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tributário - proc adm e judicial

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● Processo​ ​Administrativo​ ​Fiscal​ ​Tributário 
 
O ​processo administrativo fiscal (PAF) contempla os procedimentos – litigiosos ou não – de                           
natureza tributária que o contribuinte pode promover diretamente perante Fazenda Pública, a                       
fim​ ​de​ ​buscar​ ​a​ ​solução​ ​de​ ​sua​ ​pretensão.  
Tais​ ​procedimentos​ ​podem​ ​ser​ ​requeridos​ ​em​ ​quaisquer​ ​das​ ​​três​​ ​​esferas​​ ​​federativas​:  
- No​ ​âmbito​ ​da​ ​União,​ ​na​ ​Secretaria​ ​da​ ​Receita​ ​Federal;  
- Na esfera dos Estados, o PAF será promovido na respectiva Secretaria de Fazenda                         
Estadual;  
- Na​ ​competência​ ​municipal,​ ​será​ ​tramitado​ ​perante​ ​a​ ​Secretaria​ ​de​ ​Fazenda​ ​Municipal. 
No âmbito federal, o processo administrativo fiscal é regido pelo Decreto nº 70.235/1972, ao                           
passo que, nos Estados, Municípios e Distrito Federal, cada ente federativo deverá possuir a                           
sua própria legislação disciplinando o respectivo procedimento perante os seus órgãos                     
fazendários. 
O processo administrativo fiscal caracteriza-se por ser “​bilateral​” e, embora não possua a figura                           
do “juiz” e os requerimentos e impugnações do contribuinte sejam apreciados pela própria                         
Administração Tributária, esta atuará de maneira vinculada à lei e pautada pelos princípios da                           
Administração Pública, razão pela qual seus atos e decisões são considerados imparciais e                         
impessoais. 
⟶ Ação​ ​fiscal​ ​e​ ​autuação 
No caso de tributos ordinariamente submetidos ao lançamento de ofício, assim como aqueles                         
sujeitos a lançamento por declaração e por homologação, o procedimento preparatório do                       
lançamento​ ​é​ ​relativamente​ ​simples.  
No caso de lançamento de ofício revisional, a legislação disciplina com maior rigor o                           
procedimento​ ​a​ ​ser​ ​seguido,​ ​este​ ​se​ ​desenvolve​ ​no​ ​âmbito​ ​de​ ​uma​ ​​fiscalização​.  
A ​fiscalização enseja a ingerência do Fisco no âmbito das atividades desempenhadas pelo                         
sujeito passivo, com a entrada de agentes fiscais em seus estabelecimentos, a retenção e o                             
exame​ ​de​ ​documentos​ ​fiscais​ ​etc.  
Os ​procedimentos de fiscalização são instaurados mediante expedição prévia de ​Termo de                       
Distribuição do Procedimento Fiscal — TDPF, documento esse que constitui ordem do                       
Delegado da Receita para que um auditor-fiscal realize determinada fiscalização. O TDPF, ao                         
mesmo tempo que autoriza a ação do auditor-fiscal, delimita o objeto da fiscalização, definindo                           
a abrangência do trabalho a ser realizado.  
O prazo para o cumprimento do TDPF-F (Fiscalização) é de 120 dias, prorrogáveis.  
A existência de TDPF é ​requisito para que a fiscalização ocorra de modo válido; sua ausência                               
implica nulidade do procedimento. A ação fiscal poderá abranger apenas os tributos e períodos                           
de apuração constantes no TDPF, sendo que a sua ampliação depende de registro no próprio                             
Termo. Essa limitação está intimamente ligada à finalidade de controle administrativo.  
O contribuinte tem o direito de ​não fornecer informações e documentos que sejam pertinentes                           
a tributo ou a período não abrangidos pelo TDPF, com a cautela de, em resposta a eventual                                 
intimação neste sentido, destacar que o fundamento da recusa é justamente inexistência de                         
prévio TDPF com a abrangência pretendida. 
A não apresentação, pelo contribuinte, dos elementos solicitados abrangidos pelo TDPF implica                       
descumprimento de obrigação tributária acessória, podendo configurar, por si só, infração                     
autônoma sujeita a multa. Além disso, a falta de elementos para a análise da real atividade                               
econômica desenvolvida pelo contribuinte dá ensejo ao arbitramento dos tributos devidos. 
Concluído ​o ​procedimento ​de ​fiscalização e verificada a ocorrência de infrações decorrentes                       
do descumprimento de obrigações principais e/ou acessórias, é lavrado ​Auto de Infração (AI),                         
documento que formaliza a constituição do crédito, apontando o tributo devido e/ou aplicando                         
a multa. O Auto de Infração, portanto, consubstancia lançamento de ofício do crédito tributário. 
O AI normalmente é acompanhado de documentos que detalham o trabalho realizado e a                           
exigência fiscal. O primeiro deles é o ​Relatório ​Fiscal que indica o modo como foram apurados                               
os créditos, as razões de direito e de fato que lhe dão sustentação. O segundo é o                                 
Discriminativo de Débito , com o detalhamento dos valores devidos, por competência, a partir                         
de seus valores originários.  
Se a fiscalização apurar a existência de quantias devidas e não pagas, efetuando então o                             
lançamento de ofício revisional destinado a constituir o crédito tributário a elas relativo. A                           
notificação ao contribuinte conclui o procedimento de lançamento, sem ela, não se tem                         
lançamento concluído, mas um procedimento inacabado e ineficaz. A notificação é essencial                       
para que se tenha por efetivamente lançado o tributo e, assim, exercido pelo Fisco o direito de                                 
constituir o crédito tributário, afastando o decurso do prazo decadencial. 
 
