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Direito Civil VII

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Direito Civil VII
Prof. Roberto Grisi
Direito das Coisas
Regula o poder de um homem sobre certos bens materiais e suscetíveis de utilização econômica.
Trata dos direitos de posse e propriedade dos bens móveis e imóveis, bem como das formas pelas quais esses direitos podem ser transmitidos. 
Obs.: Não existe relação jurídica entre pessoa e coisa. 
· Posse
· Direitos Reais é oponível contra todos. Ex.: A posse de um celular pode ser oponível a qualquer pessoa, ou seja, o celular é meu e ninguém pode usar sem minha autorização. 
Coisa Própria – Propriedade: Gozar, Reaver, Usar e Dispor
Coisa Alheia
· Gozo ou Fruição
· Aquisição
· Garantias
Absolutismo: tem aplicabilidade erga omnis, sendo oponível a todos. Se materializa se alguém Relação entre pessoas, o que pactuados se opõe
Publicidade: visualização, reconhecimento. Os bem imóveis têm publicidade a partir do registro no CRI e bens móveis, na tradição.
Sequela: ius persiguendi – direito de perseguir a coisa na mão de quem injustamente a possua ou a detenha. 
OBS: esse direito era absoluto – atualmente foi relativizado pela súmula 308 do STJ. Em caso de hipoteca para financiamento de construção de um prédio, em caso de inadimplemento o banco não pode penhorar todo o predio, visto que foram adquiridos de boa-fé por terceiros. 
Taxatividade: são direitos reais aqueles os quais a lei/legislação diz que são. 
Os direitos reais são taxativos e não são típicos.
Preferência: art. 83 da Lei 11101/2005; É o direito de preferir o recebimento do seu crédito em detrimento de outro credor. Arts. 1422, 958.
Perpetuidade: Não perco o direito de propriedade pelo não uso. O direito de propriedade é perpétuo. 
04/03/2020
Posse – Art. 1196 do CC
1. Conceito
A posse é uma situação fática, um exercício de fato, é o exercício de um poder de fato que independe de titulação (jurídica e formal), a posse é uma ação, uma conduta sobre uma coisa. 
É um poder de fato sobre uma determinada coisa que independe de titulação formal.
Exercício de fato de algum dos atributos do direito de propriedade (Gozar, Reaver, Usar, Dispor).
2. Elementos: são cumulativos e indissociáveis 
· Corpus: é o elemento exterior na posse, é o elemento. É o chamado poder físico sobre a coisa. 
· Animus (Affectio Tenendi): é a intenção de ter a coisa como sua, é a consciência e o desejo. 
3. Teorias
· Subjetiva (Savigny): posse = corpus + animais. Se faltar qualquer dos elementos, não houve posse. Caso o sujeito não tem o animus, ele apenas tem detenção do bem e não posse. Para Savigny o corpus é ter o poder físico sobre a coisa. 
Meu carro está no estacionamento, como ele não está na minha mão, então não tenho a posse.
Animus é mais do que a intenção, é a consciência e desejo de ser dono. 
· Objetiva (Ihering): Posse = Corpus (Affectio Tenendi). É poder de disponibilidade. Basta que haja o poder de disponibilidade, para que eu tenha a posse. 
Diferença entre POSSE e DETENÇÃO
POSSE: sofre os efeitos da posse.
Não existe diferença de FATO entre posse e detenção. O que existe é a vontade do legislador. 
Caso o sujeito se enquadre nos casos dos Arts. 1198 e 1208 não existe posse.
Art. 1197 CC
Enunciado 76 CJF 
· Posse Direta: quanto tenho contato material com a coisa, o poder físico sobre aquela coisa.
Se houver vários desdobramentos sucessivos da posse, todos esses serão possuidores indiretos da posse. Ex.: Locador, sede direito de uso ao locatário e este subloque. 
· Posse Indireta: continuo tendo o exercício sobre aquela coisa, mas de modo oblíquo. Não tem a coisa consigo, mas ainda exerce a posse. Ex.: Locador e locatário.
Art. 1197 – Tanto o possuidor direto quanto o possuidor indireto exercem a posse simultaneamente e uma não atrapalha / anula outra. Podendo inclusive, um proteger a sua posse em face do outro.
Art. 1200
Posse Justa: toda vez que NÃO for uma posse violenta, clandestina ou precária. É justa, quando não tem vício, critério objetivo. Analisa-se desde o início, se houve vício na sua origem. 
Verifica-se a “causa possessionis" (motivo da posse), razão eficiente da posse. 
Posse Injusta: é aquela que foi adquirida por posse violenta, clandestina ou precária.
· Posse violenta: aquela adquirida por força. Podendo ser força física “vis absoluta" ou força moral / intimidação “vis compulsiva”. É aquela contrária a posse mansa, pacífica; 
· Posse Clandestina: aquela adquirida as ocultas, escondidas, sorrateiramente daquele que exerce a posse; 
· Posse Precária/Esbulho Pacífico: adquirida por abuso de confiança, o vício inicia-se no momento em que o possuidor se recusa em devolver o bem a quem tem direito.
Os vícios da posse são relativos, não produzem eficácia “erga omnis". 
1203 – Convalescimento da Posse: como regra o principio da continuidade do caráter da posse, ou seja, se ela foi adquirida como justa, será justa e assim com as outras. Existe a possibilidade de inverter, uma posse justa pode virar injusta e vice-versa.
Os vícios da violência e da clandestinidade são temporários.
Razão jurídica: alteração da “causa possessionis". 
Material: Mudança ostensiva do comportamento fático do possuidor (não reconhece a supremacia do direito alheio). Enunciado 237 CJF
Resp 1.188.937/RS – Luiz Felipe Salomão
Classificação da Posse
Art. 1201 CC e Enunciado 303 CJF
Boa-Fé:
Má-fé:

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