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Farmacologia aplicada a nutrição e exames laboratoriais

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FARMACOLOGIA
APLICADA A
NUTRIÇÃO E
INTERPRETAÇÃO
DE EXAMES
LABORATORIAIS
Letícia Hoerbe
Andrighetti
Lucimar Filot da 
Silva Brum
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
A573f Andrighetti, Letícia Hoerbe.
 Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de 
 exames laboratoriais / Letícia Hoerbe Andrighetti, Lucimar 
 Filot da Silva Brum. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 347 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-058-0
 1. Farmacologia. 2. Nutrição. 3. Exames laboratoriais – 
 Interpretação. I. Brum, Lucimar Filot da Silva. II. Título.
CDU 615:613.2
Farmacocinética 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os princípios básicos da farmacocinética e fatores que
interferem na biodisponibilidade dos fármacos.
 � Diferenciar os mecanismos de transporte das moléculas dos fármacos 
através das membranas, no processo de absorção, distribuição e
excreção de fármacos. 
 � Reconhecer como interações entre fármacos e nutrientes podem
interferir em processos farmacocinéticos e interferir na farmacoterapia 
e no estado nutricional do paciente. 
Introdução
Para compreender a ação terapêutica dos fármacos no organismo humano, 
é preciso saber que quantidade de dose administrada do medicamento 
consegue chegar e por quanto tempo permanece no seu local de ação. 
Tais informações podem ser obtidas através do conhecimento do perfil 
farmacocinético do fármaco, que envolve o processo de absorção, dis-
tribuição, metabolismo (biotransformação) e excreção. 
Neste capítulo, você vai conhecer os mecanismos de transporte que 
atuam através das membranas celulares e estão envolvidos na absorção, 
distribuição e excreção dos fármacos. Além disso, você vai ver como as 
alterações na biodisponibilidade de um fármaco no organismo interferem 
no resultado terapêutico do paciente. 
Farmacocinética – princípios básicos
Além do conhecimento sobre a ação farmacológica do fármaco em determi-
nado tecido e receptor, muitos outros fatores contribuem para o sucesso do 
tratamento farmacológico. Quando um fármaco penetra no corpo, o organismo 
começa, imediatamente, a processá-lo por meios de absorção, distribuição, 
metabolismo (biotransformação) e excreção. Esse processo é conhecido 
como farmacocinética. O entendimento e a utilização dos princípios farma-
cocinéticos podem ampliar a probabilidade de sucesso terapêutico e reduzir 
a ocorrência de efeitos adversos dos fármacos no organismo.
As informações obtidas a partir do perfil farmacocinético de um fármaco permite 
estabelecer esquemas posológicos padrões e ajustes do regime posológico de acordo 
com as características fisiológicas do paciente (p. ex., idade, sexo, peso, gestação, 
amamentação), os hábitos do indivíduo (tabagismo, ingestão de álcool), suas condi-
ções fisiopatológicas (náuseas, vômitos, insuficiência hepática ou renal) e seu estado 
nutricional.
Mecanismos de transporte dos fármacos 
através das membranas
A absorção, a distribuição, o metabolismo, a excreção e a ação de um fármaco 
dependem do seu transporte através das membranas celulares. Os mecanismos 
pelos quais os fármacos atravessam as membranas e as propriedades físico-
-químicas das moléculas e das membranas que influenciam essa transferência 
são essenciais para a compreensão da disposição dos fármacos no organismo 
humano. 
As características de um fármaco que determinam seu transporte e sua 
disponibilidade nos locais de ação são: 
 � peso molecular e conformação estrutural; 
 � grau de ionização;
 � lipossolubilidade relativa dos seus compostos ionizados e não ionizados, 
que se ligam às proteínas séricas e teciduais. 
Na maioria dos casos, o fármaco precisa atravessar as membranas plasmá-
ticas de muitas células até alcançar seu local de ação. Embora os obstáculos 
ao transporte do fármaco se constituam de apenas uma camada de células 
25Farmacocinética
(epitélio intestinal) ou de várias camadas de células e proteínas extracelulares 
associadas (pele), a membrana plasmática representa a barreira comum à 
distribuição do fármaco.
Difusão passiva
A maioria dos fármacos tem acesso ao organismo pelo mecanismo de difusão 
passiva. Fármacos lipossolúveis movem-se com facilidade através da maioria 
das membranas biológicas por conta da sua solubilidade na camada lipoproteica. 
O fator mais importante do transporte passivo de um fármaco é o gradiente 
de concentração através da membrana que separa os compartimentos do 
organismo. Isto é, as moléculas do fármaco se movem do compartimento de 
maior concentração para o que tem baixa concentração. A difusão passiva 
não envolve transportador, não é saturável e apresenta baixa especificidade 
estrutural. 
