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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA - UNICARIOCA CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE E MELHORIA DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS EM OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE VITOR ALEXANDRE SOTELO DA SILVA LOPES RIO DE JANEIRO 2019 VITOR ALEXANDRE SOTELO DA SILVA LOPES ANÁLISE E MELHORIA DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS EM OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em Administração do Centro Universitário Carioca - UNICARIOCA, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Vinicius Batista dos Santos RIO DE JANEIRO 2019 ATA DA BANCA EXAMINADORA DE AVALIAÇÃO DE TCC VITOR ALEXANDRE SOTELO DA SILVA LOPES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário - Unicarioca, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Aprovação em ___/___/2019. Comissão de Avaliação ______________________________________________________________ Nome completo do professor-orientador Centro Universitário Unicarioca _______________________________________________________________ Nome completo do membro da banca Centro Universitário Unicarioca ______________________________________________________________ Nome completo do membro da banca Centro Universitário Unicarioca Dedico esse trabalho a Deus por me dar forças e persistência e a minha esposa por todo incentivo e paciência. Ao meu querido Prof. Orientador, Vinicius, pelo incentivo e confiança. A minha família, pela motivação. Aos profissionais entrevistados para obtenção dos dados aqui presentes. A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho. “Ganhar a vida não é mais suficiente. O trabalho tem de nos permitir viver a vida também. “ Peter Drucker RESUMO Na busca por se manter relevante em um mercado de difícil acesso, a procura por melhoria processual continua a aumentar. Assimilar como base, tanto para projeto quanto para tomada de decisão, obter um avanço significativo na forma de execução de tarefas simples pode acarretar uma melhora em toda uma gama dentro da empresa. Isso implica que, para garantirmos o sucesso de uma empresa, devemos nos atentar ao processo(s) executado(s) por esta, mapear atividades, padronizar métodos e buscar alternativas para a realização dos mesmos. O objetivo do presente trabalho é abordar os processos utilizados na gestão de uma operadora de plano de saúde, analisar mais afundo os itens críticos, mapear tais atividades chave e propor possíveis mudanças para as principais dificuldades ao utilizar de ferramentas de gestão para contornar pontos fracos e acentuar pontos fortes, viabilizar novas formas de gestão por produto, gestão sazonal ou até gestão por caso para assegurar os objetivos desejados de acordo com as orientações vigentes. Palavras-chave: Análise de processo; Gestão por processos; Ferramenta de análise; Melhoria de processo. ABSTRACT In the search to stay relevant in a hard-entry Market share, the demand of processual improvement keeps increasing. Assimilates as foundation for both a project and decision making, to obtain a significant advancement of how to execute a simple task could result in improvement of a whole level in a company. That means, to guarantee the success of a company we must pay attention to the processes done by it, map activities, standardize methods and seek for alternatives to accomplish them. The objective of this document is to quote processes used in the management of a health insurance carrier, Analyze deeper the critical subjects, map the key activities and propose possible changes to the mains difficulties regarding de processes working with management tools to minimize weak points and improve strong ones, enable new ways of product management, seasonal management or even case management to assure the completion of intended objectives, according the company current guidelines.. Keywords: Process Analysis ; Process Management; Analysis tolls; Process Improvement LISTA DE FIGURAS Figura 1 Base Organizacional em Processos………………………………... 16 Figura 2 Processo Simples…………………………………………………... 17 Figura 3 Cadeia De Processo Ligado A Outros Processos.............................. 18 Figura 4 Kaizen................................................................................................ 19 Figura 5 Obsolescência……………………………………………………… 20 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Matriz GUT....................................................................................... 25 Tabela 02 GUT para Processos Chave.............................................................. 26 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANS Associação Nacional de Saúde IN LOCO Dentro do Local (Inside Location) NIP Notificação de Investigação Preliminar NPL Nível de Plano Local PCT Paciente internado SCORE Pontuação atrelada pela ANS a partir de serviço prestado SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................... 13 OBJETIVOS......................................................................................... 14 JUSTIFICATIVA................................................................................... 15 1 FUNDAMENTAÇÃO PARA O CASO............................................... 16 2 CONCEITOS BÁSICOS……………………………........................... 17 2.1 PROCESSOS…………………………………………………………. 17 2.2 MELHORIA DE PROCESSOS……………………………………... 19 3 REFERENCIAL TEÓRICO…………………………………………. 20 3.1 PROCESSOS GERAIS……………………………...……………….. 20 3.2 FERRAMENTAS DE ANÁLISE…………………………………….. 21 4 ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS………………………... 24 4.1 COMO ANALISAR PROCESSOS………………………………….. 24 4.2 GESTÃO POR PROCESSOS………………………………………... 28 4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS……………………………………... 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………….... 39 6 REFERÊNCIAS…………………………………..………………….. 