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Legislação social e previdenciária - uni 3 - parte 1

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PRÁTICA 
SOCIETÁRIA, 
TRABALHISTA E 
PREVIDENCIÁRIA 
Fernanda Rocha de Aguiar
Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever a criação e a evolução do FGTS ao longo do tempo.
  Reconhecer a finalidade do FGTS e as possibilidades de saque.
  Determinar como são feitos os depósitos e os cálculos de atualização 
do FGTS.
Introdução
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi instituído pela le-
gislação brasileira como uma forma de proteção ao trabalhador demitido 
sem justa causa, já que o empregado pode sacar o seu fundo acumulado 
nesse caso. Como cada contrato de trabalho resulta na abertura de uma 
conta vinculada do FGTS, o mesmo trabalhador poderá possuir saldos 
em diversas contas.
Criado em 13 de setembro de 1966, o FGTS deve oferecer ao traba-
lhador uma poupança compulsória, formada por depósitos dos empre-
gadores ao longo da vida de trabalho do empregado, facilitando a sua 
relação com os financiamentos de moradia, ressalvadas as exigências 
em relação ao uso de FGTS apenas para a aquisição do primeiro imóvel.
Neste capítulo, você vai ler sobre como o FGTS foi criado, como evoluiu 
e como ele pode ser sacado pelo trabalhador em relação à previsão legal.
Criação e evolução do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço 
O FGTS foi instituído pela Lei nº. 5.107, de 13 de setembro de 1966, de acordo 
com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e as suas regras previstas 
sobre a estabilidade do emprego e a proteção do trabalhador (ROMAR, 2014). 
Desde a Constituição Federal de 1988, o regime do FGTS tornou-se obrigatório 
para todos os empregados urbanos e rurais, o que pode ser verifi cado no art. 
7º da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Tal situação tornou a regra do 
FGTS universal a todos os empregados registrados em contratos de trabalho 
que tivessem a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinada. 
O FGTS pode ser definido como patrimônio do trabalhador e da sociedade. 
Instituído em 13 de setembro de 1966, foi criado com o objetivo de oferecer ao 
trabalhador uma poupança compulsória, formada por depósitos dos emprega-
dores ao longo da vida laboral dos empregados, como alternativa ao regime 
de estabilidade, existente à época (BREVE..., 2001). Desde a sua criação e 
até o ano de 1988, o empregado podia optar pelo regime de contribuição do 
FGTS ou pela estabilidade decenal, existente na época. A partir da Consti-
tuição Federal de 1988, o regime do FGTS tornou-se obrigatório. Assim, os 
empregados urbanos e rurais contratados a partir de 1988 automaticamente 
foram inseridos no sistema do FGTS. 
A partir da criação do FGTS em 1966, não havia ocorrido menção sobre 
a sua obrigatoriedade até a Constituição Federal de 1988, em que pese a 
significativa alteração aos trabalhadores domésticos, que passaram a ser 
reconhecidos quanto ao direito ao FGTS, e posteriormente as indicações 
da Lei nº. 8.036, de 11 de maio de 1990, que novamente alterou a lei sobre o 
FGTS (ROMAR, 2014).
A regulamentação do FGTS foi feita pela Lei nº. 8.036/1990, com a consolidação das 
suas normas por meio do Decreto nº. 99.684, de 8 de novembro de 1990. O FGTS 
consiste em recolhimentos pecuniários mensais feitos pelo empregador em uma conta 
específica aberta em nome do empregado (conta vinculada) junto à Caixa Econômica 
Federal, que é o agente operador do Fundo (art. 4º da Lei nº. 8.036/1990) (BRASIL, 1990). 
Dessa forma, os empregadores ficam obrigados a depositar na conta vinculada do 
FGTS de cada empregado, até o dia 7 de cada mês, a importância correspondente a 
8% da remuneração paga ou devida no mês anterior. 
Quanto ao registro da estabilidade, o sistema do FGTS apresentava um 
impeditivo de dispensa quando foi criado, não sendo mais assim atualmente. 
Hoje, só há a reparação econômica em casos de demissão sem justa causa, nos 
quais há o pagamento de um valor pecuniário indenizatório ao trabalhador 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)2
despedido. A indenização traz uma mudança significativa para as relações 
de trabalho: impõem barreiras à dispensa, trazendo o pagamento de uma 
importância ao pagador, com o objetivo de evitar a rotação de mão de obra 
(RAYMUNDO, 2013).