Os fármacos hidrossolúveis de baixo peso molecular atravessam as mem-
branas celulares através de canais ou poros aquosos.
Difusão facilitada 
Os fármacos podem entrar na célula por meio de proteínas transportadoras 
transmembrana especializadas que facilitam a passagem de grandes molé-
culas. Essas proteínas transportadoras sofrem alterações conformacionais, 
permitindo a passagem de fármacos ou moléculas endógenas para o interior 
da célula, movendo-os de áreas de alta concentração para áreas de baixa 
concentração. A esse processo dá-se o nome de difusão facilitada. 
A difusão facilitada não requer energia, pode ser saturada e inibida por 
compostos que competem pelo transportador. Esse mecanismo é exemplifi-
cado pela penetração da glicose na membrana da célula muscular, a qual é 
mediada pelo transportador de glicose sensível à insulina, conhecido como 
proteína GLUT4.
Transporte ativo 
O mecanismo de transporte de fármacos conhecido como transporte ativo 
também envolve transportadores proteicos específicos que atravessam a mem-
brana. O transporte ativo dependente de energia é movido pela hidrólise de 
trifosfato de adenosina (ATP). Ele é capaz de mover fármacos contra um 
gradiente de concentração – ou seja, de uma região com baixa concentração 
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais26
de fármaco para uma com concentração mais elevada. Os sistemas de trans-
porte ativo são seletivos e podem ser inibidos competitivamente por outras 
substâncias cotransportadas.
Endocitose e exocitose 
Os mecanismos de endocitose e exocitose transportam fármacos excepcio-
nalmente grandes através da membrana celular. Na endocitose, as moléculas 
do fármaco são engolfadas pela membrana e transportadas para o interior da 
célula pela compressão da vesícula cheia de fármaco. 
A exocitose é o inverso da endocitose. É usada pelas células para secretar 
várias substâncias por um processo similar ao da formação de vesículas. A 
vitamina B12 é transportada através da parede intestinal por endocitose, en-
quanto certos neurotransmissores (p. ex., norepinefrina) são armazenados em 
vesículas intracelulares ligadas à membrana no terminal nervoso e liberados 
por exocitose. 
Absorção
Compreende-se por absorção a transferência de um fármaco do seu local de 
administração para a corrente sanguínea. A velocidade e a quantidade absor-
vida dependem da forma farmacêutica, das características físico-químicas do 
fármaco, da via de administração e das características do paciente. 
Há fatores que interferem na absorção e podem influenciar a biodisponibilidade, 
termo usado para descrever a quantidade de dose administrada do fármaco que 
atinge o seu local de ação. Para a via intravenosa, a biodisponibilidade é completa, ou 
seja, toda a dose do fármaco alcança a circulação sistêmica (100%). A administração 
do fármaco por outras vias pode resultar em absorção parcial e, consequentemente, 
em menor biodisponibilidade.
27Farmacocinética
Naturezas física e química dos fármacos
Os fármacos que temos disponíveis hoje consistem em íons inorgânicos, 
moléculas orgânicas não peptídicas, pequenos peptídios e proteínas, ácidos 
nucleicos, lipídios e carboidratos, sendo que a maioria deles apresenta pesosmoleculares entre 100 e 1.000.
Hidrossolubilidade e lipossolubilidade
Os fármacos têm como uma importante propriedade a sua solubilidade em 
vários componentes do corpo, como os ambientes aquosos extracelulares e 
intracelulares e as membranas lipídicas das células. 
A hidrossolubilidade, por sua vez, é uma função do grau de ionização ou 
polaridade da molécula. Muitos fármacos são bases fracas ou ácidos fracos. 
Para tais moléculas, o pH do meio determina a fração de moléculas ionizadas 
versus moléculas não ionizadas. Se o pKa do fármaco e o pH do meio são 
conhecidos, a fração de moléculas no estado ionizado pode ser prevista a 
partir da equação de Henderson-Hasselbalch (Equação 1):
Log (forma protonada/forma não protonada) = pKa – pH
Na Equação 1, “protonada” significa “associada a um próton”, ou seja, 
um íon de hidrogênio. Essa equação é utilizada para ácidos e bases. As bases 
fracas são ionizadas e, por consequência, mais polares e hidrossolúveis quando 
protonadas. Já os ácidos fracos são não ionizados quando protonados, por isso 
são menos hidrossolúveis. As seguintes equações resumem estes pontos para 
as bases fracas (Equação 2) e os ácidos fracos (Equação 3):
Base fraca RNH3+ ↔	 RNH2 + H+ (2)
(Protonada) (Não protonada)
Ácido fraco RCOOH ↔	 RCOO– + H+ (3)
(Protonada) (Não protonada)
A relação de Henderson-Hasselbalch é clinicamente importante na absorção 
de nutrientes e fármacos a partir do lúmen gastrintestinal e na excreção dos 
metabólitos pelos rins. No trato gastrintestinal, os ácidos fracos podem ser 
absorvidos de forma passiva pelo estômago, onde o pH está na faixa 1 a 3, e 
esses ácidos são não ionizados (Figura 1a). Porém, as bases fracas não têm 
boa absorção neste ambiente porque são ionizadas neste pH. Por outro lado, 
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais28
as bases fracas são absorvidas normalmente de forma passiva no intestino 
delgado, onde o pH está na faixa 5 a 7 (Figura 1b). Um mecanismo similar pode 
ser aplicado no rim para reter as bases e os ácidos na urina ao acidificá-la ou 
alcalinizá-la, ionizando as moléculas e reduzindo sua reabsorção.
