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Aula 7- Fraturas e lesões Traumáticas do quadril

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19 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
Fundamentos em fratura de 
quadril 
 
Basis on hip fracture 
 
Resumo 
Introdução: A fratura de quadril é o tipo mais severo de lesão óssea 
provocada por quedas com elevada taxa de morbimortalidade em 
indivíduos idosos. Representa cerca de 50% das internações em 
pronto socorro. Objetivo: Este estudo teve o objetivo de sistematizar 
informações sobre fraturas de quadril decorrentes de quedas em 
indivíduos idosos. Material e Método: Foi feito levantamento e 
sistematização da literatura, buscando identificar as idéias centrais 
dos autores sobre a temática central. Discussão: Esse tipo de fratura 
afeta toda a estrutura óssea do quadril, comprometendo a mobilidade 
articular da região e o desempenho de muitas atividades da vida 
diária. No Brasil, ocorreu aumento de 8% do número de internações 
por fratura de quadril em indivíduos idosos no período entre 2005 e 
2008. Cerca de 20% dos indivíduos diagnosticados com fratura de 
quadril morrem num período de um ano após o evento. Muitos dos 
restantes nunca recuperam a capacidade funcional ou a qualidade de 
vida pré-evento. As lesões de quadril são definidas como: 
traumáticas; atraumáticas e idiopáticas. O atendimento imediato de 
indivíduos idosos com lesões traumáticas no quadril deve representar 
importante medida estratégica em virtude de o atraso da abordagem 
cirúrgica ter implicação direta no agravamento do tempo de 
internação. Conclusão: O tratamento é essencialmente cirúrgico e os 
principais procedimentos são a artroplastia, osteossíntese e a 
pinagem. A base dos medicamentos são os bisfosfonatos, opções 
razoáveis a se considerar como tratamento de primeira linha, 
principalmente para indivíduos que apresentam grande risco de 
fratura de quadril. 
Palavras-chave: Envelhecimento. Suporte básico de vida. Trauma. 
 
Ednei Fernando dos Santos1 
Maria Rita Aprile2 
Vagner Raso3,4 
 
 
 
1 Mestre do Programa de 
Mestrado Profissional em 
Reabilitação do Equilíbrio 
Corporal e Inclusão Social da 
Universidade Bandeirante 
Anhanguera - UNIBAN. 
2Professora Doutora do Programa 
de Mestrado Profissional em 
Reabilitação do Equilíbrio 
Corporal e Inclusão Social da 
Universidade Bandeirante 
Anhanguera -UNIBAN. 
3Professor Doutor do Programa 
de Mestrado Profissional em 
Reabilitação do Equilíbrio 
Corporal e Inclusão Social da 
Universidade Bandeirante 
Anhanguera - UNIBAN. 
4Professor-Adjunto das 
Faculdades de Educação Física e 
de Medicina da Universidade do 
Oeste Paulista – UNOESTE. 
 
 
 
 
 
 
Autor para correspondência: 
Vagner Raso 
Rua Maria Cândida, 1813 
São Paulo, CEP: 02.071-022 
E-mail: vagner.raso@gmail.com 
 
 
 
