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DESENHO DE PROCESSOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Marilia Moura de Salles Pupo CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Profa: Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Jorge Hilário Bertoldi Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2017 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.421 P976d Pupo, Marilia Moura de Salles Desenho de processos / Marilia Moura de Salles Pupo. Indaial : UNIASSELVI, 2017. 90 p. : il. ISBN 978-85-69910-66-4 1.Administração Empresarial. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Marilia Moura de Salles Pupo Eng Ambiental e Msc em Eng de Processos, atuando nas áreas de desenvolvimento de tecnologias de tratamento de efluentes inovadores, licenciamento ambiental, além de Perícia Ambiental. Possui experiência no desenvolvimento de novas tecnologias e na aplicação de Processos Oxidativos Avançados para remediação ambiental e descontaminação de efluentes. Atualmente envolvida em projetos de desenvolvimentos de novos materiais anódico para aplicação em sistemas eletroquímicos e no estudo de rotas de degradação alternativas de compostos poluentes altamente tóxicos (fármacos, pesticidas e corantes). Nos últimos anos tem desenvolvido de forma ativa projetos de pesquisa com reconhecimento internacional consolidado por meio de diversas publicações cientificas. BANDA, G. R. S.; EGUILUZ, Katlin; PUPO, M. M. S.; AVACA, Luis. The influence of different co-catalysts in Pt- based ternary and quaternary electro-catalysts on the electro- oxidation of methanol and ethanol in acid media. Journal of Electroanalytical Chemistry (1992), v. 668, p. 13-25, 2012. COLEDAM, DOUGLAS A.C.; PUPO, MARÍLIA M.S.; SILVA, BIANCA F.; SILVA, ADILSON J.; EGUILUZ, KATLIN I.B.; SALAZAR-BANDA, GIANCARLO R.; AQUINO, JOSÉ M.. Electrochemical mineralization of cephalexin using a conductive diamond anode: A mechanistic and toxicity investigation. Chemosphere (Oxford), v. 168, p. 638-647, 2016. DE MELLO, RODRIGO; SANTOS, LUCAS H.E.; PUPO, MARÍLIA M.S.; EGUILUZ, KATLIN I.B.; SALAZAR- BANDA, GIANCARLO R.; MOTHEO, ARTUR J.. Alachlor removal performance of Ti/Ru0.3Ti0.7O2 anodes prepared from ionic liquid solution. JOURNAL OF SOLID STATE ELECTROCHEMISTRY, v. 1, p. 1-10, 2017. EGUILUZ, Katlin; MALPASS, Geoffroy; PUPO, M. M. S.; BANDA, G. R. S.; AVACA, Luis. Synthesis, characterization and electrocatalytic activity toward methanol oxidation of carbon supported Ptx?(RuO2?M)1?x composite ternary catalysts (M = CeO2, MoO3 or PbOx). Energy & Fuels (Print), v. 24, p. 4012-4024, 2010. MARTINS, P. E. S.; PUPO, M. M. S.; SANTOS, E. de J.; SANTOS, N. L.; SILVA, E. R.. Projeto de viabilidade para implantação de agroindústria de beneficiamento de mandioca para produção de farinha enriquecida com resíduo de polpa de fruta. Enciclopédia biosfera, v. 6, p. 1-19, 2010. MARTINS, P. E. S.; PUPO, M. M. S.; SANTOS, N. L.; SILVA, E. R.; LEMOS FILHO, M. A. F.. Avaliação dos modelos de NRTL e Raoult utilizando dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor de composto binário álcool alílico e acetonitrila sob diferentes temperaturas. Enciclopédia biosfera, v. 6, p. 1-9, 2010. PUPO, MARILIA M. S.; COSTA, LUCAS S. DA; FIGUEIREDO, AÍLE C.; SILVA, RONALDO S. DA; CUNHA, FREDERICO G. C.; EGUILUZ, KATLIN I. B.; SALAZAR- BANDA, GIANCARLO R.. Photoelectrocatalytic degradation of indanthrene blue dye using Ti/Ru-based electrodes prepared by a modified Pechini method. Journal of the Brazilian Chemical Society (Impresso), v. 24, p. 459-472, 2013. PUPO, MARILIA M. S.; LÓPEZ-SUÁREZ, FRANZ E.; BUENO-LÓPEZ, AGUSTÍN; MENESES, CRISTIANO T.; EGUILUZ, KATLIN I. B.; SALAZAR-BANDA, GIANCARLO R.. Sn@Pt and Rh@Pt core-shell nanoparticles synthesis for glycerol oxidation. Journal of Applied Electrochemistry, v. 00, p. 1-12, 2014. Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................ ............ 7 CAPÍTULO 1 Introdução ao Desenho de Processos .................................. 9 CAPÍTULO 2 Dimensionamento de Recursos e Processos ....................... 37 CAPÍTULO 3 Conceitos de Agregação de Valor ........................................ 59 CAPÍTULO 4 Teoria das Restrições ............................................................. 75 APRESENTAÇÃO A disciplina de Desenho de Processo surge no intuito de trazer ao aluno entendimento e ferramentas possibilitando o desenvolvimento de Desenhos de Processos referentes a qualquer cenário possível. A disciplina busca conscientizar o aluno sobre a importância da visão dinâmica e iterativa do Desenho do Processo como ferramenta de administração e gestão empresarial. Dividido em 4 Capítulos, estima-se que ao final do curso o aluno seja capaz de analisar e desenvolver o Desenho de Processos de forma simples e abrangente. O Capitulo 1 busca inserir as definições básicas das etapas envolvidas em um Processo, esclarecendo a importância e influência de diversas variáveis existentes em todo universo produtivo, tais como divisão das tarefas, gestão humana, entre outros. O Capitulo 2 traz consigo as definições de métricas, auxiliando na mensuração das atividades envolvidas e na simplificação do processo. Neste ponto, o aluno será mergulhado no conteúdo de forma a visualizar processos de otimização do Desenho de Processos e vias para melhorar as suas rotas de gestão. O Capitulo 3 traz consigo o conceito de Valor Agregado e toda sua importância no cenário econômico atual. O entendimento moderno de valor ultrapassa os conceitos econômicos e as vantagens operacionais básicas, sendo necessário entender como surge, se desenvolve e como garantir um produto com Valor Agregado no mercado atual. Conceitos de hand-off e a importância da correta gestão entre processos são também ressaltados. O Capitulo 4 abrange os conceitos de Teoria das Restrições, onde se busca identificar os elementos restritivos mais comuns e propor Redesenhos de Processos. Esse capítulo traz consigo a importância da constante reavaliação e redimensionamento do Desenho de Processos, ressaltando o dinamismo e capacidade evolutiva do mesmo. Por fim, ao final da disciplina, espera-se que o aluno esteja apto a desenvolver Desenhos de Processos atuais e suas previsões de forma a contribuir positivamente na gestão de seu empreendimento e desenvolver pontos de melhorias nos seus processos. Bons estudos! A autora. CAPÍTULO 1 Introdução ao Desenho de Processos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Noções gerais do funcionamento do processo. Influência do profissional dentro do desenho organizacional. Identificar as inter-relações presentes nas diversas fases do processo. Analisar o desenho do processo dentro do empreendimento. 10 DESENHO DE PROCESSOS 11 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Contextualização Com os avanços tecnológicos e a consolidação da globalização, novos mod- elos de produção surgiram no cenário industrial focando em sistemas eficientes que seriam capazes de atender às demandas do consumidor, abrir fronteiras comerciais, viabilizar a competitividade das empresas e garantir a sustentabilidade econômica do empreendimento. O mercadoconsumidor enfrentava um período de conscientização social, am- biental e econômico, destacando a percepção orgânica. Nasciam conceitos como sustentabilidade ambiental, pegada ecológica, monopólio econômico, entre out- ros. Assim, os empreendimentos viram-se obrigados a modernizar seu sistema produtivo, otimizar o tempo e custo associado em cada etapa, garantir a eficiência de produção e qualidade final do seu produto de forma a garantir a sua sobrevivên- cia no mercado econômico. Neste enfoque, surge o conceito de gestão proposto por Frederick Winslow Taylor, conhecido como Taylorismo, fundamentado em ganhos de produtividade, es- pecialização excessiva, padronização do produto, divisão de trabalho isolada, salário como motivador central com um controle de qualidade feito fora da cadeia produtiva. O Taylorismo predominou entre as práticas produtivas mais comuns durante o período em que ocorreram as guerras mundiais. Devido à crescente pressão sofri- da pelos países envolvidos, a produção bélica de bens de consumo e a escassez de recursos sofrida pelos principais países desenvolvidos eram suficientemente fortes para que questões pessoais e sociais do colaborador fossem deixadas em segundo plano, contudo, com o fim das guerras, a consolidação da democracia e o desejo de crescimento pessoal e ascensão social dos colaboradores surgiu da necessidade de modificar pontos centrais do modelo produtivo. Assim, seguindo as ideias de Henry Ford, desenvolveu-se o Fordismo, mod- elo produtivo que incorporava os ganhos produtivos ao salário do colaborador, com uma redução de estoque, livre negociação de salários e condições de trabalho, preocupando-se com o bem-estar físico e mental dos colaboradores. Foi durante a época de adoção do Fordismo que se estabeleceram outros fatores motivacionais para garantir a produtividade do colaborador, propiciando um ganho em qualidade de vida e uma flexibilidade maior na hierarquia organizacional. A gestão de empreendimentos vem sofrendo alterações desde então, por vezes adicionando ou repensando práticas de forma a manter o colaborador mo- tivado e propiciando condições para a otimização do processo produtivo sem com- prometer a qualidade do produto. Os novos modelos de gestão são mais sensíveis ao mercado, aproximando-se do seu consumidor de forma a aplicar a tecnologia competitivamente, com uma divisão de trabalho garantindo a autonomia do colab- orador e incentivando comunicação entre os diversos setores envolvidos. 