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⇒ HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA - Definição: Sangramento digestivo decorrente de lesões proximais ao ângulo de Treitz. Hemorragia digestiva alta: Esôfago Estômago Duodeno Hemorragia Delgado Cólon, reto e ânus ⇒ Hemorragia digestiva alta Doença péptica gastroduodenal Lesão aguda de mucosa gastroduodenal Varizes esofágicas – hipertensão portal → Comorbidades agravam o prognóstico (Ex.: Insuf. Cardíaca até 28,4% de mortalidade) - QUADRO CLÍNICO História clínica - queixa • Melena: Fezes escuras ( sangue digerido na composição) • Hematêmese: Vômito com sangue • Hematoquezia: hemorragia por via retal ( trânsito rápido pelo TGIs) • Enterorragia: Hemorragia originada no intestino • Sangramento oculto ● Incluir toque retal no exame físico → Clínica • Uso de AINH • Uso de anticoagulantes • Cirurgias / intervenções prévias • Hábitos (etilismo) • Região endêmica para esquistossomose → Critérios clínicos de alto risco para morbi-mortalidade: - Idade maior que 60 anos - Comorbidades associadas: Insuficiência cardíaca Doença renal crônica Diabetes mellitus Neoplasias Insuficiência hepática - Choque, instabilidade hemodinâmica - Necessidade de transfusão sanguínea - (Aspiração de SNG com sangue vivo) - Hematêmese volumosa - Enterorragia volumosa - Melena persistente - Hemorragia digestiva em pacientes internados - Ressangramento em pacientes já tratados com EDA → Rockall - Escore de risco de mortalidade → Escore de Risco de Glasgow-Blatchford (EGB) BASES PARA AVALIAÇÃO: Uréia Hemoglobina Pressão arterial sistólica Pulso Melena ao exame Apresentação com síncope Hepatopatia Insuficiência cardíaca - EGB ≥ 1 • alto risco - EGB = 0 • baixo risco → Não - varicosa X varicosa - CONDUTA INICIAL (ABCDE) Vias aéreas pérvias (A) e ventilação adequada (B) Restaurar a volemia (C) → Exame físico: Palidez cutânea / mucosas Perfusão periférica Tempo de enchimento capilar/ PA/ FC/ FR Alteração do nível de consciência Diurese → Acessos venosos calibrosos Avaliar necessidade de cristalóide e hemoderivados Restaurar a volemia (C) Cristaloides – Ringer Lactato Hemoderivados Hb entre 7 e 8g/dL Idosos ou cardiopatas ● Distúrbios de coagulação: Plaquetas, Plasma Fresco Vitamina K, Sulfato de Protamina - Exames laboratoriais: - Hemograma - Coagulograma - Função renal - Eletrólitos - Tipagem sanguínea - Para hepatopatas – função hepática → Endoscopia Digestiva Alta - Entre 12 – 24 horas de internação, idealmente após estabilização hemodinâmica < 12 horas: persistência de instabilidade hemodinâmica; pacientes de alto risco; hematêmese intra-hospitalar; contraindicação a interrupção de anticoagulantes > 24 horas Preparo: eritromicina (pró-cinético); Lavagem gástrica – questionável IMPORTANTE SABER → Ressangramento = estigmas endoscópicos ⇒ NÃO VARICOSA ⇒ ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA ~ CLASSIFICAÇÃO DE FORREST DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA → MÉTODOS TERAPÊUTICOS ENDOSCÓPICOS Revisão Pós-Tratamento - Second Look Não recomendado rotineiramente ⇒ CONDUTA Bloqueador da bomba de prótons por via endovenosa Omeprazol 80mg EV em bolus + Infusão contínua de 8mg/hora/72h H.pylori → INDICAÇÕES CIRÚRGICAS - SANGRAMENTOS EXSANGÜINANTES - INSUCESSO DO TRATAMENTO ENDOSCÓPICO - RECORRÊNCIA DO SANGRAMENTO APÓS TRATAMENTO ENDOSCÓPICO - ÚLCERAS VOLUMOSAS E PROFUNDAS - ÚLCERAS EM LOCAIS DE ARTÉRIAS CALIBROSAS Bulbo duodenal posterior – Gastroduodenal