 
 
⟶ Notificação​ ​e​ ​intimação 
As notificações e intimações para apresentação de documentos, ciência de decisões, 
pagamento, oferecimento de impugnação ou recurso e para o que mais se fizer necessário no 
processo​ ​administrativo-fiscal​ ​podem​ ​ser​ ​feitas​ ​de​ ​modo​ ​pessoa,​ ​via​ ​postal​ ​ou​ ​por​ ​meio 
eletrônico,​ ​ou​ ​ainda​ ​de​ ​forma​ ​excepcional​ ​por​ ​edital.  
⟶ Impugnação 
Caracteriza-se por se tratar de um procedimento de ​natureza contenciosa​, que visa contestar                         
um ato administrativo tido por irregular ou ilegal pelo contribuinte, instaurando-se um litígio a                           
ser​ ​dirimido​ ​na​ ​esfera​ ​administrativa. 
A impugnação administrativa será materializada em um processo administrativo fiscal, que                     
deverá ser protocolizado, no prazo de 30 dias, perante o órgão fazendário responsável, instruído                           
com uma petição inicial do contribuinte contendo todos os argumentos de fato e de direito                             
necessários e suficientes para fundamentar o requerido, bem como com todos os elementos                         
comprobatórios​ ​pertinentes. 
Quando​ ​for​ ​oferecida​ ​impugnação​ ​parcial,​ ​a​ ​parte​ ​não​ ​impugnada​ ​poderá​ ​ser​ ​de​ ​pronto​ ​exigida. 
Um dos ​efeitos da impugnação é a ​suspensão da exigibilidade do crédito tributário até o seu                               
julgamento final. Nesse sentido, prescreve o art. 151, III do CTN que suspendem a exigibilidade                             
do crédito tributário as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do                           
processo​ ​tributário​ ​administrativo. 
Analisado o processo administrativo fiscal, e proferida uma decisão pela Administração                     
Tributária (decisão colegiada, mesmo em primeirainstância), caso a impugnação do                     
contribuinte​ ​seja​ ​julgada​ ​​procedente​,​ ​anula-se​ ​o​ ​ato​ ​administrativo​ ​fiscal​ ​impugnado. 
Por outro lado, caso seja julgada ​total ou ​parcialmente ​improcedente​, caberá recurso à                         
instância administrativa superior. No âmbito federal, trata-se do CARF – Conselho                     
Administrativo de Recursos Fiscais. No âmbito estadual e municipal, em regra, o órgão de                           
segunda instância administrativa tributária chama-se “Conselho de Contribuintes”. Para interpor                   
recurso,​ ​tem-se​ ​o​ ​prazo​ ​de​ ​30​ ​dias.  
Súmulas sobre recurso: Súmula Vinculante 21 do STF: “É inconstitucional a exigência de                         
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso                       
administrativo”. A Súmula 373 do STJ já dispunha: “É ilegítima a exigência de depósito prévio                             
para​ ​admissibilidade 
A decisão administrativa fiscal produz apenas a denominada “coisa julgada administrativa”,                     
significando a ​possibilidade de questionamento pelo contribuinte na ​esfera judicial quando for                       
de​ ​seu​ ​interesse,​ ​ou​ ​seja,​ ​uma​ ​impugnação​ ​julgada​ ​improcedente,​ ​no​ ​todo​ ​ou​ ​em​ ​parte. 
OBS: Não apresentada impugnação tempestivamente​, preclui o direito do contribuinte de se                       
opor administrativamente contra a exigência tributária. Com isso, considera-se o crédito                     
tributário definitivamente constituído. Passa a correr, então, o prazo prescricional quinquenal.                     
Nesse prazo, o Fisco deve proceder à cobrança do crédito, seja amigavelmente através de                           
Aviso de Cobrança, seja judicialmente mediante inscrição em dívida ativa e subsequente                       
ajuizamento de execução judicial. 
 
