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E-book 1 Giovana Fernandes DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS, HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO ESPORTE Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 RELATOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE FÍSICA ��������������������������������������4 SURGIMENTO DAS MODALIDADES ESPORTIVAS: CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIOCULTURAL ����������� 14 Origem de algumas modalidades esportivas ����� 17 Lutas e artes marciais ������������������������������������������ 20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 33 2 INTRODUÇÃO Neste e-book, compreenderemos quais são as carac- terísticas da atividade física na pré-história e sob que circunstâncias o homem realizava essas atividades� Sabe-se que, no período pré-histórico, na busca por comida, moradia e também pela necessidade de se defender dos perigos da natureza, o homem lutava, saltava, corria, caminhava longos percursos e atra- vessava rios, ou seja, o homem era extremamente ativo fisicamente. Aprenderemos também como as atividades físicas realizadas pelos homens durante a pré-história fo- ram fundamentais para sua sobrevivência; além da luta pela vida, os homens da sociedade pré-histórica realizavam práticas que envolviam a atividade físi- ca com propósito utilitário, guerreiro, ritualístico ou recreativo� Nota-se que, em consonância com a evolução hu- mana, o comportamento que envolve os hábitos de atividades físicas tem se modificado, uma vez que as necessidades passaram a ser outras� Com isso, conheceremos a definição de esporte, a história dos esportes em diferentes momentos históricos, bem como de que maneira e onde surgiram algumas das diversas modalidades esportivas� 3 RELATOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE FÍSICA Neste tópico, estudaremos um pouco a história da atividade física, o que inclui quais são as caracterís- ticas dessa prática na pré-história, sua definição e seu papel na sociedade. Identificaremos, assim, quais eram as atividades físicas praticadas pelo homem pré-histórico em sua luta pela sobrevivência� Em seguida, compreenderemos, por meio dos acon- tecimentos históricos, como a evolução humana cau- sou modificações no comportamento do homem, no que diz respeito aos hábitos que envolvem a prática de atividade física� Desde os tempos mais remotos, o homem tem pra- ticado atividades físicas, ainda que com propósitos diferentes� Na Pré-História, o homem dependia da sua força física, velocidade e resistência para sobreviver� Realizava longas caminhadas em suas constantes buscas por moradia e alimento, corria para se de- fender de predadores, lutava, saltava e atravessava rios, ou seja, o ser humano era extremamente ativo� O homem pré-histórico tinha duas grandes preocupa- ções em sua rotina: atacar e defender-se. A prática das atividades física era puramente espontânea e ocasional, não sendo praticada por lazer, vaidade ou por qualquer outra razão que não a sobrevivência� 4 Ao falarmos de Pré-História, falamos sobre um perío- do que ocorreu em torno de 4000 a�C�, que é anterior ao surgimento da escrita� Por isso, os estudos sobre a Pré-História são baseados em documentos não escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas, desenhos, dentre outros� Nesse período, as atividades físicas também não tinham fins esportivos, pois eram realizadas instin- tivamente, como uma estratégia de sobrevivência, tendo em vista que, nas circunstâncias da época, o homem era obrigado a correr para fugir do perigo ou para alcançar uma caça, ou seja, conseguir alimento� Com isso, atravessavam rios a nado, caminhavam longas jornadas procurando abrigo e alimento, pes- cavam, lutavam, corriam e arremessavam pedras e lanças etc� As atividades físicas realizadas durante esse pe- ríodo foram fundamentais para que o ser humano sobrevivesse e se tornasse capaz de expandir seu ambiente habitável, conseguindo lidar com obstá- culos e imprevistos do próprio ambiente natural� O homem, devido à necessidade de sobreviver a um ambiente hostil, aprimorou sua força e desenvolveu destrezas e habilidades físicas, em virtude de seu treinamento diário, considerando que vivia constan- temente situações difíceis. Podemos deduzir que os movimentos realizados nessas ocasiões eram repetidos diversas vezes, pois certamente o homem precisou aprimorar suas técnicas de caça — possivelmente errava seu alvo, 5 deixando escapar a presa por falta de força, agilida- de ou precisão. Em outras palavras, a fim de obter sucesso na busca por sua sobrevivência, era preciso aperfeiçoar os movimentos pela repetição� No que diz respeito às práticas corporais, ao identi- ficarmos as atividades realizadas pelos homens na pré-história, podemos considerar que o homem pré- -histórico apresentava boa resistência aeróbia, visto que seu estilo de vida exigia a realização de longas ca- minhadas, certamente era um bom velocista, pois tinha que ser mais rápido do que um animal para sobreviver� O homem, em sua luta pela