Pequena curvatura – Gástrica esquerda - SANGRAMENTO ASSOCIADO À PERFURAÇÃO - Doença ulcerosa péptica: → Bloqueador da bomba de prótons por 4 semanas Omeprazol 20mg 12/12 horas → Tratamento para o Helicobacter pylori – 7 a 14 dias Amoxicilina 1g 12/12 horas Claritromicina 500mg 12/12 horas Nova EDA de acordo com a evolução clínica - Síndrome de Mallory-Weiss Hematêmese causada por lacerações longitudinais da mucosa do esôfago distal → Vômitos incoercíveis - Hiperemese gravídica - Intoxicação alcoólica 90% cessa espontaneamente Medidas iniciais de suporte Hidratação Anti-eméticos Bloqueador de bomba de prótons Avaliação endoscópica Tratamento: Esclerose, adrenalização, cauterização → UMA LÁGRIMA DE MALLORY-WEISS É UMA LÁGRIMA NA CAMADA DE MUCOSA NA JUNÇÃO DO ESÔFAGO E DO ESTÔMAGO - Lesão de Dieulafoy Malformações vasculares Vasos arteriais submucosos Corpo gástrico alto Pequena curvatura Fisiopatogenia: Erosão superficial do vaso, circundado por mucosa normal → Pode ocorrer hemorragia maciça → Endoscopia: Dificuldades na identificação do local de sangramento: 1- paciente pode se apresentar hipotenso e não haver sangramento ativo no momento do exame 2- sangramento abundante dificultando a visualização Se identificável - Métodos combinados de tratamento: heater probe + adrenalização melhores resultados Endoscopia falha em identificar a lesão: - Arteriografia tronco celíaco para diagnóstico e tentativa de embolização - Tratamento cirúrgico - Ressecção em cunha - Gastrectomia total - Causas menos frequentes Hemobilia: sangramento das vias biliares para o trato gastrointestinal Tríade de Sandblom: HDA, dor em cólica em hipocôndrio direito e icterícia Causas: trauma hepático, procedimentos invasivos sobre fígado e vias biliares Endoscopia normal → Arteriografia: diagnóstico e embolização → CPRE: esvaziamento de coágulos na via biliar → Hemosuccus pancreaticus: ruptura de aneurisma ou pseudo aneurisma da artéria esplênica ou de seus ramos → Clínica: antecedente de pancreatite e hematoquezia → Úlcera de Cameron: erosões ou ulcerações da mucosa gástrica em pacientes com grandes hérnias hiatais - TUMORES - ECTASIA VASCULAR DO ANTRO GÁSTRICO - FÍSTULA AORTODUODENAL ⇒ VARICOSA - SÍNDROME DA HIPERTENSÃO PORTAL Definição: • Quando o nível pressórico do sistema porta supera em mais 5mmHg a pressão da veia cava inferior → VEIA PORTA DO FÍGADO; VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR; VEIA ESPLÊNICA Causas: Pré-hepática – Trombose de veia esplênica – Trombose da veia porta Intra-hepática: – Pré-sinusoidal: esquistossomose – Sinusoidal: cirrose alcoólica – Pós-sinusoidal: doença veno-oclusiva, fibrose peri-venular Pós-hepática: – Trombose de veia hepática (Síndrome de Budd-Chiari) – Pericardite constritiva, miocardiopatia restritiva Formação de Varizes → Gradiente de pressão sistema porta x veia cava inferior> 10mmHg Risco de sangramento → Gradiente de pressão sistema porta x veia cava inferior> 12mmHg → Gradiente > 20mmHg = risco de sangramento contínuo e risco de insucesso terapêutico → AVALIAÇÃO INICIAL - História: hematêmese e/ou melena - Antecedente/hábitos: esquistossomose/ etilismo/ outras causas de cirrose - Exame físico: estigmas de hepatopatia crônica - Critérios de risco para morbi-mortalidade - CONDUTA INICIAL (ABCDE) Vias aéreas pérvias (A) e ventilação adequada (B) Restaurar a volemia (C) → Exame físico: Palidez cutânea / mucosas Perfusão periférica Tempo de enchimento capilar/ PA/ FC/ FR Alteração