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Bruna Siqueira de Arruda - Medicina VO����S E CA����DA��� PU���N��E� e ES����ME���� Com o intuito de facilitar o entendimento e a descrição dos eventos da ventilação pulmonar, foram estabelecidos quatro volumes e quatro capacidades pulmonares, correspondentes à média de um adulto jovem do sexo masculino. Obs.: Os volumes variam com a idade, altura, sexo, peso. ————————————— Vol���� ve���l��óri�� —————————————— VOLUME CORRENTE (V C ): Volume de ar movimentado durante ventilação basal (normal, em repouso). Cerca de 500mL de ar. Teste: “respire calmamente” VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (VRI): Volume máximo de ar adicional inspirado durante uma inspiração forçada , acima do V C . Cerca de 3.000mL. Teste: “Agora, no final de uma inspiração tranquila, você deve inspirar o máximo de ar adicional que for possível” VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (VRE): Volume máximo de ar expirado durante uma expiração forçada , após o final de uma expiração basal. Cerca de 1.100mL. Teste: “Agora, pare no final de uma expiração normal e, em seguida, expire tanto ar quanto for possível.” VOLUME RESIDUAL (VR): Volume de ar que permanece nos pulmões após a expiração forçada máxima (não pode ser medido diretamente, já que sempre permanecerá nos pulmões). Cerca de 1.200mL. 1 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina ——————————— Cap����ad�� ve���l��óri�� ————————————— Capacidade pulmonar é o somatório de dois ou mais volumes pulmonares CAPACIDADE INSPIRATÓRIA: Quantidade máxima de ar que pode ser inspirada a partir de uma expiração basal. Cerca de 3.500 mL. Capacidade inspiratória = V C + VRI CAPACIDADE VITAL: Quantidade máxima de ar que pode ser voluntariamente movida a cada ciclo respiratório (inspiração e expiração). Cerca de 4.600 mL. Capacidade vital= V C + VRI + VRE CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL (CRF): Quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal. Cerca de 2.300 mL. Capacidade residual funcional = VRE + VR CAPACIDADE TOTAL: Volume total que os pulmões podem alcançar em máxima distensão. Cerca de 5.800 mL Capacidade total = VRI + V C + VRE + VR = capacidade vital + VR 2 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina ———————————————— Es�i��m���i� ———————————————— A espirometria é um teste de função pulmonar que permite avaliar os volumes respiratórios. Os valores de referência são calculados de acordo com a população, levando em consideração a idade, gênero, altura e peso de cada paciente. O valor obtido é comparado com o previsto e é expresso em porcentagem. PARÂMETRO OBTIDOS A PARTIR DAS CURVAS CVF (Capacidade Vital Forçada): Representa o volume máximo de ar exalado com esforço máximo a partir do ponto de máxima inspiração, ou seja, quantidade de ar que pode ser movido durante ventilação forçada . VEF 1 : Volume Expiratório Forçado no 1º segundo , representa o volume de ar exalado de maneira forçada subsequente a uma inspiração no 1º segundo durante a manobra de CVF. Em pacientes com DPOC há a redução do VEF 1 , pois a elastância pulmonar está diminuída e a expiração é afetada. Relação VEF 1 /CVF: Também conhecido por Índice de Tiffeneau ; usada na na análise da normalidade ou não da ventilação pulmonar e na classificação da gravidade. Reflete a velocidade de esvaziamento pulmonar Valores de referência: CVF: 80% previsto; VEF 1 : 80% previsto; VEF 1 /CVF: 70% previsto Obs.: NÃO é possível medir volume residual e as capacidades que contêm esse volume residual (capacidade pulmonar total e capacidade residual funcional). 