Em 2016, o FGTS completou 50 anos, consolidando-se como um dos 
principais agentes de desenvolvimento do País. Segundo o Ministério do 
Trabalho, durante esse período, mais de R$ 426 bilhões foram aplicados em 
obras de moradias populares, rodovias, portos, hidrovias, aeroportos, ferrovias, 
energia renovável e saneamento básico (FGTS, 2016).
Marcos importantes 
O FGTS incide sobre a remuneração do empregado, com vistas à subsistência 
do trabalhador no período de desemprego (RESENDE, 2015). Além disso, os 
valores que formam o fundo possibilitam o investimento em programas sociais 
de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana.
Para saber mais sobre os 50 anos do FGTS, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/AcDL2
Reis (2015) sinaliza os dados da pesquisa realizada pelo Ministério do 
Trabalho em 1966, que indicava que apenas 15% dos trabalhadores contratados 
pelo regime da CLT alcançaram a estabilidade no emprego, prevista para quem 
ultrapassasse os 10 anos de serviço, atingindo, assim, a estabilidade decenal. 
Naquela ocasião, se fossem consideradas as empresas mais novas, com até 
15 anos de existência, o percentual de estáveis cairia para cerca de 1%. Esse 
foi um dos argumentos usados pelo Ministro do Trabalho à época — Peracchi 
Barcelos — para defender as alterações trazidas pela Lei nº. 8.036/1990, que 
regulamentou o FGTS, cuja lei entrou em vigor. 
O ministro explicou que a estabilidade, em vez de proteger o empregado, 
prejudicava-o, pois as empresas preferiam demiti-lo, justamente para evitar 
mantê-lo obrigatoriamente até a aposentadoria. De 1966 a 1988, o FGTS foi 
facultativo, tornando-se obrigatório com a Constituição Federal de 1988. 
3Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
Antes da sua vinculação à Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de 
Habitação (BNH) era o banco que operava a gestão dos depósitos fundiários, 
tendo sido extinto em 1986. O BNH robusteceu o FGTS com um complexo 
conjunto de programas habitacionais e de saneamento, voltados ao atendimento 
do déficit habitacional e de saneamento no País. Logo, a partir de novembro 
de 1986, passou a ser administrado pela Caixa, ocasião em que apresentava 
patrimônio da ordem de US$ 15,2 bilhões (BREVE..., 2001).
Em 1989, foi criada a concessão de financiamento diretamente à pessoa 
física pelo Programa Carta de Crédito Individual — FGTS, destinado à aqui-
sição de imóvel residencial urbano, concluído novo ou usado para moradia 
própria. Coube então à Caixa um novo conjunto de responsabilidades, que 
teve de se preparar e se adaptar a esse novo desafio. Já na gestão da Caixa, 
veio a criação do conselho curador do FGTS em 1989 e a centralização dos 
recolhimentos no início de 1990.
Em maio de 1990, foi promulgada a Lei nº. 8.036/1990 (BRASIL, 1990), 
constituindo o FGTS pelos saldos das contas vinculadas, conforme versa no 
seu art. 2º, que menciona que os recursos devem ser aplicados com atualiza-
ção monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações. 
Nesse caso, todas as contas de todos os trabalhadores brasileiros deveriam ser 
transferidas para a Caixa . A partir de então, os 76 bancos do País (instituições 
financeiras), credenciados pelo extinto BNH, teriam 2 anos para organizar os 
dados dos trabalhadores e transferi-los para a Caixa.
Em 2001, foram criadas alternativas de consultas do saldo FGTS pela 
internet, especialmente com a inclusão do Certificado de Regularidade do 
FGTS (CRF). Essa consulta demonstra a situação do empregador com suas 
obrigações legais diante do recolhimento das parcelas do fundo.
Em 2008, foi criado o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FI-FGTS), mediante a Lei nº. 11.491,de 20 de junho de 
2007, com o objetivo de proporcionar a valorização das cotas por meio da 
aplicação de seus recursos na construção, reforma, ampliação ou implantação 
de empreendimentos de infraestrutura em rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, 
aeroportos, energia e saneamento. O FI-FGTS é administrado, gerido e repre-
sentado judicial e extrajudicialmente pela Caixa (AMARAL FILHO, 2016).