12 DESENHO DE PROCESSOS Desenho de Processos: Definição Contudo, note que nem todo método de gestão proposto é bem aceito ou ex- ecutado em todos os tipos de empreendimento, é preciso respeitar a sinergia es- pecífica de cada processo e atender às demandas pontuais de cada setor respeit- ando suas capacidades e limitações. Para atender a este novo conceito, surge a linha de gerenciamento consolidada como Business Process Management (BPM), que aborda a cadeia produtiva como um todo, analisando o trabalho desde o nível global, aos subprocessos envolvidos em cada etapa e como eles interagem entre si. Fundamento em que surge o Desenho de Processos, delimitando cada proces- so essencial à cadeia produtiva, priorizando os recursos envolvidos e como in- fluem na manutenção da qualidade e sustentabilidade econômica do produto final. O estudo de Desenho de Processos busca otimizar o entendimento sobre as diversas relações humanas e tecnológicas entendidas dentro da cadeia global de produção do empreendimento, destacando a importância da cultura organizacion- al e do entendimento das inter-relações existentes entre os variados níveis do pro- cesso. É a partir do Desenho de Processos que o gestor será capaz de identificar adequadamente os pontos falhos ou insatisfatórios do seu sistema e sua parcela no comprometimento da qualidade do produto, associando custos e responsáveis pelas problemáticas identificadas. Processo pode ser entendido de diversas formas, depende predominantemente do enfoque do serviço desenvolvido. Entende-se que o processo envolve a transformação de um insumo de forma a entregar um produto final, nos quais ocorrem diversas etapas que contribuem no desenvolvimento deste produto, portanto, processo é a combinação de atividades executadas por humanos ou máquinas, buscando obter um ou mais produtos finais. Entende-se, portanto, que o processo é o estabelecimento de sequências lógicas de tarefas e atividades buscando atingir um produto final com um maior valor agregado. A definição de processos sofre interpretações diferentes dependendo do campo no qual o empreendimento está inserido. O quadro a seguir detalha uma série de entendimentos sobre processos. 13 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Quadro 1– Definição de Processos *Entende-se input como entrada da determinada etapa do processo. **Entende-se output como saída da determinada etapa do processo. Fonte: Adaptado de Ribeiro (2013). Entendido o conceito de processo, é possível definir então o que seria Desenho de Processos. O termo “desenho” nos remete à atividade lúdica desenvolvida por crianças em fase de aprendizagem e percepção espacial onde é estimulada a retratar o seu entorno por meio da transposição de seu entendimento para um meio físico, podendo ser um papel, quadro ou outro recurso. Ao idealizarmos a atividade, como adultos, às vezes, somos incapazes de entender a profundidade e aplicação da atividade. Assim, entende-se Desenho de Processo como a retratação do trabalho ponta a ponta, identificando as entradas e saídas do processo global, subdividindo-o em etapas que possuem entradas, saídas e responsáveis bem determinados (PAVANI JÚNIOR; SCUCUGLIA, 2011). Ainda, Desenho de Processos como conceituado pelo Ministério Público Federal é: Definição Autor Conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas). Norma NBR ISO 9000:2000 Conjunto de atividades, funções ou tarefas identificadas que ocorrem em um período de tempo e que produzem algum resultado. Integration Definition for Modeling of Process (IDEFO) Reunião de tarefas ou atividades isoladas, organizando-as. Michael Hammer Conjunto de atividades estruturas e medidas destinadas a gerar um produto final específico, com determinação de atividades no trabalho detalhando tempo e espaço dos inputs* e outputs**. Thomas H. Davenport Sequências de atividades necessárias para realizar transações e entregar produtos. Rohit Ramaswamy Sequência de procedimentos, tarefas ou atividades que convertem seu produto de entrada em algo novo. Dianne Galloway Série de etapas envolvidas na criação de um produto. Geary A. Rummier e Allan P. Brache 14 DESENHO DE PROCESSOS Criação de especificações para processos de negócios novos ou modificados dentro do contexto dos objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processos, fluxo de trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, controle financeiros e operacionais, e interação com outros processos internos e externos (BRASIL, 2013, s.p.). Portanto, o Desenho de Processos funciona como a definição formal de metas e objetivos, organizando as atividades de forma a obter eficientemente o seu produto final. É importante notar que é na fase do Desenho de Processos que se estabelece a cadeia de valores, de responsabilidades e de indicadores que irão nortear a qualidade do trabalho em cada etapa. É por meio da definição do Desenho de Processos que falhas são apontadas onde há excesso de recurso sendo desprendido, ou ainda, o não atendimento à qualidade necessária para garantir o bom funcionamento do empreendimento (FURLAN, 2013). Nota-se que as empresas normalmente não passam pela etapa de Desenho de Processos, suas atividades simplesmente se organizam de forma natural evoluindo com o tempo. Como resultado, os sistemas vigentes em boa parte das empresassão feitos de forma rápida e sem uma análise crítica, perdendo, por vezes, na racionalização dos problemas por etapas e na eficácia de execução ou elaboração do seu produto (FURLAN, 2013). Como consequência natural, a busca pela melhoria vem associada a readequações e custos ligados à melhora no sistema global da empresa, e, portanto, só é requisitada quando o sistema de operação vigente começa a apresentar falhas. Dentre as falhas mais comuns temos: atrasos de entrega do produto, sobrecarga excessiva entre colaboradores, perda de foco entre os responsáveis pelas várias etapas do processo, o gerenciamento é feito de forma isolada entre setores, não há padronização das ferramentas no sistema global, qualidade não é um requisito mensurado por etapas, não há noções evidentes do valor associado por etapas, entre outras. O Desenho de Processos surge, portanto, para alinhar o negócio em torno de uma estratégia, determinar o trabalho de ponta a ponta documentando as atividades com metodologia pré-estabelecida, definir metas e controle gerencial apropriado para medição do desempenho, eliminar pontos de perda, gargalho, retrabalho e de trabalhos que não agregam valor, reduzir variação dentro do processo, melhorar a comunicação entre as áreas, padronizar o atendimento geral do empreendimento (SORDI, 2008). 15 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Para elaborar o Desenho do Processo, basta então interligar o passo a passo que envolve minha cadeia produtiva? Não. O Desenho de Processos deve considerar as atividades de forma independente, entendendo a capacidade delas de modificar-se ou ajustar a depender da interferência delas na cadeia. É importante também analisar os subprocessos envolvidos alinhando as atividades desenvolvidas em cada etapa. É importante que tudo seja considerado focando em uma visão pragmática da melhor prática corrente e das variações do processo em uso (FURLAN, 2013). Conceito de BPM Historicamente, os modelos de gestão baseados na análise e entendimento dos processos surgiram na década de 1980, com a criação do Ciclo de PDCA (Plan, Do, Check, Act) e vem evoluindo de forma a adaptar-se a processos de modernização tecnológicos e mudanças do mercado consumidor, bem como do seu quadro técnico. Assim, passamos por Theory of Constrains (TOC – Teoria das Restrições), Six Sigma, Business Process Reengineering (BPR – Reengenharia de processos de negócios), Capability Maturity Model (CMM – Modelo de maturidade para software), Balanced Scorecards (BSC – Balanceamento de indicadores de desempenho), Business Process Improvement (BPI – Melhoria de Processos de Negócio), Workflow (WFMC – Fluxo de trabalho), e finalmente o Business Process Management (BPM – Gerenciamento de Processos do Negócio) (COHEN, 2014). Pode-se dizer ainda que o BPM busca identificar, desenhar, documentar, avaliar, monitorar e controlar os processos automatizados e não automatizados de forma a atingir resultados consistentes, alinhados com objetivos estratégicos da organização (BRASIL, 2013). O ciclo básico entendido no processo de BPM pode ser visto na figura a seguir. 