Figura 1. O efeito do pH e da ionização sobre a absorção dos ácidos fracos e das bases 
fracas no sistema gastrintestinal. (a) O pH no estômago permite a absorção passiva dos 
ácidos fracos, mas não das bases fracas. (b) Por outro lado, o pH maior no intestino delgado 
permite a absorção passiva das bases fracas, mas não dos ácidos fracos.
Fonte: Panus et al. (2011).
Biodisponibilidade
A biodisponibilidade é a fração do fármaco administrado que alcança a 
circulação sistêmica. Por exemplo, se 100 mg de um fármaco forem admi-
nistrados por via oral, e 70 mg desse fármaco forem absorvidos inalterados, 
a biodisponibilidade será́ 0,7 ou 70%. A via de administração do fármaco e 
suas propriedades físico-químicas afetam sua biodisponibilidade.
Fármacos administrados por via oral sofrem efeito de primeira passagem, o que diminui 
sua biodisponibilidade. Medicamentos cuja administração se dá por via parenteral 
evitam tal efeito.
29Farmacocinética
Distribuição
A maioria dos fármacos deve ir do local de administração para o tecido-alvo. 
Esse movimento do fármaco pelo corpo é chamado de distribuição. A distri-
buição é o processo pelo qual um fármaco reversivelmente abandona o leito 
vascular e entra no interstício (líquido extracelular) e, então, nas células dos 
tecidos. A passagem do fármaco do plasma ao interstício depende do débito 
cardíaco e do fluxo sanguíneo regional, da permeabilidade capilar, do volume 
do tecido, do grau de ligação do fármaco às proteínas plasmáticas e tissulares 
e da hidrofobicidade relativa do fármaco.
O volume de distribuição e seus determinantes
A distribuição dos fármacos nos tecidos varia e depende de muitos fatores, 
como massa do órgão, fluxo sanguíneo, solubilidade do fármaco, ligações 
intravasculares e extravascular e comorbidades existentes (Figura 2). 
O tamanho do órgão determina o gradiente de concentração entre si e o 
sangue. Por exemplo, o músculo esquelético pode captar uma grande quantidade 
de fármaco porque a concentração no tecido muscular permanece baixa, e o 
gradiente do sangue para o tecido é alto. Esse gradiente se mantém, mesmo 
que grande quantidade do fármaco tenha sido transferida, pois o músculo 
esquelético é um órgão muito extenso. Já no cérebro, que é pequeno, a distri-
buição de uma quantidade menor de fármaco aumenta a concentração neste 
tecido e reduz o gradiente de concentração do sangue para o tecido a zero.
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais30
Figura 2. Efeito da ligação do fármaco sobre o volume de distribuição aparente. O fármaco 
A não se liga a macromoléculas (linhas onduladas grossas) nos compartimentos vascular 
ou extravascular do organismo hipotético no diagrama. O fármaco A se difunde livremente 
entre os dois compartimentos. Com 20 unidades do fármaco no organismo, a distribuição 
do estado de equilíbrio deixa uma concentração sanguínea de 20 unidades. O fármaco B, 
diferente do A, liga-se fortemente a proteínas no sangue. A difusão do fármaco B é muito 
mais limitada. No equilíbrio, apenas duas unidades do total se difundiram para o volume 
extravascular, deixando 18 unidades no sangue. Em ambos os casos, a quantidade total 
do fármaco no corpo é a mesma (20 unidades), mas o volume de distribuição aparente é 
muito diferente. O fármaco C se liga fortemente a moléculas nos tecidos periféricos, de 
modo que é necessária uma dose total maior (200 unidades) para alcançar concentrações 
plasmáticas mensuráveis. Em equilíbrio, são encontradas 198 unidades nos tecidos peri-
féricos e apenas duas no plasma; assim, o volume de distribuição calculado é maior que 
o volume físico do sistema.
Fonte: Panus et al. (2011).
31Farmacocinética
O volume de distribuição dos fármacos também pode ser alterado por comorbidades. 
