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administrador e competencia

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PERFIL DO ADMINISTRADOR: COMPETÊNCIAS NO CONTEXTO DAS
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
Conference Paper · November 2019
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Burnout e Justiça Organizacional: Construção e Validação de Métricas pra o Brasil View project
Valéria Da Veiga Dias
Universidade Franciscana (UFN)
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Gestão de Pessoas
Enangrad Júnior
1 
 
 
 
ARÉA TEMÁTICA: GESTÃO DE PESSOAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERFIL DO ADMINISTRADOR: COMPETÊNCIAS NO CONTEXTO DAS 
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
RESUMO 
 
O presente artigo busca discutir as transformações associadas ao uso da tecnologia 
e o novo perfil de competências necessárias ao profissional em administração. Para 
isso, o objetivo deste estudo consiste em identificar de que forma as competências 
informacionais fazem parte do perfil de estudantes de Administração. A estratégia 
metodológica utilizada caracterizou-se como um estudo de campo descritivo e 
quantitativo. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário 
estruturado, envolvendo uma amostra formada por 103 estudantes do curso de 
Administração de uma Universidade privada no interior do Rio Grande do Sul. Os 
resultados evidenciam que as competências mais presentes no perfil dos futuros 
profissionais da área de administração estão relacionadas as competências 
tradicionais da área refletindo questões sobre comprometimento e trabalho em equipe. 
Em relação as competências informacionais ficou evidenciado que as mais presentes 
no perfil estão relacionadas a comunicação através da internet e o uso de plataformas 
digitais e que as menos presentes no perfil estão relacionadas a utilizar de gestores 
de referências bibliográficas e instalar programas e softwares. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Competências; Competências informacionais; 
Administrador. 
 
ABSTRACT 
This article aims to discuss the transformations that are associated with the use of 
technology and the new profile of competencies necessary for the professional in 
administration. For this, the objective of this study is to identify how the informational 
competences are part of the profile of students of Administration. The methodological 
approach used was a descriptive and quantitative field study. The data collection was 
carried out by means of the application of a structured questionnaire, counting on a 
sample formed by 103 students of the course of Administration of a private University 
in the interior of Rio Grande do Sul. The results show that the competences present in 
the profile of future professionals in the area ofadministration are related to the 
traditional skills of the area reflecting questions about commitment and teamwork. 
Regarding the information competences, it was evidenced that the most present in the 
profile are related to the internet and the use of digital platforms and that the less 
present in the profile are related to use of bibliographic references managers and to 
install programs and software . 
 
KEYWORDS: Competences; Informational competences; Administrator. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O surgimento da internet e das tecnologias de informação (TIC)1 mudou a maneira 
como as organizações desenvolvem uma série de atividades, alterando os padrões 
para a elaboração, armazenamento e compartilhamento de informações entre 
empresas, clientes e colaboradores. Essas mudanças afetaram consequentemente, 
o perfil esperado para os profissionais que atuam em diversas áreas, dentre elas, a 
área de gestão. Desta forma, o conhecimento a respeito do uso da informação e das 
tecnologias passa a representar uma série de novas competências2, capazes de 
garantir ganho de vantagem competitiva individual e organizacional (PRADO e DE 
SOUZA, 2014). 
Nesse contexto, além das competências “tradicionais”, é importante considerar a 
necessidade de avançar na direção de competências orientadas ao uso da tecnologia 
de informação. Independente da área de atuação e do conhecimento prévio, os 
profissionais precisam de um certo nível de conhecimento a respeito do uso das 
tecnologias. Aqueles que consigam conciliar uma visão generalista, com à capacidade 
de entendimento da informação como um recurso estratégico, não se atendo a um 
tipo específico de informação, provavelmente serão os responsáveis por articulações 
entre áreas como a de administração e a de tecnologia de informação (DE BARROS 
CLANCONI, 1991). 
Diante disso, alguns autores passaram a destacar a relevância do que foi 
nomeado como competências informacionais. Pelissaro (2012), discutiu o conceito 
das competências informacionais a partir da literatura internacional, e concluiu que 
este tipo de competência está associada a capacidade de aprender a usar a 
informação, que se transforma constantemente no ambiente global. Além disso, 
segundo Cheuk (2008), o desenvolvimento de competências informacionais possibilita 
que o profissional tenha capacidade para lidar com o excesso informacional, tão 
presente noambiente das organizações, proporcionando confiança e capacitação 
para avaliar as informações que lhes são necessárias e em contrapartida 
desconsiderar as irrelevantes 
As competências informacionais incluem além do entendimento do uso da 
informação, as questões de operacionalização e escolha de hardwares, 
conhecimentos associados a comunicação e marketing digital, relacionamentos 
digitais com colaboradores e clientes, uso de sistemas de informação gerencial (SIG), 
aprendizagem compartilhada, gestão e uso da informação e bancos de dados, Big 
Data além de outros elementos que se associam ao atual ambiente de atuação de um 
administrador. 
O novo perfil do profissional é diretamente influenciado por uma “explosão 
informacional”, que faz com que o seu perfil molde-se através da exigência do mesmo 
estar informado, atualizado e capacitado continuamente para que consigam 
acompanhar as mudanças e adequar-se aos novos cenários (DE LACERDA ALVES 
e CAMPELLO, 2015). De acordo com Calvo e Tarumoto (2010) a carreira de 
Administrador apresenta uma peculiaridade em relação às demais profissões, assim 
 