16 DESENHO DE PROCESSOS Figura 1 - Ciclo de vida de acordo com conceito BPM Processo de Negócio Melhorar Planejar Analisar Desenhar Implementar Monitorar Fonte: Adaptado de Campos (2012). Adotando medidas inovadoras de gestão e compreensão do processo produtivo, nasce o conceito de BPM, que estabelece a importância da gestão seccionando os processos e abordando cada um de forma individual. Assim, o BPM considera a relação direta das pessoas com o trabalho que executam abordagens de redesenho e implantação de processos visando cumprir aos objetivos atribuindo novos papéis e responsabilidades Tenho minha empresa funcionando bem com meus produtos sendo entregues dentro do prazo. Por que eu deveria me preocupar em adotar conceitos como BPM? 17 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Figura 2 - Razões para adotar o BPM Tempo de lançamento Adotar mehores práticas Novas formas de trabalhar Padronização Regulação Transparência Monitoramento Auditoria Tratar riscos Melhorar satisfação Melhor resposta Reduzir custos Automatizar rotinas Mudar processos com rapidez Desenvolvimento de sistemas de TI alinhados com as necessidades do negócio Integração com TI Terceirizar Agilidade Eficiência Controle Conformidade Demandas dos clientes Inovação Por que adotar o BPM? Fonte: Adaptado de Campos (2012). Para adequada adoção do BPM é preciso manter em mente certos conceitos que ajudarão na interpretação dos dados. Vamos detalhar um pouco mais na atividade de leitura a seguir: Qualidade: qualidade é a adequação do uso do produto produzido, atendendo às exigências preestabelecidas. Pode ser entendida como a satisfação dos critérios desenvolvidos em todas as etapas do processo produtivo de forma a atender ao cliente de forma efetiva. Produtividade: conhecida como a capacidade dos fatores de produção em obter um produto final desejável, ela está diretamente associada à economia. A produtividade é um conceito a longo prazo abrangendo o comportamento global do empreendimento frente às demandas do mercado. Eficiência: a eficiência consiste em atingir seus objetivos empregando o menor número de recursos possíveis, podendo ser capital, mão de obra, combustível, energia etc. Eficácia: concerne o atendimento da qualidade do produto, visando às expectativas do cliente. Foca na capacidade de obter o produto final, indiferente dos aspectos produtivos e do empenho durante o processo. Fonte: Adaptado de Brassad (1992). 18 DESENHO DE PROCESSOS O Diagnóstico do Estado Atual da empresa busca entender o seu histórico de operação e deixar em evidência os problemas existentes ou as oportunidades de forma a otimizar a organização da cadeia. A análise inicial nunca deve ser feita como uma folha de papel em branco, especialmente em empresas já operando, pois, sem enxergar as inter-relações e atividades-chave que envolvem o funcionamento atual da empresa (FURLAN, 2013). Para ser possível diagnosticar o estado atual do Sistema é preciso que você aplique um sequenciamento de passos que definirão de forma lógica o Desenho do Processo vigente. Quando eu estiver diante de uma empresa já operando, como vou conseguir alinhar cada etapa na posição correta dentro do meu desenho? O que ocorre quando as etapas se cruzam e quando o produto de uma é parte do insumo da próxima? De forma objetiva, indica-se seguir o seguinte passo a passo (VENKI, 2011): • Determine seus objetivos • Identifique as saídas do processo • Identifique os clientes do processo • Identifique as entradas do processo • Identifique os componentes do processo • Identifique os fornecedores do processo • Entenda os limites do Processo • Documente o Processo atual • Identifique as possíveis melhorias • Documente o processo melhorado. Diagnóstico Do Estado Atual 19 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Figura 3 - Componentes do processo no desenho de processos Fonte: Adaptado de Campos (2010). Legal! Estou entendendo! Quer dizer então que para conseguir desenhar meu processo tudo que preciso é sentar sozinho e identificar os processos e como estão conectados? Não. Note que para o entendimento correto do seu processo é preciso que haja colaboração de pessoas-chave na sua equipe. É preciso que se compreenda por completo quais produtos são obtidos em cada etapa e como eles afetam a etapa conseguinte. Vem disto o conceito de hand-off e de gargalo, que detalham a importância de cada produto obtido. É impossível realizar este desenho de forma isolada. Para cada processo identificado na etapa de definição do Estado Atual especula- se uma série de subprocessos que compõe aquela etapa, que são divididos em diversas atividades,que por sua vez constituem a combinação de determinadas tarefas (CAMPOS, 2010). Assim, dentro de cada etapa identificada dentro do Desenho de Processos, existe uma sequência similar ao visto na figura a seguir. 20 DESENHO DE PROCESSOS No Capítulo 2, na discussão sobre Melhorias em Processo, veremos mais detalhadamente os conceitos básicos de gargalo. Para maiores detalhes sobre conceito de hand-off e outros, acesse: <http://www.fiems.com.br/bpm/conceitos.html>. Segue, no quadro a seguir, um detalhamento dos principais pontos fortes e fracos de cada método de levantamento das Etapas de Processo para definir o Estado Atual do empreendimento. Quadro 2 – Análise comparativa das técnicas de levantamento do estado atual Técnica Pontos Fortes Pontos Fracos Brainstorming Acontece de forma natural e fácil de configurar. Não requer materiais para elaboração. Melhora o nível de interação do grupo. Tem tendência a perder-se em um mar de informações. O colaborador nem sempre se encontra adequadamente preparado para o encontro. Exige que os participantes sejam criativos sem invadir o espaço do colega. Grupo Focal Acontece em um encontro pontual, economizando tempo por meio de uma entrevista coletiva. Identifica-se os anseios de cada indivíduo de forma ágil e eficaz. Permite o contato direto de opiniões e percepções do grupo como um todo. Provoca receio dos participantes de serem julgados por suas opiniões. Pode haver desvio entre as opiniões e atitudes dos participantes, uma vez que os mesmos tendem a adotar uma postura eticamente correta no debate que não reflete seu comportamento real. É necessário adotar um moderador para manter a eficiência do encontro. É difícil de conciliar agendas do grupo por completo. 21 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Fonte: Adaptado de Serpro (2011) Entrevistas Estimula participação e define os relacionamentos dos principais interessados. É um método versátil. Estimula a discussão completa dos temas. Permite observar dinâmicas de perfil psicológico do participante. Permite a definição clara de objetivos e acordo entre os participantes. Permite o sigilo e favorece a manifestação de opiniões dos participantes (sem o nível de exposição elevado de práticas em grupo). Não favorece o estabelecimento de consenso. Requer desenvolvimento e treinamento para conduta adequada. Exige habilidades de escutas ativas. O custo com transcrição e o dispêndio de tempo é mais elevado do que o ideal. Há possibilidade de indução do entrevistado. Cenários Facilitam a visualização do escopo e um entendimento dos níveis de objetivos dos usuários. Não favorecem a obtenção dos requisitos para desenho de processos. Questionários Eficazes na obtenção de resultados quantitativos. Facilidade de obtenção de insight. Não requer muito tempo. Rápido e de baixo custo, favorecendo cenários onde há dispersão geográfica do trabalho. Quando utilizadas as questões abertas o dispêndio com tempo para análise pode ser demasiado. Deve-se evitar ambiguidade nas questões. 5W1H Questionamento sistemático. Delimita com facilidade os problemas. Não estimula reflexão em grupo. Limita-se à análise de apenas seis aspectos do problema. Análise da Causa Raiz Ferramenta adequada para analisar comportamento humano. Fornece identificação dos problemas e suas causas. Funciona melhor quando a equipe possui especialistas. Há necessidade de manter a objetividade. 22 DESENHO DE PROCESSOS Atividade de Estudos: 1) O levantamento de processos consiste apenas nas etapas de produção e serviços? __________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ _________________________________________________ __________________________________________________ Neste ponto, a influência do indivíduo dentro da cadeia de processos já se encontra bem enfatizada. Sabe-se que a garantia de bom funcionamento de cada processo depende da cooperação saudável e eficaz entre etapas do processo, o que ocorre por meio de uma correta gestão de pessoas. Assim, quando se busca implementar uma gestão por processos, é de crucial importância a capacidade de contribuir para o produto final do fator humano, o que motiva sistemas de gestão mais participativos (RIBEIRO, 2013). Como a cultura organizacional tem força o suficiente para influenciar a interação entre o comportamento humano, os processos operantes e as mudanças propostas é importante que algumas questões sejam bem abordadas no detalhamento da cultura organizacional. Segue trecho retirado do Manual de Gerenciamento de Processos de Negócio para melhor detalhamento do que deve ser observado durante monitoramento da cultura organizacional. Cultura Organizacional 23 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 • Quais são os líderes na organização responsáveis pela entrega dos resultados do processo? Quão comprometidos estão com as mudanças e quão confiantes estão de que essas mudanças serão bem-sucedidas? • Como as propostas de mudanças são vistas pelas áreas funcionais? • Qual é o fator de motivação para os resultados de processos? Como a execução do processo é incorporada nos incentivos que recompensam o resultado do trabalho? Existem atitudes, práticas ou objetivos de desempenho que forneçam incentivos para cooperação e mudança? • Como será realizado o gerenciamento de mudança na organização? A implementação da mudança estará incluída nos objetivos para medir o sucesso do processo? • Como indivíduos afetados ou responsáveis pelo processo interpretam as razões para a mudança do processo? A excelência do processo é uma capacidade-chave na estratégia organizacional? Fonte: Adaptado de Furlan (2013). Uma vez entendidas todas as questões apontadas, é preciso desenvolver no grupo de trabalho uma espécie de sentimento de união. Quando se combinam pessoas com históricos e interesses diferentes há uma tendência a gerar situações de competitividade, ou o interesse de atender a um anseio individual. Neste contexto é importante que os grupos de trabalhos sejam agrupados de acordo com o interesse comum, com a meta que desempenham coletivamente. Assim, determinam seus objetivos e funções particulares dentro do Desenho de Processo, é fundamental que as equipes se mantenham motivadas e envolvidas de forma eficiente e efetiva. O papel de motivador, responsável por manter a equipe focada e estimulada, é normalmente atribuído ao gerente que desempenha função estratégica, interligando todas as equipes que foram montadas. O gerente deve manter a equipe ciente da missão organizacional, definir claramente as metas de cada equipe além do seu funcionamento, e mais importante, gerir reuniões eficazes (PAVANI JÚNIOR, 2011). 