Assim, o volume dos fármacos que normalmente se ligam a proteínas plasmáticas, 
como a albumina, pode ser elevado em razão de uma doença hepática, pois ela causa 
redução na síntese da albumina e doença renal por conta da perda de proteína na urina.
Biotransformação ou metabolização
Para garantir a eliminação de substâncias químicas que apresentam atividade 
farmacológica e também para neutralizar a ação de várias substâncias endó-
genas, existem vias metabólicas visando a alterar sua atividade e aumentar 
sua suscetibilidade para a excreção. A biotransformação é um mecanismo 
metabólico usado para reduzir a atividade de compostos químicos exógenos 
e endógenos. 
Os produtos da biotransformação são chamados de metabólitos. Muitos 
fármacos são relativamente lipossolúveis, característica que é favorável à 
absorção pelas membranas. Essa mesma propriedade resulta em remoção muito 
lenta do corpo porque a molécula também é facilmente reabsorvida da urina 
no túbulo renal. O corpo acelera a excreção ao transformar muitos fármacos 
em formas menos lipossolúveis e eliminadas com facilidade. 
Locais de biotransformação dos fármacos
O órgão mais importante envolvido na biotransformação é o fígado. Os rins 
também têm um papel importante no metabolismo de alguns fármacos. Poucos 
fármacos, como os ésteres, são metabolizados em vários tecidos. Isso é devido à 
ampla distribuição das esterases responsáveis pelo metabolismo das moléculas.
Tipos de reações de biotransformação
A biotransformação pode ser dividida em reações da fase I e fase II. As reações 
da fase I consistem em oxidação, redução, deaminação e hidrólise (Quadro 1). 
A oxidação é mediada, em parte, pelo grupo das enzimas do citocromo P450. 
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais32
Fonte: Panus et al., (2011, p. 27).
Tipo de reação Substratos típicos
Oxidações, dependentes do P450
Hidroxilação 
N-dealquilação 
O-dealquilação 
N-oxidação 
S-oxidação 
Deaminação
Barbituratos, anfetaminas, 
fenilbutazona, fenitoína 
Morfina, cafeína, teofilinaCodeína 
Paracetamol, nicotina, metaqualona
Tioridazina, cimetidina, clorpromazina
Anfetamina, diazepam
Oxidações, independentes do P450
Oxidação de aminas
Desidrogenação
Epinefrina
Etanol, hidrato de cloral
Reduções Cloranfenicol, clonazepam, 
dantroleno, naloxona
Hidrólises
Ésteres 
Amidas
Procaína, succinilcolina, ácido 
acetilsalicílico, clofibrato
Procainamida, lidocaína, indometacina
Quadro 1. Exemplos de reações da fase I para o metabolismo dos fármacos.
As reações da fase II envolvem a conjugação dos subgrupos hidrofílicos com 
estruturas químicas específicas (Quadro 2). Estas adições ocorrem nas funções 
hidroxila (–OH), amina (–NH2) e sulfidrila (–SH) na molécula-substrato. 
Os subgrupos adicionados consistem em glicuronato, acetato, glutationa, 
glicina, sulfato e grupos metila. A maioria desses subgrupos é relativamente 
polar, aumentando a hidrossolubilidade do metabólito em comparação com a 
molécula original do fármaco.
33Farmacocinética
Determinantes da velocidade de biotransformação
A velocidade de biotransformação de um fármaco pode sofrer grande varia-
ção, conforme o indivíduo que o utiliza. As diferenças de idade do sujeito e 
as doenças presentes são importantes no metabolismo do fármaco. Muitas 
vezes, o metabolismo hepático diminui com a idade ou na presença de doença 
hepática. O sexo é importante apenas para algumas substâncias, como o etanol. 
Confira a seguir alguns exemplos de efeitos relacionados com a genética 
e as interações medicamentosas sobre a biotransformação.
Genética
Vários sistemas que metabolizam fármacos são diferentes entre famílias ou 
populações por causa de fatores genéticos. Tais sistemas consistem na hidrólise 
de ésteres, acetilação de aminas e algumas reações de oxidação. 
Interações medicamentosas
A coadministração de determinados agentes pode alterar a distribuição de 
vários fármacos. Em geral, a indução enzimática resulta do aumento da síntese 
das enzimas dependentes do citocromo P450 que oxidam fármacos no fígado. 
Fonte: Panus et al., (2001, p. 28).
Tipo de reação Fármacos substratos típicos
Glicuronidação Paracetamol, morfina, diazepam, 
sulfatiazol, digoxina, digitoxina 
Acetilação Sulfonamidas, isoniazida, clonazepam, 
mescalina, dapsona 
Conjugação com glutationa Ácido etacrínico, metabólito reativo 
da fase I do paracetamol 
Conjugação com glicina Ácido salicílico, ácido nicotínico 
(niacina), ácido desoxicólico 
Conjugação com sulfato Paracetamol, metildopa, estrona
 Metilação Epinefrina, norepinefrina, dopamina, histamina
Quadro 2. Exemplos de reações da fase II que metabolizam fármacos.