sobrevivência, realizava uma repetição contínua de exercícios e, inconscien- temente, aperfeiçoava suas habilidades relacionadas ao desempenho físico� Assim, os homens na pré- -história certamente eram ágeis, fortes e resistentes� Com o passar do tempo, o homem passou a dominar algumas poucas técnicas ainda que rudimentares da agricultura� Nessa ocasião, fez-se necessária uma otimização de gestos, bem como um aprimoramen- to das habilidades físicas devido à necessidade de construir algumas ferramentas que facilitassem as práticas de sobrevivência� Dessa forma, o homem evolui ao dominar a natureza e desenvolver seu trabalho na agricultura, pois aglo- merados humanos necessitavam de uma especiali- zação no trabalho� Podemos notar, com base nesses acontecimentos, que a evolução humana implicou o comportamento humano de modificar seus hábitos de atividades físicas� 6 O homem pré-histórico realizava brincadeiras envol- vendo corridas, saltos, lutas, danças, tiro ao alvo, além de criar encenações que representassem simulações de combate, situações de caça, dentre outras. Fazia parte da rotina a realização de rituais no intuito de despertar a ira dos deuses ou então homenageá-los� Tais rituais envolviam atividades rítmicas e danças, embalados ao ritmo de tambores, palmas e gritos� FIQUE ATENTO O homem primitivo convivia com o medo, pois vi- via aterrorizado com os perigos que o cercava� Considerava sua existência um favor dos deuses e manifestava seu misticismo de várias formas� Assim, os exercícios corporais, rudimentares e sistematizados, estavam presentes nas festas, inclusive no culto aos mortos, e simbolizavam atos respeitosos (RAMOS, 1983)� Segundo Ramos (1983, p� 52-57), as características das atividades físicas na Pré-História envolviam qua- tro grandes causas: ● Luta pela existência: o homem atacava e defendia- -se, corria, nadava, fugia de animais, envolvia-se em lutas corporais, realizava atividades como a caça, a pesca e o arco e flecha, caminhava longas distâncias em busca de alimentos, construía armas, barcos etc� ● Ritos e cultos: o homem realizava festas religiosas, culto aos deuses, cerimônias fúnebres, culto aos mortos, danças místicas e lúdicas� 7 ● Preparação guerreira: as tribos impunham-se pelo valor dos seus guerreiros e, na luta pela vida, se pre- paravam para vencer nas contendas� ● Jogos e práticas atléticas: maias e astecas prati- cavam diversos jogos como, jogo de pelota (um jogo semelhante ao tênis); os índios do Norte da América jogavam serpente de neve, aro, lacrosse (uma espé- cie de hóquei); esquimós praticavam jogos de pelota com pele de foca ou rena, kayack e corrida sobre a neve; na Austrália, jogavam uma espécie de rúgbi, cuja bola era feita com couro de canguru, dardo e bumerangue; no México, índios Taharumaras pratica- vam corridas de resistência, caçada e arco e flecha; os incas e astecas tinham os chasquis que corriam para entregar mensagens; nos Estados Unidos, ti- nham os índios cavaleiros, caçadores debisão e boi selvagem; no Brasil, haviam os índios guaicurus e charruas, grandes cavaleiros� Com base nos relatos históricos, fica evidente que a Pré-História é um período muito rico de informações sobre a evolução das atividades físicas e exercícios físicos� FIQUE ATENTO Embora muitas vezes os termos “atividade física” e “exercício físico” sejam considerados sinôni- mos, eles possuem definições diferentes: Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que re- 8 sulta em gasto energético, com componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios fí- sicos, atividades laborais e deslocamentos (CAS- PERSEN; POWELL; CHISTENSON, 1985)� Exercício físico, por sua vez, é uma categoria da ati- vidade física, definido como movimentos corporais planejados, estruturados e repetitivos, que são rea- lizados para melhorar ou manter um ou mais com- ponentes da aptidão física (HOWLEY, 2001)� De qualquer forma, as atividades físicas realizadas pelos homens da pré-histórica, seja com o propósito utilitário, guerreiro, ritualístico ou recreativo, tinham como principal objetivo a luta pela vida� Assim, entendemos que a educação física tenha surgi- do de uma prática natural de sobrevivência da humani- dade, pois os homens desenvolveram muitas das ativi- dades que atualmente fazem parte da cultura corporal do movimento, por uma questão de sobrevivência� As práticas físicas realizadas pelo homem tornaram possíveis tanto sua sobrevivência quanto a propaga- ção da espécie (SILVA et al., 2018)� Precisamos ter em mente que a compreensão do comportamento de uma sociedade relacionado a hábitos de atividade física requer uma viagem ao passado� Na Pré-História, especialmente no período Paleolítico, existiram expressões de jogos utilitários e recreati- vos, cujas práticas, tal qual acontece na atualidade, 9 tinham suas regras estabelecidas e, geralmente, tanto os vencedores quanto os perdedores encaravam o resultado desportivamente� Assim, segundo Ramos (1983), foi nas civilizações primitivas que surgiu a máxima “para ganhar é preciso perder”, uma forma antiga do atual