Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Afecções cirúrgicas do trato gastrointestinal Cirurgia de pequenos Introdução: • Comumente na clinica médica • Geralmente envolvem afecções obstrutivas • Obstrução pode ser por CE, por neoplasia, tor- ção e megaesôfago • Obstrução: alguma coisa que interfere a passa- gem • Afecções que causam importantes alterações hemodinâmicas e sépticas (cirurgia potencial- mente contaminada) ; presença de microbiana, assim pode acontecer passagem dessas para a corrente sanguínea • Boca —> cavidade oral (orofaringe) — esófago cervical, torácico —- estômago —- intestino del- gado — intestino grosso —- reto — anus Esôfago Anatomia cirúrgica: • Cervical: começa dorsal a traqueia, depois fica lateralmente a esquerda, quando chega no tórax corre dorsal a traqueia (esôfago torácico) • Camadas: mucosa (interna), submucosa (susten- tação), muscular (peristaltismo), adventícia (ca- mada prejudica a cicatrização - selagem de fibri- na mais lenta —— complicações de decência de pontos) • Por isso evita - se cirurgia no esofago torácico Acessos cirúrgicos: - Toracotomia, intercostal lado direito ou lado es- querdo: acesso para esôfago torácico. Se acesso for no esôfago cranial a carina: toracotomia lado esquerdo e se for caudal: toracotomia lado direi- to - Espaço inter costal (13 costelas, então 12 espaços IC): quando cranial a carina, lado esquerdo, o local do EIC depende do local da obstrução Principais afecções de esôfago Obstrutivas: • CE: mais comum • CE linear • Estenoses: CE que fica parado no esôfago por dias, pode causar compressão da parede, e cau- sar essa estenose • Megaesôfago • Neoplasias Traumáticas: • Traumas perfurantes: CE perfurante —- agulha, palito de churrasco • Iatrogênicas: traqueostomia, retira de alguma formação próxima. • Trauma por mordedura Estrangulastes: • Persistência do 4º arco aórtico (PAAD) = estão no desenvolvimento fetal, esse arco precisa re- gredir, senão acontecer, pode estrangular o esô- fago • Megaesôfago por consequência do arco aórtico Corpo estranho esofágico • Corpo estranho comum: bifinho —- pode parar cranial a base do coração • Tratamento de eleição: endoscopia ; caso não consiga tirar, empurra para o estômago, que é mais facil de ser retirado Megaesôfago: • Principal sintoma: regurgitação • Diagnóstico: RX contrastado = esofagograma • Dilatação pode ser em qualquer extensão do esôfago • Tratamento: manejo! Não tem cura ; Altura do comedouro precisa ser maior, não pode ser no chão; Alimentação pastosa • Pode ser como um tratamento paliativo: sonda direto no estômago para alimentar o animal • Não tem cura • Chances de complicações: pneumonia aspirativa —- animal apresenta magro, secreção nasal e muco purulento Persistência do 4º arco aórtico - anomalias dos anéis vasculares • Dilatação que se corrigida a tempo, pode ter uma cura, e o animal ter uma vida normal • Se não for corrigida animal pode ter megaesôfa- go secundário • Sinal de regurgitação — regurgitação ocorre quando ele começa a alimentação solida • Persistencia do arco aórtico • Diagnóstico: RX contrastado —— possível ver uma constrição na base do coração, local da per- sistência do arco aórtico • Tratamento cirúrgico: toracotomia no 4º EIC es- querdo - Quando o arco for visualizado, faz duas ligaduras antes de seccionar o arco - Ocorre uma fibrose no local em que estava o arco, é necessário romper isso, para dilatar o esô- fago = balão de dilatação Estômago Anatomia: • Dividido em regiões: entrada - cárdia, fundo, an- tro e piloro (saída) • Curvaturas: menor e curvatura maior (de onde sai dos vasos de ligamento) • Dentro do estômago: pregas gástricas que aju- dam na digestão • Camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa • Capacidade: cães: 100 - 7000ml e gatos: 