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais34
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
O Quadro 3 lista os indutores comuns de algumas isoenzimas e os fármacos 
que apresentam maior metabolismo.
Fonte: Panus et al., (2011, p. 28).
Família 
CYP 
induzida
Indutores 
importantes
Fármacos cujo metabolismo 
é induzido
1A2 Benzopireno (a partir 
da fumaça do tabaco), 
carbamazepina, 
fenobarbital, rifampicina, 
omeprazol
Paracetamol, clozapina, haloperidol, 
teofilina, antidepressivos 
tricíclicos, (R)-varfarina
2C9 Barbituratos,1 
especialmente 
fenobarbital, fenitoína, 
primidona, rifampicina
Barbituratos,1 cloranfenicol, 
doxorrubicina, ibuprofeno, 
fenitoína, clorpromazina, esteroides, 
tolbutamida, (S)-varfarina
2C19 Carbamazepina, 
fenobarbital, fenitoína
Antidepressivos tricíclicos, fenitoína, 
topiramato, (R)-varfarina
2E1 Etanol,1 isoniazida Paracetamol, etanol 
(pouco), halotano
3A4 Barbituratos, 
carbamazepina, 
corticosteroides, 
efavirenzo, fenitoína, 
rifampicina, troglitazona
Antiarrítmicos, antidepressivos, 
antifúngicos azólicos, 
benzodiazepínicos, bloqueadores 
dos canais de cálcio, ciclosporina, 
delavirdina, doxorrubicina, 
efavirenzo, eritromicina, 
estrogênios, inibidores da protease 
do HIV, nefazodona, paclitaxel, 
inibidores da bomba de prótons, 
inibidores da HMG-CoA redutase, 
rifabutina, rifampicina, sildenafila, 
ISRS, tamoxifeno, trazodona, 
alcaloides da vinca anticâncer
CYP, citocromo P450; ISRS, inibidores seletivos da recaptação da serotonina; 
HMG-CoA, 3-hidroximetilglutaril coenzima A. 
1 Substratos que também agem como indutores.
Quadro 3. Lista parcial de fármacos que induzem, de forma significativa, ao metabolismo 
dos fármacos mediado pelo P450 em seres humanos.
35Farmacocinética
Eryka
Os indutores mais comuns do metabolismo dos fármacos envolvidos em graves intera-
ções medicamentosas são a carbamazepina, o fenobarbital, a fenitoína e a rifampicina.
Há fármacos que inibem seu próprio metabolismo e o de outros agentes 
também. O Quadro 4 mostra a você os inibidores comuns e os fármacos que 
têm seu metabolismo reduzido. Os inibidores do metabolismo dos fármacos 
mais comuns envolvidos em graves interações medicamentosas são amioda-
rona, cimetidina, furanocumarinas (presentes no suco de pomelo [grapefruit]), 
cetoconazol e agentes antifúngicos relacionados, além do inibidor da protease 
do HIV, o ritonavir.
Família 
CYP 
induzida Inibidor
Fármacos cujo 
metabolismo é inibido
1A2 Cimetidina, 
fluoroquinolonas, 
suco de pomelo 
(grapefruit), macrolídios, 
isoniazida, zileutona
Paracetamol, clozapina, 
haloperidol, teofilina, 
antidepressivos tricíclicos, 
(R)-varfarina
2C9 Amiodarona, cloranfenicol1, 
cimetidina, isoniazida, 
metronidazol, ISRS, 
zafirlucaste
Barbituratos, cloranfenicol, 
doxorrubicina, ibuprofeno, 
fenitoína, clorpromazina, 
esteroides, tolbutamida, 
(S)-varfarina
2C19 Omeprazol, ISRS Fenitoína, topiramato, 
(R)-varfarina
2D6 Amiodarona, cimetidina, 
quinidina, ISRS
Antidepressivos, flecainida, 
lidocaína, mexiletina, opioides
Quadro 4. Lista parcial de fármacos que inibem, de forma significativa, o metabolismo 
dos fármacos mediados pelo P450 em seres humanos.
