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CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA - SDE4459 Semana Aula: 16 UNIDADE 6 - CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DOS MEMBROS INFERIORES Tema Cinesiologia e Biomecânica dos Membros Inferiores Palavras-chave Cintura Pélvica e Quadril; Complexo do Joelho; Região do Tornozelo. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Verificar o comportamento cinemático e cinético das estruturas que constituem os membros inferiores. Compreender a importância da cintura pélvica para integridade estrutural do esqueleto, manutenção do equilíbrio e movimentação da coluna vertebral e quadris. Identificar as características de funcionalidade da região do joelho, associada aos movimentos mono e multiarticulares. Identificar na região do tornozelo e pé as diferentes possibilidades de ajustes para manutenção da estabilidade do corpo nas condições estática e dinâmicas. Estrutura de Conteúdo Cinesiologia e Biomecânica dos Membros Superiores Organização Estrutural O complexo inferior é constituído a partir das articulações da cintura pélvica, quadril, joelho, tornozelo e pé. A cintura pélvica e a articulação do quadril, atuando de maneira em conjunto exercem um papel integral no suporte do peso do corpo, oferecendo simultaneamente mobilidade, aumentando a amplitude de movimento dos membros inferiores. A cintura pélvica é constituída por pares ósseos – íleo, ísquio e púbis – e serve como local para inserção de vinte e oito músculos do tronco e coxa, e nenhum deles é posicionado para agir somente sobre a cintura. O Complexo Inferior A cintura pélvica associada à articulação do quadril faz parte de um sistema de cadeia cinética fechada. As cargas que descem pela coluna são distribuídas pelos quadris, e as cargas que sobem pelos membros inferiores, chegam à coluna vertebral, em ambos os casos passando pela cintura pélvica. Os movimentos pélvicos combinados aos dos quadris, contribuem significativamente para manter o equilíbrio e postura em pé. As ações musculares atuam de maneira contínua, através de ajustes finos assegurando o equilíbrio. Movimentos da cintura pélvica Não existe um grupo muscular que haja sobre a pelve especificamente, assim os movimentos pélvicos ocorrem como consequência dos movimentos dos quadris e/ou coluna vertebral. Movimentos no plano sagital – eixo látero/lateral: Báscula anterior, inclinação anterior, desvio anterior ou anteversão – é o deslocamento da pelve para frente a partir da acentuação da lordose lombar. Grau de amplitude de movimento: 70o a 75o. Báscula posterior, inclinação posterior, desvio posterior ou retroversão – é o movimento da pelve para trás a partir da retificação da lordose lombar. Grau de amplitude de movimento: 50o a 55o. Movimentos no plano frontal – eixo ântero/posterior: Inclinação lateral direita-esquerda: movimento da pelve tendo como base o desnivelamento de uma das cristas ilíacas. O grau de amplitude de movimento não é especificado, pois esse movimento apresenta como caráter funcional devido aos pequenos ajustes no movimento de flexão lateral da coluna vertebral, porção lombar. Movimentos no plano transverso – eixo longitudinal: Rotação pélvica direita-esquerda: a pelve gira em torno do eixo longitudinal da coluna vertebral a partir da coluna lombar. Articulação do Quadril É a articulação entre a cabeça do fêmur e o acetábulo. Classificada como diartrose, esferoidal permitindo o movimento nos três planos ortogonais. Aproximadamente 70% da cabeça do fêmur encaixa-se (articula) com o acetábulo. Movimentos na articulação do quadril Plano sagital – eixo látero/lateral: Flexão – Aproximação da face anterior da coxa com a face anterior do tronco. Grau de amplitude de movimento: 70o a 140o. Principais músculos – Reto Femoral; Iliopsoas. Extensão – Retorno da flexão. Grau de amplitude de movimento: 70o a 140o. Principais músculos: Glúteo Máximo, Semitendíneo, Semimembranáceo, Bíceps Femoral (cabeça longa) “Hiperextensão” – Segmento coxa desloca-se para trás. Grau de amplitude de movimento: 4o a 15o. Plano frontal - eixo ântero/posterior: Abdução – O segmento coxa desloca-se lateralmente ou para fora. Principais músculos: Glúteo Médio, Glúteo Mínimo. Adução – Movimento contrário ao de abdução. Principais músculos: Grácil, Adutor Magno, Adutor Longo, Adutor Breve. Grau de amplitude de movimento: ± 30o. Plano transverso - eixo longitudinal: Rotação interna - Desloca-se o segmento pé medialmente. Grau de amplitude de movimento: ± 70o. Principais músculos: Pectíneo, Glúteo Médio, Glúteo Mínimo. Rotação externa – Deslocamento do segmento pé lateralmente. Grau de amplitude de movimento: ± 90o. Principais músculos: Sartório, Glúteo Máximo. Observações: A densidade da cápsula articular da articulação do quadril é diferente dependendo da localização - É mais densa da parte da frente e de cima da articulação, em que as sobrecargas são maiores, e é bem mais fina no lado de trás e de baixo da articulação. Existem muitos músculos bi-articulares agindo na articulação do quadril, desse modo, deve ser dada muita atenção as articulações adjacentes, para maximizar um exercício de alongamento ou fortalecimento. Os ligamentos pubofemural, ísquifemural e íliofemural não resistem ao movimento de flexão, ficando todos eles frouxos durante esse movimento. O ligamento íliofemural ou ligamento Y é forte e suporta a articulação do quadril anteriormente na postura em pé e resiste aos movimentos de extensão, rotação interna e alguma rotação externa. O movimento de hiperextensão pode ser tão limitado por esse ligamento que pode deixar de ocorrer na articulação do