300 - 350 ml Materias para cirurgia • Fio de sutura não absorvível: se usar o absorvido, acido pode absorver antes do tempo necessário — usar nylon ; monofilamentado, caso fosse o absorvível • Diâmetro adequado: depende de acordo com o animal, sendo 2 - zero ou 3 - zero e tipo de agu- lha: atraumática • Força do nó: tenso • Padrão de sutura: 2 planos - simples continuo e Cushing. Primeira sutura: em toda as paredes, toda espessura. Segundo: padrão não contami- nante: não passa pela mucosa, uso de outro fio de sutura para não acontecer contaminação Principais afecções de esôfago Obstrutivas: • CE • CE lineares • Hipertrofia de piloro • Neoplasias Estrangulastes: • Hérnias encarceradas: hérnia diafragmática — ruptura de diafragma ; hérnia de hiato: passagem do diagrama, esôfago para estômago • Torção gástrica Traumáticas: • Traumas perfurantes: ingestão de CE, uma facada ,tiro • Trauma contusos: seria em caso de atropelamen- to • iatrogenicas • Ulceras perfuradas Corpo estranho gástricos • Sinal de apatia, anorexia, vômito (desidratação) • Perda de líquido para o interior do estômago - alterações de barreia, translocação de microbia- na = podendo causar quadro séptico • Obstrução na saída: vômitos em jatos - não tem mimica de vômito, pode ter volume fecaloide • Cirurgia de urgência, a nao ser que tenha o rom- pimento de algum outro órgão • Tratamento: endoscopia — não é invasivo, recu- peração rápida, fácil remoção —— somente se for visualizado que o CE está só no esôfago ! • Gastrotomia: incisão do estômago para remoção - Local ideal para incisão: região de corpo e antro = evitar o fundo e o piloro - Incisão entre a curvatura menor e a maior, longe da vascularização — para diminuir a chance de sangramento - Antes da incisão: expor o estômago, e ‘’forrar'' ao redor com compressa para evitar contaminação, caso tenha extravasamento de conteúdo Hipertrofia de piloro • Quando o esfíncter do piloro aumenta e mantem ele fechado, nao deixando o alimento prosseguir • Causa idiopática, causando uma obstrução • Retardo no esvaziamento gástrico • Não tem tratamento clinico, apenas cirúrgico —- aumento diâmetro do piloro para favorecer a passagem do alimento • Diag: US • Animal vomita em grande quantidade • Tratamento: Piloromioplastia - plástica no múscu- lo do piloro (3 técnicas) Piloromioplastia longitudinal - Incisão longitudinal - Com o aumento do piloro, a camada mucosa está comprimida. Faz uma incisão seromuscular — ampliação da luz por esvaziamento gástrico. Mu- cosa não foi incisada, não tendo risco de conta- minação por esvaziamento - Mais comum Piloromioplastia longitudinal transversal: - Incisão total da parede, incluindo a mucosa - Sutura na transversal - Ponto simples interrompido Piloromioplastia Y - V/ Y - U - incisão em Y a região de antro - piloro - Incisão de todas as camadas - Sutura em formato de V/ U — ampliação do diâ- metro Torção gástrica: • Só acontece quando o estômago esta dilatado • Incidência em tórax profundo e em animais de grande porte • Não tem predisposição para idade e nem sexo • Ocorre por uma sobrecarga alimentar • Quando animal come muito de uma vez, ou faz exercício após se alimentar, ocorre fermentação, produção de gás, alteração do diâmetro do pilo- ro - dilatação do estômago — torção gástrica • Alterações no piloro, como uma formação no pi- loro que causa obstrução: fermenta, produz gás, alteração no diâmetro —- animal não consegue eliminar esses gases —- torção • Falha nos mecanismos de eructação, vômito e esvaziamento pilórico Fisiopatologia: • Dilatação não causa alteração só no estômago e sim uma alteração sistêmica • No tórax: - Estomago dilatado, comprime o tórax - Animal fica com dificuldade para respirar, dificul- dade para expandir - Nao ventila adequadamente e nem manda