fair play� Com o passar do tempo, a evolução proporcionou ao homem um avanço no domínio das técnicas de agricultura e domesticação de animais, o que o le- vou também a um aumento de tempo ocioso, fa- zendo com que caminhasse para um processo de sedentarização� Assim, as atividades físicas que até então eram reali- zadas por razões utilitárias, guerreiras ou ritualísticas passam a ter outros propósitos, surgindo a práti- ca de atividade física baseada em uma concepção esportiva� No momento em que o homem se sedentarizou, aconteceu o início da luta por posse de terras� Com isso, vieram os grandes embates, nos quais os ven- cedores eram aqueles que ainda realizavam as ati- vidades físicas mais intensas, pois apresentavam o melhor desempenho físico� Os homens que já plan- tavam e criavam passaram a utilizar seu tempo livre treinando, visando a um melhor preparo físico para se saírem vitoriosos em possíveis novos ataques� A necessidade de o homem praticar tantas atividades físicas o levou a um melhor conhecimento de suas capacidades, bem como ao domínio da agricultura, ou seja, ele encontrou uma nova forma de viver ao 10 não ter mais de se deslocar de um lado para outro em busca de alimentos, podendo abandonar sua vida nômade� Quando o homem finalmente superou a questão da sobrevivência, sua vida tornou-se mais fácil, po- rém, passou a ter que lidar com outras questões. Atualmente, a qualidade de vida é uma de suas prin- cipais preocupações. SAIBA MAIS O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) publica no Health & Fitness Journal as principais tendências de saúde e fitness para o ano seguinte� A publicação é fruto de uma pes- quisa que indica tendência e não modismo, com o principal objetivo de identificar quais são as ati- vidades que estão crescendo com maior expres- sividade no mundo, ou seja, que estão em alta� Confira quais foram as tendências de 2019, aces- sando Walter R� Thompson (2018)� Para você, futuro profissional de educação física, é impor- tante estar sempre atualizado quanto a essas tendências� A história nos conta que, entre os séculos 9 a�C� e 6 a�C� na Grécia Antiga, as cidades guerreiras edu- cavam seus habitantes priorizando a formação de um cidadão com uma índole forte, preparado para enfrentar qualquer combate� 11 Refletir sobre os modelos de organização social que havia na Grécia Antiga nos traz uma compreensão mais abrangente da evolução da humanidade e nos faz entender também quais foram os caminhos que a sociedade, principalmente a ocidental, tem trilhado desde então� O espírito de guerra existente entre as tribos que habitavam a Grécia Antiga contribuiu para o conceito de corpo do herói, do mesmo modo que a prática da agricultura em uma região acidentada, com a utili- zação de pouca ou nenhuma ferramenta (utensílios agrícolas) levava à utilização do uso quase que exclu- sivo da força física para o trabalho, determinando um biótipo de homem apto a atender as necessidades diante das circunstâncias da época� Assim, é de fundamental importância que a Educação Física considere a forma de viver e de organizar-se de uma sociedade é o que determina o modelo corporal considerado ideal, bem como as atividades a serem efetivadas em sua prática pedagógica� A história nos aponta que, em tempos de guerra, o tipo ideal de homem é o guerreiro; em outras épocas, em que havia o predomínio da agricultura, o modelo passa a ser o do agricultor ou camponês� Com isso, entendemos que é a atividade laboral dominante que dá conformação ao corpo e cria o modelo ideal a ser seguido (SANTOS,1997)� Foi na Grécia também que surgiram os grandes pen- sadores, criadores de diversos conceitos que ainda hoje são considerados pela Educação Física e pela 12 pedagogia. Pensadores e filósofos como Sócrates, Hipócrates, Platão e Aristóteles foram os criadores de conceitos como o de equilíbrio entre corpo e men- te, citados por Platão, e defenderam a importância do exercício físico na educação dos jovens gregos� Considerando a divisão histórica, no que diz respeito ao mundo ocidental, compreendemos que a prática de atividade física vem da Pré-História, consolida-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamen- ta-se na Idade Moderna e sistematiza-se na Idade Contemporânea (RAMOS, 1983)� O fato é que os hábitos relativos à prática da ativi- dade física correspondem ao momento cultural em que vivemos� REFLITA Hoje em dia, os avanços tecnológicos tornaram a vida do homem muito mais fácil, modificando totalmente seu estilo de vida� Diante desse ce- nário, convido você a refletir sobre as seguintes questões: Você acredita que o novo estilo de vida propor- cionou ao homem um aumento no seu tempo destinado ao lazer? Esse novo estilo de vida do homem torna a prá- tica da atividade física imprescindível e mais facilitada? 