⟶ Outros​ ​procedimentos​ ​administrativos 
Consulta ​fiscal: é um procedimento administrativo de natureza voluntária, preventiva e não                       
litigiosa, em que o contribuinte apresenta uma indagação perante a Administração Tributária                       
responsável pela obrigação fiscal, a respeito de uma situação de fato ou de direito, de                             
entendimento controvertido ou duvidoso, que possa ensejar a criação de uma obrigação                       
tributária, seja principal ou acessória. A sua finalidade, portanto, é retirar a incerteza e conferir                             
segurança jurídica ao contribuinte que seja diligente e esteja de boa-fé para o fiel e regular                               
cumprimento de suas obrigações tributárias, uma vez que, a partir da resposta e com base nela,                               
o contribuinte terá um parâmetro de como agir em relação àquela dada situação fiscal,                           
vinculando​ ​a​ ​Fazenda​ ​Pública​ ​aos​ ​seus​ ​termos,​ ​de​ ​acordo​ ​com​ ​os​ ​fatos​ ​e​ ​o​ ​direito​ ​analisados. 
 
Requerimento de regime especial: é um procedimento administrativo fiscal de natureza                     
voluntária, preventiva e não litigiosa, em que o contribuinte visa obter da Administração                         
Tributária autorização para o cumprimento de ​obrigações acessórias de forma diversa da                       
prevista na legislação vigente. A concessão do regime especial é ato discricionário da                         
Administração Tributária, a ser deliberado por meio de despacho que deve esclarecer as                         
normas especiais a serem observadas pelo contribuinte e o período de sua vigência, sendo que                             
o​ ​regime​ ​especial​ ​poderá​ ​ser,​ ​a​ ​qualquer​ ​tempo​ ​e​ ​a​ ​critério​ ​da​ ​Fazenda,​ ​alterado​ ​ou​ ​suspenso. 
 
 
 
 
 