1 A tecnologia da informação (TI) pode ser conceituada como a tecnologia que influencia na 
estruturação do conhecimento, envolvendo sistemas e ferramentas que ajudam a organização na 
transmissão, armazenamento e utilização de dados, informações ou conhecimentos (MIRANDA,2004). 
 
2 Competências representam a soma do aprendizado de todo o conjunto de habilidades, 
conhecimentos, know-how tecnológico e resultados dos processos decisórios da organização, 
constituindo uma fonte de vantagem competitiva porque deve ser única (UBEDA; SANTOS, 2008; 
FLEURY; FLEURY, 2001). 
4 
 
como as relações econômicas, ela é dinâmica e constantemente agrega novos 
campos de atuação ao seu escopo, entre os atuais, estão aqueles associados ao uso 
da tecnologia. 
Desta forma, a presente pesquisa buscou responder a seguinte questão: De 
que forma as competências informacionais fazem parte do perfil de estudantes de 
Administração? Pretende-se responder essa problemática através do objetivo de 
pesquisa que consiste em identificar de que forma as competências informacionais 
presentes no perfil de competências dos futuros administradores. Entre os objetivos 
específicos estão: realizar um levantamento das competências do administrador 
presentes na literatura; identificar e descrever o perfil de competências gerais e 
informacionais dos estudantes de administração; discutir os achados de pesquisa 
considerando a literatura. 
Destaca-se a relevância de um estudo desta natureza para que os profissionais 
possam mensurar o seu nível de preparação e qualificação diante da realidade do 
mercado, com vistas a estarem preparados para processos de recrutamento, seleção. 
Essa percepção pode orientar a formação acadêmica e o desenvolvimento de 
competências comportamentais, técnicas e tecnológicas, de modo que os 
profissionais sejam capazes de colaborar com o alcance dos objetivos organizacionais 
e corresponder as exigências do mercado atual. 
Neste contexto, Echeveste et al. (2012) afirmam que “os papéis e as interações 
refletem a propagação das mudanças, exigindo uma reformulação da postura dos 
profissionais para manutenção das vantagens competitivas frente aos cenários de 
transformações”. Esse ambiente exige que os profissionais considerem a necessidade 
de transformar suas competências e habilidades, visando corresponder de forma 
satisfatória as constantes mudanças no ambiente organizacional. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Os profissionais responsáveis pela gestão das organizações estão expostos a 
um desafio de entregar maior valor com menor curso, agindo através de sistemas de 
relações produtivas, tecnológicas e humanas de grande complexidade (SCHLATTER 
e BEHAR, 2014). As mudanças na tecnologia da informação influenciaram a maior 
parte das atividades organizacionais, redefinindo parâmetros teóricos e conceituais. 
Esse cenário exige dos profissionais inseridos no mercado de trabalho ou que 
pretendem se inserir um perfil dinâmico, flexível e adaptativo, ou seja, pessoas com 
uma visão global, capazes de interpretar, elaborar e transformar para atender 
necessidades do mercado. 
As competências pessoais evidenciam-se à medida que os profissionais estão 
expostos a situações profissionais, representando a ligação entre as capacidades 
pessoais e as perspectivas organizacionais. “A pessoa expressa a competências 
quando gera um resultado no trabalho, decorrente da aplicação conjunto de 
conhecimentos, habilidades e atitudes – os três recursos ou dimensões da 
competência” (CARBORE, 2009, p.44). A competência pessoal é representada pelo 
somatório de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que o indivíduo dispõe e 
aplica dentro de um contexto organizacional. (FERNANDES, 2013). 
No que tange aos estudos a respeito do perfil de competências do 
administrador, o Conselho Federal de Administração (CFA) realizou pesquisa nos 
anos de 2006, 2011 e 2015 e a competência com maior relevância em relação ao perfil 
do Administrador foi identificar problemas, formular e implantar soluções; a segunda 
5 
 