Em 2013/2014, o conselho curador do FGTS aprovou a política socioam-
biental do FGTS, cuja criação permitiu estabelecer princípios e diretrizes 
para prevenir e gerenciar os impactos sociais e ambientais na aplicação dos 
recursos do FGTS.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)4
O conselho curador do FGTS é a instância máxima de deliberação e é composto por 
24 representantes, que incluem membros do Governo Federal, de entidades dos 
trabalhadores e de empregadores. O Ministro do Trabalho ocupa a presidência do 
conselho curador. A Caixa, como é o agente operador dos recursos do FGTS, emite 
CRFs, que atestam se os empregadores e tomadores de recurso estão em dia com 
suas obrigações. Além disso, o conselho curador define procedimentos operacionais, 
que serão necessários à execução dos programas de habitação popular, saneamento 
básico e infraestrutura (AMARAL FILHO, 2016).
Outro marco importante para a evolução do FGTS foi a sua previsão para 
os empregados domésticos. É considerado empregado doméstico aquele que 
presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou 
à família no âmbito residencial, conforme estabelecido pela Lei n.º 5.859, de 11 
de dezembro de 1972. São exemplos de ocupações dos empregados domésticos: 
  mordomo;
  motorista; 
  governanta; 
  babá; 
  jardineiro; 
  copeiro; 
  arrumador;
  cuidador de idoso;
  cuidador em saúde.
A Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013, ampliou os direitos 
dos trabalhadores domésticos e tornou o FGTS um direito desses empregados. 
Ao longo da sua existência, conforme contabilização até 2016, o FGTS in-
vestiu cerca de R$ 360 bilhões para o financiamento de 10 milhões de moradias, 
beneficiando diretamente 58 milhões de brasileiros, gerando ou mantendo mais 
de 18 milhões de empregos (AMRAL FILHO, 2016). Desde a sua criação, o 
FGTS foi responsável por uma parcela considerável dos imóveis construídos 
no Brasil. Entre 1968 e 2016, o FGTS financiou a aquisição de mais de 8,3 
milhões de moradias novas no País, o que equivale a aproximadamente 17% 
das habitações construídas no País desde o surgimento do FGTS (AMARAL 
FILHO, 2016, documento on-line).
5Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
Finalidade do Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço e possibilidades de saque
O FGTS pode ser defi nido como um pecúlio do trabalhador em prol da socie-
dade, cuja inserção na vida brasileira, há mais de 50 anos, tem contribuído 
também para o progresso da sociedade e para o desenvolvimento nacional.
Enquanto o trabalhador não tem direito ao saque desses recursos, os re-
cursos são utilizados na implementação das políticas públicas de habitação, 
saneamento básico e infraestrutura urbana. Com o advento do FI-FGTS em 
2008, o FGTS também passou a investir em portos, geração de energia, ro-
dovias, ferrovias e outras operações de mercado (AMARAL FILHO, 2016).
A Caixa assumiu o papel de agente operador do FGTS com a publicação da Lei nº. 
8.036/1990. Nos 30 anos de cumprimento desse papel, realizou sonhos e assumiu 
compromissos com o trabalhador. Leia as dúvidas mais frequentes sobre o FGTS no 
link a seguir.
https://qrgo.page.link/j4kN6
O FGTS é um dos mais importantes instrumentos de apoio ao desenvolvi-
mento social do País. A firmeza na gestão do FGTS pelo seu conselho curador 
possibilita o desempenho pleno de seu papel estratégico de instrumento público 
de poupança compulsória e financiamento de políticas públicas em programas 
de saneamento básico, infraestrutura urbana e habitação popular, em cum-
primento às finalidades para as quais foi instituído pela Lei nº. 5.107/1966 
(AMARAL FILHO, 2016, documento on-line).
O Supremo Tribunal Federal (STF), por diversas vezes, afastou a possível 
natureza tributária do FGTS. Trata-se, portanto, de direito trabalhista, sendo 
mensal e devido à proporção de 8% da remuneração mensal do empregado, 
conforme Lei nº. 8.036/1990. Essa alíquota mensal incide sobre todas as parcelas 
remuneratórias pagas ao empregado, independentemente da habitualidade do 
pagamento (RESENDE, 2015).