Denúncia espontânea: é o procedimento preventivo, voluntário e não litigioso, por meio do qual                           
o contribuinte paga o tributo devido atrasado (já em mora), porém antes do início de qualquer                               
procedimento administrativo, fiscalização ou autuação, tendo como objetivo a exclusão da                     
infração (multa ou crime fiscal). Trata-se, portanto, de uma espécie de ​sanção premial​, ou seja,                             
um estímulo visando ao cumprimento da lei e, no Direito Tributário, dirigindo-se para a                           
regularização​ ​da​ ​situação​ ​fiscal​ ​do​ ​contribuinte. 
Restituição ​e ​compensação ​tributária​: enquadra-se também dentro da modalidade voluntária e                     
não litigiosa de solução de uma pretensão tributária do contribuinte perante a Administração                         
Tributária. Sendo considerado este pedido realizado na via administrativa como um direito                       
potestativo do contribuinte, podendo ser realizado no prazo de cinco anos contados da data do                             
pagamento indevido (extinção do crédito). No requerimento administrativo o contribuinte                   
deverá identificar a origem e o valor do crédito solicitado, o motivo do pedido e a demonstração                                 
do cálculo do ressarcimento pretendido, juntando todas as guias de pagamento e demais                         
documentos comprobatórios, por se tratar de um indébito tributário. Devem ser restituídas pela                         
Administração Tributária competente as quantias recolhidas pelo contribuinte a título de tributo                       
sob​ ​sua​ ​administração,​ ​nas​ ​seguintes​ ​hipóteses: 
I. ​ ​cobrança​ ​ou​ ​pagamento​ ​espontâneo,​ ​indevido​ ​ou​ ​em​ ​valor​ ​maior​ ​que​ ​o​ ​devido;  
II. erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no                       
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento                         
relativo​ ​ao​ ​pagamento; 
III. reforma,​ ​anulação,​ ​revogação​ ​ou​ ​rescisão​ ​de​ ​decisão​ ​condenatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Processo​ ​Judicial​ ​Tributário 
O ​processo judicial tributário (PJT) envolve todas as medidas judiciais dispostas no 
ordenamento jurídico para a solução de um conflito de interesses de natureza litigiosa entre o 
contribuinte​ ​e​ ​a​ ​Fazenda​ ​Pública. 
As ​medidas judiciais que o ​contribuinte pode mover em face da Fazenda Pública para defender 
os​ ​seus​ ​interesses​ ​de​ ​natureza​ ​tributária​ ​são: 
a)​ ​mandado​ ​de​ ​segurança; 
b)​ ​ação​ ​declaratória; 
c)​ ​ação​ ​anulatória; 
d)​ ​ação​ ​consignatória; 
e)​ ​ação​ ​de​ ​repetição​ ​de​ ​indébito. 
Por sua vez, as que a ​Fazenda Pública pode mover em face do contribuinte para recuperar o 
crédito​ ​tributário​ ​são: 
a)​ ​ação​ ​de​ ​execução​ ​fiscal; 
b)​ ​medida​ ​cautelar​ ​fiscal. 
 
Ações​ ​de​ ​iniciativa​ ​do​ ​contribuinte  
 
⟶ Mandado​ ​de​ ​Segurança 
É utilizado sempre que o contribuinte se sente ameaçado por uma ​imposição tributária                         
indevida e não se faça necessária dilação probatória. Também é para a solução de problemas                             
relacionados a certidões negativas de débitos quando o contribuinte se sinta lesado pela                         
omissão do Fisco, que deixe escoar o prazo de 10 dias para a expedição de certidão sem                                 
disponibilizá-la, ou quando o Fisco se nega a expedir Certidão Negativa de Débitos ou Certidão                             
Positiva​ ​com​ ​Efeitos​ ​de​ ​Negativa. 
 