20 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
Introdução 
As causas mais comuns de fraturas estão relacionadas às quedas da própria 
altura, seguidas de acidente automobilístico, atropelamento e trauma direto1. 
A fratura de quadril é o tipo mais severo dentre os demais tipos de lesões 
ósseas provocadas por quedas ou acidentes, sendo caracterizada por elevada 
taxa de morbimortalidade em indivíduos idosos2-3. Este tipo de lesão está 
intimamente relacionado à densidade mineral óssea da região proximal do 
fêmur e às quedas que ocorrem em 90% dos casos4. A fratura de quadril é 
uma das principais causas de mortalidade e de distúrbios de mobilidade na 
população idosa com elevada taxa de institucionalização e prejuízo funcional 
significativo5. 
É estimado que 30% dos idosos não institucionalizados sofrem quedas 
anualmente, tanto no Brasil6, como nos Estados Unidos7. Cerca de 5% dessas 
quedas causam fraturas, destacando-se as do quadril6. Os Estados Unidos 
têm custo anual de 10 bilhões de dólares no tratamento das fraturas do 
quadril decorrente das quedas em indivíduos idosos8. No Brasil, essa 
estimativa é de aproximadamente 12 milhões de reais por ano9. 
As fraturas de quadril são lesões traumáticas que acometem, sobretudo os 
indivíduos idosos e se constituem em grave problema de saúde pública, com 
cerca de 50% das internações em pronto socorro10. É sugerido que a 
incidência de fratura de quadril se duplica a cada cinco anos em cada sete 
mulheres e homens11. 
Do ponto de vista ortopédico, a fratura de quadril se caracteriza como uma 
das principais complicações nos indivíduos idosos, além das condições 
associadas ao processo de envelhecimento como, por exemplo, osteoporose, 
síndrome da fragilidade e quedas. Esse tipo de fratura afeta toda a estrutura 
óssea do quadril, comprometendo a mobilidade articular da região e, como 
consequência, o desempenho de muitas atividades da vida diária12. Além 
disso, a fratura do anel pélvico e adjacências constituem risco de vida ao 
idoso, pois a característica anatômica confere maior potencial de 
complicações13. Geralmente as fraturas de quadril estão associadas a perdas 
sanguíneas (i.e., cerca de um litro) comumente não visíveis que podem 
provocar choque hemorrágico14. 
 
Prevalência e incidência 
A incidência de fratura de quadril em indivíduos de ambos os sexos acima de 
sessenta anos é distinta nas diversas regiões do mundo. No Brasil, ocorreu 
aumento de 8% do número de internações por fratura de quadril em 
indivíduos idosos no período entre 2005 e 200815, com registro de cerca de 
105 mil casos de fraturas de quadril anualmente16. Essas taxas variam entre 3 
e 0,7/10 mil na Itália, até 122 e 50,1/10 mil na Noruega. Na América do Sul, 
as taxas anuais de incidência de fratura de quadril variam entre 9,4/10 mil e 
44,9/10 mil na população feminina acima de cinquenta anos17. A maior 
prevalência de quedas entre idosos é identificada no sexo feminino, sendo 
que a principal causa pode estar relacionada à fragilidade das mulheres, 
maior prevalência de doenças crônicas e maior exposição às atividades e aos 
comportamentos de maior risco18. 
O número de fraturas de quadril aumenta anualmente entre as pessoas 
idosas. A incidência de fratura de quadril aos 80 anos de idade foi de 1138 
S
a
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1
2
 
 
 
