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ESTRATÉGIA EMPRESARIAL ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Márcia Huppe Fávero Samayk Henrique Ferro da Silva © Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB) F958e Fávero, Márcia Huppe. Estratégia empresarial / Márcia Huppe Fávero, Samayk Henrique Ferro da Silva. – Curitiba: Dtcom, 2017. 156 p. ISBN: 978-859-368-519-4 1. Investimento. 2. Econômia. 3. Finanças. CDD 658.152 Reitor Prof. Celso Niskier Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho Redação Dtcom Análise educacional Dtcom Autoria da Disciplina Márcia Huppe Fávero, Samayk Henrique Ferro da Silva Validação da Disciplina Priscila Fernandes Designer instrucional Milena Rettondini Noboa Banco de Imagens Shutterstock.com Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom Sumário 01 Introdução à administração estratégica ..............................................................................7 02 Desenvolvimento da administração estratégica ..............................................................15 03 Diretrizes organizacionais .....................................................................................................23 04 Formulação das estratégias organizacionais ...................................................................30 05 Implementação e controle estratégico ..............................................................................38 06 O ambiente organizacional ...................................................................................................46 07 Técnicas de análise ambiental .............................................................................................53 08 Cenários ...................................................................................................................................60 09 As Estratégias Organizacionais e os Cenários .................................................................67 10 Planejamento estratégico de cenários ...............................................................................74 11 Análise da Matriz Organizacional ........................................................................................81 12 Mudanças Organizacionais ..................................................................................................88 13 Mudanças Estratégicas no Ambiente Organizacional ....................................................95 14 Estruturas Organizacionais ............................................................................................... 102 15 O Impacto das Estratégias nas Estruturas Organizacionais ...................................... 110 16 Ambiente de Negócios Internacionais ............................................................................ 117 17 Administração Estratégica para os Negócios Internacionais..................................... 123 18 Alianças Estratégicas ......................................................................................................... 131 19 Sustentabilidade nas Empresas ....................................................................................... 138 20 Responsabilidade Social nas Empresas ......................................................................... 145 Introdução à administração estratégica Márcia Huppe Introdução Você já ouviu falar em administração estratégica? Nesta aula estudaremos os conceitos intro- dutórios da administração estratégica: tipos de estratégias e planejamento estratégico. Vamos investigar também o processo e o pensamento estratégico como uma alternativa de alinhamento entre empresas e realidade organizacional. Pronto para começar? Então, vamos lá! Bons estudos. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender os principais conceitos que englobam a administração estratégica; • entender como ocorre o processo estratégico. 1 O que são estratégias? Primeiramente, é importante entender o que é estratégia, pois só assim poderemos compre- ender o termo administração estratégia. Você saberia definir estratégia? Figura 1 – Estratégia militar Fonte: Digital Storm/Shutterstock.com A palavra estratégia tem origem no grego stratos (exército) + agos (comando), que significa comando do general. Na Grécia Antiga, os strategos eram os generais dos exércitos que tinham como objetivos de guerra comandar suas tropas para atingir o inimigo. – 7 – TEMA 1 SAIBA MAIS! “A Arte da Guerra” de Sun Tzu é um clássico dedicado ao estudo da estratégia. Sun Tzu era um general chinês, estrategista, que comandava sua tropa ensinando muitas táticas para derrotar o inimigo. De acordo com Cassal (2006, p.20), “sobressai-se na conquista quem conquista o troféu antes que os temores de seu inimigo se concretizem.” A seguir, vamos conhecer outros conceitos de estratégia. Para Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 24) a “estratégia refere-se aos planos da alta administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização.” Para estes autores, a estratégia tem cinco defini- ções, conhecidas também como os 5 Ps: plano, padrão, perspectiva, posição e pretexto. Acompanhe. 1.1 Estratégia plano Pode ser um caminho ou uma direção. É uma maneira de direcionar as ações da empresa para o futuro, buscando uma rota que conduza à continuidade do negócio e à capacidade de man- ter-se competitiva. 1.2 Estratégia padrão Refere-se ao tipo de comportamento realizado na empresa ao longo do tempo, baseado nas experiências e nas ações tomadas. Desta forma, as ações da empresa tornam-se padrão para estabelecer planos para o futuro. É importante destacar ainda que existem tipos diferentes de estratégias extraídas tanto dos conceitos de plano quanto de padrão. Observe a seguir. • Estratégia pretendida: desenvolvida para estabelecer planos para o futuro desejado. • Estratégia realizada: criada ao longo do tempo na empresa, define um padrão de comportamento. Figura 2 – Estratégias deliberadas e emergentes Estratégia Pretendida Estratégia Não-realizada Estratégia Emergente Estratégia Realizada Estratégia Deliberada Fonte: MINTZBERG, ALSTRALAND e LAMPEL, 2010, p. 26. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 8 – • Estratégia deliberada: é plenamente realizada, a partir do que foi pretendido, de forma controlada e consciente. • Estratégias não-realizadas: são aquelas que não conseguem ser, perfeitamente, reali- zadas, desviando-se do caminho pretendido e, a depender do comportamento de rea- ção da empresa em relação às mudanças, assim como a capacidade de adaptar-se, deixam de ser realizadas. • Estratégias emergentes: podem seguir outro caminho, pois a empresa, ao realizar ações preventivas, adota estratégias diferentes, que não foram, expressamente, preten- didas anteriormente. FIQUE ATENTO! As estratégias pretendidas se referem ao plano futuro, e as estratégias realizadas ao padrão de comportamento passado. Observe que são poucas as estratégias puramente deliberadas ou totalmente emergentes. As primeiras inibem o aprendizado, pois as empresas só realizam o que foi estabelecido. Já as segundas focalizam o aprendizado estratégico, decorrente da capacidade organizacional de viven- ciar situações inesperadas. 1.3 Estratégia posição É responsável por determinar a localização de mercados.Assim, cabe ao estrategista esco- lher a posição mais viável para diferenciar o seu produto e serviço. 1.4 Estratégia perspectiva Expressa o modo da organização de fazer as coisas, e prioriza a maneira como a empresa avalia suas ações e escolhas. 1.5 Estratégia pretexto É um truque ou uma manobra para driblar concorrentes, diferenciando o tipo de negócio em busca de vantagem competitiva. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 9 – 2 Planejamento estratégico Você sabe dizer por que é importante planejar? Planejar é algo fundamental tanto na vida pessoal quanto nas organizações. O planejamento é a função administrativa que fornece direção às ações da empresa com o intuito de atingir seus objetivos. Podemos dizer também que é uma forma de antecipar as decisões prevendo situações inesperadas. Para Oliveira (2010), o planejamento está dividido em três níveis hierárquicos: estratégico, tático e operacional, conforme podemos observar na figura a seguir. Figura 3 – Tipos de planejamento E T O Planejamento estratégico Nível hierárquico alto Longo prazo Planejamento tático ou gerencial Nível hierárquico intermediário Médio prazo Planejamento operacional Nível hierárquico inferior Curto prazo Fonte: elaborada pela autora, 2016. De acordo com Fischimann (2009, p. 27), “o planejamento estratégico é uma técnica admi- nistrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consistência das suas oportunidades e ameaças do ambiente de uma organização”. Esse planejamento é responsável pela análise do ambiente organizacional, sendo executado no seu nível mais alto. SAIBA MAIS! No artigo “O Planejamento estratégico como forma de otimizar o gerenciamento nas organizações” (PORTO, 2006) você vai entender como o planejamento é importante para a empresa conhecer seus pontos fortes e fracos. Disponível em: < http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/1022.pdf>. É importante destacar que o planejamento estratégico trata da empresa em sua totalidade, como um sistema. Ele não pode ser realizado de forma isolada dos demais planejamentos, sendo essencial que sejam implementados de forma integrada para a conquista dos objetivos globais da empresa. Por isso, é necessário entendermos de outros dois tipos de planejamentos: o tático e o operacional. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 10 – O planejamento tático ou gerencial é intermediário, por concentrar-se em uma determinada área. É responsável por executar planos e estratégias definidas pela alta administração no planeja- mento estratégico. Abrange as decisões administrativas a médio prazo. Já o planejamento operacional estabelece os planos e formaliza os níveis estratégicos e táti- cos da empresa a curto prazo. Nesse tipo são definidos os pedidos dos produtos e os prazos de cumprimento das atividades, armazenagem, entrega, entre outros. Assim, nesse planejamento são executadas as atividades operacionais. EXEMPLO Para entender como o planejamento estratégico pode permitir a uma pequena empresa revendedora de equipamentos de telefonia e informática conhecer mais sobre seu funcionamento e também aprender a se defender do mercado confira o texto disponível em: <http://www.aprepro.org.br/conbrepro/2015/down.php?i- d=1516&q=1>. (RODRIGUES; SOARES, 2015). 3 Administração estratégica De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 25), “em sentido mais amplo, administração estratégica consiste em decisões e ações administrativas que auxiliam a assegurar que a organi- zação formula e mantém adaptações benéficas com seu ambiente”. Perceba que a administração estratégica é capaz de assegurar que o processo estratégico seja formulado e implementado adaptando-se, inclusive, às mudanças do ambiente. Por isso, grave bem: a administração estratégica constitui uma ferramenta que orienta as empresas a ado- tarem uma visão mais clara e precisa ao gerir seus negócios. É utilizada pelas empresas para se manterem mais competitivas no mercado, a fim de adotarem capacidade de inovar continuamente e de responder com rapidez ao mercado e às exigências dos clientes. FIQUE ATENTO! A administração estratégica é responsável por criar a estratégia e todo o seu per- curso estratégico. Para Certo et al (2010), a administração estratégica é um processo contínuo e interativo, que se desenvolve a partir de cinco fases: análise do ambiente organizacional, estabelecimento da dire- triz organizacional, formulação de estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 11 – EXEMPLO A prefeitura de Criciúma, em Santa Catarina, adota a administração estratégica em sua gestão, porém é possível identificar falhas por meio do planejamento estratégi- co que devem ser melhoradas. Acesse em: <http://periodicos.unesc.net/seminario- csa/article/view/683/675>. (DIAS, 2012). 4 Processo estratégico Vamos estudar agora as cinco fases do processo estratégico. Mas, primeiro, é preciso enten- der a definição de processo estratégico. Para Certo et al (2010), o processo de administração estratégica inicia-se com a análise do ambiente organizacional. E como isto pode ser feito? Para executarmos uma análise de ambiente eficiente e efetiva cabe ao administrador entender sobre os três níveis do ambiente organizacional: externo, setorial e interno. O ambiente externo ou macroambiente corresponde aos fatores e agentes de fora da empresa que geram impacto nela. O ambiente setorial é o setor específico em que está localizada a empresa, sendo influenciado pelas forças dos clientes, fornecedores, concorrentes, entre outros. E o ambiente interno se refere a parte de dentro da organização, os pontos fortes e os pontos fra- cos que influenciam o negócio. Desta forma, é preciso entender que o processo estratégico tem como propósito identificar as oportunidades e os riscos a serem assumidos na busca de atingir os objetivos da empresa. Essa pri- meira fase é crucial para a formação do pensamento estratégico e para a sequência das outras etapas. Figura 4 – Processo estratégico 1º Análise do ambiente organizacional 2º Estabelecimento das diretrizes organizacionais 3º Formulação das estratégias 4º Implementação das estratégias 5º Controle estratégico Fonte: elaborada pela autora, 2016. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 12 – A segunda fase é o momento de estabelecer a diretriz organizacional, e definir a missão, visão, objetivos e valores organizacionais. Note que as diretrizes servem para conduzir a organi- zação à formulação de estratégias, criadas pela alta administração e projetadas para alcançar os objetivos organizacionais. FIQUE ATENTO! As diretrizes formam a identidade organizacional. Com as diretrizes definidas a organização já pode passar para a terceira fase: formular as estratégias para alcançar os objetivos. Assim, na medida em que são formuladas, o próximo passo é a implementação destas estratégias. Ao serem implementadas, as estratégias provocam mudanças no ambiente organizacional. Ao analisar as estruturas e a cultura organizacional, devemos, por fim, buscar a melhor forma de implementá-las para que esse processo da estratégia seja realizado com sucesso. A última fase é o controle estratégico. Para Wright, Kroll e Parnell (2009), nela compreende-se como a empresa utiliza a estratégia para atingir seus objetivos. É um mediador entre as variações ambientais da organização, em busca de assegurar que as estratégias implementadas sejam rea- lizadas e os resultados alcançados. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os principais conceitos básicos de administração estratégica; • aprender a importância e os tipos de planejamento; • entender como se desenvolve o processo estratégico. Referências CASSAL, Sueli Barros. Sun Tzu: A arte daguerra. Tradução. Porto Alegre: L&PM, 2006. CERTO, Samuel C. et al. Administração Estratégica: Planejamento e Implantação de Estratégias. 3. ed. Rio de Janeiro: Pearson, 2010. DIAS, Almerinda Tereza Bianca Bez Batti. Administração Estratégica: estudo de caso na prefei- tura municipal de Criciúma. In: SEMINÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADA, Criciúma. Anais... Criciúma: Unesc, 2012. Disponível em: <http://periodicos.unesc.net/seminariocsa/article/ view/683/675>. Acesso em: 6 jan. 2017. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 13 – FISCHIMANN, Adalberto Américo. Planejamento estratégico na prática. São Paulo, 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce, LAMPEL, Joseph. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologias e prática. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PORTO, Maria Alice Guedes. O Planejamento estratégico como forma de otimizar o gerenciamento nas organizações. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 13, Bauru. Anais... Bauru, Unesp, 2016. Disponível em: Disponível em: < http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/ artigos/1022.pdf>. Acesso em: 6 jan. 2016. RODRIGUES, Claudinéia da Silva; SOARES, Adriano Mesquita. Planejamento Estratégico: Um estudo de caso em uma loja de telefonia e informática. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 5, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa, 2015. Disponível em: <<http://www.aprepro. org.br/conbrepro/2015/down.php?id=1516&q=1>. Acesso em: 6 jan. 2017. WRIGHT, Peter. KROLL, Mark J.; PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 14 – Desenvolvimento da administração estratégica Márcia Huppe Introdução Nesta aula você vai estudar sobre o desenvolvimento da administração estratégica, que ocorre com a realização do processo estratégico. O processo estratégico tem início com a análise do ambiente organizacional, o estabeleci- mento das diretrizes da organização, a formulação, implementação e controle estratégico. Aqui, vamos aprofundar a análise do ambiente organizacional, que implicará num estudo sobre a organização, por meio do qual você irá compreender as forças e ameaças que a influen- ciam. Esta análise contribuirá para a formulação das estratégias. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a análise do ambiente organizacional; • entender o modelo das cinco forças de Porter; • identificar as forças e fraquezas de um negócio, assim como as oportunidades e ameaças. 1 Análise do ambiente organizacional O desenvolvimento da administração estratégica é um processo realizado em longo prazo. Geralmente é o tempo suficiente para que as empresas transformem suas ações para atender às necessidades de mercado. Tais ações tendem a tornar-se mais flexíveis, modificando as estrutu- ras e adequando a sua cultura às mudanças ambientais O ambiente organizacional é dividido em três partes: externo, setorial e interno. Veja a figura a seguir: – 15 – TEMA 2 Figura 1 – A divisão do ambiente organizacional Ambiente externo Ambiente setorial Ambiente interno Fonte: elaborada pela autora, 2017. O processo da administração estratégica começa com a análise do ambiente organizacional. Ela consiste em abordar todos os aspectos que envolvem a empresa. 2 Ambiente externo A análise externa é importante para que sejam conhecidas as tendências futuras da empresa, como as suas oportunidades e ameaças. Com isso, abre-se caminho para que a empresa se ante- cipe, identificando as necessidades, o perfil e as preferências de seus clientes, sobressaindo-se sobre os seus concorrentes, ao dar uma resposta mais rápida ao mercado. Figura 2 – O macroambiente Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 16 – Para Wright, Kroll e Parnell (2009) toda empresa é afetada por quatro forças - político-legais, econômicas, tecnológicas e sociais – que formam o macroambiente. Elas não estão sob o con- trole das organizações, pois são influenciadas por fatores abrangentes e agentes externos como os concorrentes, fornecedores, clientes, governo entre outros. FIQUE ATENTO! As quatro forças macroambientais podem ser vistas como oportunidades ou ame- aças. Elas se referem às forças externas a organização, que influenciam nas deci- sões das empresas. 