13 SURGIMENTO DAS MODALIDADES ESPORTIVAS: CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIOCULTURAL Neste tópico, vamos conhecer um pouco da história do esporte, sua origem, suas definições e suas princi- pais manifestações na Antiguidade. Vamos conhecer também a histórias de algumas modalidades espor- tivas, descobrindo de que maneira e onde surgiram� O esporte é um fenômeno que se manifesta social- mente em diferentes formas, ou seja, ocupa muitos lugares e exerce uma grande influência nas pesso- as de diferentes maneiras, seja pela preferência da prática de determinado esporte, seja na escolha por assistir aos grandes espetáculos proporcionados� A história do esporte está ligada à cultura humana, pois é através dela que podemos interpretar os po- vos e seus costumes de cada época, uma vez que cada período tem seu esporte, além do fato de que a cultura de cada povo se reflete nele. Grande partedas definições de esporte passa pelo jogo, porém, alguns autores definem o esporte como algo contrário ao jogo, ao passo que outros consi- deram o esporte um jogo institucionalizado, regula- do por códigos e regras, comandado por entidades como federações. 14 Conforme já estudamos, os homens pré-históricos praticavam exercícios físicos somente pela sobre- vivência; porém, com o passar do tempo, quando começou a dominar a natureza, esse comportamento de prática de atividades física em prol da luta pela vida começou a se modificar. Os japoneses, chineses e hindus praticavam a ativida- de física com um propósito higienista; os gregos de Atenas realizavam os exercícios físicos dando-lhes um caráter educativo; já os de Esparta continuaram por mais tempo se exercitando no intuito de se pre- pararem para a guerra� No período das ginásticas gregas, surgiu então o primeiro evento organizado envolvendo competições, conhecido como Jogos Gregos, evento que se tornou um marco na história esportiva porque representa a concepção inicial do esporte� Na Grécia Antiga, os jogos disputados eram os Nemeus, Píticos, Fúnebres, Olímpicos, dentre outros (TUBINO,1992)� A principal manifestação do esporte na Antiguidade foram os Jogos Olímpicos, que aconteciam em Olímpia a cada quatro anos. Foram disputados 293 vezes entre 776 a�C� e 394 d�C� Os Jogos Olímpicos envolviam uma regulamentação rígida estabelecida pelos helenoices, que eram os seus dirigentes� A preparação dos atletas gregos para as compe- tições envolvia treinos com o uso de cargas para musculação, dietas, massagens, além de treinadores especializados, como o xistarca, para as corridas, 15 o agonistarca, para as lutas, e o pedódribo, para os jogos� Vale ressaltar que a preparação dos atletas gregos já era muito semelhante aos treinamentos de alto nível que são realizados nos dias de hoje (TUBINO,1992)� FIQUE ATENTO Os vencedores dos Jogos Olímpicos recebiam como premiação uma coroa de oliveira, escra- vos, isenção de impostos, pensão vitalícia, dentre outros� Ao conhecermos mais a fundo o surgimento das di- versas modalidades esportivas, é importante termos em mente que todo esporte contém uma história que envolve conceitos, construções ideológicas, políticas e estéticas� Os jogos esportivos e outras diversas práticas corpo- rais transformam-se pela técnica, ciência e sobretudo pelas dinâmicas culturais. Essas transformações fa- zem parte da história da humanidade (SOARES, 1996)� Conhecer a história dos esportes em diferentes mo- mentos históricos nos faz refletir sobre sua evolução até os dias atuais, já que se trata de uma manifesta- ção do movimento humano, construído pelos homens e também modificado de acordo com as necessida- des e interesses de quem o pratica� 16 Origem de algumas modalidades esportivas O atletismo surgiu na Grécia Antiga� Embora não se saiba ao certo qual é a sua verdadeira origem, o que podemos dizer é que a prática do atletismo está diretamente ligada aos movimentos naturais do ser humano� Movimentos como correr, saltar, lançar e arremessar acompanham o homem desde os tem- pos primitivos. A fim de garantir sua sobrevivência, o ser humano corria de animais ferozes, saltava rios e troncos e atirava lanças em direção à caça na busca por suas presas� O atletismo é tido por alguns estudiosos da área como o pai dos esportes, pois envolve as modalida- des de correr, saltar e lançar, que são ações motoras utilizadas na prática de diversos outros esportes� Dessa maneira, considera-se o atletismo um esporte- -base para todos os outros, devido às suas habili- dades estarem presentes na maioria das demais modalidades esportivas� As primeiras provas de atletismo, principalmente as que envolvem corrida, tiveram início na Antiguidade, nos Jogos Olímpicos da Grécia, confirmando a ideia de que esse esporte é de fato bastante antigo e que sofreu diversas influências até se tornar o esporte que conhecemos na atualidade (ROJAS, 2017)� 17 FIQUE ATENTO O atletismo segue como uma das modalidades pioneiras presentes nas Olimpíadas� Entre as principais competições de atletismo, estão o Campeonato Mundial, os Jogos Olímpicos e o Campeonato Paraolímpico, e as maratonas espa- lhadas pelo mundo, em especial as de Nova Ior- que e Roma� A bola é um dos implementos desportivos mais an- tigos do mundo, e os jogos com bola conquistam o homem há milênios� O Handebol é um esporte surgi- do a partir de diversos passatempos