43 INTRODUÇÃO Na visão atual do negócio de saúde devemos ter em mente fatores como a remuneração de profissionais adeptos como médicos e enfermeiros, seus encargos e como serão tratados quanto a funcionalidade dentro de uma empresa e não de um hospital ou clínica. O mercado de saúde suplementar passou a conviver com o sistema público como uma alternativa, uma forma de “garantia”, àqueles que possuíssem necessidades além das oferecidas pelo governo ou para funcionar como fundos de saúde geridos por trabalhadores de determinado ramo ou empresa. Foi apenas em 1950 que surgiram os planos coletivos por adesão hoje, porém, o setor brasileiro de planos e seguros de saúde é um dos maiores sistemas de saúde privada do mundo. À medida que o mercado da saúde se acirra quanto as competições, muitas operadores se assemelham em questões como valor e cobertura dos planos, começa então a ser abordado um novo tema na obtenção de clientes que antesprocuravam por segurança para um momento de necessidade, hoje buscam por um serviço de cobertura diferenciado, onde os mesmo sejam vistos de forma singular e não apenas como mais um cliente. De 2007 até o momento vimos uma mudança do setor de saúde, algo que já é observado em outros setores a algum tempo, o nível de exigência dos clientes vem subindo drasticamente. Tratar o cliente de forma a fidelizar o mesmo tem sido o carro chefe da operadora que abordaremos a seguir, porém o grande desafio é: como executar tal tarefa sem que decaia a qualidade geral ou até mesmo diminua o lucro recebido pela empresa? Outro ponto a ser tratado é a atual quadro do setor de saúde no mercado, tudo é realizado de forma bem singular, a gestão hospitalar atual é bem fechada quanto a novos entrantes e comumente é visto um apadrinhamento de empresas do mesmo ramo por maiores que conversam entre si; manter o valor de mercado, o valor de clientes e o valor de concorrência equilibrados entra como um desafio a mais na administração. O ponto chave a ser abordado no presente documento são as atividades e processos chave dentro de uma operadora de planos de saúde, suas nuances, propostas de mudanças e impactos nos níveis organizacionais, faturamento e na trajetória da empresa Saúde S.A. OBJETIVOS A pesquisa visa melhorar os processos mais comuns dentro da empresa, tal como os processos chave para execução das tarefas internas, com enfoque no setor de faturamento da empresa; irei abordar casos específicos e abrangentes, ditando onde fora planejado chegar e onde verdadeiramente chegamos com as mudanças executadas/propostas. Para tal iremos detalhar cada processo trabalho pela equipe de faturamento, juntamente com as demais envolvidas, catalogar suas atividades e ditar as mudanças nessa linha de execução. O foco principal será em demonstrar como processos pequenos podem impactar em grandes resultados em organizações onde os detalhes são cruciais para diferenciá-las no mercado; analisar e melhorar esses processos utilizando os métodos propícios de acordo com a metodologia da administração de empresa. A sobrevivência de uma empresa no mercado está além de buscar por mais clientes existe uma série de fatores que impactam seu sucesso ou fracasso. Como principais temos: ❖ Satisfação total dos Clientes; ❖ Gerência participativa; ❖ Desenvolvimento humano; ❖ Constância de propósitos; ❖ Melhoria contínua; ❖ Gestão de informação e Comunicação; ❖ Garantia da qualidade; ❖ Busca da excelência; ❖ e não menor que estes; ❖ Gestão de processos; Para melhor compreensão será mapeado cada etapa dos principais processos abordados e as mudanças comumente implementadas por cada gestão estudada. JUSTIFICATIVA O ramo de saúde no Brasil pode ser muito lucrativo, são 8,51 Milhões de metros quadrados e cerca de 210 milhões de brasileiros, isto somado ao descontentamento da massa quanto à saúde pública, cria um mercado com grande abertura para a saúde privada. A ANS indica uma crescente constante da quantidade de beneficiários de planos de saúde privada no Brasil, uma breve comparação entre 2009 e 2019 apresenta um crescimento de 5 milhões de vidas que passaram aderir ao sistema de saúde privado. Junto a tais números, vemos a criação de novas operadoras de saúde, algumas mais especializadas, outras em termos mais gerais, porém todas procuram sua fatia de mercado. A abordagem de uma empresa do ramo de saúde e sua procura no mercado se dá ao seu renome. A maioria das corporações de médio/grande porte procura um plano com uma variedade ampla de hospitais e clínicas credenciados, contudo, mesmo sendo imprescindível o valor acessível por tais serviços, se faz necessário um bom serviço. A análise realizada na presente monografia tem o objetivo de apresentar caminhos, técnicas e ferramentas para que se aperfeiçoe os serviços de saúde e atendimento providos por operadoras de saúde e caixas de assistência a modo que sejam reconhecidas por tal desenvoltura. A mecânica apresentada neste artigo tem o objetivo de: ❖ Aperfeiçoar processos empresariais envolvendo o ramo da saúde. ❖ Melhor a qualidade de serviço sem que haja pesados investimentos de capital. ❖ Tratar erros comuns, porém recorrentes, aplicando o método ‘Kaizen” de melhoria contínua. ❖ Tratar de caminhos para contornar resistências por parte dos colaboradores ❖ Apresentar ferramentas gerenciais para pequenas e médias empresas aumentarem seu nível competitivo. ❖ Aperfeiçoar processos internos e externos em relação a gerência de leitos e pacientes internados. 1 FUNDAMENTAÇÃO PARA O CASO Como disserta Willian Roque Pizza (2012), ”As organizações que conseguem alcançar suas metas e objetivos em geral são as que possuem processos internos e externos bem definidos…” A visão de processos como pormenores e a negligência por parte da empresa, os processos de escala operacional/tático que, se analisados separadamente, possuem baixo impacto na organização e a falta do devido crédito ao sistema de execução das tarefas das operadoras de plano de saúde ditam a gestão processual como dispensável, porém, quando os pontos são alocados em conjunto se mostram responsáveis por grande parte da operação e obtenção do lucro da empresa. Os processos são a base de toda organização, quando seus processos são padronizados é realizada uma sistematização das ações e procedimentos operacionais. Quando a organização possui uma linha de processos de alto nível e bem definidos alcançamos a estabilidade da organização, porém quando esses processos são falho e pouco desenvolvidos a organização possui grandes riscos de liquidez no mercado. A figura acima constata o modo atual em que a empresa analisada se encontrava e o estado após a consolidação e melhoria dos processos que abordaremos a seguir. 