2.1 Forças político-legais Compreendem os elementos relacionados às decisões governamentais quanto às legisla- ções que incidem sobre as empresas e seus produtos ou serviços, a fiscalização ambiental e sanitária, políticas monetárias, legislações trabalhistas e tributárias. 2.2 Forças econômicas Referem-se a distribuição de recursos e como são utilizados no ambiente. Podem ser men- suradas por meio de indicadores econômicos, como o PIB (Produto Interno Bruto), as mudanças nas taxas de inflação, juros, câmbio, exportação e importação ou o comportamento da demanda de produtos da empresa. 2.3 Forças sociais Referem-se às características da sociedade onde está localizada a organização. São influen- ciadas por diversos fatores sociais que tendem a afetar a demanda do consumidor, tais como cultura, tradições, costumes e crenças, distribuição geográfica, educação, habitação, transporte, saúde entre outros. 2.4 Forças tecnológicas Abrangem inovações que oferecem oportunidades para a empresa crescer como, por exem- plo, softwares que auxiliam o controle gerencial. Porém, essas forças podem configurar também ameaças para a empresa, quando esta tem uma cultura resistente às inovações ou não possui recursos financeiros para investir em tecnologias para o seu negócio. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 17 – EXEMPLO No texto “A Influência do macroambiente nacional na definição e implementação das estratégias de subsidiárias no Brasil”, assinado por Fábio Oliva e outros autores, podemos notar que, devido às forças político-legais, como as políticas governamentais e leis, este tipo de empresas adota uma postura reativa, pois a política local torna-se uma barreira para elas. Disponível em: <http://docplayer. com.br/13365249-A-influencia-do-macroambiente-nacional-na-definicao-e- implementacao-das-estrategias-de-subsidiarias-no-brasil.html>. 3 Análise setorial É o estudo do setor específico no qual a empresa atua que irá identificar oportunidade e ameaça, aproveitando a primeira da melhor maneira possível e minimizando a segunda. O desenvolvimento da estratégia de negócios é moldado por meio da análise de cinco forças competitivas de Porter (2009). São elas: • novos entrantes; • clientes; • fornecedores • entrantes em potencial; • produtos substitutos. Estas forças estabelecem a competição de um determinado setor. Figura 3 – Modelo das cinco forças de Porter Poder de negociação dos fornecedores O setor A rivalidade entre os concorrentes Poder de negociação dos clientes Ameaça de produtos ou serviços substitutos Ameaça de novos entrantes Fonte: adaptado de PORTER, 1999. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 18 – 3.1 A ameaça de novos entrantes Sofre influência direta das barreiras existentes, como a política governamental ao limitar a entrada em alguns setores; o acesso a canais de distribuição de produtos e serviços; economias de escala, que bloqueiam a entrada, a diferenciação do produto, que força a adotar altos investi- mentos para atrair e manter os clientes. 3.2 Os fornecedores exercem um importante papel na negociação Por meio do aumento de preços dos produtos e serviços ou redução da qualidade deles. Eles limitam a capacidade do setor de melhorar as condições de compra, quando não obtêma exclu- sividade de seus compradores. O desempenho dos fornecedores tende a oferecer riscos para a saúde financeira das empresas se houver mau gerenciamento. É necessário que seja estabelecida uma relação ganha-ganha, para que os fornecedores estejam alinhados às estratégias das empre- sas que atendem. 3.3 Compradores ou clientes detêm o poder de negociação Ao forçar a redução nos preços, ao utilizar produtos substitutos ou ao exigir melhor quali- dade dos bens e serviços, forçando uma disputa entre fornecedores. Esse poder aumenta quando a concentração de compradores de baixa lucratividade, num setor, é maior do que o número de empresas fornecedoras. 3.4 Produtos ou serviços substitutos caracterizam a limita- ção de um setor Que sofrerá o impacto na lucratividade e no crescimento, pois os produtos substitutos amea- çam a continuidade do negócio. Esses produtos ou serviços influenciam na redução de preço e na melhoria da qualidade, causando uma disputa acirrada no mercado. 3.5 Rivalidade entre os concorrentes É o que estabelece as manobras pelo posicionamento e a competitividade, por meio da ado- ção de novos produtos, ações publicitárias e inovações tecnológicas. Assim, cabe ao administra- dor estabelecer uma posição que seja menos vulnerável diante de concorrentes já estabelecidos e novos. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 19 – SAIBA MAIS! A análise de três hotéis em Curitiba, teve como resultado o impacto das forças competitivas em que se obteve a proximidade dos fornecedores de um deles, visando um aumento da qualidade de serviços e sobressaindo sobre os seus concorrentes. Leia mais no texto “Hotelaria e adaptação estratégica: estudo comparativo de casos”, de Antonio Joao Silva e Rivandra Teixeira. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3465.pdf>. Segundo Porter (2009), o objetivo do estrategista é achar uma posição com a qual a empresa consiga se defender ou influenciar as forças a seu favor. Através dessas forças, podem ser identifi- cados pontos fortes e fracos que influenciam a configuração do setor para a formulação de estraté- gias e para a criação de manobras que ajudarão a posicionar a empresa contra seus concorrentes. FIQUE ATENTO! O modelo das cinco forças de Porter é importante para a atratividade do negócio e para que a empresa conheça os aspectos positivos a seu favor e contra. 4 Ambiente interno Conforme Certo et al. (2010, p.34), “O ambiente interno é aquele que está dentro da organiza- ção e que normalmente tem implicação imediata e especifica em sua administração, os componen- tes do ambiente interno são facilmente controláveis pela organização”. A análise interna permite investigar os fatores em que o sistema opera, para fornecer uma visão completa da organização. De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2009) a análise de S.W.O.T. é uma ferramenta gerencial inglesa que significa (strenghts/pontos fortes, weakenesses/pontos fracos, opportunities/oportu- nidades e threats/ameaças). No Brasil, essa ferramenta é conhecida como FOFA (forças, oportu- nidades, fraquezas e ameaças). A análise de SWOT é uma ferramenta gerencial bastante eficiente e imediata. Por meio da análise de SWOT podemos relacionar os pontos positivos e negativos detectados nos ambientes externo e interno de uma empresa. Os pontos fortes e os pontos fracos referem-se à análise interna da organização. As oportu- nidades e ameaças referem-se à análise externa da organização. SAIBA MAIS! A análise de SWOT ajuda a empresa a conhecer os seus concorrentes e a se defender deles, utilizando as forças e as oportunidades a seu favor. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 20 – As forças são caracterizadas como pontos positivos da organização. Por exemplo: possuir funcionários qualificados, ter uma boa estrutura física e de fácil localização. Já as fraquezas são os pontos negativos da organização. Por exemplo, quando há escassez de mão-de-obra ou uma equipe desmotivada. As oportunidades referem-se aos pontos positivos, que tendem favorecer a organização. Por exemplo: quando uma empresa possui alta tecnologia, ela consegue sobressair-se em relação a seus concorrentes. Já as ameaças são pontos negativos, aqueles que colocam a situação da empresa em risco como, por exemplo, a entrada no mercado de concorrentes que usam alta tecnologia. Figura 4 – Análise de SWOT Fonte: box912/ Shutterstock.com Para Longenecker et al (2007), a análise de SWOT possibilita uma visão imediata sobre a situação atual da empresa, sendo bem aproveitada por aquelas que exercem o pensamento estra- tégico, para melhor trabalhar com as oportunidades e criar defesas contra as possíveis ameaças. FIQUE ATENTO! Os pontos positivos devem ser explorados de forma que sejam transformados em oportunidades para o negócio, enquanto, os pontos negativos devem ser evitados ou reduzidos. EXEMPLO Quando uma empresa possui acesso a softwares de tecnologia de ponta isto é con- siderado uma oportunidade, pois nem todas as empresas podem ter acesso a tecno- logias caras. Porém, pode ser considerado também uma ameaça aos concorrentes. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 21 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender a análise do ambiente organizacional; • entender as 4 forças macroambientais; • conhecer o modelo das 5 forças de Porter; • aprender sobre a análise de SWOT. Referências CERTO, Samuel C. et al. Administração Estratégica: Planejamento e Implantação de Estratégias. 3. ed. Rio de Janeiro: Pearson, 2010. FISCHIMANN, Adalberto Américo. Planejamento estratégico na prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LONGENECKER, Justin G. et al. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Thomson Lear- ning, 2007. OLIVA, Flavio et al. A Influência do macroambiente nacional na definição e implementação das estratégias de subsidiárias no Brasil. Camboriú: Univali, 2015. Disponível em: <http://docplayer. com.br/13365249-A-influencia-do-macroambiente-nacional-na-definicao-e-implementacao-das- estrategias-de-subsidiarias-no-brasil.html>. Acesso em 16 jan. 2017. PORTER, Michael E. Competição. Ed. Revista e Ampliada. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2009. SILVA, Antonio. TEXEIRA, Rivanda. Hotelaria e adaptação estratégica: estudo comparativo de casos. Disponível em: <http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3465.pdf>. Acesso: 05 jan. 2017. WRIGHT, Peter. KROLL, Mark J. PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 22 – Diretrizes organizacionais Márcia Huppe Introdução Nesta aula você vai estudar sobre as diretrizes organizacionais e a sua importância para a orga- nização. Vai conhecer os principais tipos de diretrizes e a sua aplicação na realidade organizacional. Após o estudo da análise do ambiente organizacional, o estabelecimento das diretrizes é o segundo passo do processo estratégico. Uma diretriz é um elemento norteador. É preciso definir as diretrizes organizacionais para que as estratégias possam ser formuladas. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os principais conceitos; • identificar as diretrizes organizacionais. 1 Missão As diretrizes organizacionais são elementos norteadores para as empresas. A palavra diretriz significa uma linha em que é traçado um caminho, uma direção. Diz respeito a criar uma trajetória. Com as diretrizes organizacionais, definimos os componentes que mantêm as ações da empresa na via estratégica elaborada para o alcance do sucesso. Para o desenvolvimento do processo estratégico dar certo, é indispensável que a empresa defina inicialmente a sua missão. Toda empresa deve saber claramente porque ela existe, para poder estabelecer estratégias que estejam alinhadasaos seus objetivos e metas, condizentes com a realidade do negócio. EXEMPLO A missão da empresa Fiat é desenvolver, produzir e comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham orgulho de possuir, garantindo a cria- ção de valor e a sustentabilidade do negócio. – 23 – TEMA 3 Figura 1 – A razão de ser da organização Fonte: Jirsak/Shutterstock.com É preciso entender para que serve a organização, o seu propósito de existência para as pes- soas envolvidas no negócio e para a sociedade. Nesse sentido, Maximiano (2011, p. 64) afirma que: Para definir a missão, ou proposição de valor, é preciso perguntar: para que serve nossa empresa? Qual a nossa utilidade para os clientes? Quais as necessidades estamos aten- dendo? Que benefícios temos a oferecer aos consumidores por meio de nossos produtos? Qual problema nossa empresa resolve para seus clientes? Que responsabilidades estamos cumprindo na sociedade? Segundo Fischmann (2009), a missão representa o desempenho da organização. Com isso, a missão da empresa refere-se ao que a empresa faz, a fim de expressar a sua razão de ser, tanto para o seu público interno (colaboradores) quanto para o seu público externo (clientes, fornecedores, governo entre outros). Chiavenato (2010, p.63) afirma que “a missão deve traduzir a filosofia da organização, que é geralmente formulada por seus fundadores ou criadores por meio de seus comportamentos e ações.”. Nesse sentido, a missão é a construção da identidade organizacional. FIQUE ATENTO! A missão é a razão de ser da organização. Ela traduz o que a empresa deseja fazer e como fazer as suas atividades e pode definir as suas ações para a sociedade, como por exemplo, ações sustentáveis. Para Kotler e Keller (2006, p. 43): Uma declaração de Missão bem formulada dá aos funcionários um senso compartilhado de propósito, direção, oportunidade. Ela orienta funcionários geograficamente dispersos a tra- balhar com independência, embora coletivamente, para alcançar as metas da organização. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 24 – A missão organizacional deve ser bem formulada, servindo de base para que posteriormente sejam criadas as outras diretrizes. Uma boa missão deve ser clara e objetiva para que seja comparti- lhada, envolvendo todo o ambiente organizacional. Ela deve estar visivelmente declarada para todos. Numa organização, todos os envolvidos devem promover esforços para que a missão seja entendida e disseminada. É por meio da missão que a organização passa a direcionar as suas ações, criar valores, elaborar e implementar estratégias. SAIBA MAIS! A missão pode ser classificada em duas funções: funcionalista e como um sistema. A missão funcional se refere a um aspecto mais formal; e a missão como sistema que se refere a um modo de ser informal da empresa. Leia mais sobre o assunto no artigo “Missão Organizacional: por uma análise de sua dimensão simbólica”, de Helio Arthur Reis Irigaray e Bruno Anastassiu Harten. Disponível em: <http://www.anpad. org.br/diversos/trabalhos/EnEO/eneo_2014/2014_EnEO42.pdf>. 2 Visão De acordo com Oliveira (2010, p.43), “a visão representa o que a empresa quer ser em um futuro próximo ou distante”. Nesse sentido, a visão organizacional refere-se ao desejo que a empresa tem para o seu futuro. Ela passa a orientar o seu trabalho para alcançar aquilo que foi pretendido. Figura 2 – Aonde a empresa quer chegar? Foto: bizvector/Shutterstock.com Uma empresa deve estabelecer uma visão organizacional clara e objetiva, para que o seu negócio seja projetado por um determinado tempo ou não estipulado, para atingi-la. Existem empresas que definem a sua visão com prazo definido. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 25 – EXEMPLO A visão da empresa Fiat é estar entre os principais players do mercado e ser refe- rência de excelência em produtos e serviços automobilísticos. Muitas empresas preferem não estabelecer o prazo, pois alcançar a visão não é algo simples, já que a concorrência está cada vez mais acirrada em quase todos os segmentos de mercado. Para tingir seu objetivo, primeiramente a empresa terá que se sobressair sobre os seus concorrentes. As empresas com a sua visão firmada possuem uma ideia concreta do que querem para o futuro do seu negócio e onde pretendem chegar. Então, a empresa começa a estabelecer objeti- vos e metas, para o alcance da visão. Posteriormente formula as estratégias, que são o caminho percorrido até os objetivos. FIQUE ATENTO! A visão é aonde a empresa quer chegar. Geralmente, a visão organizacional estabe- lece um período de longo prazo a ser alcançado. Quando a empresa consegue alcançar seus objetivos e metas, ela está no caminho para chegar a sua visão. Atingi-la, no entanto, depende de outros fatores, como vencer os concorrentes, gerar lucro entre outros. E, mesmo que ela cumpra seus objetivos, isso não garante que realize sua visão. A visão organizacional deve ser estabelecida antes da formulação e do planejamento estra- tégico. Somente com ela definida e um caminho traçado, as estratégias poderão ser formuladas. A partir daí poderá ocorrer o planejamento para programar a estratégia durante o percurso, até o alcance dos objetivos organizacionais. 3 Objetivos Os objetivos organizacionais referem-se a aspectos desejados pelas empresas. Eles devem ser determinados para que as estratégias possam ser formuladas e implementadas. Quando são alcançados, deixam de ser objetivos e tornam-se situações reais. Muitas pessoas confundem objetivos com metas, palavras com significados parecidos, porém diferentes. Os objetivos são mais específicos, como por exemplo, quando se estabelece um propó- sito a ser alcançado a longo prazo. Já as metas são aspectos mais abrangentes que as empresas precisam atingir e que envolvem um tempo mais curto. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 26 – FIQUE ATENTO! As metas também pode ser consideradas diretrizes organizacionais, pois se refe- rem aos propósitos que possuem a serem alcançados até atingir objetivos. Conforme Oliveira (2010) os objetivos podem ser classificados quanto aos níveis organizacio- nais: estratégicos, táticos e operacionais. Assim como existem três tipos de planejamento defini- dos para cada nível organizacional, há um objetivo a ser traçado para cada etapa de planejamento. 3.1 Objetivos estratégicos No nível estratégico, o objetivo é relacionado a aspectos traçados pela alta administração para a definição das ações. Os objetivos estratégicos são estipulados para longo prazo. 3.2 Objetivos táticos No nível tático ou gerencial, os objetivos visam atender os aspectos relacionados a setores intermediários da organização e são definidos para serem atendidos a médio prazo. 3.3 Objetivos operacionais Já no nível operacional, os objetivos visam atender as demandas do chão de fábrica. Esses objetivos devem ser estabelecidos e atendidos a curto prazo. Figura 3 – Objetivos a serem alcançados Fonte: Oxy_gen/Shutterstock.com ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 27 – 4 Valores organizacionais E os valores organizacionais? São aqueles construídos pela empresa ao longo do tempo, baseados na sua cultura organizacional. Para Chiavenato (2014, p. 154) “a cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas que é comparti- lhado por todos os membros de uma organização”. Os valores são estabelecidos na cultura organizacional, norteados pelo comportamento da empresa. São responsáveis também pelo modo de pensar das pessoas envolvidas na organiza- ção. É por meio dos valores compartilhados que a organização é vista pelos seus colaboradores, clientes, fornecedores, sociedade, governo entre outros. As atitudes que a empresa adota no seu dia a dia, como ética, comprometimento,responsabi- lidade social, respeito, transparência, espírito de equipe são exemplos de valores organizacionais, que cada empresa constrói de forma peculiar, pois a essência da cultura organizacional é diferente de uma para a outra. Para Chiavenato (2014) a essência da cultura organizacional é originada na forma da empresa fazer negócios, como ela se relaciona com o seu público-alvo, como trata seus colaboradores, se possui flexibilidade ou é rígida no seu modo de trabalho. São esses aspectos que caracterizam a cultura de uma empresa. Figura 4 – Construindo valores Fonte: APTX4869/Shutterstock.com É preciso que os valores sejam adaptáveis às mudanças da organização. Em alguns casos, são tão fortes e rígidos que inibem as organizações de inovarem os seus negócios, de serem mais flexíveis no seu ambiente de trabalho. Para que uma empresa esteja pronta para formular estraté- gias e implementá-las, é necessário que ela se torne mais versátil em suas atitudes. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 28 – SAIBA MAIS! Nas organizações hierárquicas, os valores costumam ser bastante rígidos e dessa forma, passam a controlar os processos internos da empresa. Leia mais no artigo “Percepção de valores organizacionais”, de Denilson Freire e Lucio Moraes. Disponível em: <http:// www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1692-85632014000200007>. Fechamento Nesta aula, você teve oportunidade de: • compreender as diretrizes organizacionais, como são estabelecidas: a missão, a visão, os objetivos e valores organizacionais; • entender como os estabelecimentos das diretrizes definem a identidade organizacional. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. _______, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. São Paulo: Manole, 2014. FISCHIMANN, Adalberto Américo. Planejamento estratégico na prática. São Paulo: 2. ed. São Paulo: Atlas 2009. FREIRE, Denilson. MORAES, Lucio. Percepção de valores organizacionais: contribuições para a gestão de pessoas no setor de serviços. Rev. Dimensión Empresarial, vol. 12, núm. 2. Disponível em: <http://www.scielo.org.co/pdf/diem/v12n2/v12n2a07.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2017. IRIGARAY, Helio. HARTEN, Bruno. Missão Organizacional: Por uma análise de sua dimensão sim- bólica. Gramado: ENEO, 2014. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/diversos/trabalhos/EnEO/ eneo_2014/2014_EnEO42.pdf>. Acesso em: 08 jan. 2017. KOTLER, Philip e KELLER, Kevin L. Administração de Marketing: análise, planejamento, implemen- tação e controle. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Administração para empreendedores. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2011. OLIVEIRA, Djalma P. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 29 – Formulação das estratégias organizacionais Márcia Huppe Introdução Nesta aula você vai estudar sobre a formulação das estratégias organizacionais. Você vai compreender sobre as dez escolas de pensamento estratégico de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel. Além disso, irá conhecer os tipos de estratégias e alternativas estratégicas. No cenário altamente competitivo em que vivemos, não podemos deixar de falar sobre a competição estratégica. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a formulação das estratégias organizacionais; • entender os tipos de estratégias. 1 Evolução do conceito de estratégias organizacionais Após o estabelecimento das diretrizes organizacionais (missão, visão, objetivos e valores), o próximo passo é a formulação das estratégias. Conforme Wright, Kroll e Parnell (2009), a estratégia organizacional é determinada pelo CEO, o Chief Executive Officer (em português, diretor executivo). As decisões sobre a formulação são de sua responsabilidade, como também todo o processo realizado. Figura 1 – Formulação de táticas Fonte: tadamichi/Shutterstock.com – 30 – TEMA 4 Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010), no final do século XX, reuniram vários pensamentos e desenvolveram a abordagem das dez escolas da formulação das estratégias: • Design • Planejamento • Posicionamento • Empreendedora • Cognitiva • Aprendizado • Poder • Cultural • Ambiental • Configuração Figura 2 – Uma nova forma de pensar Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com FIQUE ATENTO! As dez escolas de pensamento estratégico servem como base para entender o pro- cesso de formulação em cada contexto organizacional. Conheça um pouco sobre cada uma das dez escolas citadas por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010): 1.1 Design Elabora a estratégia como um processo de concepção. Sendo realizada de forma deliberada e consciente, ao ser formulada, esta cresce e se desenvolve no ambiente complexo. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 31 – 1.2 Planejamento Usa a estratégia como um processo formal, onde são elaborados planos. São construídos cenários, ou seja, um conjunto de suposições sobre o futuro da empresa. 1.3 Posicionamento Formula a estratégia de forma analítica. Ela posiciona a empresa de modo a obter vantagem competitiva sobre os seus concorrentes. 1.4 Empreendedora Pensa a estratégia de forma visionária. O líder tem uma visão de futuro dos seus negócios, é intuitivo e sabe desenvolver manobras para driblar seus concorrentes. 1.5 Cognitiva Formula a estratégia como incentivo para geração do conhecimento. As ações são baseadas no olhar da empresa para suas ações. 1.6 Aprendizado Formula a estratégia baseada no aprendizado, adquirido por meio de experiências passadas que orientam as ações futuras; e nas estratégias emergentes, que trazem novas experiências para a organização. 1.7 Poder Planeja sua ação com base na negociação e no conflito. As estratégias visam gerar coopera- ção entre as empresas. Assim, elas se unem para aumentar seu poder. 1.8 Cultural Utiliza a estratégia baseada na coletividade, que decorre da interação entre as pessoas no ambiente organizacional. Trabalha baseada na cultura organizacional. 1.9 Ambiental É realizada por meio da análise do ambiente organizacional, que fornece as informações para a formulação estratégica, bem como as forças que interagem com os agentes na empresa. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 32 – 1.10 Configuração Elabora a estratégia num contexto transformador. O estrategista desse modelo é bem articu- lador e utiliza manobras. 2 Tipos de estratégias Para Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 41), “a formulação de estratégias ocorre em três níveis organizacionais: empresarial (corporativa), de unidade de negócios e funcional.” No corporativo, a estratégia é formulada no nível mais alto e define o conjunto de negócios. Na unidade de negócios, é planejada para competir num segmento de mercado. E no funcional, é focada na área de funções da empresa, na execução das atividades. Os tipos de estratégias mais comuns no ambiente organizacional são: • Empresariais: aquelas projetadas para alcançar os objetivos definidos no ambiente de negócios. • de negócios: aquelas relacionadas a divisão da empresa em unidades de negócios, quando para cada uma delas são criadas diferentes estratégias. EXEMPLO Em um frigorífico, o tipo de negócio pode ser dividido em unidades, como por exem- plo, por tipos de carnes como: unidade bovina, unidade suína, etc. E cada uma delas é responsável por um tipo de armazenamento, entrega, entre outros. • funcionais - referem-se às funções da empresa, como a estratégia de marketing que visa articular ações para atrair clientes, como a melhoria no atendimento. FIQUE ATENTO! As estratégias funcionais referem-se as funções ou departamentos da empresa, comopor exemplo, a área de recursos humanos, marketing, finanças, entre outros. • operacional - relacionada ao gerenciamento da área de produção da empresa. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 33 – Figura 3 – Tipos de estratégias Fonte: Juergen Priewe/Shutterstock.com SAIBA MAIS! O processo de formulação estratégica de um grupo considerado maior atacadista da América Latina envolve todos os setores nesse processo, sendo discutido em reuniões contínuas. Leia mais em: <http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/ article/viewFile/289/30> 3 Alternativas estratégicas Certo et al (2010) afirmam que as alternativas de estratégias são diferentes opções que podem ser adotadas pela empresa para realizarem manobras no mercado. São classificadas em: concentração, estabilidade, crescimento, redução de despesas e combinadas. Figura 4 – Pra onde ir? Fonte: Gwoeii/Shutterstock.com ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 34 – 3.1 Concentração A empresa concentra-se apenas num negócio para obter vantagem competitiva sobre os seus concorrentes. Se outra empresa copiar a estratégia utilizada por ela, a primeira deixa de ter um diferencial. 3.2 Estabilidade A empresa procura manter a linha de negócios em que atua. Geralmente, isso acontece quando é forçada a adotá-la por não possuir uma situação financeira viável. 