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A doença de Crohn caracteriza-se por processo inflamatório transmural e granulomatoso não-caseificante, que atinge todo o tubo digestivo. Sua etiologia é desconhecida, sabendo que estão envolvidas fatores familiares, alterações genéticas e fatores ambientais, que juntos, determinam uma resposta imunológica. Como é uma doença transmural, pode causar fissuras que se estendem por toda a espessura da alça intestinal, que conferem à mucosa um aspecto de calçamento de rua em pedras. A mucosa pode exibir úlceras aftoides. Assim, entende-se que a doença inicia na mucosa, com ulceras e granulomas, evolui para a submucosa e assim para inflamação transmural. Diferente da retocolite ulcerativa, a DC é DESCONTÍNUA, ou seja, possui áreas acometidas entremeadas com áreas sãs. Clínica: é um processo crônico com períodos de exacerbação e remissão, com causas desconhecidas. Os sintomas mais frequentes são: 1. Dor abdominal, periumbilical ou referida no quadrante abdominal inferior direito. 2. Alteração do hábito intestinal, aumento do número das evacuações com fezes de consistência liquida, associada a perda de sangue e muco. 3. Febre 4. Perda de peso 5. Desnutrição As manifestações extra-intestinais são comuns, sendo as articulares as mais comuns, como a artrite periférica, que possui caráter migratório e envolvimento de grandes articulações. A articulação se apresenta quente, dolorosa e edemaciada, com testes reumatológicos negativos. As complicações do trato urinário podem ser divididas em dois grupos: inflamatórias e metabólicas. Entre as complicações metabólicas estão a amiloidose renal e a formação de cálculos. As inflamatórias compreendem a formação de abscesso retroperitoneal, fibrose que provoca obstrução ureteral, cistite e fístulas. A manifestação dermatológica mais comum é o eritema nodoso, que se caracteriza por lesões nodulares, múltiplas, dolorosas, hiperemiadas, loca lizadas preferencialmente na face anterior dos membros inferiores. A inspeção da região perianal pode demonstrar a presença de pregas perianais edemaciadas, fissuras únicas ou múltiplas, fístulas únicas ou múltiplas, lesões ulceradas e abscessos O estudo radiológico contrastado demonstra o aspecto ca racterístico da doença de Crohn, que é a alternância das áreas sadias com áreas doentes. A colonoscopia deve ser indicada para diagnóstico e avaliação da correta extensão da doença, permitindo inclusive a visualização da mucosa do íleo terminal e colheita de biópsias seriadas. A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória do intestino grosso. Sua etiologia é desconhecida, mas está associada a: suscetibilidade genética para doenças inflamatórias intestinais, infecções e fatores ambientais. É uma doença que SEMPRE se inicia no reto, sempre sendo acometido. Ela é SEMPRE contínua, não havendo intervalos com áreas de mucosa saudáveis. Histologicamente, consiste em um processo inflamatório que acomete na mucosa e submucosa, observando ulcerações e abcessos de criptas. Clínica: disenteria hemomuco-purulenta de vários graus de intensidade, febre, toxemia e comprometimento do estado geral, tenesmo e eliminação de secreção mucosanguinolenta. Pode haver manifestações extra-intestinais, principalmente as articulares, como artralgias de grandes articulações (joelhos e cotovelos); alterações cutâneas (eritema nodoso e pioderma gangrenoso); espondilite anquilosante; olhos (uveíte e irite); alterações da crase sanguínea e colangite esclerosante. O diagnostico é feito com retossigmoidoscopia e colonoscopia (avalia extensão da doença). O enema opaco mostra serirlhamento das bordas cólicas, perdas das haustrções do cólon, falhas de enchimento. Como rastreamento, deve ser feito uma colonoscopia anual com biopsias seriadas da mucosa de ceco até o reto, uma vez que a RCU é uma condição