O2, nao manda pros tecidos - Nao chega 02 no coração: isquemia do coração — causando taquiarritmias ventriculares • No abdômen: - Ocupa mais espaço no abdômen, ocorrendoa distensão do mesmo - Outros órgãos próximos são comprimidos pela dilatação do estômago - Veia porta e veia cava caudal são compridas: flu- xo no vaso diminuído - Diminuição o retorno venoso, e diminuição do DC pela falta de sangue — leva hipóxia —- acido- se metabólica - Diminuição da perfusão tecidual —-> CID - coa- gulação intravascular disseminada • No estômago: - Isquemia pela torção, vascularização comprome- tida - Atonia do estomago - Gastrite pela necrose e necrose de mucosa - Necrose pode piorar e perfurar o estômago e ex- travasar conteúdo — peritonite (absorção de bactéria e endotoxinas —> falência múltipla de órgãos) - Conteúdo no abdômen: choque séptico ——> Fa- lência múltipla de órgãos Manifestação clinica: • Apatico • Dispensa • Abdômen distendido • Anorexia • Mimica de vômito —- sialorêeia No exame fisico: • Percussão • Dilatação do abdomen • FC alta • Mucosas periféricas, nao chega sangue mas tam- bém não sai, mucosa pode estar mais congesta • Hipotensão Diagnóstico: • RX Tratamento: • Fluidoterapia com taxa alta, para aumento de DC, de volemia • Canulação de duas veias (vias de acesso para IV — safena, cefálica, jugular, femoral) == não pode fazer na safena e nem na femoral, pois o soro não vai chegar. • ATB: amplo espectro —- metronidazol • Simeticona: não age esvaziando o estômago • Analgésico • Anti emetico • Manejo alimentar: comer varias vezes ao dia para evitar a dilatação • Gastrocentese: caso o animal esteja muito ruim — mas é evitado == punção do estômago (mas deve ser evitado, pois a dilatação é por líquido e gás, então nessa punção poderia sair líquido e contaminar) ; feito apenas em casos de dispneia intensa, animal cianótico Síndrome de reperfusão: órgão que esta sem O2 e começa a receber oxigênio de forma abruta, pro- move uma liberação de radicais livres e ativação do processo inflamatório generalado, causando au- mento da permeabilidade vascular, edema tecidual, insuficiência respiratória, lesão em epitélio intesti- nal, alem de dano cerebral por lesão neuronal Tratamento cirúrgico: • Laparotomia • Pega o piloro e leva pra sua posição adequada • Depois de distorcido: coloca uma sonda naso- gástrica para esvaziar estômago —- posterior- mente lava o estômago • Baço pode ter sido torcido junto: ficando isquê- mico, sendo necessário ser retirado • Avaliação do estômago, se está viável ou se tem áreas de necrose — região de fundo e corpo, lo- cal de maior incidência de necrose Gastrectomia parcial: • Necrose: coloração de verde — acizentado a pre- to em uma parte do estômago • Nesse caso não pode colocar o estômago de vol- ta pro abdômen, então, tem indicação de gas- trectomia parcial = remoção da parte do estô- mago necrosada • Limite da necrose: margem de tecido saudável 1 cm • Invaginação da necrose: Cushing invaginando, acido entra em contato com tecido morto, fa- zendo a digestão da parte necrosa, sendo elimi- nado nas fezes. • Fezes alteradas nos primeiros dias • Para prevenção de recidiva: fixação do estôma- go — Gastropexia - não impede a torção. Gastropexia: • 3 formas de fixação: gastropexia circuncostal, ( fixação ao redor da costela) ; gastropexia alça de cinto e gastropexia com flap muscular • Onde é feito a gastropexia: piloro é fixado na pa- rede abdominal, lateralmente a direita — em sua posição inicial. Na altura da ultima costela, 12ª e 13ª costela Gastropexia circuncostal: Gastropexia em alça: Sutura simples interrompido No pós: • Internação por pelo menos 3 dias • Protetor gástrico • Analgesico • ATB • Observar hidratação, PA, se animal está defecan- do • FC acompanhar esse parametro
Compartilhar