competência que apresentou maior representatividade foi desenvolver raciocínio 
lógico, crítico e analítico sobre a realidade organizacional. 
Outros estudos sobre competências do administrador foram realizados ao 
longo dos últimos anos. Destaca-se os achados de Cardoso e Fonseca (2012) ao 
afirmarem que as principais competências presentes no perfil do administrador têm 
relação com a identificação, análise e utilização de dados, informações e 
conhecimentos, o estabelecimento de objetivos, metas e estratégias, envolve assumir 
responsabilidades, ter competência técnica e científica para atuar na administração 
das organizações, produção de resultados através das pessoas e o desenvolvimento 
e socialização do conhecimento adquirido no ambiente de trabalho. 
As competências que tem relação com a cultura e ética no ambiente 
organizacional, a administração e o desenvolvimento das pessoas e a capacidade de 
liderança são competências mais desenvolvidas. Em contrapartida as competências 
menos desenvolvidas relacionam-se a conhecimentos do marco jurídico que se 
aplicam a gestão, assim como capacidade de gestão de sistemas informacionais e 
administração de sistemas logísticos (SOUZA, FERRUGINI e ZAMBALDE, 2017). 
Apesar da já destacada relevância do estudo das competências informacionais 
no contexto do perfil profissional atual, poucos estudos abordam a temática para a 
formação do profissional em Administração, o que se reflete na falta de estudos 
específicos neste referencial teórico, no entanto, procurou-se trazer estudos 
relevantes e pesquisas atuais que discutiram o tema e podem contribuir com a 
proposta deste estudo. 
“A competência informacional configura-se como um conceito dinâmico que 
continua a crescer para incorporar uma gama cada vez maior de habilidades 
necessárias aos indivíduos inseridos na era da informação” (WARD, 2006, p.398). Os 
novos profissionais devem apresentar competências e habilidades relacionadas ao 
uso de tecnologias de informação, para poder interpretar os dados que estão à sua 
disposição através da tecnologia, transformando-os em informações relevantes e 
aliadas ao contexto organizacional para o desenvolvimento das suas atividades 
administrativas e a criação de diferencial organizacional. “Os novos profissionais estão 
envolvidos com a administração da informação como recurso, utilizando, sempre que 
possível, novas tecnologias (DE BARROS, 1991, p.4)”.Em relação aos estudos das 
competências informacionais relacionadas ao trabalho, Bruce (1997, p.50) estabelece 
a existência de sete concepções que relacionam a experiência com as competências 
informacionais, demonstrando como os profissionais interagem com a informação, 
conforme especificadas no abaixo: 
 
 Experiência da tecnologia da informação: habilidadesem utilizar 
tecnologias para recuperação e comunicação de informações. 
 Experiência das fontes de informação: habilidades de encontrar 
as informações localizadas em fontes diversas. 
 Experiência do processo de informação: capacidade de identificar 
necessidades de informações advindas de situações inusitadas, 
posicionando-se estrategicamente em relação a busca e 
verificação de informações para a tomada de decisão. 
 Experiência do controle da informação: capacidade de controlar e 
organizar a informação. 
 Experiência de construção do conhecimento: capacidade de 
construir uma base pessoal e subjetiva de conhecimentos. 
 Experiência da ampliação do conhecimento: capacidade de 
trabalhar numa perspectiva de novos conhecimentos pessoas, 
resultando no desenvolvimento de novas ideias e soluções 
6 
 
 Experiência da sabedoria: capacidade de utilização da informação 
de maneira sábia para o benefício de outros. 
 
“O desenvolvimento de competências informacionais pode tornar mais efetivo 
o trabalho de qualquer profissional no tocante às tarefas ligadas à informação, 
principalmente em atividades intensivas em informação” (MIRANDA, 2004, p. 121). 
Nota-se a relevância do estudo deste tipo de competências associadas ao perfil dos 
profissionais modernos, em função das novas necessidades presentes no ambiente 
organizacional em relação ao uso das tecnologias de informação, onde esses devem 
ser saber interpretar e aplicar essas informações já que são fontes estratégicas para 
a sua atuação e para que sejam atingidos os objetivos organizacionais. 
 