3 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Os três principais distúrbios ventilatórios são: Distúrbio Ventilatório Obstrutivo (DVO): redução do fluxo expiratório como resultado do aumento da resistência nas vias aéreas devido a obstrução parcial ou completa em qualquer nível do sistema respiratório . Os pulmões estão hiperinsuflados e há dificuldade para eliminação do ar. Perda da elastância pulmonar. Redução do VEF 1 e aumento do volume pulmonar. Exemplo: DPOC (bronquite e enfisema pulmonar), asma, apneia obstrutiva do sono. Distúrbio Ventilatório Restritivo (DVR): definido pela redução da expansão do parênquima pulmonar e da capacidade pulmonar total . Ausência de obstrução. Observa-se o volume pulmonar menor e dificuldade na entrada do ar. Exemplos: Fibrose pulmonar Distúrbio Ventilatório Misto (DVM): associação de DVO e DVR . 4 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Quais são os 3 critérios comuns para a aceitação do exame? 1. Realizar, no mínimo, três testes com curvas aceitáveis. 2. Realizar, no máximo, oito testes no mesmo dia. 3. Necessário apresentar dois testes com valores reprodutíveis: CVF, VEF 1 e PFEmáx (pico de fluxo expiratório máximo). Valores de reprodutibilidade: CVF < 150mL; VEF 1 < 150mL; PFE < 500mL 5 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Como Laudar em 3 passos: 1º passo → Reconhecer as curvas: se normal, se obstrutivo ou se restritivo 2º passo → Identificar o distúrbio, observando a relação VEF 1 /CVF 3º passo → Se for DVO com redução da CVF, calcular a diferença entre CVF e VEF 1 6 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina Como é possível saber a gravidade dos distúrbios ventilatórios? Para determinar a gravidade é preciso saber qual é o distúrbio (DVO, DVM ou DVR). Posteriormente, deve-se analisar isoladamente os valores em porcentagem do previsto (%) de VEF1 - se for DVO ou DVM - ou CVF - se for DVR. EXERCÍCIOS - ESPIROMETRIA Prev = Previsto para idade, peso, altura; % = Porcentagem do previsto. Seguir o fluxograma !!! 1º) VEF 1 /CVF = 81% → > 70% 2º) CVF = 93% → normalLAUDO: exame normal 1º) VEF 1 /CVF = 54% → < 70% 2º) CVF = 75% → reduzido 3º) CVF% - VEF 1 % = 75% - 51% = 24% 4º) VEF 1 = 51% (entre 41-59%) → moderado LAUDO: DVO moderado com redução de CVF 7 DVO ou DVM DVR Classificação do distúrbio VEF 1 % do previsto CVF% do previsto LEVE 60% - 80% 60% - 80% MODERADO 41% - 59% 51% - 59% GRAVE 40% 50% Bruna Siqueira de Arruda - Medicina 1º) VEF 1 /CVF = 65% → < 70% 2º) CVF = 62% → reduzido 3º) CVF% - VEF 1 % = 62% - 51% = 11% 4º) VEF 1 = 51% → moderado LAUDO: DVM moderado 1º) VEF 1 /CVF = 50% → < 70% 2º) CVF = 62% → reduzido 3º) CVF% - VEF 1 % = 62% - 40% = 22% 4º) VEF 1 = 40% → grave LAUDO: DVO grave com redução de CVF 1º) VEF 1 /CVF = 83% → > 70% 2º) CVF = 66% → reduzido 3º - gravidade) CVF = 66% → leve LAUDO: DVR leve 1º) VEF 1 /CVF = 78% → > 70% 2º) CVF = 94% LAUDO: exame normal 8 Bruna Siqueira de Arruda - Medicina 1º) VEF 1 /CVF = 46% → < 70% 2º) CVF = 85% → normal 3º - gravidade) VEF 1 = 49% → moderado LAUDO: DVO moderado 1º) VEF 1 /CVF = 75% → > 70% 2º) CVF = 60% → reduzido 3º - gravidade) CVF = 60% → leve LAUDO: DVR leve 1º) VEF 1 /CVF = 61% → < 70% 2º) CVF = 62% → reduzido 3º) CVF% - VEF 1 % = 62% - 47% = 15% 4º) VEF 1 = 47% → moderado LAUDO: DVO moderado com redução de CVF apenas 9
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