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EXERCICIOS 1. Durante escuta telefônica devidamente deferida para investigar organização criminosa destinada ao contrabando de armas, policiais obtiveram a informação de que Marcelo receberia, naquele dia, grande quantidade de droga, que seria depois repassada a Daniel, chefe de sua facção. Diante dessa informação, os policiais se dirigiram até o local combinado e acompanharam o recebimento da droga por Marcelo, optando por não o prender naquele momento, pois aguardariam que ele se encontrasse com o chefe da sua organização para, então, prendê-los. De posse da droga Marcelo se dirigiu ao encontro de Daniel e lhe repassou as drogas ilícitas, quando, então, ambos foram surpreendidos e presos em flagrante pelos policiais que monitoravam a operação. Diante dos fatos narrados, explique se a apreensão da droga e a consequente prisão por tráfico de drogas é lícita. (2 pontos) Resposta: No que diz respeito à prisão de Marcelo e Daniel estamos diante de uma exceção da prisão em flagrante que se encontra na Lei de Drogas (Artigo 53, parágrafo II). Para que as autoridades policiais identifiquem e responsabilizem o maior numero de integrantes de uma operação (organização criminosa) é possível aplicar o retardamento da prisão qual exige a comunicação ao juiz competente. No presente caso a prisão deve ser considerada ilícita devido à ausência de comunicação prévia ao magistrado 2. Pedro foi condenado a uma pena de 6 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de roubo simples. A sentença transitou em julgado para a acusação, tendo a defesa interposto recurso de apelação. No julgamento do recurso, o TJ reconheceu preliminar de nulidade suscitada pela defesa, anulando o processo desde a AIJ. Durante a nova instrução, são descobertas provas de fatos não narrados na exordial acusatória, o que leva o Ministério Púbico a proceder nos termos do artigo 384 do CPP. Na prolação da nova sentença, Pedro acaba sendo condenado a uma pena de 6 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de roubo majorado pelo uso de arma de fogo. Na condição de advogado de Pedro, explique a tese defensiva que poderá ser usada para desconstituir a sentença condenatória. (2 pontos) Resposta: No presente caso é possível alegar a nulidade do processo vez que se deu através de um Recurso interposto pela defesa transitando em julgado a decisão para a parte acusatória. Cabe-se ressaltar que a circunstancia do crime foi agravada e com base no Principio da Vedação a “Rerformatio In Pejus” não é possível que ocorra a majoração da sentença em desfavor ao réu devendo a decisão ser reformada. 3. Foi oferecida denúncia contra Paula, com a imputação do crime de estelionato. O magistrado, quando da análise da inicial acusatória, decide rejeitar a denúncia em razão de ausência de justa causa. O Ministério Público interpôs recurso contra a aludida decisão, sendo os autos encaminhados ao juízo ad quem, de imediato, para julgamento. Todavia, Paula, em consulta ao andamento processual, toma conhecimento da existência do recurso ministerial, razão pela qual procura seu advogado e demonstra preocupação com a revisão da decisão do juízo a quo. Com base nas informações expostas, responda, de forma justificada: (4 pontos) a) Qual o recurso e o prazo desse recurso interposto pelo MP? (2 pontos) b) O procedimento do juízo a quo de encaminhar o recurso imediatamente para o juízo ad quem está correto? (2 pontos) 4. Leia a ementa abaixo transcrita: (2 pontos) "EMENTA: RECURSO DE HABEAS CORPUS. CRIMES SOCIETÁRIOS. SONEGAÇÃO FISCAL. PROVA ILÍCITA: VIOLAÇÃO DE SIGILO BANCÁRIO. COEXISTÊNCIA DE PROVA LÍCITA E AUTÔNOMA. INÉPCIA DA DENÚNCIA: AUSÊNCIA DE CARACTERIZAÇÃO. 1. A prova ilícita, caracterizada pela violação de sigilo bancário sem autorização judicial, não sendo a única mencionada na denúncia, não compromete a validade das demais provas que, por ela não contaminadas e delas não decorrentes, integram o conjunto probatório. 2. Cuidando-se de diligência acerca de emissão de "notas frias", não se pode vedar à Receita Federal o exercício da fiscalização através do exame dos livros contábeis e fiscais da empresa que as emitiu, cabendo ao juiz natural do processo formar a sua convicção sobre se a hipótese comporta ou não conluio entre os titulares das empresas contratante e contratada, em detrimento do erário. 