Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO DELTA DO PARNAÍBA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E QUANTITATIVAS ECONOMIA ESTADOS E CLASSES RANNYÉRIKA RODRIGUES NASCIMENTO RESUMO: ENTREVISTA DE PRETO ZEZÉ NO RODA VIVA PARNAIBA-PI 2020 O principal ponto abordado na entrevista foi o racismo e a desigualdade social, enfatizando o quanto esse questionamento é necessário para pessoas que não veem o que ainda se passa no Brasil, os índices de desigualdade social são bem altos, sendo a população negra a que menos tem condições para consumir diante a população privilegiada. Diante a pandemia, a desigualdade social ficou mais nítida. Nas periferias, sem a ajuda do auxilio emergencial, do auxilio mãe oferecido pela CUFA e de doações, as condições de vida teriam sido basicamente impossíveis de ter. Contaram muito com a empatia de vizinhos e colegas até para dividir auxilio e comprar alimentos, a maior preocupação era com o que poderia acontecer com famílias de extrema pobreza que não tinha como ter os certos cuidados necessários. Os moradores de favela sofrem mais ainda durante esse período de pandemia, com desemprego, a fome e a falta de assistência na saúde básica, as pessoas entre si, tentam se ajudar para que essa situação se sobressaia, apesar de toda dificuldade. E muito desses moradores de periferias foram bastante prejudicados pois não conseguiram a aprovação do auxílio emergencial e isso fez com que o consumo das famílias diminuísse, e o índice de desigualdade aumentasse mais ainda. Preto Zeze destaca que “Existe um racismo a brasileira, que é aquele que todo mundo assume que existe, mas ninguém assume que pratica.”. Não basta pregar que é antirracista, tem que saber que o racismo está enraizado dentro de todos e que precisa urgentemente ser desconstruído. O racismo mata todos os dias. Principalmente jovens de periferias. Inevitavelmente negros tem medo quando veem a polícia pois diariamente são apontados e descritos por bandidos, confundidos, e esse fato racista é muito comum em nosso país. “Se no Brasil é a polícia quem mais mata – e isso deve ser rejeitado e repudiado -, é também onde a polícia mais morre. É preciso desnaturalizar esse genocídio que está montado dentro de setores da segurança brasileira. Eu quero discutir segurança pública com policiais, mas eu não consigo admitir que segurança pública seja sinônimo somente de munição, efetivo e viatura.” A violência que acontece nas favelas é não é divulgada em redes sociais, jornais e em meios de informação, e quando é divulgada, a maioria dos casos são mostrando o lado negativo de alguns moradores, o que acaba levando a imagem para os demais, ocasionando ainda mais preconceito. Os moradores em geral sofrem com a forma de exposição da mídia, a qual não retrata nem metade do que realmente ocorre lá. A desigualdade social, o racismo, a fome e a violência, são pontos encarados como se não precisasse de lutas, mas é um ponto de grande divergência. Este é extremamente importante ser imposto, diante disso haverá melhoria a qual todos serão beneficiados.