Sua grande vantagem é o ​rito ​célere (pequeno prazo para o oferecimento de informações, vista                             
ao Ministério Público e imediata conclusão para sentença) e a não condenação em ônus                           
sucumbenciais. 
O​ ​mandado​​de​ ​segurança​ ​pode​ ​​ser​​ ​​interposto​​ ​de​ ​duas​ ​formas:  
a. repressiva​ ​(suspensiva)​:​ ​quando​ ​o​ ​ato​ ​coator​ ​já​ ​estiver​ ​produzindo​ ​efeitos; 
b. preventiva​:​ ​quando​ ​o​ ​ato​ ​coator​ ​estiver​ ​na​ ​iminência​ ​de​ ​ocorrer; 
Competência para a impetração do mandado de segurança é de natureza absoluta, delimitada                         
pela natureza da autoridade coatora e sua sede funcional, sendo a autoridade coatora                         
entendida​ ​como​ ​aquela​ ​apta​ ​a​ ​desfazer​ ​o​ ​ato​ ​ilegal​ ​ou​ ​abusivo. 
Como​ ​​pressupostos​ ​para​ ​a​ ​impetração​​ ​do​ ​mandado​ ​de​ ​segurança,​ ​temos: 
a. ato de autoridade pública​: a autoridade coatora é aquela dotada de competência para                         
corrigir​ ​a​ ​ilegalidade,​ ​por​ ​ação​ ​ou​ ​omissão; 
b. ato arbitrário​: é o ato que viola direito do contribuinte, e deve estar eivado de vício de                                 
legitimidade,​ ​legalidade​ ​ou​ ​inconstitucionalidade; 
c. ato operante ou iminente​: como não cabe a utilização da medida em face de lei em tese,                                 
deve haver um fato concreto de natureza tributária – fato gerador – ocorrido, em                           
andamento​ ​ou​ ​prestes​ ​a​ ​ocorrer; 
d. contribuinte titular do direito​: o contribuinte deve ser aquele que sofre ou que está na                             
iminência​ ​de​ ​sofrer​ ​a​ ​violação​ ​do​ ​seu​ ​direito; 
e. direito líquido e certo​: o contribuinte deverá comprovar inequivocamente, de plano e                       
documentalmente, ser o seu direito incontroverso, pois não cabe dilação probatória no                       
rito​ ​do​ ​​writ​; 
f. prazo decadencial de 120 dias​: para sua impetração, o prazo é de 120 dias da ciência,                               
pelo​ ​interessado,​ ​do​ ​ato​ ​impugnado. 
Havendo possibilidade da alegação do contribuinte e se, do ato impugnado, puder resultar a                           
ineficácia da medida, poderá o magistrado conceder ​medida liminar​. Um dos efeitos da                         
concessão de medida liminar em mandado de segurança é a ​suspensão da exigibilidade do                           
crédito tributário, e sendo concedida liminar para suspender a exigibilidade de crédito tributário                         
antes de este ter sido constituído, entende-se que pode a Fazenda Pública lançá-lo com a única                               
finalidade​ ​de​ ​evitar​ ​a​ ​ocorrência​ ​da​ ​decadência,​ ​cujo​ ​prazo​ ​não​ ​se​ ​interrompe.  
OBS​: Não cabe a concessão de medida liminar que tenha por objeto a ​compensação de                             
créditos tributários ou a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, porém embora                           
não possa ser autorizada compensação através de medida liminar, o mandado de segurança                         
constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributário. Todavia, é                         
incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo                       
contribuinte, o que se justifica pela impossibilidade de dilação probatória. Ademais, é também                         
incabível a utilização do mandado de segurança para repetição do indébito tributário, dada a                           
ausência​ ​de​ ​efeito​ ​condenatório​ ​patrimonial​ ​desta​ ​medida. 
Sentença transitada em julgado em mandado de segurança produz efeito de coisa julgada,                         
atingindo apenas o fato e o direito objetos do mandado, sendo certo que novo ato coator da                                 
autoridade tributária, ainda que idêntico àquele anterior atacado e afastado pela ação                       
mandamental, deverá ser objeto de outro mandado de segurança, ​salvo se tratar-se de uma                           
relação tributária de natureza continuativa, como no caso de tributos cujos fatos geradores                         
ocorrem repetindo-se mensalmente em uma relação tributária de trato sucessivo (por exemplo:                       
Cofins,​ ​CSLL​ ​etc.). 
 
⟶ Ação​ ​declaratória​ ​tributária 
Trata-se de uma medida judicial destinada a afastar um ​estado de incerteza ou controvérsia                           
sobre​ ​a​ ​existência​ ​ou​ ​inexistência​ ​de​ ​relação​ ​jurídica​ ​de​ ​natureza​ ​tributária. 
Obs: Diferentemente do Mandado de Segurança, que não contempla dilação probatória, a ação                         
declaratória é medida judicial de amplo conhecimento, cabendo todas as formas de prova para                           
ambas​ ​as​ ​partes,​ ​inclusive​ ​perícia. 
O ​legitimado (autor) da ação declaratória tributária será o ​sujeito passivo da obrigação                         
tributária​, seja ele o contribuinte ou responsável, uma vez que será ele o beneficiário da                             
declaração judicial a respeito da existência ou não da obrigação tributária, principal ou                         
acessória,​ ​tendo​ ​no​ ​sujeito​ ​ativo​ ​da​ ​obrigação​ ​tributária​ ​a​ ​figura​ ​do​ ​réu​ ​desta​ ​ação. 
Assim,​ ​a​ ​ação​ ​declaratória​ ​tributária​ ​poderá​ ​ser:  
a) ​positiva​: quando visa confirmar a existência de uma relação jurídica de natureza                         
tributária;  
b) negativa​: quando se busca declarar a inexistência de uma relação jurídica de natureza                         
tributária. 
Na​ ​ação​ ​declaratória​ ​tributária​ ​podemos​ ​encontrar​ ​​pedidos​ ​cumulativos​. 
 