dos séculos 19 e 20� O Harpasto, praticado na Roma Antiga, e o Urânia, praticado na Grécia Antiga, têm alguns fundamentos técnicos e uma dinâmica de jogo parecidos com a do handebol, pois ambos eram jogados com as mãos� Desde os jogos antigos, já existiam alguns elementos dessa modalidade esportiva, que foi aprimorando suas técnicas e regras até se tornar o que é� O professor dinamarquês Holger Nielsen criou, no Instituto Ortrup em 1848, um jogo chamado Haandbold; nessa mesma época, os tchecos joga- vam um jogo chamado Hazena, e jogos semelhantes também eram praticados na Irlanda e no Uruguai� O professor alemão Karl Schelenz reformulou o Torbal, em 1919, mudando o nome para handball e, em 1920, o diretor da Escola de Educação Física da Alemanha tornou o handebol um desporto oficial. 18 No Brasil, o handebol, como uma modalidade de cam- po, foi trazido para São Paulo nos anos 1930, pelos imigrantes da colônia alemã. A Federação Paulista de Handebol foi fundada em 1940 e, desde então, vem realizando competições. O handebol de salão foi oficializado somente em 1954 e, atualmente, são disputados os campeonatos da modalidade de salão� James Naismith, criador do basquete, recebeu a missão de criar um jogo sem violência e que esti- mulasse os estudantes do colégio internacional da Associação Cristã de Moços (ACM) durante o in- verno rigoroso de Massachussetts (EUA), mas que pudesse também ser praticado durante o verão, em áreas abertas� Assim, James Naismith criou em um ambiente fechado uma estrutura na qual colocou dois cestos de pêssegos a uma altura de 3 metros e a bola utilizada era de futebol� Em seguida, estabeleceu as primeiras regras do esporte, que contém 13 itens� O professor Augusto F. Shaw, do Mackenzie College de São Paulo, em 1896, trouxe a primeira bola de basquete e introduziu o esporte no Brasil� William George Morgan, professor de Educação Física e diretor da ACM nos Estados Unidos, criou o voleibol em 1895� Seu propósito na criação do espor- te foi o de minimizar acidentes provocados por con- tatos corporais, bem como o de diminuir o esforço físico realizado pelos jogadores que se deslocavam em grandes distâncias pela quadra durante a dinâ- mica de ataque e defesa. A fim de diminuir o esforço físico dos jogadores, William Morgan criou um jogo 19 no qual equipes se deslocariam apenas do seu lado da quadra, conduzindo uma bola sobre uma rede� O voleibol chegou ao Brasil por volta de 1915, pela ACM de São Paulo e depois aos demais estados� FIQUE ATENTO Podemos descobrir diversas curiosidades ao es- tudarmos a história dos esportes, dentre elas: a) o handebol já foi um esporte olímpico realiza- do em campo de gramado com 11 jogadores; b) o basquetebol originalmente não permitia con- tato corporal, até hoje a altura da cesta permane- ce a mesma desde o primeiro dia de jogo; c) no sistema de pontuação do voleibol existia a “vantagem”� Lutas e artes marciais As lutas sempre estiveram presentes na vida do ho- mem, mesmo que com diferentes objetivos: servia tanto como autodefesa quanto como condicionamen- to físico� A origem das lutas e artes marciais seguem diferentes caminhos� Para alguns estudiosos, sua origem continua sendo uma incógnita� Os gregos praticavam uma luta conhecida como pancrácio, modalidade que esteve presente nos primeiros jogos olímpicos da era antiga� Os Gladiadores Romanos 20 utilizavam técnicas corporais de luta, mas também armas e táticas severas de treinamento� Na Índiae China, surgiram os primeiros indícios de formas or- ganizadas de combate (MAZZONI; OLIVEIRA JUNIOR, 2011)� Ou seja, são diversas as histórias que envol- vem a origem das lutas, suas modalidades e estilos� SAIBA MAIS Assista ao filme 300 (2016) e saiba mais sobre o treinamento recebido pelo rei Leônidas, desde a infância, em Esparta� Um treinamento militar, com o intuito de eliminar fraquezas, onde os ga- rotos aprendiam a resistir ao medo e à dor� En- volvia o manejo de lança e escudo, corrida, nata- ção, lançamento de dardos e discos, luta corpo a corpo, além de serem instruídos na caça, dança, canto, e também habilidades sociais. Fazia parte do treinamento uma disciplina com alimentação extremamente controlada, e castigos cruéis� Porém, a verdadeira origem e os fatos que envolvem a histórias das lutas foram distorcidos ao longo dos tempos� Os antigos mestres não repassavam seus conhecimentos facilmente, além disso, não existiam muitos registros documentados� Assim, as tradições eram passadas de forma oral, de mestre para discípulo ou de pai para filho. Na história da humanidade, muitas culturas manifestavam suas tradições em danças, lutas, cerimônias, caças, defe- 21 sas das suas aldeias, tribos e festividades (MAZZONI; OLIVEIRA JUNIOR, 2011)� Atualmente, as artes marciais estão vinculadas às disputas em competições oficiais, porém, ao con- siderarmos suas origens, podemos observar que o significado atribuído pelos diferentes povos a essas práticas tinha outros propósitos, entre os quais o ritualístico, por exemplo� É comum vincularmos a prática de artes marciais com questões