2 CONCEITOS BÁSICOS Identificando, abordando e corrigindo um possível processo falho(obsoleto). 2.1 PROCESSOS Segundo Harrington (1993), “processo é qualquer atividade que recebe uma entrada (input)(...)”; simplificando ainda mais, podemos entender processos como a forma de se realizar alguma atividade dentro da organização. Em suma, temos uma entrada, uma transformação e uma saída. É na fase de “transformação” onde agem os processos, onde as etapas necessárias para se obter o produto final de valor agregado. Um processo se caracteriza por uma ordem específica de atividades de trabalho, onde essas atividades possuem início e fim e contribuem para uma estrutura de ação para cada produto final específico. Deve-se sempre ter em mente que a transformação do processo visa adicionar valor a tal produto e criar um resultado que seja o mais útil e eficaz para a próxima parte da cadeia de produção ou para o cliente final. 2.1.1 MACROPROCESSOS Dentro de uma organização existe ainda o processo que não se resolve diretamente em um produto final, mas sim em outro processo, logo, após um processo ser terminado, temos como resultado um novo insumo, que por sua vez será processado novamente, até gerar um produto final para um cliente. Esse fluxo de trabalho é conhecidocomo cadeia de produção, ou ciclo de produção. Figura 03 - Cadeia de processo ligado a outros processos Como o Macroprocesso origina um produto final mais trabalho, seus processos envolvem mais que uma função na estrutura organizacional, porém, seu produto final recebe um maior valor agregado. 2.1.2 SUBPROCESSOS Se o macroprocesso se trata da gama de processos necessários para a criação de um produto mais elaborado, o subprocesso são as pequenas partes que se interligam e dão apoio a tais processos necessários, para que assim, possam cumprir sua missão e entregar o produto final. 2.1.3 ATIVIDADES As atividades são partes menores dos processos e subprocessos, elas podem ser críticas para a conclusão do produto final ou, como vimos anteriormente, de apoio e são desenvolvidas por uma unidade (departamento ou pessoa). As atividades críticas são cruciais para a execução do processo como foi planejado e para seu bom resultado. Normalmente temos tarefas críticas relacionadas com: Tempo de início do processo, criticidade da matéria-prima, tempo para produção, criticidade dos equipamentos envolvidos na execução e tempo de término da atividade. As atividades não críticas são as que possuem maior flexibilidade, principalmente por não possuírem esses pontos críticos para execução, logo são mais maleáveis quanto a execução. Mesmo assim, ambas são imprescindíveis para que o processo alcance o resultado esperado. 2.1.4 TAREFA Tarefas são a menor parte do processo, uma parte específica que visa um único elemento de uma atividade, ou um subconjunto destes, e foca em executá-lo. Geralmente é atribuída a um item que desempenha algo muito específico no processo. 2.2 MELHORIA DE PROCESSOS Adotando a metodologia de melhoria contínua do Prof. Massaaki Imai, buscamos exercer o melhor trabalho possível hoje, olhando o ontem e nos preparando para o amanhã. 2.2.1 MELHORIA CONTÍNUA O método japonês Kaizen abre espaço para indagar todos os pontos dentro de uma empresa, tal filosofia tende a criticar as ações deliberadamente, de forma que, ao olhar para como um processo é executado, notar os pontos fracos que devem ser mudados urgentemente sem excluir os pontos fortes, que também necessitam ser revisados para um melhor entendimento da tarefa e aproveitamento da mão de obra. Os processos atuais de uma empresa necessitam estar em constante estresse para provar o quão “atuais” realmente são, modelos que valeriam a meses atrás podem não mais ser aceitos por já existir um método melhor de execução. Manter uma organização presa a um modo de pensamento é o mesmo que ancorar um navio à orla pois, ao que aparenta, ele já sabe flutuar. 2.2.2 REESTRUTURAÇÃO DE PROCESSOS Existem ainda os processos que devem ser substituídos, ou por se tornarem obsoletos além da recuperação ou por não darem o retorno esperado mesmo após tentativas de melhoria. É importante identificar esses casos o mais breve possível, pois, se alterar um processo conhecido por outro desconhecido que necessitará adaptação é arriscado, manter um método de realização de uma tarefa ativo sem que o mesmo demonstre retorno pode ser mortal. Assim como Peter Drucker disse: “Existem dois tipos de riscos, aqueles que não podemos correr e aqueles que não podemos deixar de correr.” Existe um “prazo” para cada processo operacional, seja ela ditado por avanço das tecnologias, por falta de adaptabilidade a um novo mercado ou por criação de um novo método de execução da tarefa; é importante saber quando substituir um processo obsoleto. 3 REFERENCIAL TEÓRICO Os processos possuem diversas definições, estipuladas por diversos autores ao longo dos anos. Davenport (1993), por exemplo, caracteriza processo como um conjunto de ações organizadas a fim de desenvolver um produto específico; porém Werkema (1995) julga como um agrupamento dos elementos necessários para produzir tal produto, em meio destes as pessoas e o modo de proceder. Cruz (2000) caracteriza processo como como o simples objetivo de tornar diferente, de mudar, a fim de produzir bens e serviços para um cliente final. Em frente destas definições, podemos entender para o presente trabalho, que processos se aproximam mais a uma coordenação das atividades da organização, principalmente aquelas executadas por diversas pessoas, a fim de produzir algo de valor para um cliente final. 