24 DESENHO DE PROCESSOS Com base no Quadro 2, o gerente deve identificar e aplicar a metodologia de coleta de dados mais eficaz dentro de cada equipe, variando de acordo com a complexidade do trabalho executado, tamanho da equipe ou nível de detalhamento dos resultados requeridos. Ademais, o gerente é responsável por designar funções e atributos particulares de cada grupo de trabalho, considerando que em todo processo há funções e níveis de interação horizontal variáveis. Logo, para melhor contextualização dos diferentes grupos, podemos classificá-los em três categorias, como apresentado por Ribeiro (2013): •Grupos de controle de qualidade: possuem como meta a eficácia e eficiência do processo, focados em identificar pontos de aumento de produtividade e qualidade do produto gerado. • Grupos de melhoria: buscam resolver problemas horizontais, capazes de enxergar comprometimento de uma tarefa específica no Desenho do Processo, focando na resolução do problema.• Grupos de elaboração de projetos: são pessoas altamente capacitadas que buscam desenvolver um projeto específico previamente determinado restringindo sua atividade ao projeto. Assim, entende-se que dentro de todo Processo, em algum grau, o fator humano possui influência direta na qualidade do produto desenvolvido e na eficiência e eficácia do sistema produtivo (MARTINHO, 2011). Quando se analisa a cadeia de um processo é importante levar em conta o fator humano, suas inter-relações e intrarrelações dentro de cada subprocesso executando suas tarefas. Quando a equipe não se encontra envolvida e motivada na busca do objetivo comum todo e qualquer processo estará fadado ao fracasso. Algumas abordagens simples podem levar a uma maior inter-relação dos seus colaboradores e até mesmo uma melhora em produtividade quando se considera a otimização de recursos e tempo empenhado. Diversas metodologias gerenciais buscam estimular isso entre seus funcionários com resultados variados. Na busca de manter os componentes dos grupos ativamente comprometidos e estimulados, alguns conceitos e técnicas são sugeridas, dentre as quais a técnica japonesa dos 5Ss tem sido a mais adotada. Os japoneses listaram cinco sensos de melhoria visando ao menor uso de recursos com a maior qualidade possível, como pode ser visto de forma organizada no quadro a seguir, conforme apresentado pelo módulo de Gestão de Processos (SEBRAE, 2008): 25 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Quadro 3 – Conceitos e vantagens dos 5Ss Fonte: Adaptado de SEBRAE (2008). O procedimento de implementação dos 5Ss será melhor detalhado adiante. Por hora, a simples visualização mental de todos os componentes descritos já pode ser usada como estímulo para identificarmos métodos de melhoria em nosso ambiente, nosso entorno e na nossa atividade. É importante ter em mente o foco de cada S estudado. Senso Melhorias sugeridas Vantagens Seiri (Senso de Uso) • Eliminar o que não for necessário. • Reduzir os estoques. • Manter no ambiente apenas os recursos requeridos naquele momento. • Reduz o uso de espaço físico, gastos com armazenagem e seguro. • Facilita locomoção. • Evita duplicidade. • Diminui o cansaço físico. Seiton (Senso de Organização) • Organizar o local de trabalho. • Atribuir local para cada objeto. • Diminui o tempo de procura. • Diminui necessidade de controle. • Aumenta a produtividade. • Aumenta a racionalização do trabalho. Seiso (Senso de Limpeza) • Manter o ambiente limpo. • Fazer da limpeza uma rotina. • Aumenta a produtividade. • Evita o retrabalho. • Evita perdas de materiais. Seiketsu (Senso de Saúde) • Manter uniforme limpo. • Manter-se bem cuidado (cabelos cortados, barba feita). • Atentar para a postura. • Manter a cabeça erguida. • Diminui os gastos com sistemas de limpeza. • Melhora o desempenho dos empregados. • Evita problemas de saúde. • Aumenta o nível de satisfação. Shitsuke (Senso de Disciplina) • Cumprir todos os procedimentos propostos. • Respeitar a manutenção de padrões. • Autocontrole. • Melhoria contínua dos resultados. 26 DESENHO DE PROCESSOS Figura 4 – Conceitos básicos do 5Ss Fonte: Silveira (2016). Atividade de Estudos: 1) O conceito dos 5Ss parece bem interessante, que tal colocar em prática um pouco do que ele sugere para ver como nos sentimos? Tudo que executamos pode ser visto como um processo, capaz de ser desenhado e aprimorado. Vamos pegar, por exemplo, O Processo de Estudo que estamos realizando agora. Em casa, tente preencher o quadro a seguir: Senso Ação Como você se sente? Seiri (Senso de Uso) • Remova da mesa todos os livros não necessários. • Verifique quais canetas não estão funcionando e descarte-as. • Deixe em mãos apenas o necessário. Seiton (Senso de Organização) • Olhe em volta, organize a sala onde você está. • Devolva ao seu devido lugar tudo que não estiver usando. • Arrume sua estante, seu armário, organize tudo dentro do seu campo de visão. Seiso (Senso de Limpeza) • Mantenha o ambiente limpo. Jogue fora o lixo. • Descarte os papéis amassados, os restos de alimentos e objetos quebrados. 27 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 E agora? Como você se sente? É possível notar quanto sua atividade de estudo vai ser simplificada agora que você tem ciência de que todas as suas canetas estão funcionando corretamente? Agora que você sabe exatamente onde está a borracha, o apontador e o marca texto? O banho com a roupa limpa, não o deixaram mais atento, mais ativo? O lixo que você jogou fora parou de ser um lembrete de tarefa não concluída no fundo do seu inconsciente? A TV desligada, a conversa de seus familiares no cômodo vizinho, agora que essa distração foi eliminada, você não se sente mais centrado? Lembre-se, por mais que dentro do seu Desenho de Processo a maioria das atividades sejam automatizadas ou robotizadas haverá sempre o fator humano envolvido nas etapas de entrada e saída. A forma como cada componente se porta dentro da equipe influencia diretamente o desempenho do grupo e no processo global. As empresas que escolhem adotar a implementação dos 5Ss buscam a manutenção ou melhoria da qualidade de seus produtos e serviços. Os procedimentos de implementação do mesmo podem ser vistos de forma sucinta no quadro a seguir (WASYLUK, 2014). Seiketsu (Senso de Saúde) • Tome um banho. Faça a barba, penteie os cabelos. • Vista uma roupa limpa. • Note a sua postura de estudo, se preciso troque de cadeira, de mesa ou de local de estudo. • Evite jogar-se no sofá ou na cama enquanto desenvolve a atividade. Shitsuke (Senso de Disciplina) • Cumpra suas metas de estudo. • Elimine distrações, desligue a TV, o som ou feche a porta do seu ambiente de estudo. 28 DESENHO DE PROCESSOS Quadro 4 - Passos para implementação da filosofia dos 5Ss Fonte: Adaptado de Wasyluk (2014). Níveis do Processo Para o adequado Desenho de Processos é preciso que ele seja dividido em subprocessos que organizem de forma lógica o sequenciamento das atividades executadas visando à obtenção do produto final (PERILLO JÚNIOR et al., 2017). Assim, subprocesso pode ser entendido como uma atividade que possui em seu interior a modelagem de outras atividades, eles definem o escopo contextual do empreendimento podendo ser utilizado para dar ênfase, destacar exceções ou definir o comportamento transacional de cada atividade desempenhada. É da composição dos subprocessos que definimos os níveis do processo a ser analisado. O número de níveis e sua organização depende da atividade empregada e da metodologia empregada. Fundamentalmente, estipula-se que o Desenho de Processos seja capaz de definir os fluxos de processos e fluxos de trabalho (FURLAN, 2013). Passos Execução Engajamento da Alta Direção Evidenciar o comprometimento oficial da empresa com o programa. Designar os Facilitadores do 5Ss Atribuir a responsabilidade das ações a um grupo específico de pessoas. Diagnóstico Uma vistoria informal identificando locais críticos e catalogando (por fotos e vídeos) a organização e limpeza dos setores. Divulgação dos conceitos Realização de cursos e capacitações das equipes, em cada processo buscando as linguagens e abordagens mais adequadas em cada setor. Preparos para o “Dia D” Listagem das atividades e divulgação das mesmas e da data estipulada de forma abrangente. É preciso separar de forma eficaz cada atividade e associá-la ao setor responsável. Nesta etapa procura-se criar metas de limpeza para cada contribuinte, visando ao objetivo comum. Dia da limpeza Dia designado exclusivamente à limpeza e organização, a equipe deve ser toda direcionada para atingir as metas estipuladas. Arrumação Etapa final, garante que o colaborador note de forma drástica a mudança em seu ambiente. A partir deste ponto, a organização deve ser mantida edivulgada como parte dos requisitos da função de cada equipe. 