21 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
por 100.000 pessoas, nos Estados Unidos e, 642 por 100.000, no Japão. O 
risco de fratura de quadril aos 50 anos foi 15,8% nos Estados Unidos e 
13,6% no Japão19. As mulheres tendem a cair mais do que homens na mesma 
faixa etária4. A frequência das fraturas de quadril é de duas a três vezes 
maior nas mulheres que nos homens, porém a mortalidade após a fratura de 
quadril, chega a ser duas vezes maior nos homens20. 
O risco entre as mulheres brancas é 16% em 0,1 dos casos de fratura de 
quadril. Tanto a perda óssea relacionada à idade, principalmente da região 
proximal do fêmur, como o risco de cair são considerados fatores de risco 
para a ocorrência de fratura de quadril. Cerca de 90% das fraturas de quadril 
resultam de quedas21. 
As quedas e fraturas dos idosos brasileiros têm assumido proporções 
epidêmicas. A hospitalização por fratura de quadril, que é extremamente 
cara, aumenta aproximadamente 9% a cada ano. Estudos longitudinais 
demonstram que cerca de 50% das pessoas que caem e fraturam os quadris 
nunca mais serão caminhantes funcionais. Por outro lado, sabe-se que a 
autonomia e a independência são bons indicadores de saúde e que essas 
variáveis são diretamente afetadas pelas quedas. Além disso, existe prejuízo 
à qualidade de vida por limitar a mobilidade funcional e a independência nas 
relações familiares que oneram o Estado22. 
As quedas com impacto na região do trocanter aumentam o risco de fratura 
no quadril especialmente se as respostas protetoras, como velocidade de 
reação e o apoio das mãos estiverem fracos ou ausentes. Alterações 
funcionais da mobilidade, deficiência visual, condições neurológicas, uso de 
barbitúricos de ação prolongada, fraqueza muscular, inadequada 
propriocepção e aumento da instabilidade postural têm sido identificados 
como fatores de risco para quedas23.Morbidade e mortalidade 
Cerca de 20% dos indivíduos diagnosticados com fratura de quadril morrem 
num período de um ano após o evento. Embora não exista risco adicional 
após esse período, muitos dos restantes nunca recuperam a capacidade 
funcional ou a qualidade de vida pré-evento21. Os indivíduos que 
experimentam fratura de quadril também parecem apresentar maior risco de 
mortalidade quando comparados à população em geral independente da 
idade24. 
As fraturas da região do quadril exercem maior morbimortalidade, sobretudo 
na população idosa. É projetado que, em 2050, ocorra aproximadamente 6,5 
milhões de fraturas de quadril em âmbito mundial com decréscimo estimado 
da expectativa de vida em cerca de 15% a 20% por indivíduo acometido17 e 
maior risco de mortalidade nos primeiros doze meses, após o evento17-21, mas 
sem risco adicional no seguimento21. No entanto, os sobreviventes são quatro 
vezes mais propensos à limitação da mobilidade quando comparados aos 
congêneres sem presença ou histórico de fraturas, e duas vezes mais 
susceptíveis à dependência funcional25. 
Os principais fatores de risco para mortalidade após a fratura de quadril são 
idade, comorbidades, estado cognitivo, tempo de espera entre a fratura e a 
cirurgia e o tipo de anestesia utilizada para a cirurgia, além de infecções, 
seguidas de pseudoartrose e trombose venosa profunda26. Cerca de 24% dos 
indivíduos com mais de 50 anos de idade que sofrem fratura de quadril 
 
 
22 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
morrem no período de um ano, após a fratura. Além disso, 25% dos 
indivíduos internados em decorrência de fraturas de quadril necessitam de 
cuidados especiais por período prolongado. No entanto, cerca de um terço 
desses indivíduos recupera totalmente o nível de independência que tinha 
antes da fratura20. 
As fraturas de quadril são as mais caras consequências da osteoporose. Os 
custos econômicos podem ser divididos em custos médicos diretos, como 
hospitalização, cirurgia, serviços médicos e de outros profissionais de saúde, 
medicamentos, fisioterapia, entre outros e custos médicos indiretos, entre 
eles, perda da produtividade devido à doença e à morbidade e perdas devido 
à morte precoce e custos não médicos, i.e., transporte, dieta especial, 
aposentadoria, modificação da moradia, entre outros27. 
 
Fisiopatologia 
Toda lesão de quadril pode ser considerada grave em virtude de ocorrer 
comprometimento da mobilidade e a presença de dor tanto na situação de 
inatividade como, sobretudo, de atividade12. 
As lesões de quadril são definidas como: (1) traumáticas, provenientes de 
impactos, traumas regionais, luxações e de procedimentos cirúrgicos; (2) 
causas idiopáticas; (3) atraumática, quando gerada por doenças, como, 
artrose, artrite reumatóide, lúpus eritematoso, doença de Gaucher, entre 
outros28. 
A fratura de quadril representa um dos tipos mais prevalentes de lesões de 
quadril29 e pode ser classificada de acordo com a região anatômica em: (a) 
fraturas do acetábulo: consideradas muito complexas, pois geralmente 
ocorrem em indivíduos politraumatizados e são causadas por traumas de 
grande deslocamento de energia, ou seja, grandes impactos; b) fraturas do 
colo do fêmur: representam 45% de todas as fraturas de quadril e podem 
prejudicar o aporte sanguíneo da cabeça femoral, caracterizando o quadro de 
necrose; (c) fraturas intertrocantéricas (extracapsulares): ocorrem entre o 
grande e o pequeno trocânter e também são muito comuns em indivíduos 
idosos; e (d) subtrocantéricas: de menor incidência29. 
As fraturas do colo femoral e fraturas intertrocantéricas são mais comuns em 
mulheres que em homens (80% a 85%), provavelmente em decorrência de 
diversos fatores. As mulheres têm a pelve ligeiramente mais larga, com 
tendência para joelho em varo, tendem a ser menos ativas, além de 
desenvolverem osteoporose precocemente e tenderem ainda a viver mais 
tempo que os homens30. 
 