3.3 Crescimento Para aumentar a lucratividade, algumas empresas adotam a estratégia de crescimento para obter sucesso empresarial. Certo et al (2010) afirmam que ela é obtida através de recursos como integração vertical, horizontal e diversificada ou fusões e joint ventures. • A integração vertical pode ser regressiva ou inversa, por meio da aquisição de outras organizações que as suprem no canal de distribuição. E podem ser direta ou progres- siva, ao adquirir outras empresas que são mais próximas do consumidor final. • A integração horizontal promove o crescimento ao adquirir empresas concorrentes que possuem a mesma linha de negócio, visando aumentar o porte a fim de reduzir os custos e obter maior alavancagem do negócio para lidar com fornecedores e clientes. • A diversificação promove o crescimento ao adquirir empresas com linhas de negócios diferentes. Pode ser do tipo relacionada, ao adotar diferentes tecnologias ou produção de outra empresa, a fim de compartilhar crescimento. E não-relacionada, quando se adota outra empresa com negócio completamente diferente do seu, por investimento financeiro, por exemplo. • A fusão, segundo Wright, Kroll e Parnell (2009), ocorre quando duas ou mais empresas, combinam-se por meio de uma permuta de ações. E formam uma única organização em busca de um objetivo comum. • A joint venture, conforme Certo et al. (2010), ocorre quando a empresa trabalha com outra num projeto grande. Elas não formam uma nova empresa, sendo uma controlada pela outra com exclusividade. FIQUE ATENTO! Muitos confundem o joint venture e a fusão. No primeiro as empresas se unem e formam uma nova empresa; e no outro as empresas se unem, mas não formam uma nova empresa. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 35 – 3.4 Redução de despesas As empresas adotam a estratégia de redução de despesas para melhorar a situação finan- ceira e alavancar o seu negócio. É classificada em: rotatividade, desinvestimento e liquidação. A rotatividade visa eliminar resultados não-lucrativos, por exemplo. Tornando mais eficientes as suas ações para competir no mercado e tornar suas finanças mais saudáveis, a organização poderá concentrar-se em estratégias de crescimento para seu negócio. Ao possuir um desempenho ruim, uma empresa opta por vender ou transferir seu negócio, caracterizando a estratégia de desinvestimento. Ela é usada para melhorar o posicionamento financeiro, adotando outras linhas de negócio mais lucrativas. A liquidação é usada quando nem a rotatividade e nem o desinvestimento são viáveis para solucionar o problema da empresa. O negócio passa a ser encerrado assim como os ativos da empresa, gerando consequências negativas devido a uma gestão ineficiente. 3.5 Combinada É adotada por uma empresa que procura crescer por meio da aquisição de novos negócios. Ela poderá adotar a estratégia de estabilidade para manter alguns negócios, combinando com as estratégias que podem promover o seu crescimento. 4 Competição estratégica A competição estratégica, segundo Porter (2009), compreende o processo de perceber novas posições, escolhendo uma que seja exclusiva e agregue valor ao negócio. As estratégias formula- das neste cenário são chamadas de competitivas. As empresas desenvolvem a capacidade de criar estratégias, estimulando para que as pes- soas consigam perceber novas posições nos diversos segmentos como diferencial competitivo, buscando articular estratégias para manterem os seus clientes e atraírem novos. EXEMPLO Uma estratégia competitiva é aquela utilizada para uma empresa diferenciar o seu negócio por produtos ou serviços únicos como, por exemplo, criar um serviço exclu- sivo de pós-venda para saber se o cliente gostou do produto, se sabe como usá-lo etc. A estratégia competitiva significa escolher um mix de atividades para fornecer uma com- binação única de valor, com objetivo de posicionar a empresa sobre os seus concorrentes a fim de alcançar vantagem. É caracterizada por agregar valor à organização e mostrar-se difícil de ser copiada pelos concorrentes. Assim, a competição é a essência da formulação estratégica. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 36 – O modelo das cinco forças de Porter (ameaça de novos entrantes, clientes, fornecedores, produtos ou serviços substitutos e os concorrentes) geram impacto direto sobre as estratégias competitivas, pois acirram a disputa do negócio. SAIBA MAIS! É importante para a empresa compreender sobre a importância do valor, como a empresa pode agregá-lo aos seus produtos e serviços e a vantagem competitiva, como o alcance da posição diferenciada no mercado, para entender o contexto da competição. Leia mais em: http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n2/v16n2a08. Fechamento Nesta aula, você teve oportunidade de: • compreender que o processo de formulação estratégica deve envolver toda a organização; • conhecer os tipos de estratégias e as alternativas estratégicas que podem ser utiliza- dos para manobras na organização sobre os seus concorrentes; • estudar a competição estratégica para saber lidar com o cenário atual do mercado. Referências CERTO, Samuel C. et al. Administração Estratégica: planejamento e implantação de estratégias. 3. ed. Rio de Janeiro: Pearson, 2010. ITO, Nobuiuki et al. Valor e Vantagem Competitiva: buscando definições, relações e repercussões. Rio de Janeiro: ANPAD, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v16n2/v16n2a08>. Acesso em 10 jan. 2017. MELO, Daniela. PIMENTA, Marcio. PIATO, Ederson. Processo de formulação de estratégias: o caso do maior grupo atacadista da América Latina. Uberlândia: GEPROS, 2010. Disponível em: <http://revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/viewFile/289/304>. Acesso em 10 jan. 2017. MINTZBERG, Henry. AHLSTRAND, Bruce. LAMPEL, Joseph. Safári de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. PORTER, Michael E. Competição. Ed. Revista e Ampliada. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2009. WRIGHT, Peter. KROLL, Mark J. PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 1. ed. 10. reimpr. São Paulo: Atlas, 2009. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 37 – Implementação e controle estratégico Márcia Huppe Introdução Depois da formulação da estratégia organizacional, os próximos passos são a implementa- ção e o controle/avaliação, abordados nesta aula. Vamos falar também sobre a interação da estratégia com a realidade do ambiente organiza- cional;aprender sobre os tipos de posicionamento estratégico e sobre a vantagem competitiva. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • entender como são implementadas as estratégias; • compreender como ocorre o controle estratégico. 1 Implementação estratégica Ao serem formuladas as estratégias, o próximo passo segundo Certo et al. (2010) é a imple- mentação. A estratégias provocam mudanças no ambiente organizacional, sendo necessário que a empresa analise estruturas e cultura para determinar qual a melhor forma de colocá-las em ação. Figura 1 – Execução Fonte: chechenko/Shutterstock.com – 38 – TEMA 5 É importante que toda a empresa esteja preparada para aprender e disseminar o pensamento estratégico no ambiente organizacional. Assim, será possível executar o processo de modo efi- ciente e agregar valor à organização. FIQUE ATENTO! A implementação é a quarta fase do processo estratégico. Nela são executadas as ações direcionadas ao alcance dos objetivos e metas organizacionais. Nessa fase, as estratégias organizacionais formuladas saem do papel e são colocadas em prática. Os planos da empresa são transformados em planejamento. No entanto, nem todas as estratégias são programadas. Existem aquelas que surgem acidentalmente, que são as emergen- tes. Conforme Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010), a estratégias emergentes focalizam o apren- dizado das organizações, pois surgem de situações inesperadas e trazem novas experiências para a empresa. SAIBA MAIS! Implementar é colocar a estratégia em ação, mas na prática sofremos o impacto da resistência organizacional. Leia mais no texto de Diego Canhada e Natália Rese, “Implementação de estratégias”. Disponível em: <https://www.revistafuture.org/ FSRJ/article/download/30/117>. 2 Interação da estratégia com a política da empresa Quando as estratégias são colocadas em prática, as reações são inúmeras e mudam de uma empresa para a outra. Essas reações variam conforme a cultura organizacional, onde são firma- dos valores, costumes, histórias e crenças. As empresas mais receptivas à implantação da estratégia são aquelas que possuem uma estrutura organizacional flexível, porque já foram criadas assim ou porque se transformaram ao longo do tempo. Elas valorizam o trabalho em equipe, incentivam o conhecimento e adotam medi- das inovadoras. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 39 – Figura 2 – Interagindo com o ambiente organizacional Fonte: Julia Tim/Shutterstock.com Empresas que possuem estrutura hierárquica e cultura rígida são resistentes às mudanças e às inovações e geralmente não acreditam no uso das estratégias. É preciso incentivar os gesto- res a conhecer casos semelhantes que deram certo. Com uma boa formação gerencial pode-se desenvolver o pensamento estratégico. 3 Vantagem competitiva De acordo com Porter (2009) vantagem competitiva se refere à habilidade da empresa em desempenhar as suas atividades de forma exclusiva e com o custo menor do que os seus concor- rentes. Nesse sentido, a atividade agrega um valor para o cliente. Com base nos três tipos de posicionamentos, Porter (2009) introduz três novos conceitos de estratégias como alternativas para as posições estratégicas. Elas são denominadas genéricas e classificadas em: liderança de custo, diferenciação e enfoque. O conceito de estratégia genérica implica na escolha da empresa sobre o tipo de vantagem competitiva que deseja escolher. FIQUE ATENTO! As estratégias genéricas são responsáveis pela criação da vantagem competitiva. É a escolha delas que influenciam a empresa a obter um posicionamento significativo no mercado. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 40 – Figura 3 – As três estratégias genéricas de Porter Custo mais baixo/ Alvo amplo Diferenciação/ Alvo amplo Custo mais baixo/Alvo estreito Diferenciação/ Alvo estreito 1. Liderança de custo 2. Diferenciação 3a. Enfoque no custo 3b. Enfoque na diferenciação Fonte: elaborada pela autora, 2016. 