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Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 1 EDUCAÇÃO FÍSICA MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO Tomo XII Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 2 CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP EDUCAÇÃO FÍSICA MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO Tomo XII Christiane Mazur Doi Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências (Tecnologia Nuclear), Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com Aperfeiçoamento em Estatística. Professora titular da Universidade Paulista. Carolina Harumi Kurashima Mestra em Ciências da Saúde e Bacharela em Nutrição. Professora adjunta da Universidade Paulista. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 3 Questões 1 e 2 Questão 1.1 Hoje, dada a falta de espaço, de tempo, e em razão das influências midiáticas, as experiências de movimento das crianças restringem-se às advindas das mídias eletrônicas, principalmente da televisão. Com isso, pode-se dizer que as referências de brincadeiras e brinquedos estão quase sempre ligadas aos personagens dos jogos e desenhos eletrônicos, o que resulta na diminuição do repertório de experiências das crianças. SARAIVA, M. C. et al. Dança e formação para o lazer: investigando conteúdos e metodologias. In: FALCÃO, J. L. C.; SARAIVA, M. C. (Orgs). Práticas corporais no contexto contemporâneo: (In)tensas experiências. Florianópolis: Copiart, 2009 (com adaptações). Considerando que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o professor de Educação Física deve oportunizar uma diversidade de experiências corporais aos seus alunos, avalie as afirmativas a seguir. I. O professor deve entender a importância da vivência de diferentes práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais e permitir que seus alunos percebam como essa variada combinação de influências está presente na vida cotidiana. II. O professor deve obter informações acerca de brincadeiras, jogos, lutas e danças produzidos na cultura popular, muitas vezes esquecidos ou marginalizados pela sociedade, para ampliar o espectro de conhecimentos sobre a cultura corporal de movimento. III. O professor deve deter um vasto conhecimento das culturas corporais do movimento e, portanto, desconsiderar os conteúdos associados aos jogos eletrônicos, uma vez que estes não contribuem para o desenvolvimento motor nem para a saúde das crianças. É correto o que se afirma em A. I, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. II e III, apenas. E. I, II e III. 1Questão 15 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 4 Questão 2.2 O conhecimento antropológico da nossa cultura passa, inevitavelmente, pelo conhecimento das outras culturas, e devemos reconhecer que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única. Apesar das diferenças entre as várias sociedades, existem semelhanças entre os seres humanos, das quais a mais interessante é a capacidade de se diferenciarem uns dos outros, de se expressarem das mais variadas formas, sem perderem a condição de seres humanos. DAOLIO, J. Da cultura do corpo. Campinas: Papirus, 1995 (com adaptações). Considerando que os atores da escola têm distintos repertórios culturais e que a Educação Física é uma disciplina que estuda o movimento, significado de forma particular pelas diversas culturas, assinale a opção correta. A. O professor de Educação Física deve conhecer todas as manifestações culturais da turma e desenvolver as atividades previstas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. B. O professor de Educação Física é responsável por identificar as diferentes manifestações culturais da turma e promover condições para que os alunos possam propor atividades para a aula. C. A escola deve prever, em seu projeto político-pedagógico, ações que priorizem as variadas manifestações culturais, privilegiando práticas corporais olímpicas. D. O professor de Educação Física, ao analisar as manifestações culturais da turma, deve selecionar os conteúdos com base na hegemonia cultural identificada. E. O projeto político-pedagógico da escola deve prescrever as práticas corporais a serem promovidas e disseminadas, cabendo ao professor cumprir tais orientações. 1. Introdução teórica Práticas corporais no contexto contemporâneo. Cultura popular no currículo do professor de Educação Física. As transformações sociais oriundas da globalização conduzem a uma reflexão sobre os pressupostos teóricos na prática educativa. Observa-se, na sociedade atual, a necessidade de uma política de reconhecimento da identidade de grupos considerados subordinados a identidades hegemônicas, em uma perspectiva multicultural. No âmbito educacional, novas diretrizes buscam trazer o reconhecimento das diferenças culturais e o diálogo entre seus representantes (NEIRA et al, 2018). 2Questão 17 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 5 O multiculturalismo, perspectiva política e pedagógica alinhada às teorias pós-críticas da educação, é uma tentativa de responder à complexidade e aos conflitos expostos pela globalização e pelas políticas neoliberais (NEIRA et al., 2018). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem uma proposta que busca democratizar a tomada de decisões sobre temas e atividades de ensino desde o planejamento. Um dos princípios é diversificar a prática pedagógica na área, com valorização das experiências de reflexão crítica sobre práticas corporais e ampliação e aprofundamento do encontro de culturas e de manifestações corporais de variados grupos sociais (BRASIL, 1998; NEIRA et al, 2018). Em tempos pós-modernos, marcados pela globalização e pela tentativa de homogeneização cultural, o multiculturalismo é importante na indagação das forças que posicionam alguns em vantagens com relação a outros. Um grupo oprimido pode sucumbir ao opressor ou reivindicar voz. Esse fenômeno impulsionou mudanças para o conceito de inclusão e expôs o risco de educar na diferença (NEIRA et al, 2018). A pedagogia cultural preocupa-se com os discursos que influenciaram na construção de determinada representação, que se inscrevem em algum nível de consciência e influenciam o processo de identidade de um sujeito ou de um grupo. A proposta na Educação Física é abrir espaço para a tematização de práticas corporais pertencentes a qualquer grupo, cabendo ao professor selecionar o tema cuidadosamente e planejar a aula e as formas de avaliação (NEIRA et al., 2018). A área da Educação Física ultrapassa a ideia de realizar apenas o ensino do gesto motor correto; também cabe ao professor interpretar, relacionar e entender as amplas manifestações da cultura corporal de forma que os alunos compreendam os sentidos e os significados das práticas (RANGEL e DARIDO, 2017). Essa visão de análise da ressignificação de práticas corporais coloca o professor na condição de perguntar de onde vem o conhecimento que a escola ensina, quem o certifica e quais são as implicações e os efeitos nos alunos (NEIRA et al., 2018). Um dos objetivos da aula é proporcionar a reflexão dos alunos sobre seu posicionamento em relação a brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginástica. No entanto, esses elementos estão permeados por ideologias que podem colaborar para a construção de identidades subordinadas ou superiores, reforçando preconceitos, ou para o reconhecimento das diferenças. É importante que o diálogo permeie todo o processo, o que, em nenhumahipótese, desloca o professor da sua responsabilidade e autoridade. A prática deve ser estudada de forma contextualizada de modo a permitir o reconhecimento do ponto de vista Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 6 de seus representantes, buscando apropriar-se da noção de solidariedade, inclusão e transformação (NEIRA et al, 2018). O trabalho pedagógico é iniciado pelo professor, que busca, por meio da experiência dos alunos, promover análises sociais, econômicas e culturais, que configuram as práticas corporais às quais os alunos têm acesso. O desenvolvimento desse trabalho baseia-se na investigação, que pode ser por imagens na internet, leituras, observações, relatos, narrativas, questionários e entrevistas. O passo seguinte é a discussão com o confronto do material colhido com as próprias experiências e com a revelação de saberes antes encobertos. O resultado não permanece simplesmente na referência de grupos minoritários, mas permite que o aluno possa conectar-se com questões sociopolíticas mais amplas e com a realidade da comunidade (NEIRA et al., 2018). É importante ressaltar que a Educação Física cultural não pretende trocar um centralismo por outro, um centralismo de cultura corporal dominante por um centralismo de cultura dos estudantes. Não se trata de demonizar práticas elitizadas ou de afirmar conspirações contra grupos desfavorecidos. Apenas se pretende abrir espaço para os saberes historicamente desacreditados a fim de se construir um futuro coletivo baseado na justiça social (NEIRA et al., 2018). A diversificação de vivências a serem experimentadas nas aulas, que abrange mais do que os esportes tradicionais, possibilita a inclusão e a adesão do aluno, aumentando as chances de uma possível identificação. Todos os alunos têm direito ao conhecimento produzido pela cultura corporal, e a Educação Física na escola deve buscar estratégias para a não exclusão. O currículo de formação em Educação Física inclui uma variedade de possibilidades de trabalho corporal mais amplo, como atividades rítmicas, expressivas e da cultura popular. Apesar disso, a ênfase costuma ser de cunho esportivo. Para garantir um ensino de qualidade, além de diversificar o conteúdo, o professor deve planejar as aulas de forma que o aluno possa se aprofundar nos conhecimentos. No planejamento, o professor deve buscar a abordagem do tema em suas dimensões procedimental, conceitual e atitudinal (RANGEL e DARIDO, 2017). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 7 2. Análise das afirmativas e das alternativas Questão 1. I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A vivência em diferentes práticas corporais permite a inclusão de alunos e a identificação com a cultura corporal de movimento em suas dimensões conceitual (por que realizar determinado movimento), procedimental (técnica para realização do movimento) e atitudinal (que inclui valores subjacentes). É importante que, no processo de reflexão, o aluno possa conectar suas experiências com a realidade da sociedade. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. A diversificação de práticas corporais incluídas nos conteúdos de Educação Física escolar permite a ampliação e o aprofundamento em conhecimentos de diversos grupos sociais. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Embora o currículo do educador físico possa incluir alguma área de especialização, na graduação, há contato com diversos conteúdos que abordam diferentes práticas corporais. É importante criar um espaço de diálogo e de compartilhamento de ideias para a reflexão crítica sobre diversos temas. Alternativa correta: C. Questão 2. A escola deve apresentar um planejamento pedagógico no ensino de Educação Física que não privilegie determinadas práticas, a fim de proporcionar aos alunos mais vivências na cultura corporal de movimento, que inclui práticas de diversos grupos sociais, e não somente as de uma cultura hegemônica. Cabe ao professor refletir e questionar sobre o conteúdo proposto e quais as implicações e os efeitos nos alunos. Para identificar as manifestações culturais da turma, pode ser feito um processo investigativo, com participação do professor, dos alunos e dos familiares, na comunidade. O professor pode, Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 8 ainda, planejar as aulas de forma a criar um espaço para que os alunos proponham atividades para a aula. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas ● BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998. ● NEIRA, M. G. et al. Educação Física cultural. [livro eletrônico]. São Paulo: Blucher, 2018. ● RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Educação Física na escola: implicações para a prat́ica pedagógica / coordenação. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Material Específico – Tecnologia em Radiologia – Tomo VII – CQA/UNIP 9 Questão 3 Questão 3.3 Na perspectiva cultural da Educação Física, o professor deve avaliar cuidadosamente o contexto e, com base em certos princípios, selecionar a prática corporal e o modo como irá tematizá-la. Um dos princípios é reconhecer o patrimônio corporal da comunidade com vistas a desenvolver uma prática pedagógica em profunda sintonia com a cultura de chegada. Os conhecimentos que qualquer estudante acessa por meio das mídias, conversas com amigos e familiares, vivências pessoais, passeios e observações também constituem um referencial importante, uma vez que são mobilizados para ler e interpretar a realidade. As práticas corporais pertencentes ao universo cultural dos alunos transformam-se em temas de estudo, com o intuito de valorizar as raízes culturais da comunidade na qual a escola está inserida. Reconhecer a cultura corporal de chegada implica criar condições para que os estudantes se manifestem a respeito do tema em questão de todas as formas possíveis. O currículo cultural requer atividades que permitam lidar com a heterogeneidade, sem almejar a padronização dos efeitos formativos: a assistência a vídeos, modos variados de participar das vivências corporais, construção de blogs, registros escritos, pictóricos, fílmicos ou fotográficos, análises de textos e imagens presentes nas mídias, elaboração de clipes, atividades partilhadas com outras escolas, demonstrações, apresentações, estudos do meio, construção de materiais, preparação e realização de entrevistas, conversas com convidados, realização de pesquisas etc. NEIRA, M. G. Educação física cultural: carta de navegação. Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, v.12, n.2, p.82-103, 2016. Disponível em <https://revista.eefd.ufrj.br. Acesso em 11 jul. 2017 (com adaptações). Considerando a abordagem do conteúdo “jogos e brincadeiras” para o 1º ano do ensino fundamental em uma escola pública de uma região periférica de uma cidade de médio porte, cite duas estratégias pedagógicas de mapeamento do patrimônio cultural dos alunos e explique como essas estratégias podem ser desenvolvidas. 1. Introdução teórica Mapeamento do patrimônio cultural. Identidade cultural. O trabalho da escola deve objetivar a aprendizagem da realidade social. Parte-se da concepção de corpo que a sociedade produz historicamente, em diálogo com o passado, e da consciência do próprio corpo. Considera-se também o tipo de sociedade, proporcionando condições de análise para reelaboração do saber, da consciência e da cultura corporal. Na pedagogia cultural, a investigação é uma atividade essencial, que permite a interação com outras representações. Os alunos têm acesso a determinados produtos culturais, que podem ser analisados com questões previamente elaboradas, observações, ou mesmo entrevistas e gravações de depoimentos.Esse processo permite aprofundamento e reflexão, a fim de derrubar preconceitos acerca de práticas corporais de classe social, hábitos de vida, profissões, religiões etc. (NEIRA et al., 2018). 3Questão 4 – Enade 2017. https://revista.eefd.ufrj.br/ Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 10 Historicamente, conhecimentos de grupos desprovidos de poder foram negligenciados no currículo, prevalecendo a cultura hegemônica. Com a democratização do acesso, a escola acolhe múltiplas identidades culturais (NEIRA, 2008). O multiculturalismo é uma realidade que impõe novas responsabilidades ao professor e à escola, em que a diversidade não é um problema. O Estado deve criar condições para que diferentes heranças culturais tenham espaço no currículo da escola, promovendo uma escola democrática, que dá voz a culturas historicamente sufocadas, e o combate ao preconceito e à discriminação (NEIRA, 2008). A identidade cultural é o que garante ao indivíduo a aquisição de características que o diferenciam de outros, mas, ao mesmo tempo, possibilita que ele seja reconhecido como membro de uma comunidade. A escola representa um espaço em que pode ocorrer um embate entre a cultura escolar e a cultura familiar ou comunitária. Assim, é necessário que a escola possa adotar um trabalho “arqueológico”, de pesquisa e análise de práticas familiares, histórias orais, narrativas, visando a ampliar a compreensão do patrimônio cultural dos alunos e o reconhecimento social de suas identidades (NEIRA, 2008). A perspectiva multiculturalista reafirma que o princípio de um bom ensino considera a diversidade de etnias, classes sociais e gêneros das populações estudantis, com uma proposta de que os educadores investiguem e recuperem as experiências dos alunos e compreendam como suas identidades se relacionam com as manifestações de seus saberes e suas práticas culturais (NEIRA, 2008). Para a construção de um currículo de Educação Física, em primeiro lugar, busca-se mapear a cultura corporal da comunidade escolar. Esse procedimento permite conhecer as práticas corporais dos alunos quando chegam à escola e as da comunidade. Para o trabalho de pesquisa “arqueológica”, o professor deve ampliar seus conhecimentos, com leitura de livros ou revistas, pesquisas em internet, visitas, passeios e conversas com pessoas para compartilhar saberes e estratégias (NEIRA, 2008). 2. Padrão de resposta do INEP Algumas estratégias que podem ser citadas pelos estudantes para o mapeamento do patrimônio cultural de alunos do 1º ano do Ensino Fundamental são: entrevistas, roda de conversa, pesquisa com familiares, inventário sobre suas práticas corporais, brincadeiras livres, passeio pelo bairro. Em relação aos jogos e às brincadeiras, é importante perguntar às crianças do que elas brincam fora da escola, como e de que forma elas aprenderam essa cultura lúdica (por meio dos pais e/outros familiares, amigos, nas mídias), que conhecimentos e saberes elas trazem sobre essas práticas (como se joga, regras, estratégias, materiais necessários). É importante também levantar os aspectos históricos e sociais (origem, materiais necessários, questões Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 11 de gênero, brincadeiras de meninos e de meninas). Para a estratégia de passeio pelo bairro, pode-se fazer uma planta do entorno da escola e entrevistar figuras representativas do bairro. Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2017/ Pad_Resp_Educacao_Fisica_Licenciatura.pdf>. Acesso em 30 jun. 2020. Ainda cabe destacar que um mapeamento do patrimônio cultural e a apresentação desse conteúdo nas aulas permitem que os alunos possam se envolver com o tema, valorizando a identidade da comunidade, de modo que os conhecimentos agregados pelos adultos possam fazer parte do currículo. Essa sintonia entre a cultura escolar e a cultura comunitária enriquece o aprendizado, e os alunos podem perceber que os professores também aprendem com a comunidade. Um trabalho pedagógico que utilize essas estratégias, realizado de forma respeitosa, contribui para expandir a cultura corporal dos alunos e fortalecer sua própria identidade (NEIRA, 2008). 3. Indicações bibliográficas ● NEIRA, M. G. A cultura corporal popular como conteúdo do currículo multicultural da Educação Física. Revista Pensar a Prática 11(1), 2008. ● NEIRA, M. G. et al. Educação Física cultural. [livro eletrônico]. São Paulo: Blucher, 2018. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 12 Questão 4 Questão 4.4 De um lado, professores que acreditam que jogar vôlei e futebol supre a necessidade das práticas propostas para a disciplina de Educação Física. De outro, estudantes que só querem ir para a quadra bater bola e conversar com os amigos. Nesse cenário cada vez mais comum nas escolas, segundo os especialistas da área, o tempo que deveria ser aproveitado para conhecer a cultura do corpo é desperdiçado, e as crianças deixam de ter contato com objetos de conhecimento muito importantes. Um deles é a saúde. “As aulas precisam ser planejadas de maneira ampla para possibilitar a discussão a respeito do que é qualidade de vida e o que tem de ser feito para alcançá-la”, explica um pesquisador do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Para isso, não é preciso deixar de lado as atividades mais tradicionais, em que a garotada entra em campo e sua a camisa. É só combiná-las com a discussão de temas que envolvam conceitos de busca e manutenção da saúde, destacando as características de cada prática e o modo como elas devem ser vivenciadas para beneficiar o corpo. Esse enfoque teórico é fundamental, pois apenas praticar exercícios físicos por duas vezes semanais durante cerca de 45 minutos – tempo que a disciplina ocupa na grade curricular – não é o suficiente para provocar alterações significativas no organismo dos alunos. Disponível em <http://novaescola.org.br>. Acesso em 16 jul. 2017 (com adaptações). Disponível em <http://www.escolainteramerica.com.br>. Acesso em 16 jul. 2017. Disponível em <http://aprendizadoeducador.wordpress.com>. Acesso em 16 jul. 2017. A partir das informações apresentadas e considerando a necessidade de a Educação Física escolar contemplar os conhecimentos a respeito de saúde e qualidade de vida, avalie as afirmativas a seguir. I. A promoção de atividades corporais visa a estabelecer relações equilibradas e construtivas, de forma a reconhecer e respeitar as características físicas e de desempenho dos alunos, sem discriminação física, sexual e social. II. O planejamento das aulas de Educação Física objetiva a adoção de atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas, com o repúdio de qualquer espécie de violência. 4Questão 10 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 13 III. As práticas de alongamento comprometidas com a promoção de saúde exigem espaços físicos com dimensões e equipamentos específicos para sua realização. IV. Os exercícios físicos realizados em ambientes fora da escola possibilitam a diversificação de atividades físicas e o estímulo a hábitos de vida saudáveis. V. A Educação Física escolar tem um contexto pedagógico e educacional que visa ao desenvolvimento do treinamento esportivo. É correto apenas o que se afirma em A. III e V. B. I, II e IV. C. I, II e V. D. III, IV e V. E. I, II, III e IV. 1. Introdução teórica Parâmetros Curriculares Nacionais. Princípio da diversidade. Práticas corporais e saúde. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,1998), um dos objetivos da Educação Física é “conhecer o próprio corpo e dele cuidar, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva”. A abordagem da prática física na saúde visa a informar, mudar atitudes e promover a prática de exercícios. Embora esse pressuposto seja semelhante ao modelo biológico higienista, a proposição mais recente confere um caráter renovado, com incorporação de princípios como o da não exclusão e o da diversidade. Assim, sugere-se a adoção de atividades não excludentes, abrangendo todos os alunos, e não somente os mais aptos. De acordo com essa proposta renovada, um programa de Educação Física escolar não deve se resumir a jogos e modalidades esportivas (RANGEL e DARIDO, 2017). O princípio da diversidade propõe que sejam trabalhados conteúdos diversificados para não privilegiar, por exemplo, uma única modalidade esportiva. Assim, o aluno poderá ter vivências corporais em diferentes modalidades como jogos, esportes, danças, ginástica, luta (RANGEL e DARIDO, 2017). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 14 Na Educação Física, as aulas que possibilitam diversas manifestações da cultura corporal de movimento contribuem para a prática democrática necessária à aula e para o respeito às diferenças. O princípio da não exclusão (ou da inclusão) procura garantir o acesso de todos os alunos às atividades propostas, o que deve ser uma preocupação dos educadores. Um ambiente sem discriminação física, sexual ou social permite que todos os alunos possam realizar a atividade e que o próprio aluno deixe de se excluir por qualquer que seja o motivo (RANGEL e DARIDO, 2017). É importante que o planejamento das aulas inclua atitudes de solidariedade, cooperação, repúdio às injustiças e respeito mútuo, contra qualquer discriminação baseada em diferenças de sexo, classe social, cultura, etnia e de outras características individuais (BRASIL, 1998). A Educação Física escolar, em uma abordagem estrita à aptidão física, deve propiciar conhecimento sobre atividade física para o bem-estar e a saúde e estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos (RANGEL e DARIDO, 2017). Existe a necessidade de estruturar a rotina para que as crianças e os jovens incluam atividades físicas diariamente. O condicionamento físico na Educação Física denota áreas relacionadas à saúde, à energia e à habilidade em atividades diárias. São 5 os componentes (GRABER e WOODS, 2016): força; resistência muscular; flexibilidade; resistência cardiovascular; composição corporal. A flexibilidade é uma forma de condicionamento demonstrada pela variedade de movimentos, presente em algumas articulações, mas não em outras. Esse tipo de atividade pode ajudar a superar fatores não controláveis, como idade, sexo e genética. Até a puberdade, as crianças podem ser muito flexíveis; depois essa característica pode entrar em declínio. À medida que se perde a flexibilidade, o alongamento, antes e depois da atividade física, traz benefícios ao corpo. Apesar da perda da flexibilidade com a idade, as mulheres em geral são mais flexíveis do que os homens. Ao contrário de outros componentes do condicionamento físico, nenhum equipamento e ́necessário para a prática do alongamento, que pode ser realizada em praticamente qualquer lugar (GRABER e WOODS, 2016). Tanto o condicionamento físico quanto o desenvolvimento de competências em habilidades específicas são importantes no auxílio e na busca dos indivíduos por um estilo de vida mais ativo. Atividades fora da escola podem proporcionar melhor condicionamento Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 15 físico. Por sua vez, à medida que as crianças desenvolvem habilidades motoras, é mais provável que busquem atividades fora da escola, o que promove melhora do condicionamento (GRABER e WOODS, 2016). 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. As atividades corporais utilizadas em aula devem proporcionar aos alunos vivências que permitam a construção do conhecimento baseada em reflexão e aprofundamento, com o propósito de que sejam estabelecidos o respeito mútuo e a dignidade. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Durante o planejamento, cabe ao professor refletir sobre as situações propostas em aula a fim de criar um ambiente respeitoso sem discriminação, promovendo solidariedade entre os alunos. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Práticas de alongamento podem ser realizadas em espaços físicos sem dimensões específicas, e não há necessidade de equipamentos. IV – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Exercícios físicos realizados fora do ambiente escolar permitem o contato com atividades diferentes das atribuídas nas aulas e a prática da atividade física diária e regular, o que estimula o estilo de vida saudável. V – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Atualmente o conceito de Educação Física mudou para a prática de cultura corporal do movimento, permitindo manifestações não apenas como esportivas ou de caráter competitivo, mas também como forma de expressão e de busca por hábitos saudáveis. Alternativa correta: B. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 16 3. Indicações bibliográficas ● BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998. ● GRABER, K. C.; WOODS, A. M. Educação Física e atividades para o ensino fundamental. Tradução de Marcelo de Abreu Almeida. Porto Alegre: AMGH, 2016. ● RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Educação Física na escola: implicações para a prat́ica pedagógica/coordenação. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 17 Questão 5 Questão 5.5 No ano de 2009, os legisladores da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, por meio de políticas nacionais de inclusão escolar, instituíram as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, com base no documento final da Declaração de Salamanca (1994), em que governantes e delegados, representando 88 governos e 25 organizações internacionais, em assembleia, reafirmaram a estrutura de ação em educação especial a seguir. “O princípio que orienta esta estrutura é o de que escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais e de diferentes desafios aos sistemas escolares. No contexto dessa estrutura, o termo “necessidade educacionais especiais” refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem”. Disponível em <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em 11 jul. 2017. Com base nas Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica e na Declaração de Salamanca (1994), conclui-se que, nas aulas inclusivas, o professor deve A. respeitar a dificuldade do aluno pertencente ao público-alvo de educação especial, planejando e elaborando atividades diferentes em consonância com as limitações impostas por sua condição, o que facilita o seu processo de inclusão escolar. B. estar preparado para lidar com as diferentes necessidades de aprendizagem de cada aluno, inclusive com as dos estudantes com deficiência. C. respeitar a dificuldade do aluno pertencenteao público-alvo de educação especial, planejando e elaborando avaliações simplificadas e individualizadas. D. delegar ao aluno pertencente ao público-alvo de educação especial a responsabilidade por definir os parâmetros de sua própria avaliação. E. evitar atividades que demandem a adaptação pedagógica ou a utilização de tecnologias assistivas para atendimento educacional especializado. 5Questão 13 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 18 1. Introdução teórica Princípio da inclusão. Tecnologias assistivas. Um aspecto fundamental dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Educação Física é o princípio da inclusão, conforme segue. A sistematização de objetivos, conteúdos, processos de ensino e aprendizagem e avaliação tem como meta a inclusão do aluno na cultura corporal de movimento, por meio da participação e reflexão concretas e efetivas. Busca-se reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência (BRASIL, 1998). O objetivo principal da Educação Física é introduzir e integrar os alunos na cultura corporal de movimento, desde o Ensino Infantil até o Ensino Médio. Durante a vivência da Educação Física escolar, procura-se incluir diversas modalidades como jogos, esporte, dança, ginástica, luta, entre outras, para que os cidadãos formados possam usufruir, transformar, reproduzir, partilhar tais manifestações. Os conteúdos devem ser contextualizados e vivenciados a partir de reflexões e elaborações críticas, de forma que os alunos possam aprender conceitos acerca das atividades propostas, levando em consideração o respeito à individualidade e ao grupo (RANGEL e DARIDO, 2017). Todos os alunos devem participar das aulas do componente curricular. O problema do professor reside em encontrar alternativas para a não exclusão e adaptar a prática pedagógica para torná-la acessível a todos. Cabe salientar que a diversidade de vivências é importante, pois permite que todos os alunos possam experimentar amplamente as possibilidades de cultura corporal de movimento, proporcionando a inclusão e a não exclusão. Para que os objetivos da aula sejam alcançados, eles devem ser discutidos com os alunos, e as vivências devem ser explicadas. Podem ser utilizados vários meios para atingir os objetivos (RANGEL e DARIDO, 2017). Para que o ensino e a aprendizagem sejam efetivos, deve haver um processo de avaliação democrático, realizado tanto pelo professor quanto pelos alunos, em momentos variados. O professor deve compartilhar com os estudantes propostas, intenções, conhecimentos e, também, preocupações e critérios sobre suas observações, propiciando um ambiente para uma reflexão sistemática e coletiva. Essa prática pedagógica possibilita adequações às necessidades da turma, de forma específica e democrática (RANGEL e DARIDO, 2017). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 19 No caso da inclusão, para que todos os alunos possam participar da aula, é importante que o professor a planeje adaptando os meios para que os objetivos sejam alcançados. A Tecnologia Assistiva (TA) é uma área multidisciplinar que engloba recursos e serviços que possam ampliar as capacidades funcionais de uma pessoa com deficiência, promovendo inclusão efetiva, autonomia e qualidade de vida ao usuário. Embora o termo TA seja novo, a prática é realizada desde civilizações antigas, pois trata-se de qualquer alternativa que aumente a funcionalidade de um indivíduo. O conceito de recurso pedagógico em TA reside em 3 componentes: concretude, manipulação e finalidade pedagógica. Na Educação Física, seus possíveis usos são de recursos como adaptações de estratégias, regras, materiais e ambiente (FERREIRA e RANIERI, 2016). 2. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. O planejamento envolve adequação pedagógica para que todos os alunos alcancem os objetivos propostos e vivenciem as atividades. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Cada aluno tem potencialidades diferentes e, portanto, deve ser respeitado na sua individualidade, inclusive aqueles que apresentam alguma deficiência. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As avaliações não devem ser simplificadas; devem, sim, considerar o progresso de cada aluno no seu processo de ensino-aprendizagem. A reflexão crítica e a elaboração dos conteúdos fazem parte dos objetivos da Educação Física. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A inclusão visa à participação de todos os alunos no componente curricular, mas definir a avaliação é uma atribuição do professor. É importante diferenciar o processo de democratização no ensino-aprendizagem com as responsabilidades do professor e dos alunos. O compartilhamento das propostas e das intenções é para que o professor possa adaptar as aulas conforme as necessidades específicas de cada turma. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 20 E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A utilização de tecnologias assistivas inclui recursos pedagógicos para ampliar as capacidades de uma pessoa com deficiência de acordo com suas necessidades específicas, visando à adaptação pedagógica. 3. Indicações bibliográficas ● BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998. ● FERREIRA, N. R.; RANIERI, L. P. O uso da tecnologia assistiva por professores de Educação Física. Revista Eletrônica de Educação 10(3):215-229, 2016. ● RANGEL, I. C. A.; DARIDO, S. C. Educação Física na escola: implicações para a prat́ica pedagógica/coordenação. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 21 Questão 6 Questão 6.6 As práticas avaliativas devem estar em consonância com os procedimentos metodológicos, dada a necessidade de se aplicarem estratégias de ensino alinhadas aos objetivos da educação básica. Com base em uma perspectiva crítica acerca do ensino de Educação Física, a avaliação deve considerar A. a seleção e a classificação dos estudantes por meio de testes. B. o acompanhamento por meio de lista de presença, vinculando a nota ao número de faltas. C. o estágio de desenvolvimento das destrezas motoras e a habilidade técnica de cada estudante. D. o diagnóstico dos progressos do estudante na recondução dos processos de ensino- aprendizagem. E. o desempenho técnico, atrelando a nota do estudante ao grau de aproximação do padrão motor correto. 