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3/4/2011 1 Explorando Genes e Genomas Tecnologia do DNA recombinante • Surgida na década de 1970. • Permite que se possa, através de enzimas, cortar, juntar e replicar o DNA; e fazer transcrição reversa do DNA. • Baseada na enzimologia de ácidos nucléicos. 3/4/2011 2 Tipos de técnicas • Análise com enzimas de restrição – Permitem clivar o DNA de forma específica • Técnicas de transferência – Podem separar e caracterizar o DNA (Southern blot) e o RNA (Northern blot) • Seqüenciamento de DNA – Permite saber a exata seqüência de nucleotídeos de uma molécula de DNA • Síntese de ácidos nucléicos • Reação em cadeia da polimerase (PCR) – Permite “amplificar” uma cadeia de DNA Enzimas de restrição • Enzimas ou endonucleases de restrição são capazes de reconhecer seqüências específicas de bases na dupla hélice de DNA e cortá-las em locais específicos. • Descobertas na natureza (com o intuito de cortar moléculas exógenas de DNA), são usadas em laboratório desde o final dos anos 60. • Costumam agir em seqüências palindrômicas: 3/4/2011 3 Enzimas de restrição • Seus nomes geralmente refletem o organismo e a linhagem onde foram descobertas, além de um número em algarismos romanos para o caso de mais de uma endonuclease no mesmo organismo: EcoRI (E. coli), Hin (H. influenzae), etc. • Como cada uma pode ter sítios de clivagem diferentes, é possível cortar DNA de múltiplas formas combinando enzimas diferentes. Separação de fragmentos de restrição • Os fragmentos obtidos pela ação de enzimas de restrição podem ser separados por gel de eletroforese. • Esses géis, geralmente de poliacrilamida (até 1000 pares de bases) e agarose (até 20kb) são posteriormente corados para visualização das bandas. 3/4/2011 4 Southern blot • Aplicando uma sonda de DNA marcada com fósforo 32P, a hibridização pode ser revelada por radiografia, identificando um fragmento específico dentre milhares de outros. Seqüenciamento de DNA • O DNA pode ser seqüenciado através da produção de fragmentos cujo tamanho depende da última base na seqüência. • Eles podem ser gerados pelo término controlado da replicação (método didesoxi de Sanger), feito em quatro misturas de reação ao mesmo tempo. • Os fragmentos são submetidos a eletroforese, permitindo a identificação de cada base. 3/4/2011 5 Seqüenciamento de DNA Síntese de DNA • Muitas técnicas (como o próprio seqüenciamento) necessitam de pequenas seqüências de DNA. • O DNA pode ser sintetizado automaticamente em fase sólida. • Hoje é possível encomendar comercialmente desde pequenas seqüencias de DNA destinadas a serem utilizadas como iniciadoras, até genes inteiros. 3/4/2011 6 PCR – A reação em cadeia da polimerase • Método criado por Kary Mullis em 1984 para amplificar seqüências de DNA. Necessita de: – DNA alvo – Um par de primers para delimitar a região a ser amplificada – Todos os quatro trifosfatos de desoxirribonucleosídeos (dNTPs) – Uma DNA polimerase termoestável. PCR – A reação em cadeia da polimerase • As etapas do PCR são – Separação de filamentos, através do aquecimento da solução a 95oC por 15s. – Hibridação dos primers – Síntese de DNA, pelo aumento da solução para a temperatura ótima da polimerase (em geral usa-se 72oC, temperatura ótima para a Taq polimerase). • Amplificações de 1 milhão de vezes ocorre em apenas 20 ciclos, e de um bilhão em apenas 30 ciclos. 3/4/2011 7 PCR – A reação em cadeia da polimerase Usos do PCR • Detecção de vírus e bactérias (e.g. HIV em pacientes sem resposta imune) • Detecção precoce de cânceres (identificação de genes controladores de crescimento). • Monitoramento de quimoterapia. • Uso médico-legal – Identificação de indivíduos – Casos de paternidade • Análise de DNA antigo. 3/4/2011 8 DNA Ligase • Ligases são enzimas capazes de unir porções de DNA. • Usadas em conjunto com as endonucleases e o PCR, permitem ao biólogo molecular recortar, copiar e colar trechos de DNA como desejar. DNA recombinante - plasmídeos • Pode-se inserir genes em porções de DNA circular (plasmídeos), que por sua vez podem ser inseridos em bactérias para a produção de uma proteína específica. • Usando endonucleases específicas, pode-se cortar o plasmídeo em pontos específicos para inserir fragmentos de DNA posteriormente pela ação de ligases. 