; desenvolvimento do sistema motor global por 
meio da estimulação das percepções motoras, sensitivas e mental, com 
experiências vividas do movimento global; desenvolvimento dos movimentos 
fundamentais. 
Nível II: Estimulação das habilidades básicas; melhoria da educação e 
aumento da capacidade de combinação dos movimentos fundamentais; 
desenvolvimento de atividades coletivas, visando à adoção de atitudes 
cooperativas e solidárias, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por 
razões sociais, físicas, sexuais ou culturais. 
Nível III: Estimulação específica e iniciação esportiva; aprendizagem e 
desenvolvimento de habilidades específicas, visando à iniciação esportiva; 
treinamento de habilidades esportivas específicas, visando à participação em 
treinamento e competições (STRAPASSON; CARNIEL, 2007). 
 
 
38 
 
Ví deo 
Para ampliar seus conhecimentos sobre Educação Física, 
segue abaixo alguns vídeos que irão contribuir para melhor 
entendimento e clareza sobre o tema: E você. Já ouviu falar em 
Educação Física Adaptada? Disponível em: https://www.y 
outube.com/watch?v=A6xRbCogybQ 
 
 
3.3 Promoção da prática esportiva e as atividades motoras como forma de 
estimulação 
 
 A Educação Física, em sua construção histórica, já esteve muito atrelada 
aos aspectos médicos e terapêuticos, no que diz respeito ao atendimento às 
pessoas com deficiência. Na atualidade, essa área saiu da visão unicamente 
clínica, e está se desenvolvendo na perspectiva pedagógica, social e de 
conhecimento mais aprofundado do público-alvo. 
A Educação Física Adaptada objetiva proporcionar o atendimento de 
práticas corporais a estudantes comdeficiência, intencionando no 
desenvolvimento global, desvelando e valorizando as potencialidades desses 
corpos, mas, sobretudo, respeitando as limitações e capacidades de cada um. 
Por meio dessas práticas muito singulares a cada estudante, visa-se à facilitação 
da amplitude de movimentos e autonomia, contribuindo no processo de inclusão 
social. 
Desse modo, as práticas esportivas e atividades motoras são grandes 
ferramentas no processo de estimulação neuromotora e social, lembrando 
sempre de respeitar o que pode cada corpo, sem minimizar as potencialidades 
que nele possam ser descobertas. Assim, as práticas corporais devem levar em 
consideração o comprometimento motor, a idade cronológica e o 
desenvolvimento cognitivo. Para isso, BUENO e RESA apud CIDADE E 
FREITAS (2002, p. 43), nos propõe um programa baseado nos seguintes 
conteúdos essenciais no trabalho da Educação Física Adaptada: 
 Esquema corporal; 
 Coordenação; 
 Equilíbrio; 
https://www.youtube.com/watch?v=A6xRbCogybQ
https://www.youtube.com/watch?v=A6xRbCogybQ
 
39 
 
 Organização espaço-temporal; 
 Qualidades físicas básicas; 
 Socialização; 
Importante 
 
Outra proposta de programa de conteúdos apresenta os 
seguintes objetivos no trabalho da Educação Física Adaptada: 
Desenvolver ou aperfeiçoar: autoconceito positivo; competência 
social, integração sensório-motora; aprendizagem perceptivo-
motora; padrões e habilidades motoras; aptidão física e estilo 
de vida saudável; postura e aparência, competência em jogos; 
atividades de lazer e relaxamento; habilidades aquáticas e 
dança; habilidades esportivas e de competição; e desenvolver 
atitudes e conceitos sobre: habilidades, atividades, movimento, 
saúde e bem-estar; condicionamento físico. 
(MAUERBERG DE CASTRO 2005, p. 278, apud CIDADE, 
FREITAS 2002, p. 43). 
 
 
 
Para o alcance dos objetivos acima citados, é necessário que o 
profissional tenha informações relevantes sobre o tipo de deficiência e suas 
limitações físicas e fisiológicas, cirurgias recentes e informações de diferentes 
aspectos sobre conhecimentos referentes ao desenvolvimento físico, sensorial, 
cognitivo, afetivo, social, emocional e neurológico. 
Outro ponto relevante é mencionar sobre a estimulação, além dos 
conhecimentos prévios dos estudantes. Refere-se à metodologia que será 
adotada, levando em consideração o tempo de permanência na atividade e quais 
as práticas de maior interesse, quais desencadeiam desestabilizações 
emocionais e/ou comportamentais, adaptação de materiais e/ou espaços, 
atividades motivacionais que promovam o interesse e expressão dos estudantes 
e flexibilidade perante o planejamento, objetivos e avaliações. 
 
 
 
 
 
40 
 
Curiosidade 
Outros fatores que os profissionais devem saber: pessoas 
com Síndrome de Down apresentam: 50% de problemas 
respiratórios, 40% de hipotonia generalizada e quase 100% 
com obesidade, problemas de linguagem, retardo mental, 
hérnia umbilical, variação térmica e, muito comum, 
cardiopatias. 
 