1. Introdução teórica Métodos de avaliação. Domínios psicomotor, cognitivo, afetivo. Na Educação Física, a avaliação permite mostrar o que o aluno aprendeu sobre a prática corporal e sobre o desenvolvimento de suas potencialidades. Para que um professor de Educação Física crie um método de análise e avaliação, é importante colocar antes em uma lista as lembranças negativas e positivas de sua própria experiência. Antes de criar métodos de avaliação, deve-se diferenciar os conceitos de análise de desempenho e de avaliação de desempenho. A análise de desempenho refere-se a um processo diagnóstico por meio do qual os professores coletam informações sobre desempenho ou desenvolvimento dos alunos em relação a um objetivo. A avaliação cria um produto que fornece uma medida comparativa sobre como os alunos atingiram, ou não, determinado objetivo. A análise é, em essência, formativa, enquanto a avaliação é somativa. Os objetivos da análise de desempenho dos alunos incluem: classificar e agrupar os alunos de acordo com suas habilidades;6Questão 14 – Enade 2017 Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 22 informar os alunos sobre seu progresso; motivar o esforço; identificar as dificuldades de desempenho; prever futuros níveis de habilidade; permitir que o professor avalie o sucesso de uma aula ou unidade. Os objetivos da avaliação do aluno são: determinar se ele atingiu os resultados propostos; estabelecer se ele tem condições de cumprir os padrões nacionais; relatar o estado dele ao final de uma unidade. Os alunos costumam ser avaliados em três domínios: psicomotor, cognitivo e afetivo. A avaliação no domínio psicomotor permite verificar o progresso de aprendizagem do aluno em relação à percepção do próprio corpo, à interação com o meio, às habilidades técnicas e ao uso do corpo como forma de expressão. Inclui as categorias descritas a seguir. ● Habilidades motoras baśicas: atividades de arremessar, pegar, chutar, rebater, desviar, cair, correr, virar etc. ● Condicionamento fiśico relacionado à saúde: resistência cardiovascular, composição corporal (índice de massa corporal e percentual de gordura corporal), força muscular, resistência e flexibilidade muscular. Como exemplo de formas de avaliação, pode-se analisar a capacidade de realizar abdominais, levantamento do tronco, apoio, barra, alongamento de ombros etc. ● Movimento criativo: ginástica artística, dança, uso do corpo para se expressar e conectar movimentos ao ritmo da música. ● Desempenho em atividades individuais, em duplas e em equipes: movimentos como passar para os outros, recepcionar bola enquanto correm, completar com sucesso estratégias ofensivas e defensivas. Esse tipo de avaliação costuma ser ignorado, pois é comum avaliar pelo esforço e pelo comportamento. No entanto, não é adequado dar nota excelente porque o aluno se esforça ou tem um bom comportamento, pois isso não passa uma ideia verdadeira de desempenho para o próprio professor, para os pais e para o aluno sobre o seu progresso. A avaliação no domínio cognitivo permite avaliar: a compreensão e o processamento cognitivo (regras, estratégias, fatores de segurança, história dos jogos, resolução de problemas), habilidade de aplicar o aprendizado, conhecimento dos princípios de mecânica (condicionamento, alavancas, produção de força). Para avaliar esse domínio, podem ser Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 23 aplicados testes rápidos, provas e entrevistas. O professor pode escolher as áreas em que tem mais conhecimento e se sente mais confortável. O professor deve ter cautela ao desenvolver testes rápidos e provas, que podem ter questões objetivas e subjetivas. Outra forma de avaliação consiste em completar a tarefa em aula ou em casa, estimulando o aprendizado. É importante ressaltar que o professor deve passar a maior parte do tempo aplicando atividades físicas, mas pode separar um tempo em sala de aula para realizar as provas. O domínio afetivo permite avaliar a habilidade do aluno de compartilhar, cooperar, trabalhar em grupo e exibir conduta adequada durante um jogo. Fazem parte da avaliação desse domínio o uso de vestimenta adequada, a frequência e a atitude. A maioria dos professores utiliza esses critérios para avaliação do desempenho do aluno, pois os docentes querem alunos comportados e participativos. No entanto, atribuir nota baseada apenas nesse domínio passa uma mensagem equivocada do desempenho. A avaliação dessa área não pode ser ignorada, mas outros domínios devem ser considerados. 2. Análise da questão Na Educação Física, a avaliação deve estar de acordo com o objetivo de ensino, que é proporcionar um diagnóstico dos progressos do estudante. Esse processo é realizado ao longo das aulas e uma análise de desempenho permite devolver ao aluno e aos pais quais os aspectos a serem aprimorados, possibilitando a recondução dos processos de ensino e aprendizagem. A classificação por meio de testes restringe a avaliação apenas ao domínio cognitivo como conhecimento de regras e de estratégias, por exemplo. O acompanhamento da presença em aulas, com a contagem do número de faltas, permite ao professor a avaliação do domínio afetivo como características de cooperatividade e conduta adequada. Embora não deva ser ignorada, é inadequado utilizá-la como único parâmetro de desempenho. Por sua vez, a avaliação do desempenho psicomotor, que acompanha a habilidade técnica de cada estudante, a aproximação do padrão motor correto e as destrezas motoras, é um domínio ignorado na maioria das avaliações. Portanto, uma avaliação adequada deve compreender uma ponderação dos domínios psicomotor, cognitivo e afetivo, permitindo o progresso do aluno como um ser integral. Alternativa correta: D. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 24 3. Indicação bibliográfica ● GRABER, K. C.; WOODS, A. M. Educação Física e atividades para o ensino fundamental. Tradução de Marcelo de Abreu Almeida. Porto Alegre: AMGH, 2016. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 25 Questão 7 Questão 7.7 A obesidade é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estima-se que, em 2020, haverá aproximadamente 60 milhões de crianças e adolescentes obesos. Diversos são os métodos para identificar a obesidade entre crianças e adolescentes, entre os quais se incluem os métodos indiretos, cujo alto custo impossibilita a sua utilização no ambiente escolar, e os duplamente indiretos. ONIS, M.; BLÖSSNER, M.; BORGHI, E. Global prevalence and trends of overweight and obesity among preschool children. The American Journal of Clinical Nutrition v.1, n.92, p.1257-1264, nov. 2010 (com adaptações). A partir dessas informações, avalie as afirmativas a seguir, acerca das vantagens e desvantagens dos métodos duplamente indiretos. I. Entre os métodos duplamente indiretos, incluem-se as medidas de dobras cutâneas, as medidas de circunferência e a bioimpedância. II. Os métodos duplamente indiretos não possuem qualidades psicométricas adequadas que permitam ao avaliador determinar a composição corporal. III. Apesar de sua fragilidade, o índice de massa corporal (IMC) é uma medida aceita em estudos epidemiológicos. IV. O recíproco do índice ponderal (RIP) é mais específico e sensível à medida de composição corporal em adultos que o IMC. V. A relação cintura-quadril (RCQ) é um método duplamente indireto que mensura a distribuição de gordura corporal total. É correto apenas o que se afirma em A. I e II. B. I e III. C. II e IV. D. III e V. E. IV e V. 1. Introdução teórica Obesidade infantil. Métodos de avaliação da composição corporal. Técnicas duplamente indiretas. A obesidade é definida como um acúmulo de tecido adiposo em magnitude a ponto de debilitar a saúde. De uma maneira simples, é uma doença de desequilíbrio metabólico 7Questão 11 – ENADE 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 26 que resulta do excesso de calorias ingeridas acima do consumo corporal. No entanto, a patogenia é complexa e depende de uma série de fatores. Uma série de mecanismos neuro- humorais foram identificados e reagem a sinais genéticos, ambientais, nutricionais e psicológicos (KUMAR et al, 2010). A obesidade é a principal condutora de um grupo de alterações conhecidas como síndromes metabólicas, caracterizadas por adiposidade visceral ou intra-abdominal, resistência à insulina, intolerância à glicose, entre outras. O excesso de adiposidade e de peso corporal está associado à incidência de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemias, doenças cardiovasculares e câncer (KUMAR et al, 2010). Na década de 1990, foi apontada como um problemade saúde pública em países desenvolvidos e depois em países em desenvolvimento, tanto em adultos quanto em crianças e adolescentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o número de crianças e adolescentes (de cinco a 19 anos) obesos em todo o mundo aumentou dez vezes nas últimas quatro décadas (OMS, 2017). A obesidade infantil determina complicações na vida adulta e implica maior dificuldade na mudança de hábitos da criança devido à pouca compreensão quanto aos danos causados, por isso é necessária a disponibilidade dos pais. Estudos realizados no Brasil mostram que a prevalência da obesidade infantil aumentou nas últimas décadas devido a mudanças no estilo de vida, como a presença de jogos de computadores e televisão, e hábitos alimentares, como dieta rica em lipídeos e com mais calorias (MELLO, LUFT e MEYER, 2004). Durante a infância, observam-se aumento de estatura e aceleração da idade óssea com o aumento de peso. Posteriormente, a estatura e a idade óssea permanecem constantes, mas o aumento de peso continua. O fechamento das cartilagens de crescimento pode ocorrer precocemente, resultando na diminuição da altura (MELLO, LUFT e MEYER, 2004). A análise da composição corporal por métodos laboratoriais é muito precisa e oferece valores de massa de gordura e massa livre de gordura. No entanto, sua aplicação é limitada devido ao alto custo dos equipamentos e à dificuldade em envolver os indivíduos avaliados, pois requer cooperação durante a execução dos protocolos (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009). As técnicas duplamente indiretas incluem métodos antropométricos, por sua simplicidade, inocuidade, melhor aplicação prática e facilidade