3.1 PROCESSOS GERAIS Muitas empresas se orientam através dos processos que executam algumas, porém, não possuem ciência de tal fato ou não possuem conhecimento suficiente dos passos a seguir para a tomada de decisão em tais processos. Existem empresas que não sabem o que significa ser organizada por processos e aquelas que possuem dúvidas quanto a formação organizacional atual. O processo é parte primordial para execução de um projeto e, futuramente, a conclusão de um produto; logo, é válido identificar o processo como a base para o lucro de uma organização. Podemos citar o processo de recurso de glosa, um dos principais métodos para reduzir custos de uma operadora de saúde, por exemplo: ❖ Atividade 1: Confecção da Conta hospitalar. ❖ Atividade 2: Análise da cobrança em conta ❖ Atividade 3: Pagamento ou glosa pelo analista ❖ Atividade 4:Questionamento do hospital ❖ Atividade 5: Reanálise da conta hospitalar ❖ Atividade 6:Novo pagamento pelo analista ❖ Atividade 7: Finalização do recurso de glosa 3.2 FERRAMENTAS DE ANÁLISE Uma forma de analisar um processo é através de ferramentas administrativas propícias para tal. As empresas apresentam dificuldade em criar indicadores de desempenho pois estes enfatizam os resultados obtidos pelo processo e não a forma em que tais processos estão sendo desempenhados. Como aborda Cury (2000, p.2730), A análise administrativa é um processo de trabalho, dinâmico e permanente, que tem como objetivo efetuar diagnósticos situacionais das causas e estudar soluções integradas para os problemas administrativos, envolvendo, portanto, a responsabilidade básica de planejar as mudanças, aperfeiçoando o clima e a estrutura organizacionais, assim como os processos e os métodos de trabalho. Dentro das ferramentas gerenciais de análise serão abordadas o brainstorming, para coleta de dados junto aos colaboradores da empresa; matriz GUT para estabelecer os critérios que irão qualificar o grau de urgência para a melhoria de cada processo. 3.2.1 BRAINSTORMING Criada em 1948 pelo publicitário Alex Osborn, publicada posteriormente em 1953 no livro Applied Imagination, a técnica consiste em selecionar um grupo de indivíduos que devem postergar sobre um assunto, do qual necessitam ter conhecimento sobre, a fim de chegar a novos pontos/ideias sobre tal. No estudo, foram abordados os colaboradores da Saúde S.A., junto a alguns membros da coordenação e questionado sobre os processos que consideravam mais importante dentro da organização e o que poderia ser melhorado em tais processos. A parte importante no brainstorming, como salienta Alex, é não julgar as informações recebidas, mas sim as questionar com curiosidade, muitas vezes a visão que um indivíduopossui sobre tal assunto é completamente diferente da de outro. Os passos para a execução de um Brainstorming eficaz são: ❖ Orientação Nesse ponto, o líder da tarefa deve deixar bem claro a finalidade da execução do brainstorming, quais aspectos serão considerados e quais serão deixados de fora. Exemplo: Para a montagem da parte mecânica um carro serão considerados aspectos como tamanho da chassi e potência do motor, porém a cor da pintura da lataria seria deixada de fora. ❖ Preparação Se trata da fase de levantamento das informações e a identificação dos problemas; também é definido o tempo de participação para cada integrante expor suas ideias. ❖ Análise Após destacar os possíveis problemas é verificado o estado atual do cenário da empresa de acordo com o problema e as possíveis ações a serem tomadas de acordo com os objetivos e estratégia da empresa. ❖ Ideação Na etapa de Ideação é onde as criatividade perante os problemas abordados deve fluir, nesse momento as ideias devem ser anotadas e nenhuma sugestão deve ser descartada. ❖ Incubação Relata ao tempo necessário para que problemas mais complexos sejam abordados, algumas vezes, se afastar do problema pode gerar uma visão diferente e uma possível solução para o mesmo. ❖ Síntese Após todas as informações serem gerenciadas parte-se para as possíveis soluções, a síntese funciona como um filtro, a fim de avaliar as ideias propostas e selecionar possíveis soluções. ❖ Avaliação Etapa de julgamento final onde se avalia as medidas tomadas e se a solução tomada foi realmente a melhor para o(s) problema(s) apresentado(s). 3.2.2 MATRIZ GUT A matriz que foi proposta por Charles H. Kepner e Benjamin B.Tregoe em 1981 e é atualmente a ferramenta para gerência de priorização para resolução de problemas. A matriz aborda três pontos distintos, Gravidade (Gravity - [G]) para mensurar o tamanho do impacto causado caso o problema ocorra, Urgência (Urgency - [U]) para estimar o prazo disponível para a resolução do problema e Tendência (Tendency - [T]) que trata a probabilidade do problema em questão crescer com o passar do tempo. A matriz atribui valores, geralmente de 1 a 5, para cada grau, atribuindo perguntas a cada um, como: qual a possibilidade de ocorrer? como serei afetado? Pode voltar a acontecer? etc… A matriz GUT tem por finalidade indicar quais os principais problemas e, dentre estes, qual se deve ter maior atenção para resolução breve. 4 ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS Neste capítulo será abordado a pesquisa realizada com a operadora de saúde, Saúde S.A, a metodologia utilizada para tal, junto às considerações acerca do desenvolvimento da gestão e dos processos. Nos aprofundaremos em seis processos comuns para toda operadora de saúde: ❖ Cadastro de Novos clientes ❖ Cadastro de Novos Prestadores ❖ Criação de Novos Planos ❖ Contato com Pacientes Internados ❖ Contato com Prestadores ❖ Recursos de Glosa A cada análise proposta apresentarei os pontos interessantes a cada um desses e as mudanças realizadas após cada análise. 4.1 COMO ANALISAR PROCESSOS Os processos administrativos devem ser atualizados periodicamente, para definirmos tal periodicidade, é necessário trabalhar com os identificadores de gestão. Utilizando da ferramenta de Brainstorming, junto com as equipes e gerentes da Saúde S.A., foram separados os principais processos de uma operadora de planos de saúde e os principais pontos para melhoria dos mesmos. Para tal, consideramos cinco pontos chave: ❖ Tempo para Execução - Quanto tempo leva para que uma atividade seja terminada. ❖ Maleabilidade - Quão fácil é para alterar ou moldar o processo de uma forma diferente da atual, se necessário. ❖ Periodicidade - Quantas vezes é necessária a execução de um processo em determinado período. ❖ Conhecimento - Quão rápido é para que novos colaboradores aprendam o processo e o exerçam com maestria. ❖ Satisfação do cliente - Qual a opinião dos clientes afetados por tal processo. Para apurar as melhorias necessárias para os processos já existentes, tanto como para desenho de novos processos para a Saúde S.A. utilizaremos de ferramentas administrativas para realizar uma auditoria interna e externa acerca dos resultados obtidos e esperados, parametrizando a diferença entre três gestões distintas. 