Algumas​ ​aplicações​ ​da​ ​ação​ ​declaratória​ ​em​ ​matéria​ ​tributária​:  
a) para declarar existente ou inexistente uma obrigação tributária principal ou acessória                     
em face de uma situação jurídica (inconstitucionalidade ou ilegalidade) ou situação de                       
fato​ ​(realização​ ​do​ ​fato​ ​gerador);  
b) para​ ​que​ ​se​ ​reconheça​ ​a​ ​prescrição​ ​de​ ​uma​ ​obrigação​ ​tributária;  
c) para​ ​que​ ​se​ ​interprete​ ​uma​ ​norma​ ​legal​ ​aplicável​ ​a​ ​uma​ ​situação​ ​de​ ​fato;  
d) para​ ​que​ ​se​ ​interprete​ ​uma​ ​cláusula​ ​contratual​ ​em​ ​face​ ​de​ ​preceito​ ​legal​ ​tributário;  
e) para que se declare a aplicação de atualização monetária, juros e demais encargos                         
incidentes; 
f) para​ ​que​ ​se​ ​declare​ ​a​ ​validade​ ​de​ ​determinado​ ​documento. 
 
⟶ Ação​ ​anulatória​ ​tributária 
A ​ação anulatória tributária tem como ​objeto um ​lançamento tributário tido por ilegal ou                           
irregular​ ​pelo​ ​contribuinte,​ ​ou​ ​uma​ ​​decisão​ ​administrativa​ ​fiscal​. 
O ​prazo prescricional ​para o ajuizamento da ação anulatória é de ​cinco anos​, contatos da                             
notificação do lançamento ou da decisão final do processo administrativo. 
A​ ​​prestação ​ ​jurisdicional​ ​pretendida​ ​tem​ eficácia predominantemente desconstitutiva .  
O ​valor da causa​, na ação anulatória pura, será o valor consolidado da dívida que o contribuinte                                 
pretende anular. A condenação em honorários incidirá sobre tal valor. 
Pode-se ​cumular pedidos declaratório e anulatório, a fim de obter tanto o reconhecimento de                           
que inexiste a obrigação de pagar tributo. 
A ação anulatória pode fazer as vezes dos ​embargos quando já exista ou sobrevenha execução                             
fiscal devidamente garantida por penhora. Assim, garantido o juízo, pode ser requerida a                         
suspensão da execução até que seja julgada a ação anulatória, o que será deferido se houver                               
fundamentos​ ​relevantes.  
Obs​: O ajuizamento de ação anulatória implica renúncia à esfera administrativa, de maneira                         
que, se houver alguma impug- nação ou recurso administrativo pendentesde julgamento, serão                         
considerados​ ​preju-​ ​dicados​ ​pela​ ​autoridade​ ​julgadora.  
Obs​: Diferentemente da ação declaratória, que é proposta antes da constituição do crédito                         
tributário, a ação anulatória será proposta após o ato administrativo de lançamento, visando                         
invalidá-lo. Assim, pode ser promovida em momento seguinte ao lançamento tributário                     
(notificação), quer durante o processo administrativo fiscal em que impugna aquele ato                       
(renunciando​ ​à​ ​esfera​ ​administrativa),​ ​ou​ ​ainda​ ​mesmo​ ​após​ ​a​ ​inscrição​ ​em​ ​dívida​ ​ativa. 
⟶ Ação​ ​consignatória​ ​tributária  
É uma medida judicial promovida pelo contribuinte ​contra a Administração Pública, visando                       
extinguir regularmente a sua obrigação tributária, diante de uma recusa no recebimento do                         
tributo ou da sua ​subordinação ao pagamento de penalidade ou cumprimento de exigências                         
administrativas, assim como cabível quando houver mais de uma entidade tributante exigindo o                         
respectivo​ ​pagamento.  
A​ ​consignação​ ​só​ ​pode​ ​​versar​​ ​sobre​ ​o​ ​crédito​ ​que​ ​o​ ​consignante​ ​se​ ​propõe​ ​pagar.  
Julgada ​procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância                       
consignada é convertida em renda; ​julgada ​improcedente a consignação no todo ou em parte,                           
cobra-se​ ​o​ ​crédito​ ​acrescido​ ​de​ ​juros​ ​de​ ​mora,​ ​sem​ ​prejuízo​ ​das​ ​penalidades. 
Esta ação poderá ser ​proposta tanto pelo sujeito passivo da obrigação tributária (contribuinte                         
ou responsável), quanto por terceiro interessado em quitar a dívida em favor do devedor                           
tributário. E o réu na ação de consignação de tributo será aquela pessoa jurídica dotada do                               
poder​ ​de​ ​tributar​ ​e​ ​de​ ​exigir​ ​o​ ​cumprimento​ ​da​ ​obrigação​ ​objeto​ ​da​ ​ação. 
Obs​: quando o contribuinte estiver diante de duas pessoas jurídicas distintas exigindo o tributo                           
sobre o mesmo fato gerador, restarão aplicáveis as normas de competência e foro processual                           
(hierarquia​ ​e/ou​ ​local​ ​do​ ​pagamento​ ​ou​ ​domicílio​ ​do​ ​credor). 
 
