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Glicocorticóides e Neuroimunomodulação

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Glicocorticoides e neuroimunomodulação
Principal representante dos glicocorticoides: cortisol; 
Neuroimunomodulação: interação entre sistema nervoso central e sistema imune.
	
Vias de acesso do microrganismo
Quando pensamos no funcionamento do sistema imune, precisamos pensar que temos várias células dos sistemas imunes dispersas no nosso corpo. Um microrganismo tem a possibilidade de entrar no nosso corpo através de 3 vias:
· Pele – barreira com função de proteger o corpo de microrganismos. Possui muitos tipos de bactérias e fungos que normalmente não conseguem entrar no nosso sistema, graças às células presentes na epiderme. 
· Sistema respiratório – se inalamos algum microrganismo, ele tem acesso ao sistema respiratório e pode causar problemas. Existem células que ficam vigiando essa entrada. 
· Trato digestório – podemos ser infectados por microrganismos inserindo alguma comida estragada. 
São nessas 3 entradas que temos uma maior concentração de células de defesa do sistema imune, além dos linfonodos. Quando um microrganismo consegue adentrar, essas células precisam avisar as células dos linfonodos de que o corpo está sendo invadido. Isso acontece através da liberação de citocinas – moléculas sinalizadoras -, que tem a função de produzir uma reação inflamatória benéfica, para produzir o início da resposta imune, atraindo assim as células imunológicas para o possível local de infecção e ativá-las. Funciona como uma sirene de que é necessário que as células dos linfonodos se desloquem até onde está havendo a entrada do microrganismo. 
Essas células nas portas de entrada também têm uma função que é não permitir que o microrganismo chegue na corrente sanguínea, porque se esse microrganismo conseguir se reproduzir, ou seja, se o sistema imune não conseguir combater essa reprodução, e ele entrar na corrente sanguínea, a septicemia pode acontecer, levando à falência múltipla de órgãos e à morte. Toda infecção precisa ser tratada de forma adequada (através do uso adequado de medicamentos, tomando vacina), porque senão corre-se um risco grande desse microrganismo conseguir se reproduzir, cair na corrente sanguínea e causar um processo inflamatório sistêmico (ex: covid-19, que afeta vários sistemas). 
	Atualmente, as pessoas vêm apresentando sinais de adoecimento com mais frequência, e crianças apresentam sinais e sintomas mais cedo, em função da epigenética – funcionamento biológico modificado pelo ambiente, ou seja, ambiente consegue modificar gene. As crianças hoje já nascem com um sistema imunológico modificado por conta de uma exposição precoce de estresse, já na vida intrauterina, em que os níveis de cortisol da mãe oscilam muito e afetam o cérebro em desenvolvimento do bebê, conferindo maior risco desse bebê manifestar sinais e sintomas muito cedo, como o refluxo, alergias respiratórias etc., podendo impactar futuras gerações. 
Estresse crônico – reprogramação neuroendócrina 
Quando o organismo é exposto, pela primeira vez, ao estímulo estressor, ele apresenta um padrão de resposta diante desse estímulo caracterizado pela fase de alarme, fase de resistência e fase de exaustão. Nesse primeiro momento, temos a estimulação do eixo neuroendócrino, com um aumento da adrenalina circulante, promovendo prontidão de reposta. Persistindo o estímulo estressor, há uma mudança do funcionamento do eixo neuroendócrino, e passamos para um padrão de liberação de cortisol, na fase de resistência. Por mecanismo de feedback negativo, o hipotálamo detecta as altas concentrações de cortisol e esses níveis começam a cair, chegando a concentrações bem abaixo das consideradas normais, na fase de exaustão. 
Diante das vivencias crônica da percepção de ameaça e do estresse, vai ocorrer a reprogramação neuroendócrina. Isso quer dizer que a nossa resposta aos futuros estressores vai ficar prejudicada (epigenética – ambiente modificando o funcionamento do organismo). Os níveis de cortisol já caem para níveis muito inferiores na fase de resistência, muito antes da exaustão. 
Conforme a exposição crônica de estresse acontece, o eixo neuroendócrino fica impactado, tendo seu funcionamento prejudicado. Não conseguimos mais resistir ao estímulo estressor, aumentando níveis de cortisol. Perdemos essa capacidade de resistir e preparar nosso corpo para responder à situação de ameaça. Nesse momento que perdemos essa capacidade, apresenta-se uma condição chamada Síndrome da Fadiga Crônica da Adrenal, onde o organismo não produz cortisol o suficiente para aumentar os níveis, e os sinais e sintomas aparecem com maior força. 
A literatura tem bem claro que boa parte dos transtornos mentais são causados por conta desse estresse crônico que causa inflamações. Na fisiopatologia, temos um componente inflamatório importante que muito provavelmente participa da alteração do metabolismo e da síntese de neurotransmissores, de funções neuroendócrinas e da neuroplasticidade, afetando nossas sinapses e prejudicando a funcionalidade dos nossos neurônios. 
Em pacientes com distúrbio bipolar foram encontrados também níveis aumentados de citocinas pró-inflamatórias durante os episódios de oscilação de humor. 
A exposição precoce ao estresse na vida intrauterina do bebê ou logo no perinatal, após o nascimento, está associado a uma maior vulnerabilidade para várias doenças e transtornos psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade. Se os pais já possuem um padrão anormal de respostas, há um risco grande de que ele seja repassado para os seus descendentes. Crianças que já nascem com essa dificuldade de responder de maneira adequada aos estímulos estressores persiste durante a vida toda.

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