4.1.1 MATRIZ GUT A primeira ferramenta utiliza sua metodologia para atribuir uma nota para as variáveis gravidade(G), urgência(U) e tendência(T). As notas devem ser atribuídas em grupo, em consenso, para que haja uma visão geral daquilo que se é realizado por detrás do processo. Tabela 01 - Matriz GUT Quando forem atribuídas, as notas catalogam os problemas encontrados, possibilitando a melhor visualização e possível mudança (ou comprovação) do que se acreditava ser o primeiro assunto a ser resolvido. Tabela 02 - GUT para Processos Chave Após analisarmos os problemas com cada processo chave, temos a nova colocação, juntamente com a justificativa destes. Recursos de Glosa Recursos de glosas são parte processos de auditoria das contas médicas recebidas pelos prestadores para cada paciente internado, mais especificamente, tudo aquilo que a Saúde S.A. não concorda ser cobrada e, logo, não irá realizar o pagamento. Visto que é um processo crítico para garantir o faturamento da organização, seu impacto é indubitavelmente maior, se comparado a outros. Criação de novos planos Junto do recurso de glosa temos o processo de criação de novos planos dentro da operadora, esse processo demanda pesquisa de mercado profunda, juntamente com procura pelos melhores parceiros e acordos. A criação de novos planos abre a possibilidade de atingir um novo público no mercado. Cadastro de novos prestadores Escolher bem os hospitais e clínicas credenciados a cada plano significa menores dores de cabeças ao precisar resolver uma demanda futura. Saber quem e quando credenciar é um diferencial que demanda tempo e deve ser feito cautelosamente. Contato com Pacientes Internados Existe ainda a necessidade de contato com os pacientes internados em cada prestador, atualmente essa troca de informações é realizada de forma contrária, onde o doente entra em contato com a Saúde S.A. para solicitar ou reclamar de algo referente ao hospital em que se encontra internado. A tratativa de tal ponto se dá com certa urgência, pois, caso o paciente venha a reclamar com o ANS pode ser gerada uma NIP, que influencia muito na permanência da Saúde S.A no mercado e em seu faturamento. Cadastro de novos Clientes O cadastro de novos clientes é importante para manter o nível de lucro e perdurar no mercado. Mesma a Saúde S.A. já possuindo uma larga cartilha de clientes e, atualmente, com duas licitações públicas para clientes de grande porte, a captação de novos clientes ainda é necessária para o crescimento da organização. Contato com o Prestador Por fim temos o contato com as clínicas e hospitais, esse contato mais sútil é realizado para averiguar se todos os pontos contratuais entre as partes estão sendo cumprindo, logo, deve-se realizar ao menos uma vez ao ano. Nesse contato, quepode ser presencialmente ou por conferência, é levantada uma ata onde se é posto todas as concordâncias e discordâncias entre a Saúde S.A. e o prestador de serviço; em raras exceções pode-se até mesmo ser elaborado um novo contrato com o prestador. 4.1.2 ANÁLISE DOS 5 PONTOS CHAVE Para analisarmos os pontos chave identificados pelo Brainstorming utilizaremos um padrão de acordo com as dificuldades identificadas e as opiniões das equipes entrevistadas para catalogar a ordem de prioridade para melhoria de cada um dos processos. Após analisarmos os processos chave, obtemos a confirmação da ordem de urgência para melhoria dos processos. 1. RECURSOS DE GLOSA 2. CRIAÇÃO DE NOVOS PLANOS 3. CADASTRO DE NOVOS PRESTADORES 4. CONTATO COM PACIENTES 5. CADASTRO DE NOVOS CLIENTES 6. CONTATO COM PRESTADORES Após a análise minuciosa dos processos e suas falhas é realizado um planejamento sobre como será feita a melhoria dos mesmos, ou como será redesenhado cada processo. 4.2 GESTÃO POR PROCESSOS No estudo de caso abordado no presente documento tive a oportunidade de observar de perto três diferentes gestões diferentes que modificaram, para melhor ou pior, os processos listados acima. Nos próximos parágrafos estarei abordando como cada processo se comportava, as mudanças obtidas após a gestão e impondo, a partir da análise dos resultados obtidos, um valor ao gerenciamento. É importante salientar que nenhuma das gestões da Saúde S.A., desde minha contratação até o atual momento, fora dirigida por um administrador, mas sim por médicos; logo, não irei abordar a utilização de ferramentas administrativas por tal, mas a tomada de decisão frente às informações apresentadas pelo setor administrativo da empresa. 4.2.1 PRIMEIRA GESTÃO A gestão antiga fora a que me deparei na Saúde S.A. assim que fui contratado. A gestora era resolutiva e aberta ao diálogo, constantemente solicitava a opinião do administrativo para tomada de decisão. O retrato atual era de uma operação que necessitava de uma estratégia sólida, os processos eram soltos e era comum o trabalho de “apagar incêndio”. ❖ Recursos de Glosa Os processos de recursos de glosa eram feitos sem comunicar a todos os setores relacionados, isso acarretava em maiores problemas quando prestadores compareciam para realizar o recurso e informações pertinentes a tal prestador ainda não haviam sido inseridas em sistema. ● Primeira Mudança Uma breve análise constatou a recorrência do recurso de glosa para determinados prestadores, visto que nem todos solicitam o recurso mensalmente, logo fora imposto uma maior atenção a estes prestadores do que a outros. ● Segunda Mudança Como os recursos de glosa eram realizados 20 a 30 dias após o faturamento (que ocorria no dia 05 de cada mês) iniciou-se a mobilização de parte da equipe administrativa para a tarefa de cuidar das informações pertinentes a tais recursos para garantir o bom andamento dos mesmos, isso ocorria próximo a este período mensalmente. ● Terceira mudança Implementação do formulário de prorrogação, onde o prestador deveria solicitar procedimentos e prorrogações de diárias de internação com a autorização prévia, o que acelerava o processo de inserção de informações em sistema. As mudanças feitas resolveram o problema com o recurso de glosa, porém a retirada de parte da equipe para o acompanhamento e o enfoque em prestadores que solicitam o recurso( que geralmente eram os maiores hospitais e clínicas ) gerou descontentamento em outros prestadores menores, porém taticamente necessário à operadora, que contestavam o motivo por seus processos passarem a demorar mais que o