3 METODOLOGIA 
 
Este trabalho foi classificado como um estudo de natureza quantitativa e de 
objetivos descritivos. A pesquisa realizada, caracteriza-se também como um estudo 
de campo, que visa coletar dados primários. A pesquisa de campo “consiste na 
observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados e no 
registro de variáveis presumivelmente para posteriores análises” (OLIVEIRA, 1999, 
p.124). 
A coleta de dados incluiu um levantamento a partir de dados secundários 
oriundos de publicações sobre o tema deste artigo e uma pesquisa de campo, com 
coleta de dados primários a partir de um questionário estruturado. O instrumento de 
coleta foi construído a partir de um levantamento de competências do administrador, 
bem como da análise de escalas que mensuram competências. Essa construção se 
fez necessária, já que não foi encontrado nenhum instrumento com finalidade desta 
mensuração, para a área de gestão ou administração, na literatura. Em função de que 
são encontradas diversas nomenclaturas e classificações na literatura para tratar as 
competências do administrador, optou-se por chamá-las apenas de competências 
gerais, visando a diferenciação das competências informacionais. 
O primeiro bloco apresenta as competências (gerais e informacionais) dos 
administradores e foi construído com base em referencial teórico. O grupo de 
competências gerais teve origem em escalas e na revisão de estudos como a 
pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Administração (2015), a escala de 
Antonello e Dutra (2005), Kilimnik; Sant’anna e Luz (2004), Godoy e Antonello (2009) 
e o estudo de Cardoso e Fonseca (2012). Como não foram encontradas escalas ou 
modelos de pesquisa para competências informacionais aplicadas a área de 
Administração, foram compiladas competências de estudos semelhantes, realizados 
em áreas afins. Os estudos usados como base foram de Bruce (1997), Dudziak 
(2001), e a escala de Lopes e Pinto (2016). O segundo bloco apresenta dados 
referentes ao perfil dos respondentes da pesquisa. 
O instrumento de coleta foi organizado em uma escala intervalar do tipo likert 
de 5 (cinco) pontos entre Discordo Totalmente e Concordo Totalmente. Pode-se 
conceituar essa escala como um exemplo de escala de atitude na qual o respondente 
demonstra seu grau de concordância ou discordância em relação a um 
questionamento (APPOLINÁRIO, 2007). 
A amostra desta pesquisa pode ser compreendida como do tipo não 
probabilística e por conveniência, já que o pesquisador estabeleceu os critérios de 
seleção dos participantes a partir de parâmetros previamente estabelecidos 
(MALHOTRA, 2001). Desta forma, a amostra desta pesquisa foi composta por 
estudantes e para que os mesmos possam participar da pesquisa foram estabelecidos 
7 
 
dois pré-requisitos: i) ser estudante do curso de bacharelado em administração; ii) ser 
estudante de uma Universidade privada no interior do Rio Grande do Sul. O cálculo 
da amostra pretendida se deu a partir do total de alunos do curso de Administração, 
conforme informação fornecida pela secretaria do curso no mês de abril de 2018. A 
população de alunos neste período era de 376 alunos e amostra pretendida foi de 191 
alunos. 
 Antes da aplicação do questionário foi realizada a validade de conteúdo, com a 
submissão do mesmo à dois docentes que atuam nas áreas de Gestão de Pessoas, 
Sistemas de Informação e Métodos de Pesquisa. Em seguida aplicou-se um teste 
piloto com sete estudantes com o mesmo perfil da amostra da pesquisa. A intenção 
foi o aperfeiçoamento do instrumento e identificação de possíveis dificuldades de 
resposta. O tempo médio de resposta foi de 4 minutos. Os respondentes não 
apresentaram dificuldade no momento em que responderam ao teste piloto. 
A coleta de dados se deu de forma presencial, com os alunos que aceitarem 
participar voluntariamente da pesquisa e na internet, por meio do uso de um formulário 
online, no Google Forms. A coleta ocorreu entre abril e maio de 2018. Após a 
aplicação dos questionários os dados coletados foram tabulados usando Microsoft 
Excel. A análise incluiu frequência, média, desvio padrão. 
 
4 ANÁLISE DE RESULTADOS 
 
Nesta seção foram apresentados os resultados da coleta de dados realizada. 
Cabe lembrar que foram consideradas apenas as respostas dos estudantes do curso 
de Administração, respeitando o parâmetro estabelecido para a seleção da amostra. 
Do total dos 105 respondentes, dois eram de outros cursos (Psicologia e Ciências 
Contábeis), sendo, portanto, excluídos da amostra, que totalizou 103 respondentes. 
Os respondentes da pesquisa foram, em sua maioria, do sexo masculino 
(53,92%). Quanto à faixa etária, destacam-se as faixas de 19 anos a 23 anos (59,80%) 
e de 24 anos até 28 anos (26,47%). Em relação a ocupação percebe-se que a maioria 
dos respondentes estuda e trabalha (70%). De acordo com Calvo e Tarumoto (2010) 
essa característica em geral representa os cursos de graduação em Administração. 
Na pesquisa destes autores, 87% dos estudantes agregava alguma atividade 
remunerada, seja ela estágio ou atividade profissional com registro em carteira. No 
que tange ao semestre a qual pertencem os alunos nota-se a predominância de 
estudantes que já cursaram pelo menos a metade da graduação, visto que 72,54% 
dos respondentes estão entre o quinto e o oitavo semestre do curso. Nesse sentido, 
seria esperado que algumas das competências se fizessem presentes de forma 
relevante no perfil dos alunos. 
 A primeira análise concentra-se em apresentar os pontos de destaque sobre as 
competências, indiferente de sua classificação e na sequência o foco é a análise das 
competências informacionais. No Quadro 01 (um) foram evidenciados os resultados 
da pesquisa realizada quanto as competências gerais e informacionais presentes no 
perfil dos futuros administradores. Posteriormente as competências gerais e 
informacionais foram ilustradas separadamente. 
 