29 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Para que não haja caráter limitador na definição dos Níveis de Processo vamos adotar a abordagem de Ribeiro (2013), que de forma objetiva e direta define os Níveis de Processo de forma universal. Desenho de Processos então será entendido como a composição vista na Figura 3. Neste ponto, para que não haja confusão na organização do Desenho de Processos é importante revisar alguns conceitos úteis, como abordados por Ribeiro (2013). • Macroprocessos: geralmente envolve mais de uma função organizacional e sua operação tem impacto representativo no funcionamento da organização. Envolve o entendimento da matéria-prima que chega ao sistema e do produto final obtido, detalhando as etapas de produção de forma objetiva. • Processos: é o conjunto de atividades interligadas que recebe as entradas, agrega valor e gera os produtos de saída. Podem ter influência direta nas etapas de produção do material, ou podem representar atividades de suporte, por exemplo, o processo gerado no setor de RH, comumente vistos nos empreendimentos modernos. • Subprocesso: é a combinação de forma racional de uma ou mais atividades que têm um objetivo específico, contribuindo para atingir a missão do macroprocesso. • Atividade: consiste da soma de funções de uma unidade (pessoa ou departamento) visando à obtenção de um resultado específico. A combinação de atividades constitui a unidade do subprocesso e podem ter caráter crítico para o empreendimento ou não crítico. • Tarefa: é uma parcela de trabalho específica, geralmente designado por um indivíduo ou grupo de indivíduos altamente especializados em realizar a designada tarefa de forma que seu produto tenha agregação de valor. Atividade de estudos: 1) Que tal desenhar um processo no nosso final de semana. Para esta atividade você vai precisar de um caderno, algumas canetas coloridas e uma régua. VAMOS PREPARAR UM CHURRASCO. a) Identifique o macroprocesso: b) Qual é a sequência de processos envolvidos? c) Dentro de cada processo, há seu conjunto de subprocessos, quais são? d) Para cada subprocesso haverá uma sequência de atividades divididas em pequenas tarefas, identifique estas também. 30 DESENHO DE PROCESSOS Ao final, analise como serão necessárias equipes especializadas em cada subprocesso identificado. Note os pontos de possíveis problemas e atribua uma lista de requerimentos em cada processo. __________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ __________________________________________________ _________________________________________________ Notou alguma coisa importante? Dentro do seu Desenho de Processos para um churrasco, deve ter ficado evidente que nem todos os tipos de processos possuem a mesma finalidade, alguns são realizados de forma a atender à fabricação do produto, outros apenas para manter o sistema operante. Desta forma, os processos podem ser designados conforme sua finalidade. 31 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Figura 5 - Decomposição dos processos Fonte: Adaptado de Mendonça (2017). Os processos podem ser separados ainda de acordo com Tipos de Processo, conforme discute Martinho (2011). • Processos finalísticos: compõem as atividades fim, diretamente envolvido com as necessidades do cliente. São processos diretamente relacionados com os fundamentos estratégicos: missão, objetivos estratégicos e planejamento. • Processos de apoio: são os processos que dão suporte às atividades de natureza central da organização. Estão diretamente relacionados aos recursos internos da organização. Englobam também aspectos gerenciais destinados a monitoramento. • Processos críticos: são aqueles que têm natureza estratégica para o sucesso do empreendimento. São os processos que tendem a dificultar ou impedir a realização quando não são gerenciados de forma adequada. Quando se enxerga o Desenho de Trabalho por esta ótica, nota-se que claramente o primeiro sujeito na cadeia produtiva e o último, dificilmente terão entendimento completo das funções e atribuições do seu colega. Até a implementação e entendimento dos Desenhos de Processos, esse isolamento era considerado natural, e consequência de uma cadeia produtiva extensa e articulada. Atualmente, a inter-relação e visão sistêmica do sistema é um caráter desejado em empreendimentos de grande porte, pois por meio da mudança desta cultura organizacional, estima-se que seja possível estabelecer uma correta identificação de etapas em que ocorre retrabalho, hand-off e gargalos no seu Desenho de Processo. 32 DESENHO DE PROCESSOS Conceito e Aplicação de Hand-Off Hand-off é o fenômeno que ocorre dentro do processo toda vez que a informação ou o trabalho passa de uma função para a seguinte, basicamente é a transferência do controle do produto final. Estima-se que quanto menor o número de hand-off no seu sistema, menor será a vulnerabilidade dele. Para entender melhor os hand-off, seu comportamento e como solucioná-los, Furlan (2013) sugere divagarmos sobre as seguintes perguntas: • Quais hand-offs são mais prováveis de causar atrasos? • Há presença de gargalos como consequência dos hand-offs? • Os hand-offs podem ser eliminados? • Que meios podemos usar para gerenciar a sequência, o tempo e as dependências dos hand-offs? O hand-off é talvez o ponto mais frágil do sistema, é nele que as responsabilidades são transferidas em uma relação cliente-interno, passível de gerar desentendimentos e perda de eficiência (SEGPLAN, 2012). Em um empreendimento de grande porte meus processos estão designados em subprocessos, que são particionados em atividades que constituem uma soma de determinadas atividades. Neste ponto, temos pessoas cada vez mais especializadas para operar cada etapa individualmente. Como garantimos que no processo de hand- off não haverá perda de conteúdo? Como podemos garantir que o macroprocesso não será prejudicado? É por conta de problemas como este que o seu processo deve ter alguma espécie de padronização, feita com base em documentação clara e objetiva que seja arquivada com consulta disponibilizada por todos os setores do empreendimento. A partir do ponto em que a responsabilidade é transferida, a “qualidade” do produto deve ser verificada no seu ponto de saída/entrada para que não haja comprometimentos em etapas posteriores, ou haja identificação de falhas em etapas anteriores. 33 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 Para ilustrar melhor, vamos detalhar um estudo de caso desenvolvido no Centro Cirúrgico Ambulatorial do Hospital Universitário de Brasília, de extrema importância e que auxilia muito o entendimento do conceito de hand-off: o caso de hand-off na saúde. Saindo do enfoque de empreendimentos, indústria e comércio, em 2015 foi desenvolvido um estudo sobre os casos de hand-off clínico. Neste, foi visto todo o Desenho de Processo desde a entrada do paciente ao procedimento cirúrgico adotado. Dos principais achados da pesquisa, note em quantas etapas pode haver processo de hand-off, conforme ilustra a figura a seguir. Figura 6 - Desenho de processo de atendimento ambulatorial • Descreve seus sintomas• Descreve suas patologias • Analisa quadro clínico • Aponta abordagem • Prepara medicação • Controla uso e frequência • Aplica medicação • Reporta estado do paciente • Analisa quadro • Preparativos para procedimento Hand-off 1 Hand-off 2 Hand-off 3 Hand-off 4 Paciente Médico Enfermeira Técnica de Enfermagem Equipe cirúrgica Fonte: Adaptado de Lot (2015). Desde o momento de sua entrada no ambulatório, o paciente passa do papel de informante para objeto de trabalho do processo. Nesta conversão, o atendimento, bem-estar e até mesmo a sobrevivência dele depende da correta avaliação, interpretação e documentação de cada etapa. De forma a melhor entender a relevância do hand-off nesse processo, analise o quadro a seguir: 34 DESENHO DE PROCESSOS Quadro 5 – Detalhamento de processos de hand off e suas possíveis consequências Informação Possíveis Problemas Hand- off 1 Relato de sintomas do paciente, envolvendo tempo de enfermidade, grau de comprometimento, sintomas físicos. Relato de alergias, procedimentos prévios e patologias. Prescrição de medicamentos não indicados. Possível interação medicamentosa comprometedora. Abordagem indiferente das limitações do paciente. Hand- off 2 Descrição do estado atual do paciente. Indicação do tratamento inicial. Solicitação de exames. Tratamento inadequado no ambulatório. Dosagem de medicação errada. Comprometimento do bem-estar do paciente. Hand- off 3 Preparo da medicação indicando sua via de aplicação. Relato de frequência e sintomas a serem observados no paciente (controle de febre, mal-estar, tontura, vômitos ou diarreia). Dosagem inadequada do medicamento, com repetição ou subdotes. Não identificação de sintomas-chaves esperados. Hand- off 4 O quadro geral do paciente e os motivos para o procedimento. Análise da evolução pós-admissão e de exames preliminares solicitados. Cirurgia inadequada. Dosagem de anestesia comprometedora. Comprometimento da saúde do paciente. Comprometimento das chances de recuperação. Fonte: A autora. Por meio deste exemplo prático é possível ilustrar a importância de um hand- off feito com compromisso e responsabilidade. Mais importante, o hand-off é um fenômeno inevitável dentro de qualquer Desenho de Processo, que envolva mais de uma equipe empenhada em atingir um objetivo comum. Algumas Considerações Neste capítulo, buscou-se definir de que consistia um Desenho de Processos, a sua importância para o entendimento orgânico da cadeia de atividades envolvidas, ressaltando a ligação entre subprocessos; foram analisadas as principais vertentes de organização de empreendimentos históricas e o conceito de BPM; a importância e procedimentos de análise do estado atual da empresa, focando em identificar pontos falhos e possíveis limitações a serem abordadas; 35 Introdução ao Desenho de Processos Capítulo 1 a importância da equipe de trabalho no envolvimento e desempenho do empreendimento, destacando procedimentos de aprimoramento, gerenciamento e adoção de metodologia de implantação do 5Ss; ressaltou-se a delimitação dos níveis e tipos de processo e como se comportam de forma vertical e horizontal dentro do empreendimento; e finalmente detalhou-se um pouco melhor a importância dos efeitos de hand-off e suas implicações teóricas e práticas. Para dar prosseguimento aos estudos de Desenho de Processo, uma vez que está bem clara a importância de entender seu processo a fundo, iremos destacar métodos de dimensionamento de recursos, identificação das atividades e possíveis simplificações e melhorias em cada subprocesso buscando aumentar o desempenho e a qualidade do empreendimento de estudo. Referências BRASIL. Procuradoria Geral da República. Manual de gestão por processos. Ed. MPF/PGR, Brasília, 2013. BRASSAD, M. Qualidade: ferramentas para uma melhoria contínua. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. CAMPOS, J. P. Mapeamento de processos: uma estratégia vencedora, 2009. Disponível em: <http://www.pnq.org.br/>. Acesso em: 15 jun. 2017. CAMPOS, R. A.; LIMA, S. M. P. Mapeamento de processos: importância para as organizações, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, Rio de Janeiro, 2012. COHEN, M. M. Guia de gestão por processos. Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Ministério da Saúde, 2014. COX, J. F.; SPENCER, M. S. Manual da teoria das restrições. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2002. FURLAN, J. D. Guia para o gerenciamento de processos de negócio. Corpo comum de conhecimento ABPMP BMP CBOK V3.0. 1 ed., ABPMP, 2013. LOT, J. G. M. Estudo dos processos de handoffs: um caso do centro cirúrgico ambulatorial do Hospital Universitário de Brasília, Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade de Brasília, Brasília, 2015. http://www.pnq.org.br/ 36 DESENHO DE PROCESSOS MARTINHO, G. B. Melhoria de processos em empresas do setor de varejo no Brasil: Estudo de Casos, Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. MENDONÇA, C. OSM Processos Organizacionais BPM/BPMN. UNIFAP, 2017. PAIM, R.; CARDOSO, V.; CAULLIRAUX, H.; CLEMENTE, R. Gestão de processos – pensar agir e aprender. Rio de Janeiro: Bookman, 2009. PAVANI JUNIOR, O.; SCUCUGLIA, R. Mapeamento e gestão por processos. BPM. São Paulo: Ed. M. Books do Brasil, 2011. PERILLO, Junior, M. F.; VILELA, L. M.; ZAIDEN, J. A. S.; SANTOS, K. B. Modelagem de Processos com Bizagi Modeler. Secretária de Estado de Gestão e Planejamento, Goiânia, 2017. RIBEIRO, A. F. Gestão de processos. Módulo 3. Ed. ENAP/DDG, 2013. SEGPLAN – Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento. Manual de melhoria de processos, Goiânia, 2012. SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados. Metodologia de modelagem de processos, Brasília, 2011. SILVEIRA, C. B. O que é 5S? – Programa 5S nas empresas, conceito, implantação e auditoria, Citisystems, 2016. Disponível em: <https://www. citisystems.com.br/programa-5s-empresas-conceito-implantacao-auditoria/>. Acesso em: 17 abr. 2017. SLACK, N. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de impacto estratégico. Porto Alegre: Artmed, 2006. SORDI, J. O. de. Gestao por processos: uma abordagem da moderna administração. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. VENKI. Como mapear processos passo a passo em 11 etapas simples, 2011. Disponível em: <http://www.venki.com.br/blog/como mapear processos passo a- passo/>. Acesso em: 9 maio 2017. WASYLUK, M. Proposta de implantação do Programa 5S para melhoria na qualidade em uma indústria metalúrgica de pequeno porte. Trabalho de conclusão de Curso, Faculdade Horizontina – FAHOR, Horizontina, 2014. CAPÍTULO 2 Dimensionamento de Recursos e Processos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Detalhar o valor de cada etapa do processo. � Aplicar o conceito de hand off. � Detalhar e simplificar as rotas de processo. � Entender o conceito de “gargalo”. � Atribuir métricas em cada etapa do processo. � Redesenhar processos. 38 DESENHO DE PROCESSOS 39 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 Contextualização Todo processo é composto de um aglomerado de subprocessos organizados em sequência lógica buscando a obtenção de um produto final. Com este conceito já firmado, surge então a necessidade de administrar esse conjunto de informações de forma a efetivamente gerir o macroprocesso. É evidente que, por melhor que seu sistema esteja desenhado, detalhando a sua cadeia de processos, isso não garante qualidade de desempenho. É preciso manter um olhar atento e crítico a todas as análises possíveis, e uma mente aberta para ouvir e interagir com o cliente, atendendo às suas crescentes demandas frente a um mercado constantemente em evolução. É preciso atentar-se para quem é seu grupo-alvo. Quais os desafios do mercado atual? O que demanda seu cliente? Como se comportam seusfornecedores? Seus concorrentes são mais bem-sucedidos que você? Se sim, por quê? Como podemos somar ao negócio? Quais os maiores problemas enfrentados pelo negócio? Quais são prioritários? Como podem ser solucionados? Para suprir essa demanda por informações surgem as análises de desempenho, que podem estar focadas em custo, tempo, desperdício, entre outros. Para que seja feito o levantamento do desempenho da atividade é importante que sejam estabelecidos métodos de medição, métricas e indicadores capazes de, objetivamente, situar o gestor sobre a eficiência e eficácia do seu presente Desenho de Processo. É com base no gerenciamento deste desempenho que há um correto alinhamento dos objetivos organizacionais, explorando da melhor forma os recursos investidos e os pontos fortes do empreendimento, assim como solucionando pontos fracos e sanando problemáticas que podem vir a comprometer a relação custo – atividade desenvolvida. Os objetos a serem analisados e os critérios utilizados constituem a temática do presente capítulo. Aqui serão abordadas as definições de métricas de Desenho de Processos- padrão, definindo medidas e indicadores associando as métricas com as diversas etapas do Processo, atribuindo valores aos mesmos. O conceito de hand off e gargalo será enquadrado dentro da perspectiva de Desenho de Processos e do desenvolvimento do Redesenho de Processos. 40 DESENHO DE PROCESSOS Definição de Métricas Usualmente, as empresas focam em indicadores financeiros para determinar seu desempenho, foca-se em variações estatísticas e padrões de mercado para delimitar o sucesso de sua atividade. Porém, esta metodologia não permite analisar o processo como um todo, ela centra-se no macroprocesso, reduzindo toda a sequência de processos ao simples balanço de insumos gerando produtos. Além disso, uma vez que se consideram apenas indicadores financeiros, não é possível estimar e estabelecer a sobrevivência do seu processo frente às mudanças tecnológicas e conceituais impostas pelo mercado consumidor. Tome como exemplo situações que envolvem a redução de desperdícios e contaminação do meio ambiente, apesar destas não estarem diretamente relacionadas com indicadores financeiros, os empreendimentos podem sofrer represálias e até queda em suas vendas por conta da sua postura ambientalmente inadequada e das novas demandas de um mercado consumidor mais consciente. Para entender melhor como anda o desempenho global do seu processo é preciso analisar com cuidado a medida de diversos fatores do sistema, de forma que se considere medida como sendo a quantificação de dados em um padrão de qualidade determinado. A combinação das medidas vai gerar o que chamamos de métrica, onde: Métrica é a extrapolação das medidas, ou seja, a conclusão obtida com os dados finitos adquiridos. As métricas são então utilizadas como fatores de comparação, de estimação, que aproximam o processo à sua meta principal, o que acaba por gerar indicadores de satisfação às exigências determinadas em cada etapa do Desenho de Processos. As métricas são constituídas de objeto da medida (tempo, matéria- prima, eficiência energética etc.), unidade de medida (horas, kg, kW/h etc.) e valores unitários (3 horas, 10 kg, 160 kW/h). Entende-se ainda que o BPM descrito no Capítulo 1 agrega ao Desenho de Processos, uma vez que insere métricas específicas para cada meta do macroprocesso, ajudando a orientar os gestores em busca de uma melhor eficácia. 