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Peritonite Infecciosa e Complexo Respiratório Felino

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DOENÇAS INFECCIOSAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
PIF E COMPLEXO RESPIRATÓRIO FELINO 
PIF - PERITONITE INFECCIOSA FELINA 
EPIDEMIOLOGIA 
É uma doença imunomediada fatal, causada por formas variantes do Coronavírus Felino (FCoV), RNA envelopado fita simples. Até 
o momento, nenhum teste foi capaz de detectar o PIF in vivo. Isso se deve pois os sinais clínicos são inespecíficos, assim como as 
alterações hematológicas e bioquímicas. 
O vírus apresenta 4 proteínas estruturais, sendo elas: S (spike), E (envelope), M (matriz) e N (nucleocapsídeo). Apesar disso, pode 
permanecer viável por mais de 7 semanas em ambientes com baixa umidade. 
O FCoV é dividido em 2 biotipos, sendo o tipo 1 mais comum, diferindo na proteína S e sendo dificilmente cultivado; e o tipo 2, 
menos comum e resultante de uma recombinação entre o FCoV e o CCoV (Coronavírus canino). Ambos causam a PIF. 
É uma infecção comum proveniente de animais que estão em aglomeração (90%) e menos comum em animais de vida livre (50%). 
Apenas 5 a 10% apresentam a doença clínica, e a prevalência depende das particularidades dos animais (idade - 70% tem menos 
de 1 ano; imunidade - coinfecções, estresse, cirurgias e troca de ambiente; raça - Persa, Bengal, Sagrado da Birmânia, Himalaio, 
entre outros). 
TRANSMISSÃO 
As fezes são a maior fonte de infecção, e o contato oro-fecal é a principal forma. De qualquer forma, infecções recentes podem 
apresentar vírus na saliva, secreções respiratórias e urina. 
Animais naturalmente infectados iniciam a eliminação do vírus após 7 dias de infecção, período este que pode se estender por 10 
meses. Quanto maior a titulação de anticorpos, maior a possibilidade de eliminar o vírus de maneira constante e em altas 
concentrações. 
A expectativa de vida dos animais infectados é de cerca de 2 a 5 semanas após o início dos sinais. 
PATOGENIA 
No passado acreditava-se que existiam dois vírus diferentes, o Coronavírus entérico Felino e o da peritonite infecciosa felina. 
Porém, atualmente sabe-se que a única diferença entre eles se dá através da patogenicidade. 
Existem duas hipóteses relacionadas a causa da PIF, porém, provavelmente as duas trabalham em conjunto. Elas são: 
- Primeira: possível mutação genética do FCoV, onde o animal se infecta e a mutação ocorre em seu organismo. 
- Segunda: qualquer cepa viral pode causar a PIF, o que varia é a genética do próprio animal e questões de imunossupressão. 
Existem duas formas de apresentação da PIF, sendo elas: 
Efusiva: causando polisserosites fibrinosas e vasculite, além de derrame abdominal e torácico. Representa 80% dos casos. 
Não efusiva: causando lesões granulomatosas em órgãos de evolução lenta. 
Mista: compreende as duas formas principais. 
A PIF se desenvolve a partir da mutação de uma região do FCoV. Isto altera a estrutura viral, possibilitando sua fagocitose por 
macrófagos e posterior ligação aos ribossomos destas células. A replicação ocorre no interior dos fagócitos. A partir de uma 
redução do controle viral intestinal, há um aumento na replicação e uma maior possibilidade de mutações. Após 14 dias da 
mutação inicial, o vírus é encontrado em vários órgãos. 
Após a disseminação viral, os macrófagos infectados adentram os tecidos, atraem a resposta imune e causam as lesões. 
Com a morte dos macrófagos infectados, o vírus se dissemina para o meio, junto com outras substâncias pró-inflamatórias (IL, 
IFN, citocinas). Estas citocinas, por sua vez, ativam enzimas proteolíticas que causam lesões teciduais e CID. 
IMUNIDADE CONTRA A PIF 
Não há uma prova concreta que explique o porque de alguns gatos não apresentarem a PIF. Felinos com boa resposta imune 
celular (céls T) não apresentam sinais clínicos. Felinos com boa resposta imune humoral (anticorpos) normalmente desenvolvem 
a doença clínica. 
SINAIS CLÍNICOS 
Animais são assintomáticos ou expressam sinais inespecíficos, como: perda de peso crônica, hipertermia refratária a 
antibioticoterapia. 
A PIF efusiva caracteriza-se por polisserosites fibrinosas, que incluem pericardite, pleurite e peritonite, efusões em abdome e 
tórax, hipertermia, apatia, anorexia, alterações respiratórias, perda de peso, icterícia e linfonodomegalia mesentérica. 
A PIF não efusiva caracteriza-se por granulomas em diversos órgãos, além dos sinais da PIF efusiva. 
DIAGNÓSTICO 
É complexo e controverso, pois os animais não apresentam sinais e achados hematológicos específicos. Ainda, não existem exames 
confirmatórios que não sejam invasivos! 
Pode se fazer a titulação de anticorpos, mas não é de grande valia, pois animais podem não apresentar a mutação. Isso se repete 
na aplicação da PCR. 
A técnica mais apropriada para o diagnóstico é o histopatológico, realizado após a morte. 