 
Para a estimulação de estudantes com Deficiência Visual, é importante 
ambientar o discente no espaço físico escolar, por meio de trabalhos de 
orientação e mobilidade, para conhecimento de declives, subidas, escadas, 
rampas etc., evitando, assim, possíveis acidentes. 
Oportuno mencionar os objetivos e conceitos da Educação Física, que 
suas práticas sejam motivacionais e contribuam para o desenvolvimento global 
dos estudantes. Desmistificar uma Educação Física linear e sequencial, baseada 
no movimento pelo movimento, a qual não cabe à realidade de estudantes com 
deficiência. A sutileza da valorização de todos os movimentos e ações corporais, 
além da persistência e experimentação constante, são questões norteadoras do 
processo de ensino na Educação Física Adaptada. Importante também a 
paciência, pois alguns alunos necessitam de mais tempo, ou suas limitações não 
permitirão a realização do movimento proposto. Entretanto, a flexibilização de 
atividades corporais, práticas e do planejamento é primordial. No mais, como 
cada corpo é singular, o ensino de Educação Física na Educação Especial é 
também subjetivo, sendo que cada estudante lhe retornará respostas e 
estímulos diferentes e peculiares. Ser professor de Educação Física na 
Educação Especial é nunca ter rotina, cada aula é surpreendente. 
 
Resumo da Aula 
 
Nesta aula foram apresentadas diversos recursos pedagógicos e 
materiais educacionais para diferentes tipos de deficiência, e como esses 
mecanismos contribuem na facilitação do processo de ensino-aprendizagem, ou 
nas atividades de vida diária e de relações sociais. 
 
41 
 
Foi exposto, resumidamente, a construção da Educação Física na 
Educação Especial, sua evolução e desenvolvimento nos atendimentos as 
pessoas com deficiência. Apresentamos algumas legislações que garantiram 
este avanço da atividade física adaptada. Além disso, vimos às capacidades 
físicas a serem trabalhadas em diferentes níveis de ensino e recomendações de 
capacidades físicas a serem trabalhadas e/ou estimuladas durante as aulas de 
Educação Física na Educação Especial. 
Atividade de Aprendizagem 
Pensando no uso de materiais didáticos de Tecnologias 
Assistivas, faça uma pesquisa referente a outras Tecnologias 
Assistivas que já existem ou ainda estão em fase de construção 
e materiais didáticos que não foram citados nesta aula, para que 
cada um deles contribua no processo de ensino-aprendizagem 
e/ou qualidade de vida de pessoas com deficiência. 
 
 
Aula 4: O desenvolvimento e a socialização de crianças e adolescentes 
autistas; e Legislação, estrutura, funcionamento e eventos da Educação 
Física Adaptada na Sociedade 
 
Apresentação da aula 4 
 
Nesta aula serão abordados conceitos e características das crianças com 
autismo e a forma de estimulá-las por meio de atividades corporais nas aulas de 
Educação Física. Iremos ver também sobre algumas Legislações que promovem 
a fomentação e funcionamento da Educação Física Adaptada na sociedade. 
Além disso, veremos algumas políticas públicas e ações que impulsionam a 
prática da atividade física adaptada. 
 
4.1 O desenvolvimento e a socialização de crianças e adolescentes autistas 
 
 
42 
 
Um dos temas mais enigmáticos da Educação Especial refere-se ao 
autismo. Inúmeros estudos tentam desvelar as causas do desenvolvimento do 
autismo, mas não há certezas ainda sobre o tema. 
Primeiramente, é essencial saber, pelo menos, as principais 
características sobre o autismo. O termo advém do grego autós e tem o 
significado de “si mesmo”. Para ser atestado com autismo, o indivíduo é 
acometido de uma tríade que envolve dificuldade na interação social, 
comprometimento na linguagem e ações repetitivas. Atualmente, a tríade de 
dificuldades perante as interações sociais, linguagem prejudicada e movimentos 
repetitivos, são nomeadas de Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendo o 
diagnóstico ainda nos primeiros anos de vida. 
Outros transtornos que fazem parte desta nova nomenclatura do espectro, 
e que antes tinham diagnósticos distintos são: 
 F84. - Transtornos Globais do Desenvolvimento; 
 F84.0 - Autismo Infantil; 
 F84.1 - Autismo Atípico; 
 F84.5 - Síndrome de Asperger; 
 F84.8 - Outros Transtornos Globais do Desenvolvimento; 
 F84.9 - Transtornos Globais não Especificados do Desenvolvimento. 
Importante 
 
 O Autismo Atípico é quando há um comprometimento grave na 
interação social, da comunicação verbal e na presença de 
estereotipias (movimentos repetitivos), tendo início em idade 
tardia (CUNHA, 2009, p. 21). 
 
 
 
Alguns padrões comportamentais são presentes nas crianças autistas, 
com formas singulares de interação com o meio. A dificuldade ou a não interação 
com outras pessoas, o manuseio de objetos de modo anormal, dificuldade na 
fala e escrita, são alguns exemplos. Por isso, toda a estimulação para as 
crianças autistas

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