⟶ Ação​ ​de​ ​repetição​ ​de​ ​indébito​ ​tributário 
Medida judicial utilizada pelo contribuinte que busca judicialmente o ​ressarcimento da                     
Administração Pública pelo tributo indevidamente pago por ele. Haverá um pedido de                       
reconhecimento​ ​judicial​ ​do​ ​pagamento​ ​indevido,​ ​cumulado​ ​com​ ​a​ ​condenação​ ​à​ ​restituição.  
O autor da ação, após requerer a declaração de ​existência parcial ou de ​inexistência total da                               
relação jurídico-tributária que ensejou o pagamento tido como indevido, demanda ao juízo a                         
condenação da Fazenda Pública à sua devolução (ou compensação) do que fora pago                         
indevidamente​ ​ou​ ​a​ ​maior. 
Conforme estabelece o art. 165 do CTN​: o sujeito passivo tem direito, independentemente de                           
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu                               
pagamento,​ ​nos​ ​seguintes​ ​casos: 
I. cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face                           
da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato                       
gerador​ ​efetivamente​ ​ocorrido;  
II. erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no                       
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento                         
relativo​ ​ao​ ​pagamento;  
III. reforma,​ ​anulação,​ ​revogação​ ​ou​ ​rescisão​ ​de​ ​decisão​ ​condenatória. 
No caso de ​repetição de tributos indiretos​, além de comprovar o pagamento do tributo                           
indevido, caso se trate de exação que comporte a ​transferência ​do ​ônus ​financeiro ​para                           
terceiros​, o autor da ação deverá comprovar também que assumiu o encargo do pagamento ou,                             
no​ ​caso​ ​de​ ​tê-lo​ ​transferido​ ​a​ ​terceiro,​ ​estar​ ​por​ ​este​ ​expressamente​ ​autorizado​ ​a​ ​recebê-la. 
O ​prazo para propor a ação é de ​cinco anos contados da data da extinção do crédito tributário                                   
– que ocorre geralmente com o pagamento do indébito –, sendo certo que, no caso de tributo                                 
sujeito​ ​a​ ​lançamento​ ​por​ ​homologação,​ ​considera-se​ ​o​ ​momento​ ​do​ ​pagamento​ ​antecipado. 
 