No entanto, o legislador instituiu uma outra finalidade para o FGTS: a 
finalidade social, prevendo que a totalidade dos seus recursos deverá ser 
aplicada em habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. O pro-
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)6
grama de aplicações deverá destinar, no mínimo, 60% para investimentos 
em habitação popular, e os projetos de saneamento básico e infraestrutura 
urbana financiados com os recursos do FGTS deverão ser complementares 
aos programas habitacionais.
O empregador que não realizar os depósitos do FGTS no prazo responderá 
pela taxa referencial (TR) sobre a importância correspondente, por dia de atraso, 
incidindo ainda juros de mora de 0,5% ao mês e multa de 5% se o depósito for 
efetuado no mesmo mês de vencimento da obrigação ou de 10% se o depósito 
for efetuado a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação (CAIXA 
ECONÔMICA FEDERAL, [2019]).
Apesar de o FGTS ser uma obrigação legal do empregador, por meio do 
depósito mensal de 8% sobre a remuneração do empregado, não há consenso 
jurídico de que a ausência de depósitos possa gerar uma rescisão de contrato 
de trabalho por justa causa indireta (MONJARDIM, 2015). A rescisão indireta 
de contrato de trabalho ocorre quando o empregador não cumpre as obrigações 
principais do contrato de trabalho. Nesses casos, o empregado pode denunciar 
o contratante e deixar de trabalhar, alegando estar rescindindo o contrato por 
justa causa patronal (TRAMONTIN, 2018). 
Portanto, o fato de o empregador não efetuar os depósitos de FGTS devi-
dos durante o período empregatício não constitui uma falta grave que possa 
determinar necessariamente uma rescisão de contrato de trabalho por justa 
causa indireta (TRAMONTIN, 2018). Essa questão é controversa e poderá 
ser discutida na justiça.
Os depósitos do FGTS são devidos nos casos de interrupção do contrato de 
trabalho. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador, 
este ficará obrigado a depositar na conta do FGTS do trabalhador os valores 
relativos ao mês da rescisão e ao mês imediatamente anterior que não tenha 
sido depositado. Incide FGTS sobre o valor correspondente ao aviso prévio, 
trabalhado ou indenizado. 
Os depósitos mensais do FGTS são corrigidos monetariamente, além de 
capitalizarem juros de 3% ao ano. Para as contas vinculadas dos trabalhadores 
optantes do FGTS existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capitalização 
dos juros é feita na seguinte proporção (conforme previsto na Lei nº. 8.036/1990, 
em seu art. 13, § 3º) (BRASIL, 1990):
  3% durante os dois primeiros anos de permanência na mesma empresa; 
  4% do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa; 
  5% do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa; 
  6% a partir do décimo primeiro ano de permanência na mesma empresa. 
7Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
Ou seja, para as contas vinculadas de FGTS até 22 de setembro de 1971, 
a capitalização dos juros continuará sendo progressiva, de acordo com o 
descrito na Lei nº. 8.036/1990 (art. 13, § 3º), exceto para os casos de mudança 
de empresa, em que a capitalização passou a ser de 3% ao ano. Para contratos 
de trabalho firmados após 1971, a Lei nº. 5.705, de 21 de setembro de 1971, 
extinguiu a progressividade dos juros sobre o FGTS, estabelecendo a taxa de 
juros de 3% ao ano para todos os depósitos de FGTS (BRASIL, 1990).
Hipóteses de saque
A conta do FGTS aberta em nome do empregado junto à Caixa é vinculada, ou 
seja, suamovimentação é restrita às hipóteses previstas na Lei nº. 8.036/1990 e 
somente pode ser movimentada nos termos fi xados na referida lei. O empregado 
não pode se utilizar livremente dos depósitos feitos em seu nome no FGTS. As 
hipóteses de movimentação da conta do FGTS, expressamente previstas no 
art. 20 da Lei nº. 8.036/1990, podem ser divididas em dois grupos (ROMAR, 
2014), detalhados a seguir.
Hipóteses de movimentação em caso de extinção 
do contrato de trabalho
No caso de extinção do contrato de trabalho, poderão ocorrer a dispensa sem 
justa causa, dispensa indireta e extinção do contrato de trabalho por culpa 
recíproca ou força maior (inciso I) — no caso de o empregado ser demitido sem 
justa causa, poderá movimentar sua conta do FGTS com os valores depositados 
relativos ao último contrato de trabalho. No entanto, ele não pode fazer uso se 
ocorrer a dispensa por justa causa ou se ele pedir demissão. Nessas situações, 
a conta permanece em titularidade do trabalhador, mas se transforma em conta 
inativa, ou seja, apesar de ter as devidas correções, não recebe mais depósitos.