relacionadas à agressividade, vio- lência, autodefesa e com disputas de vale-tudo� Contudo, nos dias de hoje, a busca pela prática de lutas também está relacionada à busca pela melhoria do condicionamento físico e da qualidade de vida� As lutas e artes marciais têm diversas influências e momentos históricos marcantes, podendo ser expli- cados conforme suas origens e contextualizações. No Oriente, a Índia tem o kalaripayit; na China, o wushu (kung fu ou boxe chinês), jeet kune do, tai chi chuan, pa kua, hsing-i; o Japão com o caratê, judô, jiu-jítsu, ninjitsu, kendo, aikido, sumô; na Coreia do Sul, o tae kwon do, tang soo do; na Tailândia, o muay thai; em Israel, o Kravmaga� No Ocidente, temos nos EUA e Inglaterra o wrestling, fullcontact, kickboxing e o boxe; no Brasil, a capoeira, luta livre e muitas outras modalidades produzidas e significadas em todo o mundo (MAZZONI; OLIVEIRA JUNIOR, 2011)� 22 A capoeira surgiu no Brasil com a chegada de escra- vos africanos que utilizavam a prática como estraté- gia de defesa pessoal� Com um destaque especial pelo aspecto acrobático dos seus golpes e movimen- tos, a capoeira é considerada por muitas pessoas uma dança, não uma arte marcial� Ela é considerada um patrimônio cultural do nosso país; embora tenha sido proibida no século 19, sob a argumentação de estar associada a crimes de vio- lência, a capoeira está presente nas escolas, clubes, academias etc� FIQUE ATENTO De acordo com os Parâmetros Curriculares Na- cionais (PCNs), a definição de lutas é: [...] dis- putas em que oponentes devem ser subjugados, com técnicas e estratégias de desequilíbrio, con- tusão, imobilização ou exclusão de um determina- do espaço na combinação de ações de ataques e defesas. Caracterizam-se por uma regulação específica a fim de punir atitudes de violência e deslealdade. Podem ser citados exemplos de lu- tas as brincadeiras de cabo de guerra e braço de ferro até as práticas mais complexas da Capoeira, do Judô e do Karatê (BRASIL, 1998)� Sobre a origem da dança, há indícios de que todos os povos, em todas as épocas dançavam� A dança sempre foi uma forma de linguagem humana, pois em todos os tempos o homem se comunicou através 23 de movimentos realizados mediante diversos ritmos� É através do corpo que o homem expressa senti- mentos, valores, conceitos etc� Uma das primeiras formas de expressão artística do homem, a dança é tão antiga quanto a própria vida humana� No período evolutivo, as primeiras manifestações de dança eram individuais e estavam relaciona- das ao nomadismo humano, pois as expressões de movimentos serviam também para garantir sua sobrevivência� Na crença de que o semelhante atrairia o seme- lhante através da imitação de animais e fenômenos da natureza ou pela conquista de parcerias, então o homem dançou para suprir suas necessidades mais imediatas, como alimento, condição climática e acasalamento (RIBEIRO, 2019)� Estudos arqueológicos que analisaram pinturas deixadas em rochas, em regiões como a França, Espanha, Itália e África do Sul, identificaram algu- mas características do modo de dançar do homem pré-histórico, em que predominavam os movimentos convulsivos e desordenados, mas também foram identificados movimentos de danças ligados a rituais religiosos� Quando o homem deixou de ser nômade, ocorreu uma mudança em sua forma de dançar� Ao se tornar um ser social, começou a realizar danças coletivas, com contato físico, realizadas em círculos ou colunas, caracterizando uma organização do grupo� Essas danças tinham o propósito de atrair forças superio- 24 res na busca pelo sucesso na caça, nas guerras, nas colheitas e também atrair a chuva (RIBEIRO, 2019)� No Antigo Egito, a dança era considerada sagrada, isto é, uma prática comum em rituais, pois o homem dançava acreditando que isso poderia exercer efeito sobre os fenômenos da natureza� Na Grécia, a dança também tinha essência religiosa, e os gregos acreditavam que dançar era um dom dos imortais. Grandes filósofos gregos acreditavam nos valores educacionais da dança, tanto para uma melhora relacionada à saúde e a aspectos físicos, quanto para o pensamento filosófico. Para os gregos, os deuses eram imortais, porém, possuíam características humanas que comanda- vam suas relações sociais e políticas. Assim, para a história da dança, isso significou uma transição da idolatria da força da natureza para a força humana, ao passo que a dança ritual se transformou em um entretenimento voltado ao teatro (RIBEIRO, 2019)� A dança na Grécia manifestava-se em diversos con- textos, como religiosos, educativos e de entreteni- mento, sendo que os movimentos eram realizados considerando seus significados, não somente pela execução muscular, o que verdadeiramente caracte- riza a dança como linguagem� Em Roma, diante do fato de a população ser formada na sua maioria por soldados, as danças mais pratica- das eram as guerreiras, que os soldados praticavam antes das batalhas, para o deus da guerra� 25 No período do Baixo Império em Roma, a dança foi desprezada e degradada aos poucos, bem como outras artes que valorizavam