normal. ❖ Criação de novos planos A criação de novos planos não foi particularmente alterada pela gestão atual, o único modificador fora a criação de níveis para planos já existentes. ● Primeira Mudança Criação de novos níveis de planos já existentes, cadastramento de prestadores aos novos níveis de cada plano. A mudança fora mal pensada, houve um acréscimo mínimo de clientes, porém houve uma maior migração de clientes para planos mais baratos, o que influenciou no faturamento da Saúde S.A. ❖ Cadastro de novos prestadores Não houve o cadastramento de novos prestadores e, além da adição de prestadores já cadastrados à novos níveis de planos já existentes, tivemos o descredenciamento de alguns prestadores. ● Primeira Mudança Adição e mudança de contrato para prestadores já cadastrados. ● Segunda Mudança Descredenciamento de prestadores. A mudança gerou desconforto à medida que alguns prestadores deixaram de dar assistência a planos menores da Saúde S.A. para focar em planos com maior remuneração. O descredenciamento de prestadores foi uma decisão estratégica que não surtiu efeito até dado momento. ❖ Contato com pacientes internados O método de contato com os pacientes permaneceu inalterado, o contato era feito de maneira receptiva ou, quanto a casos de pacientes graves, entrava-se em contato com o familiar ou acompanhante do paciente. ❖ Cadastro de novos clientes Como abordado no ponto II. Criação de novos planos, houve um aumento pouco significativo na quantidade de clientes, porém ao optarem pela troca para níveis de plano mais baratos houve um impacto significativo no faturamento. ● Primeira Mudança Captação de novos clientes. ● Segunda Mudança Migração de Clientes a planos mais baratos. Após a migração de clientes para níveis mais baratos foi visível o remanejamento de esforços para a captação futura de novos clientes. Como disse Richard Curwin “É um erro não usar erros como parte do processo de aprendizagem”. ❖ Contato com prestadores O contato com prestadores fora intensificado após a migração de parte destes para planos melhores. ● Primeira Mudança Após a mudança repentina de prestadores quanto aos níveis estipulados no contrato passou-se a existir uma maior comunicação com as partes prestadoras de serviços para que a troca entre estas e a operadora, Saúde S.A. passasse a ser mais proveitosa para ambas. ● Segunda Mudança Após a mudança entre níveis pelos prestadores foram revistos os contratos de credenciamento dos prestadores e incluso a cláusula de permanência para o mesmo nível de plano. A situação descobriu uma falha da parte jurídica e nos contratos, que fora corrigida prontamente; mas também revelou um descontentamento dos prestadores com a Saúde S.A que era desconhecido até então. 4.2.2 SEGUNDA GESTÃO A segunda gestão se deu início após a saída da gestora anterior devido a alguns problemas táticos com o alinhamento da Saúde S.A. A nova gestora se mostrou alguém eficaz e tecnicamente capaz logo no início, analisando cuidadosamente os aspectos e alterando diversos processos. Neste parágrafo teremos a figura do auditor técnico, que são médicos prestadores de serviços (MEI). Casa médico era responsável por uma gama de hospitais específica e realizava visitas periódicas a estes para averiguar a atual situação dos paciente internados e agilizando processos da internação destes. ❖ Recursos de Glosa Os processos de recursode glosa permaneciam os mesmos dos anteriores, as únicas mudanças feitas foram o aperfeiçoamento dos formulários de prorrogação e a verificação e distrato de alguns auditores. ● Primeira Mudança Distrato de seis dos doze auditores externos. ● Segunda Mudança Contratação de dois auditores internos para lidar com a necessidade de contato com hospitais. As mudanças realizadas foram de ótima aceitação pelo nível estratégico da empresa, visto que o custo mensal com auditoria caiu 60% e a qualidade do serviço permaneceu o mesmo com a contratação de apenas dois auditores internos. ❖ Criação de novos planos Nesta gestão uma licitação foi vencida pela Saúde S.A, o que acarretou na entrada de 3.000 novas vidas ao plano e a criação de um novo plano apenas para a nova empresa. ● Primeira Mudança Novo plano da Saúde S.A. criado para comportar a nova empresa cliente. A Criação do novo plano acarreta num maior fluxo de informações e uma carga de trabalho maior para a organização, mas também implica num faturamento maior. ❖ Cadastro de novos prestadores Como abordado do ponto anterior, a Saúde S.A. criou um novo plano, porém não houve a necessidade de cadastrar novos prestadores, apenas alocar prestadores já existentes ao novo plano. Não houveram mudanças nessa gestão. ❖ Contato com pacientes internados O contato com os pacientes internados passou a ser exercido pelos dois auditores internos. ● Primeira Mudança O contato com os pacientes internados passa a ser realizado por um médico especialista, com exceção dos casos em que há reclamação ativa do paciente internado. A alteração do responsável pelo contato com os pacientes internados para os médicos auditores disponibilizou um tempo maior para a equipe administrativa que, por sua vez, focou na melhoria dos processos de inserção de informação de sistema e no levantamento de dados para gerar indicadores. Houve uma melhora do SCORE da Saúde S.A., que é a pontuação atribuídas pelos clientes ao serviço da operadora, reflexo da maior confiança passada pelo conhecimento técnico dos médicos auditores internos. ❖ Cadastro de novos clientes Com a entrada de 3.000 vidas na operadora, a área de cadastro de clientes da empresa ficou sobrecarregada. ● Primeira Mudança A primeira mudança foi a realocação de mão-de-obra, o enfoque fora o cadastro e foram movidos dois administrativos para o setor. O foco no setor de cadastro foi efetivo de tal modo que, em pouco tempo, a tarefa havia sido concluída e os setores que cederam a mão-de-obra não sentiram falta em suas atividades. ❖ Contato com prestadores O contato com prestadores foi mudado para os auditores internos e externos, ficando ao administrativo apenas os chamados de urgência, quando existia alguma reclamação feita pela parte interna. ● Primeira Mudança O contato passa a ser feito pelo médico auditor em 80% dos casos. O contato com o prestador sendo realizado por um médico com conhecimento técnico apropriado agiliza os processos de solicitações dos hospitais, agilizando a alta dos pacientes e diminuindo o custo da internação para a operadora. 