 
Competências 
 
Média 
Desvio 
Padrão 
Trabalhar e produzir resultados em equipes 4,36 0,88 
Resumir e esquematizar a informação de forma rápida 4,02 0,84 
Negociar, mediar e arbitrar conflitos 3,85 0,87 
8 
 
Encontrar, analisar e utilizar dados e informações de fontes 
confiáveis 
3,88 1,02 
Desenvolver relacionamento interpessoal 4,04 0,97 
Utilizar gestores de referências bibliográficas (ex. EndNote, 
ReferenceManger) 
3,07 1,09 
Exercer autocontroleemocional 3,85 0,87 
Organizar dados e informações para leitura e escrita 3,87 0,86 
Desenvolver boa comunicação escrita e falada 4,05 1,00 
Encontrar as informações localizadas em fontes diversas 3,69 0,93 
Inovar 3,86 1,02 
Utilizar fontes eletrônicas e digitais de informação informal para 
o trabalho e estudo (Ex. Blog, websites, redes sociais) 
 
3,95 0,94 
Ser criativo 3,67 1,09 
Usar bases de dados secundários para coletar informações 
(Scielo, Scopus, Web of Science) 
3,32 1,29 
Negociar 3,80 0,89 
Organizar (adquirir, registrar, recuperar) e distribuir informação 
em sua forma original ou como produtos elaborados a partir dela 
 
3,91 0,87 
Praticar visão ampla e global 4,02 0,84 
Utilizar programas estatísticos (Ex. SPSS, Stata) 3,05 1,24 
Comprometer-me com os objetivos da organização 4,39 0,86 
Instalar programas e softwares 3,27 1,22 
Desenvolver visão crítica, raciocínio lógico e analítico 4,12 0,84 
Usar recursos para construir trabalhos, relatórios e 
apresentações (Pacote Office ou Linux) 
3,99 1,00 
Ter iniciativa de ação e decisão 4,07 0,91 
Difundir a informação na Internet (Ex. Webs, blogs) 3,56 1,16 
Estar de prontidão a mudança 4,00 0,94 
Aprender rapidamente novos conceitos ligados a tecnologia 4,03 0,90 
Assumir o processo decisório das ações de planejamento, 
organização, direção e controle 
4,18 0,79 
Comunicar-me usando internet e plataformas digitais 4,33 0,81 
Lidar com incertezas, ambiguidades e situações novas e 
inusitadas 
4,00 0,89 
Integrar conhecimentos específicos e gerais em sua área de 
atuação 
4,18 0,75 
Quadro 01 – Resultados da pesquisa sobre competências 
Fonte: Dados de pesquisa 
 
Ao avaliar os resultados presentes no Quadro 01 (um) pode-se perceber que 
as competências que os respondentes julgam possuir de maneira mais significativa 
dizem respeito a “comprometer-se com os objetivos da organização” e “trabalhar e 
produzir resultados em equipe”, representando médias de 4,39 e 4,36 e desvios 
padrão de 0,86 e 0,88 respectivamente. 
 Martins-Silva, Silva e Junior Silva (2016) realizaram um estudo sobre 
competências de estudantes de administração e identificaram que dentre as 
competências com maior percentual figuram a capacidade de trabalhar em equipes 
(76%) e capacidade de comprometer-se com os objetivos da organização (72,1%), 
corroborando para os resultados obtidos nesse artigo para as competências mais 
9 
 