quadril, propriamente dita, mas ocorre como consequência da inclinação pélvica anterior. Complexo do Joelho São três as articulações identificadas na região do joelho - patelofemoral, tibiofibular superior ou proximal e tibiofemoral, que é a verdadeira articulação do joelho. A articulação do joelho (tibiofemoral) é classificada por bicondilar, permitindo os movimentos de flexão, extensão, rotação interna e externa. A articulação do joelho é caracterizada pela articulação do côndilo lateral do fêmur com o platô lateral da tíbia e do côndilo medial do fêmur com o platô medial da tíbia, sendo que as estruturas mediais apresentam melhor encaixe, já as estruturas laterais não se encaixam, pois suas superfícies são convexas. A articulação do joelho suporta cargas mecânicas nos mais variados sentidos, e dependem dos tecidos moles para ser estabilizada, assim é muito vulnerável a lesões. Movimentos da Articulação do Joelho Plano sagital – eixo látero/lateral: Flexão – Aproximação da face posterior da perna, com a face posterior da coxa. Principais músculos: Semitendíneo, Semimembranácio; Bíceps Femoral. Extensão – Retorno da flexão. Principais músculos: Reto Femoral, Vasto lateral, Vasto Intermédio, Vasto Medial. Grau de amplitude de movimento: ± 145o. Plano transverso – eixo longitudinal: Os movimentos de rotação interna e externa devem ser realizados com a articulação do joelho fletida a 90o. Rotação externa – Os artelhos deslocam-se lateralmente ou para fora. Grau de amplitude de movimento: ± 45o. Principais músculos: Bíceps Femoral. Rotação interna – Os artelhos deslocam-se medialmente ou para dentro. Grau de amplitude de movimento: ± 30o. Principais músculos: Semitendíneo, Semimembranácio. Observações: Os meniscos – São duas estruturas fibrocartilaginosas, que tem como função favorecer a estabilidade da articulação aumentando a superfície de contato, absorver choques (função amortecedora) e deformam-se para permitir o movimento. Mecanismo Parafusar - Movimento de flexão da articulação do joelho + rotação interna da tíbia sobre o fêmur; Movimento de extensão + rotação externa, que termina na ação de travamento no final da extensão. Centro Instantâneo de Rotação (CIR) ou EVOLUTA: pequena alteração que ocorre no posicionamento do eixo de rotação da articulação do joelho durante o movimento de flexão, permitindo assim, além do movimento de rotação, o movimento de deslizamento (cisalhamento)dos côndilos femorais sobre os platôs tibiais. Patela - Protege anteriormente a articulação do joelho, funciona como um tipo de polia para musculatura do quadríceps, aumentando o ângulo de inserção do tendão patelar, aumentando assim o ângulo de tração e diminuindo a desvantagem mecânica. Articulação do Tornozelo São as articulações tibiofibular inferior ou distal, tibiotalar e fibulotalar. É uma articulação em dobradiça uniaxial, que permite o movimento de dorsiflexão e extensão do tornozelo ou flexão plantar. Movimentos no plano sagital – eixo látero/lateral Dorsiflexão é a aproximação do dorso do pé da face anterior da perna. Grau de amplitude de movimento: ± 20o. Principais músculos: Tibial Anterior, Extensor Longo dos Dedos, Tibial Terceiro. Movimento de flexão plantar: é a tendência ao alinhamento do pé com o eixo longo da perna. Grau de amplitude de movimento: ± 50o. Principais músculos: Gastrocnêmios Medial e lateral, Sóleo. Observações: A estabilidade do tornozelo depende da orientação dos ligamentos, do tipo de carga e da posição do tornozelo no momento de sobrecarga. São necessários no mínimo, 10o de dorsiflexão e 20o a 25o de flexão plantar para a marcha normal. Imediatamente a partir da articulação do tornozelo encontramos a articulação Subtalar, que é a articulação entre o Tálus e o Calcâneo. A articulação Subtalar sustenta grande quantidade de carga, altamente capacitada à absorção de choques. Os movimentos possíveis da articulação Subtalar - em cadeia fechada: Supinação ou inversão – Sola do pé gira medialmente ou para dento. Principais músculos – Tibial Anterior, Tibial Posterior. Pronação ou eversão – sola do pé gira lateralmente ou para fora. Principais músculos – Fibular Longo, Fibular Curto, Fibular Terceiro. Em cadeia aberta os movimentos subtalares são triplanares: A Supinação ou inversão ocorre junto com a flexão plantar e a “adução do pé”. A Pronação ou eversão ocorre junto com a dorsiflexão e a “abdução do pé”. Estratégias de Aprendizagem Recomendar aos alunos a leitura dos conteúdos disponíveis no acervo da disciplina no SAVA. Para melhor assimilação dos conteúdos desta aula é fundamental a consulta ao roteiro de estudo, considerando as atividades propostas para antes, durante e depois da aula. Correlacionar com atividades da vida diária e gestos esportivos. Indicação de Leitura Específica Aula elaborada com base nos conteúdos das páginas 74 a 86 do livro didático próprio da disciplina. Aplicação: articulação teoria e prática Para reforçar a aprendizagem. Atividade: Observe uma pessoa no plano frontal posterior, e peça que a mesma fique em condição unipodal. Perceba se a região pélvica, a partir do quadril da perna de apoio, tende a ficar estabilizada ou desloca-se para o lado. Discutir com os alunos a ação muscular para manutenção do equilíbrio. Caso a pelve permaneça estabilizada é sinal que o músculo glúteo médio da perna de apoio está forte para manter a condição de equilíbrio, pois tendendo a deslocar-se lateralmente o músculo acima citado está “fraco”, dificultando a manutenção do equilíbrio e aumentando a sobrecarga nas estruturas articulares dos quadris durante a marcha. Considerações Adicionais
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