41 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 Ao analisar um sistema, toma-se como base a entrada de insumos, sua transformação e, por fim, a geração do produto desejado. Desta forma, posso considerar que o desempenho do processo está estimado como uma relação direta entre insumos e produtos? Não. O fato de ter atingido um produto final com sucesso não implica um processo eficiente e eficaz que tenha sido capaz de aproveitar da melhor forma seus recursos. Uma vez entendido que o objetivo global do seu processo não determina sua eficácia, vamos abordar melhor o entendimento de métricas do sistema. Considere um sistema modelo conforme Figura 7. Cada processo é a composição de outros subprocessos, os quais são definidos em atividades específicas, compostas de pequenas tarefas a serem atingidas. As tarefas possuem métricas que servem para estimar a eficiência com a qual se atingiu a meta, mas para visualizarmos a mesma é preciso definir o que iremos medir e como iremos medir. Figura 7 - Detalhamento dos processos Fonte: A autora. Processo SubProcesso Subprocesso Atividade Atividade Atividade Tarefa Tarefa Tarefa Métrica Medida Medida 42 DESENHO DE PROCESSOS Sabendo-se que métrica é todo valor mensurável e específico, composto de um somatório de medidas, nada melhor do que a análise de um caso prático para fixação de conteúdo. Neste intuito, analisando o Quadro 2, considere o detalhamento das métricas utilizadas no processo de confecção de um Bolo de Aniversário. O processo produtivo pode ser dividido em três grandes subprocessos: a obtenção de matéria-prima, preparo da receita e a finalização do bolo. Estes processos, se considerado apenas o seu insumo consumido e seu produto gerado, podem apresentar diversos pontos onde não são exploradas rotas eficazes ou eficientes. Ao detalhar as etapas e suas medidas, torna-se claro que desde a escolha das matérias-primas, até a definição da rota viária escolhida para entrega, são variáveis que influem diretamente na qualidade e no custo global do produto, sendo importante analisar e determinar as melhores opções para cada caso particular. C on fe cç ão d e Bo lo p ar a An iv er sá rio Obtenção da matéria- prima Compras Obtenção do material Compra dos itens na lista Ovo (R$) Farinha (R$) Fermento (R$) Chocolate (R$) Açúcar (R$) Deslocamento Tempo Minutos Custo L de gasolina / km * R$/L = valor do deslocamento Preparo de Receita Desenvolvimento Combinação dos ingredientes Viscosidade/ densidade da massa Consistência da massa Homogeneidade Metodologia de preparo Temperatura do forno Indicador do fogão (oC) Finalização do Bolo Finalização e entrega Desenforme e finalização Integridade e estética Consistência do bolo Altura (cm) Homogeneidade Entrega Valor da entrega Custo de Deslocamento (R$) Custo de embalagens (R$) Fonte: A autora. Quadro 6 - Estudo das métricas na fabricação de um bolo de aniversário 43 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 A metodologia de análise proposta no Quadro 2 auxilia na tomada de decisões, corte de custos e melhoria da qualidade do seu produto, uma vez que estimula a análise ponto a ponto das métricas envolvidas no processo. Note, contudo, que é importante manter um padrão de análise comparativo satisfatório de métricas, sendo necessário estabelecer qual será o fator priorizado para cada medida sendo comparada. Em alguns casos consideramos como medida o custo do produto, em outros a sua qualidade, durabilidade, entre outros. Atividade de Estudos: 1) Para melhor entender a dinâmica e importância da determinação de métricas, considere um processo de sua escolha e preencha o quadro a seguir: N om e do P ro ce ss o Subprocesso Atividade Tarefas Métrica MedidasMedidas Tarefas Métrica MedidasMedidas Subprocesso Atividade Tarefas Métrica MedidasMedidas Tarefas Métrica MedidasMedidas Subprocesso Atividade Tarefas Métrica MedidasMedidas Tarefas Métrica MedidasMedidas Ao final da atividade, você deve obter algo semelhante ao visto no Quadro 2 considerando a atividade de confecção de bolo. Note, com o auxílio da atividade anterior, quanto é evidente a importância da determinação de métricas durante o corpo do Desenho do Processo e quanto devem estar atreladas a cada tarefa executada no macroprocesso. Para o caso citado anteriormente, note que métricas envolvendo custos decesta básica, preço de barril de petróleo, distribuição de energia, transporte e embalagens, todos contribuem de forma integrada no valor global do processo. A eficiência isolada na obtenção e determinação de cada métrica colabora significativamente para o aumento da eficácia do seu processo. O processo mais eficiente e eficaz, consequentemente, tem melhor desempenho global. 44 DESENHO DE PROCESSOS Com o desenvolvimento do Desenho de Processos e utilizando- se das novas percepções de gestão aprendidas no BPM, não deveria ser possível abranger melhor a mensuração do desempenho do sistema? Sim! É neste enfoque que surge uma nova abordagem de métricas, detalhando o desempenho como a somatória de cada etapa do processo, onde todas contribuem de forma essencial para o valor agregado do produto. Valor é a relação entre a qualidade, o preço e todos os atributos envolvidos na oferta do produto ou serviço que possa ser mensurado pelo cliente. Agregar valor ao produto é transformar a matéria-prima alterando sua quantidade ou forma (SHINGO, 2008). O trabalho que vem a agregar valor ao produto é aquele que transforma a matéria-prima em produto acabado, são as atividades de transformação. Por fim, trabalho que agrega valor ao produto é aquele pelo qual o cliente estaria disposto a pagar e que colabora para obtenção do produto desejado. Entendendo o novo conceito de valor, define-se que desempenho é o rendimento de um processo em termos de extrapolações de tempo, custo, capacidade e qualidade (FURLAN, 2013). O desempenho passa então a ser medido ponto a ponto como uma ação conjunta de todos os responsáveis pela qualidade do processo de forma coesa e horizontal. É importante que nesta etapa de conscientização todos estejam cientes dos itens a serem analisados e do propósito de cada medição (OLIVEIRA, 2009). Entende-se que garantir a compreensão completa do processo mantém os colaboradores ativos e comprometidos com a eficácia da abordagem. Como descrito no Quadro 2, no Capítulo 1, existe uma variedade de métodos 45 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 para levantamento de dados em um empreendimento, todavia nesta etapa é aconselhável usar o método 5W1H, que por meio de questionamentos simples e objetivos é capaz de, efetivamente, descrever o sistema passo a passo. Como pontapé para a geração das métricas do sistema, sugere-se obter um esquema similar ao quadro 7. Quadro 7 - Modelo de tabela de medições Fonte: Adaptado de Furlan (2013). O processo não é apenas um conjunto de atividades ocorrendo em sequência, ele também engloba o controle de medidas e tempo, determinando sua influência na qualidade do produto final. Com a aplicação de fichas de controle similares à apresentada no Quadro 7, é posta em evidência a sequência de informação e distribuição de conteúdo no Desenho de Processos. Com o uso do Quadro 7, determina-se a qualidade do produto sendo transferido entre processos, o que, como vimos no Capítulo 1, determina o conceito de hand off. Adicionalmente, uma empresa que mantém seus processos detalhados desta forma viabiliza a manutenção da qualidade do produto e da eficácia do seu sistema, indiferente do seu quadro operacional, facilitando procedimentos de treinamento e adequação de novos funcionários à política da empresa. A definição de métricas é, portanto, uma forma rápida e concisa de determinar se as tarefas atribuídas a determinado setor e seus responsáveis estão sendo realizadas de forma adequada, viabilizando a sustentabilidade econômica do empreendimento. Note que com o entendimento de métricas, as atividades individuais ganharam uma nova importância. É a partir da adequada identificação de atividades que é possível estimar de forma eficiente as métricas a serem consideradas, apontando efeitos de hand off e a manutenção da qualidade do produto, além da eficácia do seu processo. Objetivo da Medição Item a medir Parâmetro de Comparação Onde medir O que medir Como será medido Responsável pela medição 46 DESENHO DE PROCESSOS Dentro de um empreendimento, será que apenas com a padronização das atividades é possível garantir a qualidade dos seus produtos e serviços? Não. O Desenho do Processo é capaz de evidenciar pontos de hand-off e de gargalo (discutido mais adiante) e delimitar quais as possíveis falhas do sistema. A busca por padronização das atividades (envolvendo formulários e checklists) não garante que o produto percorrerá todas as etapas sem apresentar comprometimento ou danos durante a sequência de atividades executadas. Porém, dada a forte contribuição delas para a manutenção do sistema eficiente e eficaz, é importante que sejam corretamente identificadas e mensuradas. Identificação de Atividades Atividades são tarefas que possuem início e fim determinados como parte integrante das etapas para atingir o objetivo do processo global. As atividades são geralmente desenvolvidas por uma pessoa responsável ou por um departamento, visando a um resultado específico, e podem ser entendidas como atividades críticas e não críticas. As atividades críticas são aquelas que influem diretamente na qualidade final do produto, e o seu hand-off é de crucial importância para a qualidade final do mesmo. Já as atividades não críticas, como o nome sugere, são aquelas que influem indiretamente com menor seriedade no produto final do macroprocesso. Dentro de um Desenho de Processos cotidiano, as atividades poderão ainda ser divididas em três categorias principais, conforme apresentadas em SEGPLAN (2012): • Atividade agregadora de valor: representa algum aspecto do valor final do produto para o mercado consumidor, que será discutido mais adiante com melhores detalhes. • Atividade de transferência de controle (Hand off): consiste na etapa na qual a responsabilidade muda de responsável, seja ele um grupo de trabalho ou um contribuinte individual. Esta atividade carrega consigo somente riscos de erro e deve ser controlada por meio de indicadores bem determinados, fundamentados nas métricas já discutidas. 