presentes no perfil do aluno. Muller (2005) destaca que as organizações precisam de 
pessoas comprometidas e que tenham identificação com a organização para que 
sejam obtidas vantagens competitivas e atingidas as metas organizacionais. 
Em contrapartida as competências que os respondentes julgam possuir em 
menor nível dizem respeito ao uso de programas estatísticos (Ex. SPSS, Stata), que 
apresenta uma média de 3,05 e desvio padrão de 1,24 e utilizar gestores de 
referências bibliográficas (ex. EndNote, ReferenceManger) com média de 3,07 e 
desvio padrão de 1,09. Esses resultados podem indicar uma dificuldade dos 
estudantes em assimilar novas formas de utilizar e gerir uma grande quantidade de 
dados aos quais estão expostos. 
De forma geral, ao analisar o quadro que sumariza os resultados, nota-se que 
as competências com maiores médias, destacadas anteriormente, referem-se a duas 
competências “tradicionais” dentro do perfil do curso e da área, esperadas pelo futuro 
profissional, enquanto, as competências informacionais, que fazem parte de 
exigências novas, aparecem com médias mais baixas. É valido destacar, diante do 
referencial já apresentado, a importância do desenvolvimento de competências 
informacionais para que os profissionais consigam atuar e desenvolver suas 
atividades no contexto tecnológico em que as organizações estão expostas, o que 
pode se configurar como um indicativo de que os alunos e/ou cursos ainda podem 
estar focados apenas nas funções básicas do Administrador. 
Na década de 1980 Motta (1983) já destacava que as funções básicas do 
Administrador, que orientavam a formação e por consequência, refletiam o perfil 
esperado de competências, já necessitaria mais do que planejar, organizar, dirigir e 
controlar. Em meados dos anos de 1980 o autor já afirmava que a tecnologia (neste 
contexto se referia a automação de processos), dependia do fortalecimento de 
funções de planejamento, controle e análise, mas que, essas funções ao tornarem-se 
mais complexas, exigiriam mão-de-obra mais qualificada. 
 O Quadro 02 apresenta as competências gerais e o Quadro 03 apresenta as 
competências informacionais, sendo que cada classificação apresenta seu grupo de 
competências específicas. 
 
Competências gerais 
 
Itens do questionário 
 
Média 
Desvio 
Padrão 
Trabalhar e produzir resultados em equipes 4,36 0,88 
Negociar, mediar e arbitrar conflitos 3,85 0,87 
Desenvolver relacionamento interpessoal 4,04 0,97 
Exercer autocontrole emocional 3,85 0,87 
Desenvolver boa comunicação escrita e falada 4,05 1,00 
Inovar 3,86 1,02 
Ser criativo 3,67 1,09 
Negociar 3,80 0,89 
Praticar visão ampla e global 4,02 0,84 
Comprometer-me com os objetivos da organização 4,39 0,86 
Desenvolver visão crítica, raciocínio lógico e analítico 4,12 0,84 
Ter iniciativa de ação e decisão 4,07 0,91 
10 
 
Quadro 02 – Competências gerais 
Fonte: Dados de pesquisa 
 
Nota-se que a média deste grupo de 16 competências foi alta (4,02) 
considerando a avaliação em uma escala de 1 a 5 pontos. Conforme já descrito, as 
competências com maior média refletem questões sobre comprometimento e trabalho 
em equipe. Dentre as competências gerais, cabe destacar que, apesar de ainda ser 
uma média acima de 3 (ponto central na escala), a média mais baixa dentre este grupo 
foi de 3,67 e refere-se a criatividade. Em relação a criatividade, estudos realizados por 
De Souza et. al (2014) apresentam resultados semelhantes ao desse estudo, uma vez 
que competências que envolvem o estímulo a criatividade e a inovação foram 
apontadas como as menos desenvolvidas. 
Esse resultado pode sinalizar a necessidade de desenvolver profissionais de 
modo que esses sejam capazes de criar novos conceitos e interpretações, para que 
produzam soluções organizacionais criativas e resultados inovadores, o que 
possibilitará o alcance de vantagem competitiva e o posicionamento estratégico da 
organização no contexto tecnológico ao qual estão expostas. A busca pela inovação, 
por meio da criação e desenvolvimento de novos produtos e processos, diversificação, 
qualidade e absorção de tecnologias avançadas, é fundamental para que os níveis de 
eficiência, produtividade e competitividade sejam mantidos pelas organizações 
(TOMAEL, ALCARA e DI CHIARA, 2005). 
 O Quadro 03 representa as competências informacionais e foi apresentado a 
seguir. 
Estar de prontidão a mudança 4,00 0,94 
Assumir o processo decisório das ações de planejamento, 
organização, direção e controle 
4,18 0,79 
 
Lidar com incertezas, ambiguidades e situações novas e 
inusitadas 
4,00 0,89 
Integrar conhecimentos específicos e gerais em sua área de 
atuação 
4,18 0,75 
Competências Informacionais 
Itens do questionário Média Desvio 
Padrão 
Resumir e esquematizar a informação de forma rápida 4,02 0,84 
Encontrar, analisar e utilizar dados e informações de 
fontes confiáveis 
3,88 1,02 
Utilizar gestores de referências bibliográficas (ex. 
EndNote, ReferenceManger) 
3,07 1,09 
Organizar dados e informações para leitura e escrita 3,87 0,86 
Encontrar as informações localizadas em fontes diversas 3,69 0,93 
Utilizar fontes eletrônicas e digitais de informação 
informal para o trabalho e estudo (Ex. Blog, websites, 
redes sociais) 
 
3,95 0,94 
Usar bases de dados secundários para coletar 
informações (Scielo, Scopus, Web of Science) 
 