a reflexão, a expressão e a comunicação humana, pois nessa ocasião o pres- tígio romano foi direcionado às lutas de gladiadores e animais ferozes nas arenas (RIBEIRO, 2019)� Entretanto, no Renascimento, a dança voltou com o surgimento de uma nova atitude em relação ao dualismo cristão, em que os valores mundanos da vida e do corpo novamente se destacaram� Na Era Renascentista, as artes que estavam a serviço da Igreja passaram a significar símbolos de riqueza e poder� FIQUE ATENTO No período Renascentista (século 16), na Itália, dos cerimoniais da corte e dos divertimentos da aristocracia, nasceu o balé� Na Idade Média, o cristianismo não conseguiu apagar por completo o sentido pagão das danças populares� O carnaval tornou-se a festa mais popular diante do ponto de vista cultural e psicológico, funcionando como uma “válvula de escape”, para que o povo, du- rante os festejos, possa expandir seus sentimentos, podados no severo regime de servidão feudal e tu- telado pelo clero� Como exemplo dessa proibição, podemos citar a inquisição e a submissão de impe- radores e reis ao papa (DINIZ; SANTOS, 2010)� 26 Na era cristã, os tipos de danças de caráter religioso que estavam sob o domínio exclusivodos sacer- dotes passaram também para o domínio do povo, transformando-se em manifestações populares. Assim, ocorreu uma transição da dança religiosa para a folclórica� Alguns registros históricos apontam que, na segunda parte da Idade Média, surge a figura do chamado “mestre de danças” o qual acompanha seus senhores nobres e, muitas vezes, possuía cargo de confiança. Com o tempo, o “mestre de danças” passou a ser um professor de boas maneiras e, então, a dança começou a fazer parte da educação de cavalheiros� São diversos os estilos de dança, sendo que cada grupo social possui uma identificação com deter- minado estilo, que vai das clássicas até as mais po- pulares� O balé clássico tem características mais conservadoras; por outro lado, o balé contemporâ- neo tem uma linguagem mais próxima da sociedade moderna� Além do balé, temos também o samba, funk, hip-hop, a dança de salão com suas diferentes categorias, como a valsa, o xote, o tango, o forró etc� (SILVA, 2016)� A dança brasileira tem uma grande influência africa- na, devido à chegada de africanos ao Brasil� Diversas danças africanas têm nome do instrumento musical que serve de acompanhamento, por exemplo, o ca- xambu, ou então têm o nome da cerimônia na qual acontecem, como o maracatu e a gongada� 27 A diversidade dos estilos de dança que encontramos no Brasil provavelmente tem relação com a influência dos diferentes povos que colonizaram o país, não só os africanos, mas também os italianos, alemães, ingleses e espanhóis� Alguns desses estilos foram assimilados ou alterados� As danças juninas (ou quadrilhas), por exemplo, contêm certas características relacionadas a um momento histórico no qual a sociedade era domi- nantemente rural; porém, essa dança tem origem no estilo quadrilhe, estilo muito dançado pela corte brasileira� A ginástica teve um papel importante para a sobrevi- vência do homem pré-histórico, devido à necessidade de atacar e defender-se� Dito de outra maneira, ao conhecermos a história da humanidade, fica claro que a ginástica como prática de exercícios físicos, assim como o atletismo, as lutas e danças também surgiram na Pré-História� A ginástica artística surgiu na Grécia Antiga, como uma forma de atividade física atlética; no Egito Antigo, como uma forma de entretenimento, as pes- soas realizavam acrobacias circenses nas ruas� Com o tempo, o homem percebeu que a prática regular da ginástica poderia desenvolver habilidades corpo- rais, como força e flexibilidade. Desse modo, o ser humano passou a utilizá-la no treinamento militar� A Grécia Antiga utilizou a ginástica para o treinamen- to militar; já em Roma, a utilização dessa modali- dade artística para treinamento foi desconsiderada, 28 e a ginástica acontecia apenas nas apresentações de circo� Segundo a evolução do homem, o exercício físico utilitário e sistematizado, ainda que de forma rudi- mentar, começou a acontecer como parte dos jogos, também nas comemorações festivas e nos rituais, sendo transmitido às gerações. Há registros sobre atividades envolvendo a ginástica como prática metódica de exercícios físicos, princi- palmente no Oriente (China, Japão, Índia), que datam cerca de 2600 a�C� Os exercícios físicos apareceram em várias formas de luta, na natação, no remo, no hipismo e na arte de atirar com o arco, além de figurar em jogos, rituais religiosos e preparação militar, habilidades como equilíbrio, força, flexibilidade e resistência eram muito valorizados� No Renascimento, artistas faziam culto ao corpo e às formas� Por conta disso, a prática da ginástica nas escolas passou a ser constante, a modalidade ganhou cada vez mais espaço� O ressurgimento da ginástica na Era Moderna acon- teceu por meio da arte. Porém, oficialmente, o sur- gimento da ginástica aconteceu apenas em 1811, quando o professor Friedrich Ludwig Jahn fundou em Berlim (Alemanha) o primeiro