47 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 • Atividade de controle de qualidade: serve para identificar, monitorar o atendimento aos requerimentos finais do produto etapa por etapa, ocorre de forma dinâmica com base em questionamentos e atendimento a indicadores bem determinados. Como já discutido previamente, os hand-off dentro de um processo devem ser monitorados com muita atenção, pois representam pontos de fragilidade que podem levar a erros em cadeia, prejudicando a qualidade do produto final. Neste ponto nasce um conceito novo envolvendo o Desenho de Processos e o estudo da sua sequência de etapas, surge o “gargalo”, conforme Furlan (2013). Gargalo é o ponto do Desenho do Processo onde a produção sofre um atraso, é o ponto do processo onde a atividade possui algum entrave e, portanto, diminui a produtividade geral do processo. Da análise dos gargalos do processo é importante atentar para alguns aspectos que auxiliarão na resolução do problema, entre eles: • O que contribui para o gargalo: Pessoas? Sistemas? Infraestrutura? • O gargalo está associado a algum processo de hand off? • O gargalo provém de uma restrição interna ou externa? Quais são? Portanto, uma vez identificadas as atividades, é possível notar como se comporta a sequência de fabricação do seu produto e apontar os possíveis pontos comprometedores da produção. É com base nestes pontos que se propõe as simplificações do processo, discutidas a seguir. Atividade de Estudos: 1) Uma oficina mecânica possui capacidade para atendimento simultâneo de três carros em suas estações de elevação. No total, em um turno de operação normal, há nove funcionários trabalhando de forma contínua: um atendente na recepção, três mecânicos (um para cada estação de elevação), um operário na distribuição de peçase materiais, dois operários responsáveis por processos de limpeza e um operário responsável pela verificação de checklist (com principais indicativos de qualidade do serviço) e entrega final do veículo e um operando o caixa da oficina. 48 DESENHO DE PROCESSOS Figura 8 - Oficina Fonte: Elaborado pelo autor. Identifique os processos com suas tarefas e métricas (conforme exercício anterior), defina as etapas agregadoras de valor, de transferência de controle e de controle de qualidade, destaque quais são os principais gargalos da operação e quais os possíveis riscos de hand off. Objetivo da Medição Item a medir Parâmetro de Comparação Onde medir O que medir Como será medido Responsável pela medição Status Atual Mecânica veicular Funcionamento padrão Motor Válvulas, escape, pistão etc. Sensores, normas ABNT, monitores veiculares etc. Operário mecânico 1/2/3 Limpeza veicular Carroceria, estofados, tapetes, painel. Checklist de entrada. Aspectos internos e externos do veículo. Sujeiras,resíduos de óleos e graxas, resíduos gerados durante serviço (fios,cabeamentos etc.). Visualmente obedecendo padrões de limpeza. Operário de limpeza ½. 49 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 Gargalos: elaboração do check list (um operário para demanda variada) / distribuição de peças mecânicas (um operário para atender cinco outros operários) / caixa de pagamento (um operário para toda a demanda). Hand off: ocorre entre a recepção e a oficina (comprometendo o nível de investigação dos operários), ocorre entre os mecânicos e os funcionários da limpeza (criando situações de risco), ocorre entre o check list e o operário de caixa (por falha de comunicação podem ocorrer cobranças indevidas). Simplificação de Processos A simplificação dos processos ocorre de forma natural, uma vez que o desenho do processo é feito adequadamente. Note que para o exercício anterior, desenvolvido considerando uma oficina, a distribuição de peças e ferramentas para manutenção dos veículos, realizada por apenas um funcionário, representou a etapa de maior gargalo de atendimento. Além disso, a possibilidade de repetição de trabalho durante as etapas de limpeza e verificação dos veículos também é ponto facilmente identificado. 50 DESENHO DE PROCESSOS Quando se desenha de forma contínua um processo, muitas vezes, notamos o que chamamos de retrabalho, como apontado por. Retrabalho é a repetição de uma atividade em um ou mais pontos do processo de forma desnecessária, levando a atrasos na entrega ou custos desnecessários na confecção do produto, ocasionando perda na eficiência e eficácia. Na verdade, é em busca da simplificação dos processos que, muitas vezes, somos motivados a desenhar os processos. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, o avanço em aspectos gerenciais e em recursos disponibilizados e requeridos pelo meio externo, muitas vezes encontramos sistemas que estão defasados, ou que falham em atender a certas demandas, por apresentarem aspectos falhos dentro da sua cadeia de processos. Assim, a simplificação do processo parte do conceito de As–Is e do conceito de To-Be, como discutido por: • As – Is: do inglês “como é”. Quando se desenha o processo atual, identificando cada etapa com suas respectivas contribuições para o produto final, nota-se o destaque dos pontos de hand off, gargalo, retrabalho, entre outros. Em suma, notam-se pontos falhos do processo que elevam o custo do processo global de confecção do produto ou que prejudicam de alguma forma a qualidade final. • To – be: do inglês “como será”. É a proposta de novo Desenho de Processo, elaborada para basicamente substituir os pontos falhos e aprimorar de alguma forma a sequência de etapas para obtenção do produto final. Por meio da previsão dos Processos to – be, destacam-se os pontos de melhorias do processo e possíveis etapas simplificadas. Conceito importante nesta etapa é a determinação de indicadores de desempenho que possuem relevância para o seu processo global. Os indicadores de desempenho estão associados com os conceitos de eficácia, eficiência e qualidade, discutidos previamente. No geral, todo e qualquer processo obedece a quatro indicadores globais de desempenho: 1. Tempo: avalia o tempo de duração do processo global, identificando quais etapas comprometem a entrega final do produto e contribuem para o aumento no seu tempo de confecção. 2. Custo: avalia o custo associado com cada etapa do processo, é um dos indicadores mais significantes para identificar e reduzir as etapas de retrabalho. 3. Capacidade: é a mensuração do volume de saída do produto. Nesta etapa identifica-se a eficiência e eficácia do processo global. Em diversos casos nota-se o dimensionamento operacional estimando uma capacidade final que não chega a ser atingida por etapas problemáticas de hand-off ou de gargalos nos processos. 51 Dimensionamento de Recursos e Processos Capítulo 2 4. Qualidade: centra-se na avaliação do percentual de produtividade obtido. Tomando como base um referencial, estima-se quanto o produto obtido percentualmente atingiu o resultado máximo possível. Atividades de Estudos: 1) Uma desconexão de um processo-chave em um desenho de processos pode acontecer por meio de uma etapa de retrabalho ou por um processo desnecessário, trata-se, portanto, de uma: a) ( ) Ineficiência do processo. b) ( ) Melhoria no processo. c) ( ) Reengenharia do processo. d) ( ) Análise do processo. 2) Qual é o indicador que atribui a relação entre a saída de um trabalho e seus recursos utilizados? a) ( ) Produtividade. b) ( ) Qualidade. c) ( ) Capacidade. d) ( ) Inconformidade. Na determinação dos indicadores, é comum encontrar-se frente a uma infinidade de informações que parecem, em princípio, todas de fundamental importância para análise do desempenho do seu processo. A tabela a seguir mostra uma visão geral dos tipos de situações geradas pela dificuldade em identificar indicadores adequados e como solucionar seus respectivos problemas (FURLAN, 2013). 52 DESENHO DE PROCESSOS Quadro 8 - Problemas na criação de indicadores Fonte: Adaptado de Furlan (2013). Considerando que a interpretação e o entendimento dos indicadores de desempenho podem apresentar oscilações e variações entre cada responsável realizando a interpretação, é indicado usar metodologias sequenciais predeterminadas que evitem a geração de desvios por conta de fatores individuais independentes do Desenho de Processo. Uma das metodologias mais comumente empregadas na identificação e mensuração dos indicadores de desempenho é a árvore de soluções. Árvore de soluções é a identificação dos principais problemas que afetam determinado processo, com o encaminhamento para sua solução. Para construção da árvore de soluções você deve: • Identificar os problemas envolvidos. • Analisar as causas e seus efeitos. • Detalhar as causas dos problemas. • Analisar a priorização das soluções. Para maiores informações sobre a elaboração de árvore de soluções e modelos para aplicação, consulte o Manual de Melhorias de Processos disponibilizado pela Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado de Goiás, em: <http://www.sgc.goias.gov.br/upload/ arquivos/2012-07/manual-de-melhoria-de-processos---v8.pdf>. Armadilha Solução Número excessivo de informações. Usar número limitado de indicadores essenciais. Foco na geração de dinheiro e lucro. Considerar lucro como um indicador de resultado do desempenho como todo e não de etapas individualizadas. Alta expectativa nos processos de controle da produção. Criar árvores de soluções para os indicadores a fim de considerar processos que agregam valor ao produto. Todos os indicadores devem ser usados para avaliar o desempenho. Análise crítica da contribuição de cada indicador de acordo com seu processo envolvido.
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