Ações​ ​de​ ​iniciativa​ ​do​ ​Fisco 
 
⟶ Ação​ ​de​ ​execução​ ​fiscal  
A ação de execução ​ ​​fiscal​ é a via processual adequada para o sujeito​ ​ativo​ da relação 
tributária, munido da Certidão de Dívida Ativa (CDA) como título executivo extrajudicial, obter ​ ​​do 
sujeito​ ​passivo​ (contribuinte, substituto ou responsável tributário), a satisfação compulsória do 
seu crédito.  
Após tornar-se ​definitivo o lançamento do tributo e não sendo pago espontaneamente pelo                         
contribuinte, o crédito tributário é inscrito na dívida ativa e dela é extraída a Certidão da Dívida                                 
Ativa, que será o ​título executivo extrajudicial ​objeto da ação de cobrança judicial promovida                           
pela​ ​Fazenda​ ​Pública​ ​contra​ ​o​ ​contribuinte​ ​devedor.  
Dada a sua natureza, este título é dotado de ​presunção de liquidez e certeza iuris tantum​,                               
fazendo com que o executado tenha o ônus da prova para demonstrar, de forma inequívoca, o                               
que​ ​alegar​ ​contra​ ​o​ ​título​ ​objeto​ ​da​ ​cobrança 
Obs​: se a Fazenda Pública não dispuser do título executivo próprio, deverá mover uma ação                             
ordinária​ ​de​ ​conhecimento​ ​em​ ​face​ ​do​ ​devedor​ ​para​ ​constituir​ ​o​ ​seu​ ​direito​ ​de​ ​cobrança. 
Estando a execução fiscal devidamente instruída e ajuizada, em que se requer a citação do                             
devedor para pagar a dívida em ​cinco ​dias​, sob pena de penhora de bens no limite do valor                                   
devido, ​interrompe a prescrição a partir do despacho do juiz que, ao deferir a inicial, ​ordenar a                                 
citação​.  
Se o devedor citado ​pagar ​totalmente a dívida, extingue-se a execução; se este ​pagar                           
parcialmente​​ ​a​ ​dívida​ ​(parcela​ ​incontroversa),​ ​a​ ​execução​ ​seguirá​ ​pela​ ​parcela​ ​não​ ​quitada. 
Sob pena de penhora ou arresto, o devedor citado e que ​não pagar a dívida deverá ​garantir a                                   
execução​​ ​por:  
a. depósito​ ​em​ ​dinheiro;  
b. fiança​ ​bancária​ ​ou​ ​seguro​ ​garantia;  
c. nomear​ ​bens​ ​à​ ​penhora;  
d. indicar à penhora bens oferecidos por terceiros para serem aceitos pela Fazenda                       
Pública. 
Obs: ​Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução​, a penhora poderá recair em                             
qualquer​ ​bem​ ​do​ ​executado,​ ​exceto​ ​os​ ​que​ ​a​ ​lei​ ​declare​ ​absolutamente​ ​impenhoráveis.  
A ​defesa do executado ​na execução fiscal é feita através dos ​embargos à execução​, desde que                               
garantida​ ​a​ ​execução​ ​(garantido​ ​o​ ​juízo)​,​ ​no​ ​prazo​ ​de​ ​30​ ​dias,​ ​contados:  
a. do​ ​depósito;  
b. da​ ​juntada​ ​da​ ​prova​ ​da​ ​fiança​ ​bancária​ ​ou​ ​do​ ​seguro​ ​garantia;  
c. da​ ​intimação​ ​da​ ​penhora​ ​(no​ ​momento​ ​que​ ​o​ ​oficial​​de​ ​justiça​ ​faz​ ​a​ ​intimação).  
Nos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à defesa, requerer provas e juntar                             
aos​ ​autos​ ​os​ ​documentos​ ​e​ ​rol​ ​de​ ​testemunhas. 
Obs​:​ ​Não​ ​existe​ ​contestação​ ​em​ ​execução.  
O​ ​executado​ ​poderá​ ​​defender-se​​ ​através​ ​da​ ​​EXCEÇÃO​ ​DE​ ​PRÉ-EXECUTIVIDADE 
Tal exceção constitui ​simples ​petição apresentada nos autos da execução fiscal podendo                       
apontar apenas a ausência de alguma das condições da ação, de pressuposto processual ou                           
mesmo de causas suspensivas da exigibilidade ou extintivas do crédito ​que não demandem                         
dilação probatória (matérias​ ​que​ ​posso​ ​provar​ ​de​ ​plano).  
A exceção ​não tem prazo para ser oposta​. Mesmo preclusos os embargos, poderá o executado,                             
através da exceção de pré-executividade, suscitar matérias passíveis de serem conhecidas de                       
ofício pelo Juiz.

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