(Continua)
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais36
Família 
CYP 
induzida Inibidor
Fármacos cujo 
metabolismo é inibido
3A4 Amiodarona, antifúngicos 
azólicos, cimetidina, 
claritromicina, 
ciclosporina1, eritromicina1, 
fluoroquinolonas, suco 
de pomelo (grapefruit), 
inibidores da protease 
do HIV1 (p. ex., ritonavir), 
metronidazol, quinina, 
ISRS, tacrolimo
Antiarrítmicos, antidepressivos, 
antifúngicos azólicos, 
benzodiazepínicos, bloqueadores 
dos canais de cálcio, ciclosporina, 
delavirdina, doxorrubina, 
efavirenza, eritromicina, 
estrógenios, inibidores da 
protease do HIV, nefazodona, 
paclitaxel, inibidores da bomba 
de prótons, inibidores da 
HMG-CoA redutase, rifabutina, 
rifampicina, sildenafila, ISRS, 
tamoxifeno, trazodona, da vinca 
alcaloides da vinca anticâncer
CYP, citocromo P450; ISRS, inibidores seletivos da recaptação da serotonina; 
HMG-CoA, 3-hidroximetilglutaril coenzima A. 
1 Substratos que também agem como indutores.
Fonte: Panus et al., (2011, p. 29).
(Continuação)
Quadro 4. Lista parcial de fármacos que inibem, de forma significativa, o metabolismo 
dos fármacos mediados pelo P450 em seres humanos.
Excreção renal dos fármacos
A eliminação de fármacos pelos rins na urina envolve três processos: filtração 
glomerular, secreção tubular ativa e reabsorção tubular passiva.
1. Filtração glomerular – os fármacos chegam aos rins pelas artérias 
renais. Os fármacos livres (não ligados à albumina) difundem-se através 
das fendas capilares para o espaço de Bowman como parte do filtrado 
glomerular (Figura 3). A lipossolubilidade e o pH não influenciam a 
passagem dos fármacos para o filtrado glomerular. Entretanto, varia-
ções na velocidade de filtração glomerular e na ligação do fármaco às 
proteínas plasmáticas podem afetar esse processo. 
37Farmacocinética
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
Eryka
2. Secreção tubular proximal – os fármacos que não foram transferidos 
para o filtrado glomerular saem dos glomérulos através das arteríolas 
eferentes, que se dividem formando um plexo capilar ao redordo lúmen 
no túbulo proximal. A secreção ocorre, primeiro, nos túbulos proximais 
por mecanismos de transporte ativo; requerem transportador e exigem 
energia. Esses sistemas de transporte apresentam baixa especificidade 
e podem transportar inúmeros compostos, podendo ocorrer competição 
entre fármacos pelos transportadores em cada um dos sistemas. 
3. Reabsorção tubular distal – Nos túbulos proximais e distais, as formas 
não ionizadas dos ácidos fracos e das bases fracas sofrem reabsorção 
passiva. O gradiente de concentração para a difusão retrógrada é gerado 
pela reabsorção da água com sódio e outros íons inorgânicos. Como 
as células tubulares são menos permeáveis às formas ionizadas dos 
eletrólitos fracos, a reabsorção passiva dessas moléculas depende do pH. 
Figura 3. Efeito da biotransformação de fármacos na reabsorção no túbulo distal.
Fonte: Clark et al. (2013).
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais38
Eryka
Eryka
Quando a urina tubular está mais alcalina, os ácidos fracos estão, em 
grande parte, ionizados; dessa forma, são excretados com mais rapidez e em 
quantidades maiores. Quando a urina tubular está mais acida, a fração do 
fármaco ionizado é reduzida, reduzindo-se sua excreção. A alcalinização e 
acidificação da urina produzem efeitos contrários na excreção das bases fracas. 
No tratamento das intoxicações farmacológicas, a excreção de alguns fármacos pode 
ser acelerada através da alcalinização ou acidificação apropriada da urina. Por exemplo, 
um paciente apresentando dose excessiva de fenobarbital (um ácido fraco) pode 
receber bicarbonato, que alcaliniza a urina e mantém o fármaco ionizado, diminuindo, 
assim, a reabsorção.
Interferências de nutrientes nos parâmetros 
farmacocinéticos de fármacos e efeitos sobre o 
estado nutricional
É muito frequente observar-se pacientes fazendo uso de vários medicamentos 
para o tratamento das mais diversas patologias, desde resfriado, dor de cabeça, 
infecção até condições crônicas, como hipertensão, epilepsia, diabetes ou 
câncer. Os profissionais da saúde devem estar atentos quanto às possíveis 
interações entre medicamentos e alimentos. Essa atenção deve ser especial 
ao cuidar de pacientes com condições crônicas, nos quais é imprescindível o 
acompanhamento nutricional, pois os efeitos dos medicamentos podem ser 
afetados pelos alimentos/nutrientes ou pelo estado nutricional. É possível, 
também, que os medicamentos afetem o estado nutricional do indivíduo.