Tratamento 
O atendimento imediato de indivíduos idosos com lesões traumáticas no 
quadril deve representar importante medida estratégica em virtude de o 
atraso da abordagem cirúrgica ter implicação direta no agravamento do 
tempo de internação10. No entanto, as condições clínicas e gerais dos 
indivíduos idosos devem servir como critério padrão de referência para o 
procedimento31, pois as cirurgias de quadril são consideradas de elevada 
complexidade quando existe necessidade de implante de próteses e de 
enxerto ósseo28. 
 
 
23 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
O tratamento das fraturas de quadril é essencialmente cirúrgico e as várias 
técnicas utilizadas incluem a fixação de parafusos no quadril, haste 
intramedular e fixação de parafuso condilar dinâmico32. Nesse caso, a 
artroplastia, osteossíntese e a pinagem são os principais procedimentos 
cirúrgicos33. A artroplastia tem por objetivo aliviar a dor, restaurar e 
melhorar a função articular34 e representa o procedimento de reconstituição 
da articulação pela substituição parcial ou total por prótese28. No caso da 
última, ocorre a retirada de toda cabeça do colo de fêmur, com remodelagem 
do acetábulo e estabilização dos componentes de prótese no osso pélvico 
através de mecanismo de pressão ou pelo uso de cimento. Na artroplastia 
parcial, é realizada apenas a substituição de uma das superfícies articulares, 
sendo a femural ou a acetabular28. 
A artoplastia do quadril é o tratamento cirúrgico recomendado para 
reconstruir a articulação do quadril, podendo ou não envolver diretamente a 
substituição da articulação dolorosa por próteses tanto de metal como de 
polietileno de alta densidade, como também por outros materiais como 
cerâmica. Nos últimos 35 anos, o uso desses procedimentos tem crescido 
bastante, proporcionando alívio da dor e melhoria na qualidade de vida para 
milhões de pacientes, sendo recomendada para pessoas acima de 60 anos de 
idade28-35. 
Os indivíduos idosos têm baixa tolerância ao confinamento no leito e todos 
os esforços devem ser feitos para fixar cirurgicamente a fratura no espaço de 
até 24 horas. A espera mais prolongada pode resultar no aparecimento de 
complicações diversas, como à formação de escaras e congestão pulmonar30. 
A hospitalização é considerada de grande risco especialmente para os 
indivíduos idosos. Como repercussões, a hospitalização é seguida, em geral, 
por diminuição da capacidade funcional e da qualidade de vida, muitas vezes 
irreversíveis36. 
Uma das maiores preocupações nos primeiros dias pós-operatórios com o 
paciente idoso é evitar a amplitude completa do quadril operado35. Existe 
necessidade de avaliação pós-operatória rigorosa, assim como diagnóstico e 
tratamento das comorbidades24. O adequado tratamento, incluindo a 
reabilitação física, pode decisivamente contribuir à diminuição da 
morbimortalidade, sobretudo, nos indivíduos idosos37-11. No caso da 
reabilitação física, a estratégia intervencionista deve ser inicialmente 
elaborada na tentativa de buscar a restauração das funções do quadril, assim 
como a prevenção das complicações29-38. Para tanto, a escolha dos exercícios 
que englobam o ganho progressivo da amplitude articular do movimento, 
fortalecimento muscular e adaptação funcional, aliados aos exercícios 
proprioceptivos de equilíbrio e postura, devem ser inseridos na fase de 
consolidação óssea29. 
 