Os valores existentes nas contas inativas podem ser sacados quando o 
trabalhador permanecer 3 anos ininterruptos fora do regime do FGTS, por 
exemplo, porque passou a trabalhar como autônomo ou servidor público esta-
tutário ou em caso de aposentadoria ou falecimento do trabalhador. Assim, o 
fato de o trabalhador ter sido dispensado por justa causa não o impede de sacar 
os valores de sua conta do FGTS caso se aposente ou para comprar ou quitar 
parcelas da casa própria, nem impede o levantamento dos referidos valores 
por seus dependentes ou herdeiros em caso do seu falecimento.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)8
Também pode haver falecimento do empregador individual. Desde que 
não haja continuidade do contrato de trabalho com a cessação da atividade 
da empresa por morte do empregador individual, os contratos de trabalho são 
extintos, podendo os empregados sacar os valores do FGTS depositados em 
seu nome durante a vigência do contrato. 
No caso de extinção total da empresa, fechamento de quaisquer dos seus 
estabelecimentos, filiais ou agências ou supressão de parte das suas atividades, 
há a previsão de saque dos valores depositados em sua conta do FGTS, em 
relação ao último contrato de trabalho.
Hipóteses de movimentação durante a vigência 
do contrato de trabalho
O art. 20 da Lei nº. 8.036/1990 também prevê algumas situações em que o 
saque do FGTS pode se dar mesmo durante o regular desenvolvimento do 
contrato de trabalho.
O FGTS pode ser pago para abater prestações decorrentes de financiamento 
habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), 
desde que conte com o mínimo de 3 anos de trabalho sob o regime do FGTS, 
na mesma empresa ou em empresas distintas; além de o valor bloqueado ser 
utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 meses. Para esses casos, o valor 
do abatimento deve atingir, no máximo, 80% do montante da prestação.
Também há a previsão de uso do FGTS no caso de liquidação ou amortização 
extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário, observada a 
previsão de interstício de 2 anos para cada movimentação.
O FGTS pode ser usado ainda para pagamento total ou parcial do preço 
da aquisição de moradia própria ou lote urbanizado de interesse social não 
construído, desde que haja o mínimo de 3 anos de trabalho sob o regime do 
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes, e que a operação seja 
financiável nas condições vigentes para o SFH.
Outra possibilidade de saque do FGTS é o caso de o trabalhador ou qual-
quer de seus dependentes ser acometido de neoplasia maligna (câncer), ou ser 
portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV), ou, ainda, estiver em 
estágio terminal em razão de doença grave. Além disso, admite-se o saque 
para o trabalhador que tiver idade igual ou superior a 70 anos.
O saque durante a vigência de trabalho também é previsto em caso de 
necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de desastre natural.
9Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
Sobre a sonegação do FGTS por parte das empresas, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/m5C4S
O empresário cuja empresa está em crescimento vai ter que pensar, cedo ou tarde, 
em contratar funcionários para lidar com o aumento da demanda de trabalho que 
surge. No entanto, antes de contratar, o empresário deve estar atento às diversas 
obrigações que terá com o novo funcionário e aos custos, que vão muito além do 
valor bruto do salário. Para saber mais sobre as obrigações e os custos do empresário 
para um funcionário contratado, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/ibjG2 
Para saber por que o FGTS foi criado, acesse o link a seguir.
https://qrgo.page.link/zLkPd 
Depósitos e cálculos do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço
Sob o ponto de vista do trabalhador, o FGTS constitui-se em um direito, 
correspondente a parcelas pecuniárias mensais que vão sendo depositadas 
pelo empregador ao longo da vigência do contrato de trabalho em uma conta 
vinculada ao FGTS, em nome do empregado. Essa conta de movimentação é 
restrita exatamente para que o valor depositado possa formar um fundo a ser 
utilizado por ele em hipóteses autorizadas pelo legislador (hipóteses previstas 
no art. 20 da Lei nº. 8.036/1990).