do nível de consciência Diurese → Acessos venosos calibrosos Avaliar necessidade de cristalóide e hemoderivados CUIDADO – PACIENTES COM MAIOR GRAVIDADE !!!!! Indicação de internação em UTI → PORTADORES DE CIRROSE / HIPERTENSÃO PORTAL VARIZES ESOFÁGICAS: 30% SANGRAMENTO • MAIOR RISCO DE SANGRAMENTO • MAIOR NECESSIDADE DE TRANSFUSÃO • MAIOR RISCO DE RESSANGRAMENTO (30 A 40% COM 20% MORTALIDADE) • MAIOR PERMANÊNCIA HOSPITALAR • MAIOR CHANCE DE DESFECHO NEGATIVO EM PACIENTES COM BAIXA RESERVA HEPÁTICA – CHILD C / MELD 18 • COAGULOPATIA ASSOCIADA (não há consenso quanto ao uso de hemoderivados para correção) ⇒ CLASSIFICAÇÃO DE CHILD-PUGH DE SEVERIDADE DA CIRROSE → RISCO DE MORTALIDADE EM 3 MESES Endoscopia Digestiva Alta (precoce, < 12h) - Terapia farmacológica → Cirróticos – antibiótico profilático (7 a 14 dias) Ciprofloxacino, Ceftriaxona → Drogas que promovem vasoconstrição esplâncnica (2 a 5 dias): Vasopressina (associada a nitroglicerina) Somatostatina, Octreotíde Terlipressina ⇒ CONDUTA Endoscopia Digestiva Alta - Varizes de esôfago 1 - Ligadura elástica (90% sucesso) 2 – Escleroterapia- injeção de etanolamina Endoscopia Digestiva Alta Varizes de fundo gástricoEscleroterapia- injeção de cianoacrilato - Balão de Sengstaken-Blackmore → Indicação Sangramento volumoso com grave instabilidade Ressangramento pós tratamento endoscópico Indisponibilidade de tratamento endoscópico → Sonda com dois balões Esofágico Gástrico → Complicações – 20 a 30% Pneumonia por aspiração Laceração esofágica Perfuração esofágica Tempo ideal de permanência: 12 – 24h - CÂNULA DE MINNESOTA → Conduta: REFRATARIEDADE Descompressão Portal de Emergência TIPS (Transjugular Intrahepatic Portosystemic Shunt) - Tratamento cirúrgico Derivação porto-cava calibrada Procedimento de eleição Mortalidade elevada em situações de emergência Ligadura direta das varizes esofagogástricas e transecção esofágica através de grampeador circular → Derivação mesentérico-cava → Desvascularização esofágica + esplenectomia - Seguimento Prevenção do ressangramento: Medicamentoso- ~ Beta bloqueador não seletivo (Propranolol, Nadolol) ~ Nitrato s/n ~ Bloqueador da bomba de prótons por 4 semanas ~ Omeprazol 20mg 12/12 horas ~ Sucralfato → EDA: Ligadura elástica programada → TIPS ou descompressão cirúrgica dependendo da reserva hepática ~ Paciente esquistossomótico → Além das medidas clínicas, indicação de tratamento cirúrgico → Derivação portal seletiva (anastomose espleno-renal) → Desconexão azigoportal + esplenectomia (DAPE) _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ PARTE 2 ⇒ HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA - MENOR RISCO DE MORBIMORTALIDADE → Definição: é a perda de sangue do trato gastrintestinal distal abaixo do ligamento de Treitz • Cólon (95 a 97%) • Delgado (3 a 5%) - 15% dos episódios de hemorragia GI importante - Menos comum que HDA → Incidência: aumenta de acordo com a idade - Lesões adquiridas: • Diverticulose • Angiodisplasia → Quadro Clínico - Hematoquezia - Fezes sanguinolentas - Sangue ou coágulos pelo reto → Causa + comum: - Diverticulose - Angiodisplasia - Neoplasia - Condições inflamatórias - Causas vasculares - Hemorróida - comum - Úlcera retal solitária - Lesão de Dieulafoy do Cólon - Colopatia porta - AINES - Intussuscepção - Divertículo de Meckel - Hemorragia após biópsia ou polipectomia colonoscópicas - Diverticulose - Mais comum (40 - 55%) • Rotura assimétrica de ramos intramurais (vasos retos) da artéria marginal