3,32 1,29 
Organizar (adquirir, registrar, recuperar) e distribuir 
informação em sua forma original ou como produtos 
elaborados a partir dela 
 
3,91 0,87 
11 
 
Quadro 03 – Competências informacionaisFonte: Dados da pesquisa 
 
 Apesar de a avaliação deste grupo de competências também ficar acima de 3 
(três), nota-se uma média mais baixa para o grupo e médias mais baixas no geral. 
Além disso, os desvios padrões também demonstram uma amplitude maior nas 
respostas dos estudantes, o que indica uma necessidade de amadurecimento e 
desenvolvimento desse perfil. 
 Ao avaliar o Quadro 03 pode-se perceber que em relação as competências 
informacionais, as competências que os respondentes julgam possuir em maior nível 
tem relação a comunicação através da internet e o uso de plataformas digitais, que 
representa uma média de 4,33 e desvio padrão de 0,81 e a capacidade de aprender 
rapidamente novos conceitos ligados a tecnologia, com média de 4,03 e desvio padrão 
de 0,90. Esses resultados evidenciam a presença dos recursos tecnológicos e a 
influência da tecnologia e de suas ferramentas no cotidiano dos estudantes, como por 
exemplo, o uso da internet e das redes sociais. Almeida (2018) destaca a influência 
das redes sociais na vida do jovem, que possui vantagens na comunicação rápida, 
mas também possui maiores problemas de comportamento, interação humana, 
depressão, ansiedade e dependência das ações virtuais. 
Apesar de multiplicar as interações sociais e proporcionar mudanças de 
comportamentos dos atores envolvidos (LIMA, 2010), que pode ser positiva ou 
negativa, não basta “apenas” utilizar ferramentas digitais, é necessário saber como 
usá-las adequadamente. Estar inserido no contexto tecnológico não garante que as 
competências informacionais estejam desenvolvidas para que sejam apresentadas 
em nível profissional. Essa limitação pode ser interpretada como resultante do 
processo de transição em que estamos inseridos em relação a tecnologia, já que a 
grande maioria das empresas apresentam estruturas tradicionais de trabalho e o uso 
da tecnologia está sendo acrescentado aos poucos nos ambientes organizacionais. 
Na educação, pensar a tecnologia apenas como ferramenta implica o risco de 
manter uma prática tradicional (GARCIA, 2011), isso porque em geral a aprendizagem 
se dá pela transformação e pela percepção de novas concepções. Garcia (2011) 
evidencia a mudança nos processos de ensino-aprendizagem, que hoje depende de 
múltiplas fontes e não apenas do professor, no entanto, o professor, da mesma forma 
que a maioria das pessoas precisa estar em aprendizagem constante de formas e 
métodos para auxiliar na construção de um processo dinâmico que é a construção de 
competências dos alunos. Para o mesmo autor, além da expectativa relacionada ao 
aluno pode-se pensar na importância de expandir o repertório tecnológico dos 
docentes como meio de instrumentalizá-los para uma prática pedagógica 
fundamentada em um novo paradigma. 
Ainda em relação ao perfil de competências informacionais estudado, percebe-
se que utilizar gestores de referências bibliográficas e instalar programas e softwares 
Utilizar programas estatísticos (Ex. SPSS, Stata) 3,05 1,24 
Instalar programas e softwares 3,27 1,22 
Usar recursos para construir trabalhos, relatórios e 
apresentações (Ex. Pacote Office ou Linux) 
 
3,99 1,00 
Difundir a informação na Internet (Ex. Webs, blogs) 3,56 1,16 
Aprender rapidamente novos conceitos ligados a 
tecnologia 
4,03 0,90 
Comunicar-me usando internet e plataformas digitais 4,33 0,81 
12 
 