3/4/2011 9 DNA recombinante – fagos λ • O fago λ é um vírus bacteriófago capaz de inserir DNA em bactérias com grande eficiência (mais que pelo método da inserção de plasmídeo). • Assim, ele também pode ser usado como ferramenta em biologia molecular. BACs e YACs • Outra alternativa, útil para trechos muito maiores de DNA, é a utilização de cromossomos artificiais. • Eles possuem telômeros, um centrômero, uma seqüência de replicação e podem ser inseridos em bactérias (BACs – aceitam insertos de até 300kb) e leveduras (YACs – até 1000 kb). 3/4/2011 10 Mutagênese sítio-dirigida • Proteínas modificadas podem ser geradas por mudanças no DNA: – Deleções, através do corte de um plasmídeo em dois pontos por uma endonuclease, seguida de uma ligação subseqüente. – Substituições, através da mudança de uma base induzida por nucleotídeo mal-pareado. – Inserções, cortando o plasmídeo em dois pontos, inserindo um cassete com pontas que pareiam nas regiões cortadas seguida de ligação. Proteínas quiméricas • Proteínas diferentes podem ser fundidas em uma só (quimera), de modo a efetuarem duas funções distintas. • Outra utilidade das quimeras é facilitar a sua produção heteróloga, promovendo a solubilidade ou a ligação por afinidade a uma coluna de purificação. 3/4/2011 11 cDNA • Para produzir proteínas de forma recombinante, nem sempre se utiliza o gene tal qual ele existe no organismo original. • Isso se deve porque os sistemas de expressão utilizados podem ser incapazes de lidar com íntrons e éxons, caso de E. coli. • Assim para produzir uma proteína em E. coli, insere-se não a seqüência original do gene, mas o cDNA da proteína de interesse, isto é, uma seqüência de DNA correspondente apenas à proteína final, gerada por tradução inversa. • O nome vem de DNA complementar, e pode ser sintetizado a partir de um mRNA maduro através da transcriptase reversa. Genomas • As técnicas de biologia molecular foram capazes de desvendar a seqüência de genomas inteiros de diversos organismos, de vírus a eucariotos, incluindo o humano. • A estratégia utilizada consiste em gerar muitos fragmentos e sequencia-los, “montando” o genoma posteriormente usando métodos computacionais. 3/4/2011 12 Genomas • 1977: Bacteriófago PhiX-174 (5386bp, 11 genes) • 1995: H. influenza (causador da meningite, 1.8Mbp, 1813 genes, 1737 proteínas). • 1996: S. cerevisiae (levedura, 12Mbp, 16 cromossomos, 6000 genes). • 1997: E. coli (4Mbp, 4377 genes, 4290 proteínas) • 1998: C. elegans (97Mbp, seis cromossomos, 20.000 genes) • 2003: H. sapiens (3Tbp, 30.000 genes) Expressão gênica - microarranjos • A técnica automatizada do microarranjo é capaz de analisar o padrão de expressão gênica de um dado tecido, comparando-o com uma biblioteca de genes. • A biblioteca é inserida num chip, e usando DNA marcado com fluorescência é possível identificar hibridização e, assim, quais genes estão sendo expressos. 3/4/2011 13 Transgênicos e nocautes • A inserção de novos genes em organismos que originalmente não o continham dá origem aos transgênicos. • Técnicas para evitar que um gene seja expresso em um organismo dá origem aos nocautes, capazes de dar indícios à função de um gene. – O RNA de interferência, técnica que usa pequenos fragmentos de RNA que interagem com o mRNA relativo ao gene que se quer silenciar, é capaz de evitar a sua transcrição. Terapia gênica • Uma técnica promissorapara a medicina é a terapia gênica, que consiste na indução da expressão de genes específicos (já presentes ou especificamente induzidos). • Tal área ainda se encontra em estágio inicial – porém, já há casos relatados de sucesso para algumas enfermidades. 3/4/2011 14 Planejamento de fármacos – uma abordagem molecular • Doença causada por um parasita – Determinação de seu genoma – Identificação de genes potencialmente importantes – Nocaute de genes, identificação daqueles sem os quais o parasita é inviável – Clonagem do gene – Expressão e caracterização da proteína • Estudo in vitro: triagem de compostos químicos – Determinação da estrutura da proteína • Estudo in silico: triagem virtual de compostos. Planejamento de fármacos – uma abordagem molecular • Doença relacionada a um gene humano – Microarranjo comparativo entre pessoas saudáveis e doentes. – Identificação de genes potencialmente importantes – Expressão é indesejável � planejamento de um inibidor – Expressão é desejável � terapia gênica