Terapia farmacológica 
O tratamento da fratura de quadril deve ser realizado com bisfosfonatos ou 
calcitonina, cálcio e suplementos de vitamina D39. 
Os medicamentos a base de bisfosfonatos são opções razoáveis a se 
considerar como tratamento de primeira linha, principalmente para 
indivíduos que apresentam grande risco de fratura de quadril, como os 
idosos, pois existem evidências de decréscimo do risco de fraturas 
vertebrais, não-vertebrais e de quadril. 
 
 
24 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
Ainda que não exista nenhuma evidência clara, com relação à duração mais 
adequada para o tratamentocom bisfosfonatos (variação de três a 60 meses 
de duração). O estrogênio também está associado à redução de risco de 
fraturas vertebrais, não-vertebrais e de quadril. A evidência para redução de 
risco de fraturas é mais forte com a terapia associada à vitamina D e cálcio 
do que apenas com a utilização isolada de estrogênio. Para os análogos de 
vitamina D 1,25(OH)D e 1(OH)D, as evidências mostraram risco 
estatisticamente baixo de fraturas vertebrais, mas resultados incertos para as 
fraturas nãovertebral e de quadril40. 
Parece existir potencialização dos resultados quando os medicamentos são 
associados conciliados à cirurgia e reabilitação física, prevenindo agravos à 
saúde dos indivíduos com fratura41. Os medicamentos atualmente 
disponíveis atuam principalmente na inibição da reabsorção óssea. O 
benefício primário da atividade física pode ser evitar a perda óssea que 
ocorre com a inatividade. Entretanto, não pode ser recomendada como 
substituta do tratamento medicamentoso apropriado20. 
 
Considerações Finais 
A queda se inclui entre os principais desencadeadores de traumas em 
indivíduos idosos, sendo que metade desses experimentará pelo menos um 
episódio de queda da própria altura ao longo da vida. 
Uma das mais sérias complicações relacionadas às quedas é a fratura, 
sobretudo de quadril, que implica em significativo prejuízo na qualidade de 
vida. 
Nesse sentido, o atendimento imediato e adequado de indivíduos idosos com 
lesões traumáticas na região do quadril representa importante medida 
estratégica em virtude de o atraso da abordagem terapêutica ter implicação 
direta no agravamento do tempo de internação. Além disso, o tratamento 
cirúrgico e a terapia farmacológica são importantes estratégias que 
associadas à reabilitação física contribuem na prevenção dos agravos à saúde 
dos indivíduos idosos. 
 
Abstract 
Introduction: Hip fracture is the most severe type of bone injury caused by 
falls with high rates of morbimortality in elderly individuals. It represents 
about 50% of all admissions to the emergency room. Objective: This study 
aimed to systematize information about hip fractures resulting from falls in 
the elderly. Material and Method: A systematized literature survey and 
review was performed, so as to identify authors’ central ideas on the central 
theme. Discussion: This type of fracture affects the whole structure of the 
hip bone, compromising the joint mobility in that region as well as the 
performance of many activities of daily living. In Brazil, there was an 8% 
increase in the number of hospitalizations for hip fractures in the elderly 
between 2005 and 2008. About 20% of individuals diagnosed with hip 
fracture die within one year after the event. Many amongst the remaining 
individuals never recover the functional capacity or quality of life pre-event. 
The hip injuries are defined as: traumatic, atraumatic and idiopathic. The 
immediate care of elderly individuals with traumatic hip fractures should 
represent an important strategic measure due to the fact that the delay of the 
 
 
25 Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, 2012;4(1):19-27 
surgical approach has direct implications in the worsening of hospitalization 
time. Conclusion: The treatment is essentially surgical and major 
procedures are arthroplasty, osteosynthesis and pinning. Bisphosphonates are 
the basis of drugs, reasonable options to consider as first-line treatment, 
especially for individuals with high risk of hip fracture. 
Key-Words: Aging. Basic life support. Trauma. 
 
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