TRATAMENTO 
É difícil, pois para a maioria dos animais é uma doença fatal. Todos os tratamentos atuais tem por objetivo retardar a evolução 
da doença, sendo o principal, o tratamento suporte (↑ sistema imune). 
PROGNÓSTICO 
É extremamente desfavorável. A média de vida é de 10 dias. Para animais que não respondem aos tratamentos, recomenda-se 
eutanásia. 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
Manter as caixas de areia limpas. O uso de vacinas é controverso, pois acaba induzindo a infecção (vacinas recombinantes). 
COMPLEXO RESPIRATÓRIO FELINO 
Apesar da existência de vacinação, ainda existem muitos casos. 
Infectam felinos domésticos e silvestres, causando infecção respiratória aguda que se caracteriza por rinite, conjuntivite, 
hipertermia, anorexia e letargia em jovens animais. 
HERPESVÍRUS FELINO TIPO 1 (FHV-1) 
É o causador da Rinotraqueíte Viral Felina, uma infecção respiratória prevalente em gatos. É um alpha Herpesvírus, DNA fita dupla 
e envelopado. 
EPIDEMIOLOGIA 
Está presente em todo o mundo, geralmente em 
acumulações de gatos. Não há predileção sexual e sua 
mortalidade está ligada as coinfecções. 
TRANSMISSÃO 
É altamente contagioso, com rápida disseminação e 
eliminação após 24h, tempo este que pode se estender por 
até 3 semanas. A infecção ocorre por via direta e indireta, de 
maneira horizontal. 
Animais infectados, além de fômites, são as principais fontes de infecção. Os animais mais suscetíveis são os não vacinados, 
principalmente jovens entre 5-8 meses de idade. 
O Herpesvírus, de maneira geral, apresenta latência. Com isso, 80% doa gatos que sobrevivem a infecção tornam-se portadores 
crônicos da doença. As recidivas se dão, normalmente, mediante imunossupressão. Com isso, o animal inicia uma nova 
disseminação em até uma semana. 
PATOGENIA 
A infecção se dá pelas vias respiratórias superiores, via oral 
e pela conjuntiva ocular. O vírus então replica-se em 
mucosas expostas/semiexpostas que revestem o septo 
nasal, orofaringe, palato mole, tonsilas e conjuntiva. 
A viremia raramente ocorre, já que o vírus é termo sensível. 
O FHV-1 é citolítico, portanto, determina uma necrose 
epitelial multifocal, com intensa infiltração neutrofílica e 
exsudação. Podem ocorrer oftalmopatias devido a lesão 
direta ou por alterações imunomediadas. 
SINAIS CLÍNICOS 
Surgem após 2-6 dias de incubação. A cura ocorre entre 10-
20 dias dos sinais, podendo haver cronicidade. O animal 
pode apresentar depressão, espirros, salivação, conjuntivite, 
secreção ocular e nasal, ulceração oral, ceratite, tosse e 
pneumonia. 
Podem ocorrer também alterações dermatológicas, como: 
dermatite ulcerativa superficial em face, coxins e plano 
nasal; e alterações reprodutivas, como: abortamento e 
reabsorção fetal. 
DIAGNÓSTICO 
Geralmente é clínico, unindo a anamnese aos sinais. É 
importante a realização de um exame oftalmológicos bem 
feito, em busca de úlceras corneanas. 
Testes diretos como a imunofluorescência e PCR 
podem ser usados. Além disso, testes sorológicos 
podem ser usados com cautela, visto que pode 
ocorrer influência vacinal. 
TRATAMENTO 
Deve corrigir os sinais clínicos, e oferecer suporte (fluido, 
antibioticoterapia e correção oftálmica). O prognóstico é 
animador, visto que a mortalidade é baixa. Animaiscom 
processos crônicos tem prognóstico bom em relação a vida 
e péssimo em relação a cura. 
PREVENÇÃO 
Se dá por meio de vacinação, manejo higiênico-sanitário (evitando aglomerações), identificar e isolar portadores, além de diminuir 
a densidade populacional. 
CALICIVIROSE FELINA TIPO 1 (FCV-1) 
Mais comum devido sua diversidade antigênica e capacidade de mutação. Junto com o Herpesvírus é um causador de alterações 
substanciais no trato respiratório superior de felinos, além de causar claudicação e pneumonia. 
As vacinas administradas minimizam os sinais, mas não previnem a infecção, sendo que o vírus é encontrado tanto em doentes 
quanto em animais recuperados. 
O vírus é eliminado de forma semelhante ao Herpesvírus, adicionando então as fezes, sangue e urina. Não há transmissão 
vertical. 
SINAIS CLÍNICOS 
Surgem após uma incubação de 2-10 dias e caracterizam-se por ulcerações orais e gengivites crônicas. Pode se observar halitose 
e sialorreia, além de dificuldade na alimentação. 
PATOGENIA 
A infecção e replicação ocorre de maneira semelhante ao Herpesvírus. Porém, pode ocorrer viremias de 3-4 dias após a infecção, 
com disseminação para diversos tecidos. O vírus induz necrose de células epiteliais e formação de vesículas nas margens de língua 
e outros locais. A calicivirose sistêmica é incerta. 
DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO 
Semelhante ao Herpesvírus.

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