3.1 Liderança de custo É a estratégia que a empresa adota para tornar-se líder em baixo custo no mercado. Porter (2009) afirma que se deve obter paridade ou proximidade para ser líder no custo. Para conseguir a paridade, deverá diferenciar suas atividades por meio de preços mais baixos ou equivalentes a seus concorrentes. Para obter proximidade, utiliza algumas políticas de descontos que lhe dão vantagem competitiva, mas nem sempre consegue o resultado esperado. 3.2 Diferenciação Consiste na escolha de atividades que diferenciam a empresa de seus concorrentes e lhe dão uma posição única. Isso não é suficiente para garantir a sustentabilidade da estratégia, pois os concorrentes são capazes de copiá-la. Quando tem uma posição única que agrega valor, a empresa sempre atrairá a imitação de outras. Para atingir a sustentabilidade de uma posição supe- rior, é necessário adotar opções excludentes que criam alternativas defensivas contra os concor- rentes. Elas estão ligadas à imagem que uma empresa passa para seus clientes, a sua cultura organizacional, a compatibilidade das atividades que ela realiza de forma diferenciada. EXEMPLO O custo de uma atividade implica na redução do custo da outra. Por exemplo, criando uma barreira para a imitação. No caso do desenvolvimento de um produto cosmético, além da fórmula dele ser patenteada, ela não deve ser divulgada pela empresa. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 41 – 3.3 Enfoque Consiste na escolha da empresa de concentrar-se em um determinado segmento de mer- cado. Podendo ser focado tanto no baixo custo como na alta diferenciação, mas relacionados a um setor específico. O enfoque na diferenciação pode ser a produção ou serviço voltado apenas para os clientes de um determinado setor. O enfoque no custo se dá quando a empresa adota custos mais baixos que os seus concorrentes em determinado segmento. 4 Posicionamento estratégico Segundo Porter (2009) o estrategista empresarial tem como objetivo encontrar uma posição que forneça à empresa a capacidade de se defender das forças negativas ou de influenciá-las a seu favor. Para o autor, essa posição deve ser única e agregar valor. Ao adotar uma estratégia competitiva, a empresa visa escolher atividades diferentes - ou dentro do ramo de negócio, mas diferenciadas -, em busca de obter competitividade para alcançar seus objetivos. A escolha e a obtenção de um posicionamento, cada vez mais exige mudanças nas suas roti- nas e procedimentos. Sua escolha consiste em determinar como essas atividades serão relacio- nadas. Porter (2009) diz que para obter a vantagem competitiva há três tipos de posicionamento baseados nas variedades, nas necessidades e no acesso. 4.1 Posicionamento baseado nas variedades Refere-se à escolha de diferentes produtos e serviços que são utilizados como diferenciais estratégicos para obter vantagem competitiva sobre os concorrentes. Não é voltado à segmenta- ção de clientes. Esse posicionamento só faz sentido quando a empresa tem capacidade de utilizar um conjunto de atividades diferenciadas, a fim de agregar valor. 4.2 Posicionamento baseado nas necessidades Refere-se a um grupo específico de clientes com necessidades diferenciadas. A empresa tem como diferencial competitivo atender a um grupo específico de pessoas, por preferências sexuais, por etnia, por idade entre outros. Existem casos em que o posicionamento terá que atender dife- rentes necessidades de um único cliente. 4.3 Posicionamento baseado no acesso Segundo Porter (2009), o acesso é que conduz a empresa a diferenciar suas atividades sobre seus concorrentes. Refere-se à segmentação dos clientes, onde se busca diferenciar ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 42 – o acesso desses por meio do seu gosto, hábitos e preferências, das condições financeiras,da localização geográfica. 5 Controle estratégico A última etapa do processo estratégico é o controle, sendo iniciado a partir da implementa- ção das ações. Para Wright, Kroll e Parnell (2009) o controle estratégico visa monitorar o caminho percorrido pela estratégia para que elas possam atingir os seus objetivos. Identificando assim as possíveis falhas, mensurando o desempenho da empresa entre outros detalhes. Figura 4 – É preciso identificar falhas e acertos Fonte: Olivier Le Moal/Shutterstock.com Essa fase é considerada um mediador entre as variações ambientais e o ambiente interno da organização, buscando assegurar que as estratégias sejam efetuadas da melhor forma e que os resultados sejam alcançados. FIQUE ATENTO! O controle é a última fase do processo estratégico. Nela, as ações implementadas são monitoradas para alcançar o caminho pretendido e para que se mantenham adequadas à realidade organizacional. O controle estratégico é um processo importante que visa fornecer informações para a tomada de decisão. Uma empresa que mantém controle sobre suas ações, tende a estar orientada para os seus objetivos e o alcance dos resultados esperados. Ao identificar falhas no processo estratégico, na fase do controle, cabe ao CEO da empresa tomar ações corretivas para que sejam corrigidas. Assim, melhorando as práticas da empresa e evitando que aconteçam erros futuros. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 43 – SAIBA MAIS! O controle estratégico da Anvisa é realizado através do monitoramento contínuo e das reuniões de análise, para discutir o que foi aprendido e quais decisões a serem tomadas. Entenda melhor no portal da ANVISA. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33856/2913831/ Planejamento+Estrat%C3%A9gico+Anvisa+2015+-+2019.pdf/64a04f10-0ef3-48be- 9464-7b510a288217>. 6 Avaliação da estratégia organizacional Avaliar é uma das funções do controle estratégico que deve ser estudada minuciosamente. No ciclo do processo estratégico, que começa na análise ambiental, a avaliação fornece informa- ções precisas sobre o que foi verificado anteriormente. Nessa fase é feita a comparação dos resultados obtidos com os resultados esperados. O desempenho da empresa é analisado, como também a interação das estratégias com a realidade do ambiente organizacional entre outros fatores. É a partir dessas informações que os resultados encontrados passam a adequar-se aos recursos disponíveis. EXEMPLO O FNDE (órgão de financiamento da educação) realiza reuniões de avaliação da estratégia, assim podendo realinhá-la. Leia mais em “A gestão estratégica para resultados no FNDE: da formulação aos ciclos de avaliação e aprendizado estratégico”, de Romeu Caputo e outros autores. Disponível em: <http://www.fnde. gov.br/arquivos/category/88-institucional?download=9472:planejamento-2015>. Fechamento Nesta aula, você teve oportunidade de: • compreender como as estratégias são implementadas; • entender a interação das estratégias com a realidade organizacional e seus impactos; • conhecer termos relevantes do campo de estudo da administração estratégica, como posicionamento estratégico e vantagem competitiva; • entender o processo de controle e a avaliação da estratégia organizacional. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 44 – Referências CANHADA, Diego. RESE, Natália. Implementação de estratégias: barreiras e facilitadores evidenciados na literatura brasileira especializada. São Paulo: Future RSJ, 2011. Disponível em: <https://www.revistafuture.org/FSRJ/article/download/30/117>. Acesso em 29/12/2016. CAPUTO, Romeu et al. A gestão estratégica para resultados no FNDE: da formulação aos ciclos de avaliação e aprendizado estratégico. Brasília: FNDE, 2015.Disponível em: <http://www.fnde. gov.br/arquivos/category/88-institucional?download=9472:planejamento-2015>. Acesso em: 29/12/2016. CERTO, Samuel C. et al. Administração Estratégica: planejamento e implantação de estratégias. 3. ed. Rio de Janeiro: Pearson, 2010. MINTZBERG, Henry. AHLSTRAND, Bruce. LAMPEL, Joseph. Safári de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. PORTER, Michael E. Competição. Ed. Revista e Ampliada. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2009. WRIGHT, Peter. KROLL, Mark J. PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 45 – O ambiente organizacional Samayk Henrique Ferro da Silva Introdução É importante o estudo do ambiente organizacional para verificar os pontos positivos e negati- vos das empresas frente às mudanças constantes no mercado e às tendências que surgem a todo momento, fazendo com que se obtenha maior controle e previsibilidade de elementos que possam impactar nos processos organizacionais. Boa leitura! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o ambiente organizacional; • conhecer as tendências e as descontinuidades da análise ambiental; • identificar os fatores que influenciam o ambiente organizacional. 