O principal ativo do FGTS são as operações de crédito, algo esperado, 
pois o FGTS foi criado para ajudar o trabalhador em certas situações, mas 
também para oferecer crédito em condições favoráveis a setores considerados 
importantes. O risco de crédito das operações é de responsabilidade da Caixa, 
à exceção do saldo existente até 1º de junho de 2001, que é da União. Como já 
se passaram muitos anos, é bem possível que esse saldo seja pouco expressivo 
atualmente (AMARAL FILHO, 2016).
Cada contrato de trabalho firmado formalmente resulta na abertura de 
uma conta vinculada do FGTS, em que o mesmo trabalhador poderá possuir 
saldos em diversas contas. O FGTS é um fundo formado por depósitos men-
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)10
sais, efetuados pelos empregadores em uma conta vinculada ao nome de seus 
empregados, no valor equivalente ao percentual de 8% das remunerações 
(proventos) que lhes são pagas ou devidas (BORGES, 2015). O FGTS pode 
rescindir sobre os seguintes proventos do trabalhador:
  salários;
  abonos, adicionais, gorjetas, entre outros (com exceção do abono de 
férias);
  aviso prévio indenizado e trabalhado;
  comissões;
  décimo terceiro salário.
São beneficiários os empregados urbanos e rurais, incluindo os que tra-
balham apenas na época das colheitas, atletas profissionais, trabalhadores 
avulsos e temporários, além dos empregados domésticos. A partir da Lei 
Complementar nº. 150, de 1º de junho de 2015, passou a ser obrigatória a in-
clusão do trabalhador doméstico no FGTS, conforme previsto no art. 21, cuja 
regulamentação iniciou no prazo de 120 dias a contar da sua promulgação: 
Art. 21 É devida a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo Conselho 
Curador e pelo agente operador do FGTS, no âmbito de suas competências, 
conforme disposto nos arts. 5º e 7º da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, 
inclusive no que tange aos aspectos técnicos de depósitos, saques, devolução 
de valores e emissão de extratos, entre outros determinados na forma da lei. 
Parágrafo único. O empregador doméstico somente passará a ter obrigação de 
promover a inscrição e de efetuar os recolhimentos referentes a seu empregado 
após a entrada em vigor do regulamento referido no caput (BRASIL, 2015, 
documento on-line).
Supondo que um funcionário receba R$ 937,00 de salário, mais R$ 150,00 de comissão, 
o valor total recebido é de R$ 1.087,00. Em cima desse valor, são aplicados 8% de FGTS. 
Assim, R$ 1.087,00 × 8% = R$ 86,96. Portanto, o valor de contribuição do FGTS é de R$ 
86,96 para esse trabalhador.O FGTS é retido pela empresa antes mesmo de realizar o pagamento do salário ao 
funcionário. Dessa forma, cabe a ela realizar o pagamento ao governo dos valores 
referentes ao FGTS de seus funcionários até o dia 7 do mês subsequente.
11Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
A conta vinculada de FGTS recebe correção monetária, que tem como 
base a atualização dos saldos de depósitos da poupança e a capitalização de 
juros remuneratórios de 3% ao ano. Essa remuneração é creditada na conta 
vinculada no dia 10 de cada mês (art. 13 da Lei nº. 8.036/1990) (BRASIL, 1990).
O menor aprendiz deve receber o salário-mínimo por hora e não poderá ter contrato 
excedente de 6 horas diárias, salvo se já tiver o 2º grau completo com a parte teórica 
do curso incluída. Na rescisão de contrato de trabalho, não cabem às indenizações dos 
arts. 479 e 480 da CLT, respectivamente, aquela que é paga pela empresa ou descontada 
do empregado pela metade do tempo que falta para o final do contrato. Os contratos 
dos menores aprendizes (de 14 a 18 anos) serão sempre de prazo determinado. Poderão 
também ser contratados pela entidade de formação, e a empresa é a tomadora de 
seus serviços. O FGTS é de 2% para os menores aprendizes (SCHREIBER, 2014).
AMARAL FILHO, A. (org.). Biografia FGTS: uma história contada por aqueles que fizeram 
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2015. Material didático da disciplina. Disponível em: http://professor.pucgoias.edu.br/
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julho de 1991, e nº. 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3º da Lei 
nº. 8.009, de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei 
nº. 5.859, de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei nº. 9.250, de 26 de 
dezembro 1995; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 6 jun. 2015. Disponível 
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Leituras recomendadas
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13Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)

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