do domo do divertículo ou margem antimesentérica • Fatores intraluminais: fecalitos impactados com abrasão dos vasos • Rara associação com inflamação - Cessa espontaneamente (até 90%) * IMPORTANTE - Angiodisplasia - Malformações arteriovenosas • Pequenos vasos ectasiados na submucosa - Mucosa fina, erosão superficial - 3 a 20% - Colono: método mais sensível - Arteriografia também pode identificar - Neoplasia - Sangramento tipicamente lento - Pólipos juvenis são 1ª causa em paciente com menos de 20 anos - Condições inflamatórias Colite ulcerativa (15%) Doença de Crohn: menor probabilidade de hemorragia colônica maciça (1%) - Causas Vasculares - Vasculites - Isquemia mesentérica - Colite isquêmica - Hemorróidas - Presentes em mais de 50% dos pacientes com HDB - Menos de 2% são a causa - Causas Incomuns • Úlcera retal solitária • Lesão de Dieulafoy do Cólon • Colopatia porta • AINES • Intussuscepção • Divertículo de Meckel • Hemorragia após Bx ou polipectomia colonoscópicas - Hemorragia por Irradiação → Após terapia com plasma de argônio - Avaliação Inicial - Anamnese - Exame físico: Direcionados para determinar: • Fonte da hemorragia • Gravidade da hemorragia inicial: estado hemodinâmico do paciente o Sinais vitais o Cicatrizes abdominais prévias o Massas abdominais o Lesões cutâneas ou orais sugestivas de Sd. Polipóides o Estigmas de cirrose - Iniciar ressuscitação - SNG (procura sangramentos – exclui HDA) - SVD (débito urinário) - Monitorização adequada - Exames laboratoriais (HB/HT/Coag/fç hep/fç renal/eletrólitos) - EDA - Identificação da origem do sangramento • Outros exames específicos - Diagnóstico - Colonoscopia - Maioria cessa espontaneamente - Os sinais pós são sutis - Lesão com estigma de hemorragia evidente: é atribuída como causa - HDB maciça não é bom candidato a colonoscopia emergência - Angiografia Visceral seletiva (pouco feito pelo risco) - Injeção de contraste na artéria mesentérica superior ou inferior - Identifica sangramento = ou > 0,5ml/min - Precisão 45 a 75% se sangramento ativo no momento - 10% complicações: • Infarto • Insuficiência renal • Trombose da artéria femoral • Hematoma - Procedimento de alto risco (maioria idosos com comorbidades) - Reservado quando hemorragia significativa em curso → Angiodisplasia de cólon - Cintilografia com hemácias marcadas com Tecnécio – 99m ( poucos lugares realizam) - Sucesso variável - Sangramento no momento da injeção e da imagem inicial - Preciso em 40-60% - Serve para focalizar o estudo confirmatório subsequente ● Pacientes em programação de ressecção por hemorragia recorrente ou persistente devem confirmar sangramento com angiografia ou colonoscopia positiva → Cintilografia (sangramento no QIE) - Tratamento - Endoscópico Indicações: - Angiodisplasia • Prontamente tratados até 80% • 15% recidiva - Sangramento em local de polipectomia recente por laço - Diverticular • Não indicado: pode causar hemorragia importante - Angiográfico Indicações: - Hemorragia maciça: para postergar cirurgia - Pacientes com alto risco cirúrgico Complicações: - Infarto colônico (falta de circulação colateral da parede colônica) • Clínica: dor abdominal, febre e sepse - Cirurgia Indicação: - Hemorragia Progressiva - Hemorragia Recorrente Localizada fonte do sangramento: - Hemicolectomia Sem localização: - Colectomia subtotal • Maior morbidade e mortalidade 25% Algoritmo para Diagnóstico e Tratamento de HDB → MAPA MENTAL
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