1 O ambiente organizacional Ao longo da história podemos perceber que o ambiente tem sido um elemento-chave para definir quais estratégias uma organização deve considerar para se manter no ambiente. O ambiente organizacional pode ser considerado tudo aquilo que envolve o universo vasto e complexo que compõe a empresa ou qualquer outra entidade, seja ela pública ou privada. Como afirma Fagundes (2004, p. 2), “as influências ambientais relevantes às decisões estratégicas operam no setor da empresa, na comunidade como um todo, em sua cidade, em seu país e no mundo”. FIQUE ATENTO! Conforme as organizações vão se constituindo, os ambientes onde estão inseridas começam a ser configurados. Isso é muito relevante, pois o ambiente organizacio- nal não existe antes do surgimento da organização, principalmente no que tange a capacidade das empresas de se adaptarem ao modelo de negócio pelo qual opta- ram para desenvolver seus produtos ou serviços. O ambiente organizacional é todo o contexto onde a empresa está inserida e tudo que está envolvido com ela ou que influencia os seus processos. É por meio deste ambiente que as organiza- ções obtêm os recursos que necessitam para seu funcionamento; e, ao mesmo tempo, produzem de – 46 – TEMA 6 volta para ele. Há dois tipos principais de ambientes que determinam uma organização e que devem ser considerados quando é realizada uma análise. São eles: ambiente externo e interno. • O ambiente externo: é composto por fatores que estão fora do controle da organização. São todos os elementos que estão além da organização e importam para sua razão de existir, assim como para suas operações. “O ambiente externo é fundamental para a sobrevivência e o êxito das empresas” (IRELAND; HITT; HOSKINSON, 2008, p. 34). • O ambiente interno: consiste em tudo aquilo que envolve a organização e sua estru- tura. É composto pelos principais agentes: objetivos, atividades, pessoas, processos e recursos. Os objetivos tratam daquilo que a empresa almeja alcançar, e para alcançá- -los é necessário realizar um conjunto de atividades, executadas por pessoas, por meio dos processos e recursos disponíveis (SILVA, 2004; ANDRADE; AMBONI, 2010). FIQUE ATENTO! É importante salientar que qualquer processo relacionado à administração estraté- gica nas organizações deve iniciar com a análise ambiental, visando a identificação de riscos e incertezas ou até mesmo oportunidades existentes. Tendo em vista os dois tipos de ambientes que as organizações estão inseridas, podemos perceber o grau de complexidade que cada uma possui e quão atentos devemos estar ao anali- sarmos o meio ao qual pertencem. Para analisarmos as organizações e seus ambientes (externo e interno), é necessáriosempre identificarmos as forças e fraquezas (interno), oportunidades e ameaças (externo), ou seja, primeiro entender como a organização funciona para depois analisar como ela se comporta em relação ao meio. Figura 1 – Análise de ambientes Fonte: Jiw Ingka/Shutterstock.com ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 47 – SAIBA MAIS! Análise do ambiente é o processo de identificação de Oportunidades, Ameaças, Forças e Fraquezas que afetam a empresa no cumprimento da sua Missão. Dispo- nível em: <http://www.strategia.com.br/estrategia/estrategia_corpo_capitulos_ana- lise_ambiente.htm>. 2 Novas tendências Atualmente as organizações estão inseridas em um contexto altamente competitivo, onde grande parte dos fenômenos do ambiente externo (variáveis tecnológicas, legais, políticas, econô- micas, demográficas, ecológicas, culturais e sociais) influenciam diretamente nos negócios. Para se tornarem bem-sucedidas, é necessário constituir um conjunto próprio de capacidades e recursos. Faz-se necessário concretizar tarefas de cunho setorial e de acordo com seu modelo de negócio. Para que os objetivos sejam alcançados, deve ser realizado um monitoramento contínuo em relação às influências do ambiente externo, sendo de fundamental importância na elaboração de uma gestão estratégica voltada sempre para uma análise organizacional. Desta forma, para manter uma relação de constante aprendizagem, as organizações devem manter sempre suas ações voltadas para o desenvolvimento de suas atividades (internas e externas) voltadas sempre para o mercado. FIQUE ATENTO! Ambiente externo não é uma entidade homogênea. Ele é composto por uma mistura complexa de vários fatores, como, por exemplo: produto, condições do mercado de trabalho, costumes e práticas industriais, legislações governamentais, relações com fornecedores de recursos financeiros e matérias-primas (ANDRADE; AMBONI, 2010). Tais influências organizacionais fazem parte do ambiente externo e servem para toda organi- zação que consegue manter esse monitoramento ambiental constante, com o intuito de adequar suas estratégias de acordo com que está acontecendo a sua volta. Porém, nem sempre uma orga- nização deve depender totalmente do ambiente externo, como afirma Andrade e Amboni (2010, p. 15): “quanto mais uma organização for dependente de seu ambiente, mais vulnerável ela será”. A figura a seguir mostra os diferentes tipos de organização, seu comportamento e a consequência da sua atuação em relação ao ambiente na qual atua. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 48 – Figura 2 – Os modelos de organizações Dinossauro Não reage e não se adapta Extinção © R ve ct or © a na n ir w an a © F lip se r © C ha ck _r ic k © Ja vi d K he yr ab ad i © Z av et a © A rt M ar i © K id _G am es _C at al og Empresas tipo Comportamento típico Consequência Avestruz Camaleão Castor Formiga Abelha Ícaro Astronauta Esconde-se parcialmente Esconde-se totalmente Antecipa-se às mudanças no ambiente Faz provisão Produz e faz provisão Utiliza criatividade e inovação Reage de forma proativa com criatividade e inovação Morte Estagnação Sobrevivência com riscos maiores Sobrevivência com riscos menores Sobrevivência e utilidade Sobrevivência sem evolução Sobrevivência em longo prazo e desenvolvimento S hu tt er st oc k. co m (i m ag en s ad ap ta da s) Fonte: PAGNONCELLI e VASCONCELLOS FILHO apud ANDRADE e AMBONI, 2010, p. 15. (adaptado) SAIBA MAIS! Uma dica importante para se compreender a relação do ambiente com a organização é identificar os tipos de ambiente existentes e compreender a relação de cada um desses tipos com a organização, observando como eles a influenciam em seu funcionamento. Leia mais no texto. Disponível em: <http://www.biblioteca. pucminas.br/teses/Administracao_SoaresDP_1.pdf>. A qualidade e o ajuste dado na organização determinarão como as principais variáveis (pro- duto/mercado, tecnologia, estrutura organizacional, processos entre outros) irão manter a empresa adequada ao mercado na qual está inserida. Sendo assim, a manutenção e o alinhamento da orga- nização e de suas variáveis ambientais são tarefas difíceis, pois cada variável irá sofrer mudança de acordo com sua dinâmica, ou seja, irá impor uma nova e diferente demanda administrativa. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 49 – EXEMPLO Se a empresa analisa os demais concorrentes a fundo e de forma contínua, ela po- derá ampliar suas habilidades e intensificar sua competitividade. Ou seja, realizando uma análise de suas qualidades (forças e fraquezas), ela poderá garantir a entrega de um serviço de acordo com o que o ambiente está praticando. Levando em consi- deração os produtos oferecidos pelos seus concorrentes para que seu produto e/ ou serviço tenha diferenciais no mercado (oportunidades e ameaças). 3 Fatores que influenciam o ambiente organizacional O ambiente é a base de todas as influências que permeiam uma organização, dessa forma, é essencial que se compreenda quais fatores influenciam os ambientes interno e externo. Dentro deles há uma relação de componentes diretos e indiretos e, para entendermos quais os fatores que interferem é necessário conhecê-los para que possamos adequar as estratégias organizacionais. O ambiente direto, que também pode ser conhecido como ambiente operacional, é identificado no nível do ambiente externo à organização, sendo composto de setores que normalmente impli- cam de forma específica e relativa na administração das organizações. Segundo Andrade e Amboni (2010), os segmentos deste ambiente são de fundamental relevância para que as empresas atin- jam seus objetivos organizacionais. Este ambiente possui elementos que impactam diretamente nas atividades da organização. Envolvendo de maneira indireta o modo como são realizadas as atividades, estes elementos são chamados de stakeholder. Figura 3 – Dimensões do ambiente Organização Governo Stakeholders Fornecedores Concorrentes Economia Tecnologia Demografia Cultural Ecologia Política Social Legal Ambiente direto Ambiente indireto Clientes Fonte: ANDRADE e AMBONI, 2009, p. 16 Os principais fatores que influenciam as organizações podem ser observados na figura 3, onde são expostos os stakeholders dos dois ambientes que foram discutidos ao longo desta aula. São eles: o ambiente externo e interno, seus fatores indiretos e diretos, respectivamente. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL – 50 – 4 A relação ambiente X organização É muito importante que se conheça profundamente os ambientes interno e externo da orga- nização e de que forma estão relacionados com o desempenho organizacional. Sendo assim, se faz necessário compreender também de que forma essas organizações mantêm relação com o mercado e com a sociedade, uma vez que estão inseridos em uma única esfera e podem contribuir um com o outro. Figura 4 – Desenvolvimento do mercado Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com EXEMPLO Os clientes de uma determinada empresa desejam, cada vez mais, produtos de me- lhores qualidades, com o melhor serviço, com rapidez e com o menor preço. Neste caso, a empresa precisa sempre relacionar o que seus consumidores queiram com o tipo de produto oferecido. Dessa forma, a empresa deve estar em constante análise de ambiente externo para poder adaptar-se e poder oferecer o produto conforme seu público exige. Como aconteceu com os computadores nas décadas de 1980 a 1990, onde a própria tecnologia migrou de computadores grandes computadores (mainfra- me, host etc...) centralizados para microcomputadores em rede. Fechamento Nesta aula, você teve oportunidade