4.2.3 TERCEIRA GESTÃO A terceira gestão vem com propostas para alterar o sistema da Saúde S.A. e o desafio de manter ou melhorar os resultados conquistados pela última gestão. As mudanças realizadas nesta gestão mechem no processo na parte sistêmica dele. ❖ Recursos de glosa O processo de recurso de glosa deixa de ser presencial e passa a ser à distância, através de e-mail, ligação em conjunto ou chamadas de vídeos. ● Primeira Mudança O recurso de glosa deixa de ser executado presencialmente e passa a ocorrer à distância. ● Segunda Mudança Aumento na ocorrência de solicitação de recursos de glosa. As mudanças da forma de ser abordado o recurso de glosa foi uma proposta muito bem recepcionada pela parte tática da Saúde S.A., contudo como diria Ana Cristina Lott “Papel aceita tudo!”. A troca da forma como era realizada o recurso acarretou em recorrências do mesmo recurso diversas vezes, o mesmo prestador marcava de 5 a 6 recursos mensais à distância ao invés de 1 recurso presencial, isso acabava prendendo os analistas de contas médicas o que impossibilitava a execução das tarefas cotidianas. Após dois meses de retrabalho exaustivo, o processo retornou ao que era antes. ❖ Criação de novos planos A partir de pesquisa de necessidade de mercado, a Saúde S.A. cria um plano popular, de valor abaixo do mercado, um sucesso imediato. ● Primeira Mudança Criação de um novo plano para o público popular. Desta vez, ao rever os contratos anteriormente, não houve a migração de prestadores para atender apenas esse tipo de plano, pela quantidade de pacientes; ao contrário, vimos um aumento de receita por conta dos novos clientes que aderiram ao plano. ❖ Cadastro de novos prestadores Não houveram mudanças no quadro de prestadores nessa gestão. ❖ Contato com pacientes internados À medida que a quantidade de pacientes aumentava também retornou a necessidade do administrativo entrar em contato com os pacientes. ● Primeira Mudança Setor Administrativo volta a entrar em contato com os pacientes para verificar atual situação dos mesmos. Ao retornar a tarefa de contatar pacientes internados também retorna o problema da falta de tempo para o administrativo lidar com aperfeiçoamento das tarefas do seu setor. Agora, porém temos um agravante, os pacientes haviam se acostumado com a ligação médica com conhecimento técnico e muitos se encontram descontentes com a situação atual. ❖ Cadastro com novos clientes Novamente é necessário ao administrativo auxiliar o setor de cadastro por conta da criação de um novo plano. ● Primeira Mudança O setor administrativo sede parte da sua mão de obra para auxiliar no cadastro de novos clientes. Contrária a primeira vez que esse empréstimo de mão de obra aconteceu, desta vez, não ocorre o retorno dos colaboradores à sua função origem. Como os clientes continuam a aderir ao sucesso deste novo plano, a quantidade de cadastros não retorna aos padrões anteriores, os administrativos não retornando ao seu posto e o trabalho com as informações dos recursos de glosa, que são a principal fonte de retenção de custos da empresa, fica acumulado. ❖ Contato com prestadores A forma de contato com os prestadores é descontinuada. Ao invés disso é proposto que os prestadores devem entrar em contato com a operadora caso seja necessário. ● Primeira Mudança O contato dos prestadores deve ser realizado através do sistema, não mais por e-mail ou telefone. ● Segunda mudança Os auditores internos deixam de entrar em contato ativamente com os prestadores. Ao alterar a forma de contato com o prestador, no início, aparentou que os processos estavam ocorrendo sem problemas, porém no faturamento do mês seguinte à Saúde S.A. se deparou com um valor altíssimo, cerca de duas vezes o valor que costumava fechar. Esse acontecimento não batia com a quantidade de procedimentos médicos autorizados, ou com a quantidade de medicamento das contas médicas, que foi menor que no mês anterior; após o ocorridofoi necessário reabrir a auditoria com os hospitais. 4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROCESSOS Abaixo veremos as características alteradas acerca dos processos chave abordados e sua melhoria ou piora ao decorrer de cada modelo de gestão aplicado levando em consideração os indicadores de tempo, custo, risco e o valor atribuído no seu produto final. 4.3.1 RECURSOS DE GLOSA As alterações do processo em si foram boas, porém não houve monitoramento das tarefas ou criação de um novo acordo com os prestadores credenciados estipulando limites para a quantidade de recursos solicitados mensalmente. A constatação principal das mudanças desse processo são a possibilidade de execução à distância e a importância de um canal de comunicação com os hospitais prestadores. 4.3.2 CRIAÇÃO DE NOVOS PLANOS A criação de novos planos não fora muito modificada, porém a necessidade de uma melhor avaliação de mercado e, principalmente, da clientela e suas necessidades foi evidente. A melhoria a ser aplicada seria uma pesquisa com clientes já existentes para verificar as necessidades destes e, após isto, elaborar a estratégia para a criação de um novo plano que atenda as tais necessidades. 4.3.3 CADASTRO DE NOVOS PRESTADORES O cadastro de novos prestadores se ateve à adesão aos novos planos criados, o que acabou como revés à Saúde S.A. O aprendizado se diz acerca da parceria de tais prestadores e gerou uma reanálise do quadro de alguns hospitais e clínicas e a real necessidade contratual ao escopo de planos atual. A real necessidade de um hospital ser credenciado a todos os planos existentes na Saúde S.A segue em discussão. 4.3.4 CONTATO COM PACIENTES INTERNADOS A mudança das tarefas de contato com os pacientes internados fora uma grande melhoria ao decorrer de todas as gestões, o contato passar a ser realizado pela parte médica ao invés da parte administrativa gerou um aumento significativo com a satisfação dos clientes. O contato com os pacientes pela parte técnica também agilizou a autorização de procedimentos cirúrgicos e medicação, o que diminuiu o tempo de internação e, por sua vez, o custo de internação por paciente. 