A interação entre fármacos e nutrientes ou alimentos é um tema de interesse 
tanto para os médicos que prescrevem quanto para outros profissionais da 
área da saúde, incluindo farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas. Veja, a 
seguir, algumas consequências indesejáveis das interações entre medicamentos 
e alimentos:
39Farmacocinética
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 � deterioração do estado nutricional;
 � redução ou exacerbação do efeito terapêutico;
 � aumento da toxicidade do fármaco.
Alguns fatores de risco tornam essas interações mais previsíveis, como 
as enfermidades nas quais é comum a desnutrição causada pelo tratamento 
medicamentoso. Por exemplo, quimioterápicos usados no tratamento de no 
câncer costumam alterar o paladar dos pacientes e provocar náusea e vômito, 
o que acaba reduzindo a ingestão alimentar. Outro exemplo é o uso simultâneo 
de vários medicamentos no mesmo regime terapêutico, ou, ainda, quando o 
paciente é idoso.
As interações fármacos-nutrientes são muito comuns e podem ocorrer em 
algumas situações, alterando os parâmetros farmacocinéticos do fármaco. Isso 
se dá pela interferência na absorção e no transporte por proteínas plasmáticas, 
durante os processos de biotransformação/metabolização e de excreção do 
fármaco. 
Absorção
Considerando que a maioria dos fármacos e dos nutrientes é absorvida no trato 
gastrintestinal, as interações são muito comuns. A composição da dieta e o tipo 
de alimentação podem alterar a absorção dos medicamentos, aumentando-a, 
diminuindo-a ou apenas retardando-a. Se ocorre absorção diminuída ou retar-
dada, o fármaco pode não atingir os níveis eficazes nas correntes sanguínea. 
Havendo absorção aumentada, esses níveis podem ser mais elevados do que 
o desejável, potencializando efeitos colaterais. 
Conforme o alimento ingerido, a velocidade de esvaziamento gástrico pode 
variar, afetando a absorção de um fármaco. Os fármacos básicos, por exemplo, 
são mais bem absorvidos quando o esvaziamento gástrico é retardado. Veja 
o caso da penicilina: sua absorção é reduzida quando a administração ocorre 
junto com uma refeição, porque a presença de alimento no estômago reduz o 
tempo de esvaziamento gástrico e permite a exposição, durante um período 
mais longo, ao ácido gástrico, o que degrada a penicilina. Outras vezes, os 
nutrientes podem formar complexos com o fármaco, impedindo sua absor-
ção. Cálcio, magnésio, ferro e zinco, por exemplo, formam complexos com a 
tetraciclina (um antibiótico).
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais40
Eryka
Distribuição
Os fármacos são transportados na corrente sanguínea por meio da ligação às 
proteínas plasmáticas, entre as quais se destaca a albumina. Os níveis séricos 
de albumina podem estar diminuídos por desnutrição ou por enfermidade do 
fígado, o que altera sua distribuição. Assim, há um aumento da concentração 
do fármaco na sua forma livre, aumentando também seu efeito farmacológico. 
Alguns casos resultam em efeitos tóxicos no paciente. 
Metabolização
O metabolismo dos fármacos pode ser alterado pela composição da dieta. 
O fator dietético mais importante é o teor de proteínas. Uma dieta rica em 
proteínas e pobre em carboidratos aumenta a taxa de metabolização de um 
grande número de fármacos. Já a dieta hipoproteica e hiperglicídica diminui 
a metabolização.
Excreção
A excreção renal pode ser afetada pela dieta ou por condições nutricionais. 
A deficiência de sódio, por exemplo, causa reabsorção aumentada desse sal e, 
ao mesmo tempo, de carbonato de lítio, elevando o potencial tóxico do lítio. 
Esse potencial pode ser revertido pela suplementação de sódio ou por maior 
ingestão de líquidos. 
A aspirina promove o deslocamento da ligação do folato às proteínas 
plasmáticas. Então, haverá filtração através dos rins e excreção pela urina, 
causando a diminuição dos níveis séricos do nutriente. Os fármacos também 
podem alterar a excreção de um nutriente por interferir na sua reabsorção 
pelos rins.
41Farmacocinética
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1. Assinale a afirmação correta relativa 
à absorção de fármaco com pKa 11,5 
no trato gastrintestinal. 
a) Estômago (pH = 1,5), 
predominância de forma não 
ionizada e melhor absorção.
b) Estômago (pH = 1,5), 
predominância de forma não 
ionizada e fraca absorção.
c) Intestino delgado (pH = 6,0), 
predominância de forma não 
ionizada e melhor absorção.
d) Intestino delgado (pH = 6,0), 
predominância de forma não 
ionizada e fraca absorção.
e) Intestino delgado (pH = 6,0), 
predominância de forma 
ionizada e melhor absorção.