precursora do câncer. A maioria são agudas como hemorragia, colite tóxica e câncer. Sangramento repetitivo e crônico está sempre presente. Hemorragias agudas, graves e com repercussão hemodinâmica não são comuns, mas podem ocorrer. A colite tóxica se caracteriza por um quadro fulminante ou pelo megacolo tóxico, tendo dor abdominal intensa, febre, leucocitose e peritonismo. Medidas gerais, como suporte nutricional, correção da anemia e de distúrbios eletrolíticos. Em relação ao tratamento medicamentoso é usado: sulfassalazina, o ácido 5- aminossalicílico, corticosteróides e imunossupressores. O tratamento cirúrgico está indicado em pacientes não responsivos ao tratamento clínico ou que não podem usar os medicamentos, não suportando os efeitos colaterais, ou caso tenha manifestações extraintestinais. A colite isquêmica (CI) é um distúrbio isquêmico intestinal causado pela redução do fluxo de nutrientes a um nível insuficiente para o metabolismo celular. A maioria (95%) ocorre em idosos por alterações vasculares degenerativas, em que os pacientes apresentam um estado de baixo fluxo sanguíneo associado a outros fatores. Pode ainda ocorrer como resultado de um tromboembolismo arterial agudo das artérias mesentéricas. Os principais locais que ocorrem são áreas em que a circulação colateral é limitada, como na flexura esplênica e junção retossigmoide. O local mais acometido é o cólon esquerdo. A clínica consiste em uma dor abdominal de início agudo, inicialmente como uma cólica leve no quadrante inferior esquerdo, com distensão abdominal e sangue nas fezes. Achados peritoneais, febre e contagem elevada de leucócitos sugerem necrose intestinal e perfuração. O megacolo tóxico é uma complicação reconhecida. Os exames laboratoriais são inespecíficos e demonstram hemograma com anemia, aumento de lactato sérico, creatinoquinase, amilase e fosfatase alcalina. O raio-x pode identificar intestino distendido não específico e pneumatose intestinal (achados tardios), e espessamento da parede e segmentos haustrais. A TC não permite o diagnóstico definitivo, mas avalia a extensão do envolvimento do colo. O padrão-ouro consiste na colonoscopia com biópsia, que visualiza uma mucosa anormal e identificar: edema, mucosa friável, áreas eritematosas associadas a áreas pálidas. Na ausência de complicações cirúrgicas, o tratamento da CI é de suporte e inclui repouso intestinal, hidratação e controle da dor com a melhora dos sintomas na maioria dos casos. Antibióticos de amplo espectro que cobrem a flora intestinal são indicados para pacientes com sintomas mais significativos. Em pacientes com presença de íleo adinâmico, recomenda-se a passagem de sonda nasogástrica. A terapia antitrombótica não é indicada, exceto em casos de trombose mesentérica ou suspeita de cardioembolismo. Consulta cirúrgica imediata deve ser obtida para as seguintes alterações: sepse, ar abdominal livre, febre significativa, sangramento maciço e uma leucocitose significativa, sugerindo infarto ou perfuração do colo. O condiloma acuminado é uma neoplasia perianal, também chamado de verruga anogenital, causado pelo HPV, ou seja, uma IST viral. Oriunda-se mais frequentemente dos subtipos HPV-16 e HPV-11. A transmissão está associada a atividade sexual e é mais comum em pacientes imunodeprimidos. Clínica: 1. Prurido 2. Hemorragia 3. Dor 4. Corrimento 5. Massa palpável No exame econtra-se verrugas rosadas de várias dimensões que podem se unir e formar massas. A anuscopia revela doença dentro do canal anal. O diagnóstico é feito por inspeção direta do períneo e genitais, a anuscopia e protossigmoidoscopia devem ser realizadas se a doença se estender no sentido intra-anal. Deve ser feito o teste do HIV. As abordagens terapêuticas envolvem destruição física ou química, terapias imunológicas e cirurgia.
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