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O gênero Candida é constituído por aproximadamente duzentas espécies de leveduras saprófitas, que habitam os mais diferentes tecidos e secreções do corpo humano. Entretanto, por fatores ainda pouco conhecidos, as leveduras podem passar de saprófitas para patogênicas. No trato genital feminino, a Candida sp. pode ser encontrada em aproximadamente 20% das mulheres saudáveis assintomáticas. Entretanto, estima-se que 75% das mulheres em idade reprodutiva apresentarão pelo menos um episódio de vulvovaginite por Candida sp. durante suas vidas; 50% apresentarão dois ou mais episódios e 5% terão episódios recorrentes Candidíase recorrente: quatro ou mais episódios por ano, confirmados clínica e laboratorialmente. ETIOLOGIA • Candida albicans é a espécie mais prevalente • Candida glabrata e Candida tropicalis estão associadas a 5% a 10% dos casos. Os mecanismos que impedem ou que favorecem a passagem da Candida albicans do estado de comensal para o estado patogênico ainda não são totalmente conhecidos, mas estão particularmente relacionados à atuação do sistema imune do hospedeiro. ETIOPATOGENIA Condições que alterem a concentração hormonal como gravidez e uso de contraceptivos de alta dosagem facilitam a proliferação dos fungos. Além disso, a ingestão de antibióticos atua no mesmo sentido, provavelmente por alterar a flora protetora lactobaciliar. QUADRO CLÍNICO • prurido; • corrimento geralmente esbranquiçado (fluido ou com aspecto de “leite talhado”); • desconforto, dor, disúria e dispareunia. EXAME GINECOLÓGICO • hiperemia vulvar • edema • fissuras • exame especular: hiperemia da mucosa vaginal e conteúdo vaginal esbranquiçado, de aspecto espesso ou flocular, aderido ou não às paredes vaginais. • pH vaginal encontra-se geralmente abaixo de 4,5. • teste das aminas (whiff test) negativo. DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico deve sempre ser confirmado pela presença de fungos, que pode ser realizada por meio de: • exame a fresco, colocando-se em lâmina de vidro uma gota de conteúdo vaginal e uma gota de soro fisiológico ou hidróxido de potássio a 10% e observando ao microscópio a presença de hifas e/ou esporos; • bacterioscopia com coloração pelo método de Gram e cultura em meios específicos, o que permite a identificação do fungo, sua espécie e eventual realização do antifungigrama, recomendável nos casos recorrentes. TRATAMENTO • via local ou sistêmica, dependendo da preferência da paciente e da experiência do profissional. • fenticonazol (creme, um aplicador vaginal ao deitar durante sete dias ou óvulo com 600 mg dose única), • clotrimazol (creme 10 mg/g por sete dias ou comprimido vaginal de 500 mg em dose única) • miconazole (creme 20 mg/g por 14 dias), • butaconazol (20 mg/g em dose única), nistatina (creme 25.000 UI/g por 14 dias). • Tratamento dos parceiros sexuais: nos casos de candidíase recidivante. *Importante: eliminar ou pelo menos controlar fatores predisponentes como diabetes mellitus descompensada, estados de imunossupressão, tabagismo, distúrbios alimentares com excesso de ingestão de hidratos de carbono, hábitos de higiene ou vestuário inadequados, estresse excessivo.
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