2. Com relação à excreção de fármacos, 
considere as seguintes afirmativas: 
I. A excreção de fármacos e 
metabólitos na urina envolve três 
processos: filtração glomerular, 
secreção tubular passiva e 
reabsorção tubular ativa.
II. O rim e o fígado são os principais 
órgãos envolvidos na excreção 
de fármacos e seus metabólitos. 
III. Os fármacos também podem 
ser excretados pelo suor, pelas 
lágrimas e pelo leite materno. 
IV. Fármacos não ionizados sofrem 
reabsorção tubular e retornam 
à circulação sistêmica. 
V. Alguns fármacos ou seus 
metabólitos presentes na bile são 
liberados no trato gastrintestinal 
e podem ser excretados nas fezes.
Marque a alternativa que indica 
as afirmativas corretas.
a) I, III e IV.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
3. Sobre as reações de 
biotransformação das fases I ou 
II, é correto afirmar, exceto:
a) As reações da fase I transformam 
moléculas hidrossolúveisem 
moléculas mais lipossolúveis.
b) A glicuronidação é a reação 
de conjugação mais comum 
da fase I e produz metabólito 
mais hidrossolúvel e 
farmacologicamente inativo.
c) A biotransformação da fase 
I gera apenas metabólitos 
inativos farmacologicamente.
d) A glicuronidação é a 
reação de conjugação mais 
comum da fase II e produz 
metabólito mais lipossolúvel e 
farmacologicamente inativo.
e) Com frequência, as reações 
da fase I são catalisadas pelas 
enzimas do citocromo P450.
4. Interações medicamentosas podem 
interferir no perfil farmacocinético 
do medicamento, podendo afetar 
o padrão de absorção, distribuição, 
metabolização ou excreção. 
Nesse contexto, qual afirmação 
corresponde à interação em nível de 
excreção de fármacos? 
a) As alterações do pH urinário não 
interferem no grau de ionização 
de bases fracas e ácidos fracos, 
afetando a excreção renal.
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais42
b) O bicarbonato de sódio é 
utilizado para aumentar a 
excreção de bases fracas, 
como em casos de intoxicação 
por barbitúricos.
c) A competição de medicamentos 
no túbulo proximal pela 
secreção tubular é usada 
como estratégia farmacológica 
para prolongar o tempo de 
ação dos medicamentos.
d) As interações em nível de 
excreção são precipitadas 
por medicamentos com 
capacidade de inibição ou 
indução do sistema enzimático.
e) Interações entre contraceptivos 
orais e antibióticos podem 
resultar no aumento da 
absorção dos contraceptivos.
5. O volume de distribuição (Vd), 
também conhecido como volume 
aparente de distribuição, é um 
parâmetro utilizado para descrever 
a distribuição de um fármaco no 
organismo após a administração. Em 
um experimento, após a avaliação 
da concentração plasmática do 
medicamento X, verificou-se 
que tal substância apresenta 
pequeno Vd. Qual afirmação melhor 
explica o referido valor de Vd?
a) O fármaco se liga amplamente 
às proteínas plasmáticas.
b) O fármaco é rapidamente 
eliminado pelos rins.
c) O fármaco é extensivamente 
metabolizado no tecido.
d) O fármaco é inativado 
pela mucosa gástrica.
e) O fármaco se liga pouco às 
proteínas plasmáticas.
43Farmacocinética
CLARK, M. A. et al. Farmacologia ilustrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
DAVIS, M. M.; CHASE, R. B.; AQUILANO, N. J. Fundamentos da administração da produção. 
Porto Alegre: Bookman, 2001.
PANUS, P. C. et al. Farmacologia para fisioterapeutas. Porto Alegre: AMGH, 2011. cap. 3.
Leituras recomendadas
BRUNTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R. Manual de farmacologia e terapêutica de Goodman 
& Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
COSTA, C.; RAMOS, F. lnteracções entre alimentos e medicamentos no idoso. Acta 
Farmacêutica Portuguesa, Porto, v. 1, n. 1, p. 5-14, 2011. Disponível em: <www.actafarma-
ceuticaportuguesa.com/ index.php/afp/article/view/27/28>. Acesso em: 05 fev. 2017.
HELDT, T.; LOSS, S. H. Interação fármaco-nutriente em unidade de terapia intensiva: 
revisão da literatura e recomendações atuais. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 
São Paulo, v. 25, n. 2, p. 162-167, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/rbti/
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MAGNUS, K.; SALVI, R. M. Farmacovigilância no uso da varfarina: interações com 
fitoterápicos e nutrientes. Revista Saúde e Desenvolvimento, Porto Alegre, v. 9, n. 5, p. 
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TORRIANI, M. S. et al. Medicamentos de A a Z: 2016-2018: enfermagem. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.
Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais44
http://ceuticaportuguesa.com/
http://www.scielo.br/
http://www.uninter.com/web/revistasaude/
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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