de interpretação, menores restrições culturais e baixo custo financeiro. Entre elas, podemos citar a bioimpedância Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 27 elétrica e a antropometria, incluindo o IMC, as pregas cutâneas, as medidas de perímetros (circunferência da cintura, relação cintura/quadril), o índice de conicidade e a relação cintura/estatura (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009). A bioimpedância elétrica baseia-se na condução de uma corrente elétrica de baixa intensidade no corpo, que fornece uma medida diretamente proporcional ao percentual de gordura corporal pelas diferenças de condução de energia entre a massa de gordura e a massa magra. Obedece a um protocolo de mensuração que depende de vários fatores, como nível de hidratação e alimentação, e, assim, apresenta limitações (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009). Entre as formas de diagnóstico, o excesso de peso é mais bem avaliado pelo índice de massa corporal (IMC), calculado pela razão entre a massa em quilogramas e a altura em metros ao quadrado. Os valores de IMC apresentam-se aumentados quando há acúmulo de gordura corporal, que induz ao aumento da medida de peso corporal. Esse método é amplamente utilizado em estudos clínicos e epidemiológicos, por ser um método não invasivo, fácil de mensurar e de baixo custo (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009). Um dos problemas da utilização do IMC é que não há um consenso sobre os pontos de corte para classificar em abaixo do peso, sobrepeso e obesidade na população pediátrica. Apesar disso, a literatura mostra que é uma ferramenta adequada para avaliar o risco cardiometabólico nessa população (ANZOLIN et al, 2017). A medida de pregas cutâneas baseia-se na medida de espessura das pregas cutâneas e nas diferenças de acúmulo de gordura no tecido subcutâneo pelo corpo. É muito utilizada em clínicas e em campo devido a facilidade, baixo custo e elevada precisão. A exatidão e a precisão dependem da identificação do ponto anatômico a ser medido, do tipo de compasso e da familiarização dos avaliadores com a técnica (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009). As medidas de perímetro mais utilizadas são as medidas de circunferência da cintura e a relação cintura-quadril (RCQ). Independentemente da quantidade total de gordura corporal e idade, existe uma associação entre maior risco de doenças cardiovasculares e disfunções metabólicas com o maior acúmulo de gordura na região central do corpo, no tronco e na cavidade abdominal (mesentério e ao redor das vísceras), caracterizando a obesidade central ou visceral. Uma limitação para o uso da circunferência da cintura é a inexistência de um ponto de corte recomendado internacionalmente (SANT’ANNA, PRIORE e FRANCESCHINI, 2009; KUMAR el al, 2010). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 28 O recíproco do índice ponderal (RIP) é um indicador cuja medida de massa corporal (medida tridimensional) está no denominador e representa com mais acurácia as mudanças na estrutura corporal. No entanto, existem poucos estudos que demonstram a associação entre esse indicador e a presença de doenças crônicas não transmissíveis (RECH et al, 2006). Apesar da existência de vários métodos para classificar o sobrepeso e a obesidade, o IMC e a medida da dobra cutânea do tríceps (DCT) são os mais utilizados. A escolha de um ou mais métodos deve ser criteriosa e deve considerar sexo, idade e maturidade sexual para obter valores de referência e classificações de obesidade. As dobras cutâneas podem ser maiores no sexo feminino, devido à maior quantidade de gordura. Na criança e no adolescente, devem ser consideradas a idade e a maturação sexual, relacionadas ao IMC. Além disso, ainda há diferenças na quantidade de gordura e na distribuição regional, que podem ser de origem genética (MELLO, LUFT e MEYER, 2004). 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Os métodos duplamente indiretos incluem medidas antropométricas, de fácil utilização, baixo custo, facilidade de interpretação e inocuidade. Entre elas, destacam- se as dobras cutâneas, as medidas de circunferência e a bioimpedância. II – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Há estudos que mostram associação entre os métodos duplamente indiretos e a composição corporal. Além disso, o exame da bioimpedância fornece valores da composição corporal, em massa magra e massa de gordura. III – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. O índice de massa corporal (IMC) é amplamente utilizado em estudos clínicos e epidemiológicos, tendo uma limitação quanto à determinação dos valores de corte adequados à população de estudo. No entanto, é aceito devido à relação com o aumento de peso corporal associado ao acúmulo de gordura corporal. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 29 IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Ainda não há um consenso sobre a precisão do recíproco do índice ponderal (RIP) e a associação com o risco de desenvolver doenças, como já estabelecido com o IMC. V – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A relação cintura-quadril (RCQ) é uma medida antropométrica utilizada entre os métodos duplamente indiretos, que mensura a distribuição de gordura no tronco e abdominal, regiões nas quais o acúmulo de gordura está associado ao maior risco de doenças cardiovasculares. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas ● ANZOLIN, C. C. et al. Accuracy of different cutoff points of body mass index to identify overweight according to body fat values estimated by DEXA. J. Pediatr. 93(1):58-63, 2017. ● KUMAR, V. et al. ROBBINS & COTRAN. Bases patológicas das doenças. Tradução de Patrícia Dias Fernandes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. ● MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? J. Pediatr. 80(3):173-182, 2004. ● ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Obesidade entre crianças e adolescentes aumentou dez vezes em quatro décadas, revela novo estudo do Imperial College London e da OMS. Out. 2017. Disponível em <https://www.paho.org/bra/>. Acesso em 27 jun. 2020. ●RECH, C. R. et al. Indicadores antropométricos de excesso de gordura corporal em mulheres. Rev Bras Med Esporte 12(3):119-124, 2006. ● SANT’ANNA, M. S. L.; PRIORE, S. E.; FRANCESCHINI, S. C. C. Métodos de avaliação da composição corporal em crianças. Rev Paul Pediatr. 27(3):315-21, 2009. Material Específico – Tecnologia em Radiologia – Tomo VII – CQA/UNIP 30 Questão 8 Questão 8.8 Propriedades Fibras tipo I Fibras tipo IIa Fibras tipo IIb Força por área de secção transversa Baixa Elevada Elevada Estoque de triglicerídeo intramuscular Elevado Baixo Baixo Tempo de relaxamento Lento Rápido Rápido Velocidade contrátil Baixa Elevada Elevada Resistência Alta Média Baixa Densidade capilar Alta Média Baixa Conteúdo de mioglobina Alto Médio Baixo Conteúdo de glicogênio Sem diferença Sem diferença Sem diferença Atividade enzimática glicogenolítica Baixa Alta Alta Atividade enzimática mitocondrial Alta Média Baixa Atividade da ATPase miofibrilar Baixa Alta Alta Disponível em <www.efdepartes.com>. Acesso em 14 jul. 2017 (com adaptações). A fibra muscular esquelética possui propriedades que permitem a contração voluntária desse tecido. Levando em conta as informações disponibilizadas no quadro acima e os diferentes tipos de atividades físicas propostas em aulas de Educação Física, assinale a opção que descreve corretamente a fibra predominantemente envolvida na contração muscular para a realização da atividade física mencionada. A. Nas brincadeiras denominadas pega-pega e queimada, atuam predominantemente as fibras do tipo I, que se contraem na presença de oxigênio. B. Nas atividades que requerem potência muscular, força e resistência aeróbica, atuam de forma predominante as fibras do tipo I, tipo IIa e tipo IIb, respectivamente. C. Em atividades físicas como a brincadeira chamada de cabo de guerra, atuam predominantemente as fibras do tipo I, que somente se contraem na presença de oxigênio. D. Nas corridas curtas e de alta velocidade (tiros), que requerem força e potência muscular, atuam principalmente fibras do tipo IIb, que se contraem sem a necessidade da presença de oxigênio. E. Em circuitos de movimentos realizados para desenvolver a capacidade aeróbica, com duração entre 30 segundos e 3 minutos, atuam predominantemente as fibras do tipo IIb, que se contraem rapidamente. 