4.3.5 CADASTRO DE NOVOS CLIENTES O tamanho da equipe, o fluxo momentâneo de cadastro de clientes, junto à urgência para que tais clientes passem a usufruir do serviço da Saúde S.A se tornou um problema ao longo de todas as gestões. Como a contratação de grande volume ocorre apenas em casos específicos onde se vence uma licitação ou adquire-se uma parceria com uma grande empresa a diretoria decidiu por terceirizar o serviço, mantendo a equipe interna de cadastro apenas para atualizar as informações dos clientes já existentes. A contratação periódica de uma empresa foi uma grande jogada para atender a demanda, visto que não há uma periodicidade nesse fluxo e o volume de vidas tende a aumentar sem aviso prévio. 4.3.6 CONTATO COM PRESTADORES A abordagem de contato com os prestadores se mostrou de extrema importância, visto que, sem tal os hospitais aderiram a cobranças indevidas de processos e materiais, acarretando em um aumento nos cortes em contas feito por analista, e, consequentemente no acréscimo da quantidade de recursos de glosa. Fora iniciado um projeto de auditoria de contas direto com os principais prestadores, onde enfermeiros auditores realizavam a confecção IN LOCO das contas antes de serem enviadas para a análise e faturamento da Saúde S.A. O projeto se mostrou eficaz e os valores cobrados pelos auditores retornou aos níveis normais apresentados em exercícios anteriores. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A melhoria processual estimada segue sendo trabalhada, como observamos acima, o tempo de alternância entre gestões dificultou a implementação e até mesmo o controle sobre os processos ficou defasado devido às muitas mudanças. Entretanto podemos observar um padrão no quesito controle, observando os processos principais e suas mudanças ao longo do tempo constato que, sempre que há uma tentativa de mudança apressadamente realizada, resulta em um erro com algum processo chave. As melhorias processuais devem ser executadas após uma análise completa do quadro atual e das possíveis mudanças ao final da implementação. A identificação do processo como sendo o principal método de controle de custo de uma operadora de saúde já deveria impor o devido grau de atenção à execução do mesmo, o que não ocorreu em nenhuma das gestões abordadas. O que tivemos na Saúde S.A. foi uma tentativa de reduzir o custo do processo, ao invés de investir mais na execução dele. Ao remover a característica de presencialidade facilitou-se o aumento da demanda pelo prestador e dificultou a ação dos analistas; ou seja, ao invés de apoiar e facilitar o processo de redução de custo, a empresa dificultou e desacelerou o processo. A criação de novos planos se mostrou um poderoso aliado, se executado da maneira correta; o processo deve ser realizado levando em conta não a migração de clientes existentes mas a captação de novos. Um plano ou NPL deve ser realizado junto aos prestadores para que haja parceria entre as partes e não concorrência, para tal, as diretrizes devem ser claramentes apresentadas e geridas com maleabilidade. O cadastro de novos prestadores é um dos pontos mais sensíveis a serem abordados, visto que a Saúde S.A. busca por parcerias e não apenas por serviços médicos. A criação de planos teste, onde existe uma gama de prestadores de pequeno/médio porte para garantir a aderência de clientes do mesmo perfil pode se tornar um atrativo e resultar em novas alianças para a Saúde S.A. A transformação do contato com pacientes internados entre as gestões resultou numa melhora significativa do SCORE da Saúde S.A. com seus clientes e, posteriormente, com a ANS; porém o custo para manter esse apoio médico pode ser remediado. A melhoria seria amplificada pela alteração da mão de obra qualificada para enfermeiros, visto que, ainda possuiriam o conhecimento técnico para a abordagem e caracterizariam um custo menor para a empresa. Os novos clientes entram no mérito dos pontos abordados acima, para que haja um melhor aproveitamento dos recursos é necessário que o cadastro de clientes, cadastro de prestadores e a criação de novos planos andem juntos. Outro ponto específico ao cadastro de novos clientes é no quesito de mão de obra interna, a empresa que não estiver preparada para a adição rápida de novas vidas aos plano(devido à natureza das licitações prazos de 24/48 hrs para cadastro e início da utilização são comuns) pode perder oportunidades de mercado pelo simples fato de não dispor da mão de obra necessária para realizar o cadastro em tempo hábil. A melhoria seria, para operadoras de saúde do porte da Saúde S.A., terceirizar o serviço de cadastro; para operadoras de grande porte, manter uma equipe especializada dedicada a tal tarefa é essencial. O contato com os prestadores de serviço ambulatorial e hospitalar com maior atenção se tornou necessário após observar o comportamento dos mesmos. Ao utilizar de brechas de contratopara benefício próprio muitos perderam a confiança da Saúde S.A e o status de parceiro de negócio, algo que a Saúde S.A preza no mercado em que se encontra. O contato com prestadores deve ser realizado com cautela, criando respaldo sobre possíveis mudanças e acordar todo procedimento formalmente, acreditar na maturidade profissional e na ética se provou não ser um negócio tão viável assim. As alterações processuais dentro de uma organização são dependente de estudo, caso tal estudo não seja realizado minuciosamente pode-se piorar o processo ao invés de melhorá-lo. O gestor de projetos sueco Cornelius Fichtner nos diz que: “O planejamento sem a execução não é uma futilidade, porém a ação sem o devido planejamento pode ser fatal para a organização.” A melhoria processual vai além do “testar se uma nova forma de execução funciona”, como foi realizado em algumas gestões, leva em conta o ambiente atual e futuro, as capacidades físicas da organização e os colaboradores envolvidos, junto de muitos outros fatores. Analisar um ponto específico da linha de produção pode alterar toda a cadeia e até o produto final, falhas são inevitáveis, porém aprender e aperfeiçoar-se com elas é o que pode garantir o sucesso e o crescimento de uma organização. “Falhar é simplesmente a oportunidade de começar de novo, dessa vez de forma mais inteligente” - Henry Ford 6.REFERÊNCIAS ADAIR, C. B. ; MURRAY, B. A. Revolução total dos processos. 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