3. Não estando a denúncia respaldada exclusivamente em provas obtidas por meios ilícitos, que devem ser desentranhadas dos autos, não há porque declarar-se a sua inépcia porquanto remanesce prova lícita e autônoma, não contaminada pelo vício de inconstitucionalidade." (STF, RHC 74807, Min. Rel Maurício Correia, Publ. 20.06.97). Com base no excerto e nos ensinamento relacionados à Teoria da Prova Ilícita, indique e explique qual argumento processual foi invocado pelo Ministro Relator para considerar válida as demais provas que compunham a Denúncia. 5. Eduardo foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de drogas, já que ele teria sido encontrado enquanto trazia consigo grande quantidade de drogas. Depois da prisão, os policiais militares incentivaram o preso, algemado, no interior da viatura policial, sem assegurar o direito ao silêncio, a confessar os fatos. Diante do incentivo, o preso confirmou seu envolvimento com a associação criminosa que dominava o tráfico da localidade, sendo a declaração filmada pelos policiais sem que Eduardo tivesse conhecimento. Após denúncia, o Ministério Público acostou ao procedimento o vídeo da filmagem do celular realizada pelos policiais. Durante a instrução, Eduardo alegou que o material entorpecente era destinado ao seu uso. A partir do caso narrado, apresente a tese defensiva que deve ser alegada em favor de Eduardo (2 pontos) 6. Lucas e Marcos receberam uma sentença condenatória pela prática do crime de furto qualificado, à pena de 02 anos e 06 meses de reclusão, por fatos que teriam ocorrido quando Lucas tinha 18 anos e Marcos, 21 anos. A pena-base foi aumentada, não sendo reconhecidas atenuantes ou agravantes nem causas de aumento ou diminuição. Todos foram intimados da sentença no dia 3 de maio de 2021. O promotor e o advogado de Marcos não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o advogado de Lucas apresentou o recurso cabível no dia 10 de maio de 2021. Por ocasião do julgamento do recurso, entenderam os desembargadores por reconhecer que o crime restou tentado, bem como que deveria ser aplicada a atenuante da menoridade relativa a Lucas. Com base nas informações expostas, analise as afirmações abaixo, classificando-as como VERDADEIRAS ou FALSAS, justificando sua resposta: (6 pontos) A - Caso o recurso interposto pelo advogado de Lucas tivesse sido denegado na origem, caberia a ele interpor carta testemunhável, com o objetivo de levar até a instancia superior a análise dos requisitos de admissibilidade do recurso (2 pontos). B - O recurso manejado pela defesa de Lucas foi a apelação, mas essa foi interposta fora do prazo legal, e não deveria ter sido recebida pelo juízo a quo. (2 pontos) C - A decisão do julgamento do recurso deve se estender a Marcos, em sua totalidade, haja vista o efeito extensivo dos recursos, previsto no artigo 580 do CPP. (2 pontos). 7. Leia a situação abaixo indicada: (2 pontos) Em determinado processo, o réu Jeremias foi condenado pelo crime de roubo majorado pela ameaça exercida pelo emprego de arma de fogo, à pena total de seis anos de reclusão, em regime fechado. Em recurso exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça afasta a majorante reconhecida pelo Juízo de piso, porém acrescenta a majorante de a vítima estar em serviço de transporte de valores, que em momento algum fora aventada, reduzindo, ao final, a pena para cinco anos de reclusão. É correto afirmar que: a) diante da redução de pena alcançada, a reformatio in pejus deve ser interpretada junto com o princípio da proporcionalidade; b) a ausência de recurso daacusação não vedaria a conduta adotada pelo Tribunal de Justiça, diante da ausência de prejuízo para a defesa; c) a vedação da reformatio in pejus se restringiria à quantidade final de pena, porquanto se trataria de mero cálculo aritmético; d) a ausência de recurso da acusação não vedaria a conduta adotada pelo Tribunal de Justiça, caso a pena final aplicada ao réu fosse mantida no mesmo patamar; e) a vedação da reformatio in pejus não se restringiria à quantidade final de pena, mas sim à efetiva valoração da conduta levada a efeito pelo sentenciado.
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