clube voltado somente à prática da ginástica� O educador também criou regras específicas, apa- relhos diferentes e um sistema de exercícios físicos 29 chamado Die Deutsche Turnkunst (em português, a arte gímnica), que até hoje é considerada a matriz na Ginástica Olímpica� Nessa mesma época, na Suécia, Pehr Henrik Ling apresentou um tipo diferente de ginástica, o qual envolvia um sistema baseado no exercício coletivo e seu intuito era desenvolver um ritmo perfeito de movimento� FIQUE ATENTO Tanto a ginástica criada por Friedrich Ludwig Jahn quanto os métodos utilizados por Pehr Henrik Ling foram utilizados no treinamento de militares� Em 1891, fundou-se a Federação Internacional de Ginástica (FIG), uma das entidades esportivas mais antigas do mundo� Cinco anos depois, a ginástica foi incluída no programa dos primeiros Jogos Olímpicos modernos, que aconteceram em Atenas (Grécia), assim, a evolução da ginástica como desporto acon- teceu rapidamente� A Ginástica Olímpica é atualmente um dos esportes mais populares� Diante da sua rápida evolução e po- pularização, essa modalidade tornou-se a rainha da FIG entre as demais práticas de ginástica. A Ginástica Olímpica, inicialmente uma modalidade esportiva masculina, tornou-se também um desporto feminino, 30 com grande destaque e um maior número de prati- cantes além de atletas mundialmente reconhecidas� A ginástica chegou ao Brasil por meio das organi- zações dos imigrantes alemães, que queriam prati- car a atividade da sua terra natal, por isso, criaram os chamados clubes de ginástica� Inicialmente, a ginástica tinha um caráter acrobático e valorizava prioritariamente a habilidade e a força� Entretanto, com o tempo, a ginástica também chegou às esco- las e, hoje, está inserida em diferentes formatos e atendendo a públicos diferentes� A ginástica envolve modalidades competitivas e não competitivas, como os alongamentos� É uma série de movimentos que envolvem força, flexibilidade e coordenação motora� Pode-se dizer também que é o conjunto de exercícios corporais sistematizados, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos que podem ser aplicados com diversos objetivos, entre os quais citamos o educativo, competitivo, terapêu- tico etc� Lembrando que a ginástica também pode transitar em momentos durante a realização de um jogo, dan- ça, esporte e nas lutas� Entre os diversos tipos de ginástica, podemos citar as ginásticas de condicio- namento físico, ginásticas de competição, ginástica laboral etc� Para uma compreensão mais abrangente sobre a definição de alguns dos diversos tipos de ginástica, observe o Quadro 1: 31 Ginástica de condicionamento físico Modalidades que objetivam a aquisição ou a manutenção da condição física, como ginásti- ca localizada, hidroginástica, ginástica funcional etc� Ginástica de competição Modalidades competitivas que obedecem às regras de acordo com as orientações de uma fede- ração, como, ginástica artística ou olímpica, ginástica rítmica etc� Ginástica laboral Ginástica realizada em ambien- te corporativo, com o propósito de minimizar os impactos provocados pelos esforços repetitivos realizados durante as atividades laborais� Tabela 1: Fonte: Elaborado pela autora (2020). Existem ainda as ginásticas utilizadas em terapias de reabilitação, no tratamento de doenças, ginástica para conscientização corporal, enfim, são diversos os tipos de ginástica e várias inovações estão vin- culadas a cada época, muitas vezes incentivadas pelos modismos� 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste e-book, conhecemos como o homem pré-his- tórico praticava atividade física, como uma forma de sua luta pela sobrevivência, na necessidade de dominar a natureza, na busca por alimento e moradia, ou seja, o ser humano era obrigado a correr, saltar, lutar, lançar, nadar etc� Estudamos também que, conforme o homem foi con- seguindo dominar o ambiente hostil onde habitava, ele passou a práticas que envolviam a atividade física com o propósito utilitário, guerreiro, ritualístico ou recreativo, não somente porrazões de sobrevivência. Com isso, identificamos o quanto a evolução da humanidade é capaz de interferir e modificar com- portamentos, inclusive os que envolvem hábitos da prática relacionada à atividade física� Por fim, conhecemos a origem do esporte e sua his- tória nos diferentes momentos históricos, além da origem e evolução de algumas das diversas moda- lidades esportivas� Dessa maneira, fomos capazes de analisar qual é o papel social e cultural ao longo dos tempos desse fenômeno social de grande repre- sentatividade chamado esporte� 33 Referências Bibliográficas & Consultadas BARBANTI, V� J� et al� Esporte e atividade física, interação entre rendimento e qualidade de vida� São Paulo: Manole, 2002 [Biblioteca Virtual]. BARBOSA, C� L� A� Ética na educação física� Petrópolis: Vozes, 2013 [Biblioteca Virtual]. BRASIL� SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacio- nais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arqui- vos/pdf/fisica.pdf. 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