estão entre as competências informacionais que os respondentes julgam possuir em 
menor nível, sendo suas médias 3,07 e 3,27 e desvios padrões de 1,09 e 1,22 
respectivamente. Apesar da área de Administração utilizar análises estatísticas em 
pesquisas diversas, os estudantes que responderam podem representar um grupo 
que ainda não aprendeu a fazer uso dessas ferramentas por diversos motivos, mas o 
que é importante afirmar é que estas ferramentas são cada vez mais importantes em 
função do contexto tecnológico, de modo a produzir, gerenciar e utilizar as 
informações provenientes do ambiente. Essa necessidade reflete muitas vezes na 
capacidade de produzir informação útil por meio de dados, indicadores e análises 
diversas. 
O desvio padrão neste caso, também pode sinalizar que uma maior amplitude 
de respostas reflete perfis de compreensão diferente dentro do grupo pesquisado, já 
que é possível que as respostas tenham se concentrado nas extremidades, alguns 
tenham respondido que possuem esta capacidade em menor nível enquanto outros 
consideram que dominam o uso das ferramentas como softwares e gestores de 
referências. Outras competências associadas a difusão de informação e uso de bases 
de dados para coleta de dados secundários também reflete dificuldade na coleta e 
gestão de informações úteis e passíveis de análise. 
Em sua fala, Lopes e Pinto (2011) corroboram com este achado, ao afirmar que 
apesar dos avanços tecnológicos facilitaram o acesso a informação, em geral, os 
estudantes não apresentam, de maneira suficiente, as competências para usar e gerir 
informação. Para os mesmos autores, apesar de serem responsáveis pela geração 
de grande volume de informação por meio da Internet, estes estudantes não sabem 
como utilizá-la para desenvolver um posicionamento estratégico. 
Considerando esse contexto, cabe citar a necessidade do desenvolvimento de 
competências informacionais por parte de todos os profissionais para que sejam 
capazes de compreender a dimensão dessas mudanças organizacionais e para que 
possam vir a desenvolver as competências com excelência. Em consonância Miranda 
(2004) destaca que as competências informacionais em situações de trabalho pode 
ser percebida como um dos requisitos necessários para trabalhar com a informação e 
que seria desejável que as competências informacionais fizessem parte do conjunto 
de competências dos mais variados profissionais, atividades e organizações. 
 
5 CONCLUSÃO E APRECIAÇÃO CRÍTICA 
 
O objetivo de identificar as competências informacionais presentes no perfil de 
competências dos futuros administradores foi atingido, o que foi evidenciado nos 
resultados apresentados no capítulo anterior. 
Os resultados evidenciam as competências gerais e informacionais que os 
respondentes julgam possuir. Dentre essas, as que apresentaram maiores médias 
foram as competências “tradicionais” dentro do perfil do curso e da área, ou seja, as 
que são esperadas pelos futuros profissionais de Administração. Em contrapartida as 
competências com médias mais baixas estão relacionadas ao grupo de competências 
informacionais. Em relação as competências gerais, os respondentes julgam possuir 
em maior nível as competências relacionadas ao comprometimento com os objetivos 
da organização e ao trabalho em equipe e a competência com média mais baixa 
dentre esse grupo foi a que refere-se a criatividade. 
Já em relação as competências informacionais, os respondentes julgam possuir 
em maior nível as competências relacionadas a comunicação através da internet e de 
plataformas digitais e a capacidade de aprender rapidamente novos conceitos ligados 
13 
 
a tecnologia. Em contrapartida, ainda em relação a esse grupo de competências, os 
respondentes julgam possuir em menor nível as que dizem respeito ao uso de 
programas estatísticos e utilização de gestores de referências bibliográficas (ex. 
EndNote, ReferenceManger). Este perfil reflete aspectos associados a um aluno com 
inserção tecnológica, mas dificuldade no aprofundamento do uso da tecnologia 
aplicada ao trabalho, ressaltando a necessidade de aprofundar conhecimentos e 
desenvolver habilidades. 
Cabe ressaltar que estamos vivenciando um momento de transição em relação 
ao uso da tecnologia, com a grande significância do uso das redes sociais e as 
alterações provenientes desse contexto tecnológico nas realidades organizacionais. 
Nesse sentido, esse cenário acaba requerendo das organizações e dos profissionais 
o desenvolvimento e a adaptação em relação ao atendimento da demanda por 
competências que tem relação com o uso da informação. 
Os profissionais contemporâneosprecisam aprender a comunicar-se dentro da 
organização, administrar o grande volume de dados resultantes das ferramentas 
atreladas a tecnologia, produzir resultados através da transformação de suas 
habilidades e competências para corresponder as atuais necessidades do mercado. 
Isso requer investimento pessoal e organizacional, ou seja, ambos os envolvidos 
devem apresentar flexibilidade em relação aos novos conhecimentos que devem ser 
adquiridos e as alterações que devem ser produzidas no ambiente de trabalho no 
contexto tecnológico atual ao qual todos estão expostos. 
 Em relação aos achados, é pertinente considerar que os estudantes fizeram 
uma auto avaliação ao responderem aos questionários, e em função disso deve ser 
considerado a possibilidade de superavaliações e subavaliações, que podem ocorrer 
neste tipo de análise. 
Por fim, com o intuito de sugerir novas pesquisas, é relevante desenvolver o 
aprofundamento nos estudos sobre as competências informacionais na área de 
gestão e os impactos que podem ser produzidos nas áreas de administração, pessoas 
e processos através da interpretação da relevância da gestão de competências dos 
profissionais modernos. Além disso, pode-se comparar a importância das 
competências no perfil e as competências presentes no profissional e interpretar a 
relação entre o surgimento de novas competências e novas profissões. 
 
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