8Questão 30 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 31 1. Introdução teórica 1.1. Metabolismo nas fibras musculares As células musculares esqueléticas alternam-se entre um nível baixo de atividade com pouco consumo de ATP e um nível alto de atividade de contração com alto consumo de ATP, necessário para manter os ciclos de contração. A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente apenas para uma atividade de alguns poucos segundos, sendo necessária a produção de mais ATP. As fontes de ATP nas fibras musculares são: fosfato de creatina, respiração celular anaeróbica e respiração celular aeróbica (TORTORA e DERRICKSON, 2010). ● Fosfato de creatina: molécula rica em energia, produzida a partir do excesso de ATP quando a fibra muscular está em repouso. Fosfato de creatina e ATP fornecem energia para a contração muscular por cerca de 15 segundos, suficiente para atividades máximas em curto período de tempo, por exemplo, uma corrida de 100 metros. ● Respiração celular anaeróbica: glicose proveniente do sangue ou da quebra de glicogênio no interior da célula, catabolizada para gerar ATP pela glicólise. Geralmente o produto da quebra de glicose, o ácido pirúvico, formado no citosol, entra nas mitocôndrias e sofre uma série de reações que requerem oxigênio. Em atividades prolongadas, não há oxigênio suficiente e, consequentemente, a maior parte do ácido pirúvico é transformado em ácido láctico no citosol. Esse tipo de reação fornece energia para uma atividade de contração máxima por 30 a 40 segundos, por exemplo, uma corrida de 400 metros rasos. ● Respiração celular aeróbica: em atividades com mais de 30 segundos, se houver oxigênio suficiente, o ácido pirúvico entra nas mitocôndrias e é convertido em água, dióxido de carbono, calor e ATP. Embora mais lenta que a glicólise, produz mais ATP. O oxigênio necessário para as reações metabólicas é proveniente tanto do interior da célula muscular liberado pela mioglobina, quanto do sangue, transportado pela hemoglobina presente nos eritrócitos. A respiração celular aeróbica fornece mais de 90% de ATP em atividades com mais de 10 minutos. Ao final de uma maratona, por exemplo, 100% de ATP é produzido por respiração celular aeróbica. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 32 1.2. Estrutura das fibras musculares Um músculo isolado é composto por várias fibras musculares, cujo número depende do tamanho do músculo e da sua função. Cada fibra muscular tem diversas miofibrilas alinhadas em colunas e divididas em marcas, que definem a unidade contrátil, que é o sarcômero. Os sarcômeros apresentam extremidades definidas pela linha Z e são compostos por miofilamentos microscópicos. O filamento fino é formado pela proteína actina, e o filamento grosso é formado pela proteína miosina (ACKLAND, ELLIOTT e BLOOMFIELD, 2011). Figura 1. Organização do músculo esquelético, composto por feixes musculares, fibras musculares, e as miofibrilas contendo os sarcômeros, unidades contráteis do músculo. Disponível em <https://auladefisiologia.wordpress.com/2009/08/20/sistema-muscular>. Acesso 10 de jun. de 2020. O músculo encurta quando se contrai ao desenvolver força. Os mecanismos responsáveis pelo encurtamento do sarcômero não foram totalmente elucidados, porém sabe-se que os filamentos de actina e miosina deslizam entre si quando estimulados (ACKLAND, ELLIOTT e BLOOMFIELD, 2011). A cabeça da miosina interage com a actina e, ao mesmo tempo, impulsiona os filamentos de actina e desliza sobre eles, permitindo a https://auladefisiologia.wordpress.com/2009/08/20/sistema-muscular Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 33 contração muscular. Esse movimento é dependente da atividade da ATPase miofibrilar, na cabeça da miosina, que hidrolisa ATP para fornecer energia necessária para a contração (STEVENS e BINDER-MACLEOD, 2001). Figura 2. Deslizamento dos filamentos durante a contração muscular. Disponível em <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio22.php>. Acesso 27 jun. 2020. 1.3. Classificação das fibras musculares As fibras musculares esqueléticas são heterogêneas e recrutadas de acordo com sua demanda energética funcional para promover o movimento (SCHIAFFINO e REGGIANI, 2011). Durante a primeira metade do século XIX, as fibras musculares eram classificadas de acordo com sua cor, em vermelhas/escuras, devido à alta concentração de mioglobina, e brancas/claras, que apresentam baixa concentração de mioglobina. Por volta de 1970, a classificação mudou baseada na velocidade de encurtamento, devido ao metabolismo, que também corresponde às diferenças morfológicas: fibras de contração lenta (tipo I), ricas em mioglobina, alto conteúdo capilar e enzimas oxidativas, relacionadas à atividade contínua do músculo; e fibras de contração rápida (tipo II), com menor quantidade de mioglobina, e cujo metabolismo é glicolítico, destinado para atividades de curta duração (STEVENS, J.; BINDER-MACLEOD, 2001). Por volta de 1994, foram identificadas mais categorias, com base em técnicas mais sofisticadas de histoquímica, bioquímica, além das características morfológicas e fisiológicas. Em nível subcelular, as fibras existem em um continuum com combinações diferentes de isoformas das cadeias leve e pesada da miosina, diferentes taxasde hidrólise da ATPase da Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 34 miosina, e diferentes potenciais metabólicos, aeróbico/oxidativo ou anaeróbico/glicolítico (ACKLAND, ELLIOTT e BLOOMFIELD, 2011). Técnicas avançadas de histoquímica para avaliar a atividade da ATPase da miosina possibilitaram a descoberta de 7 tipos de fibras musculares em humanos, sendo elas (de contração mais lenta para a mais rápida): Ia, Ic, IIc, IIac, IIa, IIab, IIb. Originalmente, as fibras foram identificadas como do tipo I, tipo IIa e IIb. Essa divisão baseia-se na intensidade de marcação em diferentes níveis de pH, podendo ser classificada de diferentes maneiras. A maioria utiliza a classificação original nos 3 tipos: I, IIa e IIb (STEVENS e BINDER-MACLEOD, 2001). Outra classificação das fibras musculares baseia-se no metabolismo bioquímico. As fibras do tipo I, IIa e IIb podem ser classificadas respectivamente como: fibras oxidativas lentas, fibras oxidativas-glicolíticas rápidas e fibras glicolíticas rápidas (TORTORA e DERRICKSON, 2010). As fibras do tipo I, ou oxidativas lentas, têm grande quantidade de mioglobina, muitos capilares sanguíneos, grande quantidade de mitocôndrias, e geram ATP principalmente por respiração celular aeróbica. A hidrólise de ATP na cabeça da miosina ocorre em menor velocidade, com ciclos lentos de contração. Apresentam menor diâmetro e são menos potentes. No entanto, são resistentes à fadiga e permitem contrações sustentadas e prolongadas por horas, sendo importantes na manutenção de postura e atividades de resistência; por exemplo, uma maratona (TORTORA e DERRICKSON, 2010). As fibras do tipo IIa, ou fibras oxidativas-glicolíticas rápidas, apresentam diâmetro intermediário, grande quantidade de mioglobina, muitos capilares sanguíneos, e geram quantidade considerável de ATP por respiração celular aeróbica, sendo relativamente resistentes à fadiga. A atividade da ATPase na cabeça da miosina é maior, tornando a velocidade de contração mais rápida (TORTORA e DERRICKSON, 2010). As fibras do tipo IIb, ou fibras glicolíticas rápidas, são de maior diâmetro e, portanto, mais potentes. Apresentam pouca quantidade de mioglobina, de capilares sanguíneos e de mitocôndrias. A velocidade de hidrólise da ATPase é maior. Geram ATP principalmente pela glicólise, promovendo contrações rápidas e vigorosas. No entanto, entram em fadiga mais rapidamente. Contribuem para movimentos anaeróbicos de curta duração, como, por exemplo, arremesso de bola e levantamento de peso (TORTORA e DERRICKSON, 2010). A composição da maioria dos músculos esqueléticos é uma mistura dos três tipos, em diferentes proporções, a depender da função do músculo, fatores genéticos e treinamento da pessoa (TORTORA e DERRICKSON, 2010). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 35 2. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Brincadeiras como pega-pega e queimada exigem contração rápida e de potência muscular por um tempo relativamente curto; assim, atuam principalmente fibras do tipo II. B – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Fibras do tipo I atuam principalmente em atividades que requerem resistência aeróbica. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Inicialmente, as fibras do tipo I não requerem oxigênio, utilizando ATP armazenado na fibra muscular em quantidade suficiente para a contração durante poucos segundos, e, em seguida, usam fosfato de creatina. Em atividades com duração de mais de 30 segundos, a fibra muscular utiliza a respiração celular aeróbica, que depende de uma série de reações que usam oxigênio para a produção de ATP. D – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. Atividades curtas e de alta velocidade requerem principalmente fibras do tipo IIb, que são fibras de contração rápida e de curta duração, mas que fadigam rapidamente. Como têm pouca quantidade de mitocôndrias, são fibras que se contraem sem a necessidade de oxigênio. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Em atividades com movimentos de contração por mais de 30 segundos, predomina a atuação de fibras do tipo I, com contração lenta, que geram ATP principalmente pela respiração celular aeróbica e são mais resistentes à fadiga. 3. Indicações bibliográficas ● ACKLAND, T. R.; ELLIOTT, B. C.; BLOOMFIELD, J. Anatomia e biomecânica aplicadas no esporte. 2. ed. Barueri: Manole, 2011. ● SCHIAFFINO, S.; REGGIANI, C. Fiber types in mammalian skeletal muscles. Physiol Rev. 91:1447-1531, 2011. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 36 ● STEVENS, J. S. W.; BINDER-MACLEOD, S. A. Human skeletal muscle fiber type classifications. Phys Ther. 81:1810-1816, 2001. ● TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 37 Questão 9 Questão 9.9 Durante as aulas de Educação Física, tematizando o voleibol, um professor apresenta a imagem abaixo aos estudantes de 9º ano do ensino fundamental. O objetivo da atividade foi reconhecer as alavancas e os grupos musculares utilizados durante o movimento de saque do voleibol. Disponível em <http://energiavolley.blogs.sapo.pt>. Acesso em 08 jul. 2017 (com adaptações). Com base na figura, avalie as afirmativas a seguir, sobre os movimentos das alavancas e dos grupos musculares localizados nas regiões corporais circuladas. I. O músculo tríceps braquial atua como antagonista no movimento de extensão de cotovelo durante a realização do saque no voleibol. II. Os músculos do quadríceps atuam como agonistas no movimento de extensão do joelho, que ocorre a partir de uma alavanca de terceira classe. III. O fêmur forma uma alavanca de primeira classe durante a extensão do joelho no salto, sendo o quadríceps o antagonista no movimento. IV. O bíceps femoral, localizado na parte posterior da coxa, exerce a função de agonista durante o movimento de extensão do joelho. É correto apenas que se afirma em 9Questão 21 – Enade 2017. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 38 A. I. B. II. C. I e III. D. II e IV. E. III e IV. 1. Introdução teórica Sistema de alavancas. Músculos agonistas e antagonistas no movimento. A cinesiologia é o estudo dos princípios anatômicos, fisiológicos e mecânicos em relação aos movimentos do corpo humano. Os ossos têm formas e tamanhos que influenciam o tipo de movimento entre eles e as articulações. A estrutura das articulações varia de acordo com a função. Os músculos variam em forma, tamanho e estrutura, dependendo da parte do corpo (FLOYD, 2016). Os músculos esqueléticos são responsáveis pelos movimentos e atuam de forma coordenada para executar ações opostas nas articulações que atravessam. Para executar um movimento, na maioria das vezes, os músculos atuam em grupos, e não de forma independente. Além disso, a forma do músculo e a disposição das fibras influenciam na capacidade de o músculo exercer força sobre os ossos aos quais está conectado. Um músculo se contrai, e seu comprimento é encurtado, movimentando a articulação (FLOYD, 2016). Para analisar o movimento das articulações do corpo, podemos imaginar uma superfície bidimensional, que constitui um plano de movimento, pelo qual um segmento do corpo ou parte do corpo se movimenta (FLOYD, 2016). Os movimentos articulares são realizados em três planos específicos, chamados cardinais, pois separam o corpo exatamente em duas metades: plano sagital, frontal e transverso. Há infinitos planos paralelos aos planos cardinais em cada uma das metades. Além disso, os movimentos podem ocorrer em geral de forma combinada em mais de umplano descrito como plano diagonal ou oblíquo (FLOYD, 2016). Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 39 Figura 1. Planos cardinais e eixos corporais. Disponível em <https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/planos-anatomicos-e-eixos-do-corpo-humano/>. Acesso 10 jun. 2020. Quando um segmento do corpo se movimenta, a articulação realiza um movimento em torno de um eixo em 90º com o plano de movimento. O movimento de flexão e extensão, por exemplo, é realizado no plano sagital e o eixo de rotação é o frontal (também denominado coronal ou látero-lateral), que percorre no sentido medial/lateral (FLOYD, 2016). Por exemplo, na articulação do cotovelo, podemos imaginar um eixo látero-lateral passando por essa articulação, e supondo o movimento do antebraço em relação a esse eixo. O movimento de flexão do antebraço diminui o ângulo da articulação do cotovelo, enquanto o movimento de extensão aumenta o ângulo dessa articulação, ambos no plano sagital. Um outro exemplo é a flexão e extensão do joelho, que se movimenta por um eixo na mesma direção (látero-lateral), sendo que o movimento de flexão aproxima a perna da coxa, enquanto o movimento de extensão afasta a perna da coxa. https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/planos-anatomicos-e-eixos-do-corpo-humano/ Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 40 Figura 2. Movimento de flexão e extensão na articulação do cotovelo e do joelho. Disponível em <http://fisio-sempre.blogspot.com/2010/06/principais-movimentos-corporais.html>. Acesso 10 jun. 2020. Na produção do movimento, ossos, articulações e músculos formam um sistema de alavancas. Alavanca é definida como uma barra rígida que gira em torno de um ponto fixo em um eixo de rotação ou fulcro. A alavanca movimenta-se ao redor do eixo ou ponto de rotação, em decorrência de uma força aplicada a ela contra uma resistência ou peso. No corpo, as articulações são os eixos ou ponto de apoio (fulcro), os ossos são as barras rígidas e os músculos se contraem para aplicar a força ou potência. Os próprios ossos ou segmento corporal podem consistir na única resistência aplicada ou ela pode ser externa, como um objeto a ser levantado (FLOYD, 2016). As alavancas podem ser classificadas em três tipos, de acordo com a posição desses componentes (TORTORA e DERRICKSON, 2010). Eles estão descritos a seguir. ● Primeira classe (ou interfixa): o apoio está entre a força e a resistência. ● Segunda classe (ou inter-resistente): a resistência está entre o apoio e a força. ● Terceira classe (ou interpotente): a força está entre o apoio e a resistência. http://fisio-sempre.blogspot.com/2010/06/principais-movimentos-corporais.html Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 41 Figura 3. Classificação dos sistemas de alavancas. Disponível em <https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/sistema-esqueletico/sistema-de-alavancas/>. Acesso 10 jun. 2020 (com adaptações). Os movimentos resultam da ação conjunta de músculos esqueléticos dispostos, na sua maioria, em pares nas articulações. O músculo agonista é aquele que se contrai para executar a ação, enquanto outro músculo (antagonista) se alonga para permitir a ação. Geralmente se localizam em lados opostos ao osso ou articulação. Por exemplo, na flexão do antebraço, na articulação do cotovelo, o músculo bíceps braquial se contrai, sendo o músculo agonista, enquanto o músculo tríceps braquial se alonga, sendo este o músculo antagonista do movimento. Se um músculo agonista e um antagonista se contraem simultaneamente com mesma força, não ocorre movimento. Para estabilizar as articulações intermediárias, músculos sinergistas se contraem e auxiliam a ação do agonista, evitando movimentação das articulações intermediárias (TORTORA e DERRICKSON, 2010). https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/sistema-esqueletico/sistema-de-alavancas/ Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 42 2. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. No movimento de saque, o músculo tríceps braquial, localizado na região posterior do braço, atua como agonista na extensão do cotovelo, pois, ao se contrair, aumenta o ângulo da articulação. II – Afirmativa correta. JUSTIFICATIVA. Na extensão do joelho, para aumentar o ângulo na articulação, os músculos do quadríceps femoral, localizados na região anterior da coxa, realizam contração, e, portanto, são agonistas nesse movimento. Os músculos posteriores da coxa flexionam o joelho. O músculo reto femoral, um dos músculos do quadríceps femoral, apresenta inserção na face superior do tendão patelar à tuberosidade da tíbia. Assim, considerando a alavanca nesse movimento, temos a articulação do joelho em uma extremidade, a inserção do músculo próxima ao ponto fulcro e a resistência que a perna e o pé oferecem ao movimento para constituir uma alavanca de terceira classe. III – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Durante a extensão do joelho, o músculo quadríceps da coxa atua como agonista no movimento. Nesse movimento, a perna é considerada a “barra rígida” da alavanca, que se movimenta ao redor da articulação do joelho. IV – Afirmativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Músculos posteriores da coxa, como o músculo bíceps femoral, atuam como antagonistas na extensão do joelho. Alternativa correta: B. 3. Indicações bibliográficas ● FLOYD, R. T. Manual de Cinesiologia estrutural [tradução Luiz Euclydes Trindade Frazão Filho]. 19. ed. Barueri: Manole, 2016. ● TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. Material Específico – Educação Física Licenciatura – Tomo XII – CQA/UNIP 43 ÍNDICE REMISSIVO Questão 1 Práticas corporais no contexto contemporâneo. Cultura popular no currículo do professor de Educação Física. Questão 2 Projeto político-pedagógico na escola. Democratização do ensino. Multiculturalismo. Questão 3 Mapeamento do patrimônio cultural. Identidade cultural. Questão 4 Parâmetros Curriculares Nacionais. Princípio da diversidade. Práticas corporais na saúde. Questão 5 Princípio da inclusão. Tecnologias Assistivas (TA). Questão 6 Métodos de avaliação. Domínios psicomotor, cognitivo e afetivo. Questão 7 Obesidade infantil. Métodos de avaliação da composição corporal. Técnicas duplamente indiretas. Questão 8 Metabolismo muscular. Estrutura e classificação das fibras musculares. Questão 9 Sistema de alavancas. Músculos agonistas e antagonistas no movimento.
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