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Metabolismo de Ácidos Graxos Lipídeos Grupo que engloba diversas classes de moléculas cujo ponto comum é a insolubilidade em água. Com suas classes: ✓ Triglicerídeos; ✓ Fosfolipídios; ✓ Glicolipídios; ✓ Esfingolipídios; ✓ Esteróis. A maior parte são derivadas de ácidos graxos, sua forma na qual os lipídeos são absorvidos. Ácidos graxos Ácidos carboxílicos com cadeias longas de carbonos. Esqueleto de hidrocarbonetos apolar. Os ácidos graxos são nomeados pelas quantidade de carbonos e se possui ou não insaturações. Triglicerídeos, triacilglicerol ou triglicerol: ácidos graxos ligado a uma molécula de glicerol. Principal forma que os mamíferos tendem a armazenar lipídios. Presentes no tecido adiposo. Funções Apolaridade dos lipídios possibilita que estes cumpram importantes funções biológicas. ✓ Estruturas das membranas; ✓ Compostos de sinalização que atravessam as membranas; ✓ Regulação de reações químicas específicas (vitaminas); ✓ Insulação térmica e proteção contra choques; ✓ Armazenamento de energia. Armazenando energia Ácidos graxos é uma molécula muito reduzida, com grande quantidade de energia liberável por oxidação, sendo hidrofóbicos. Os lipídios não são hidratados e podem ser armazenados em maior quantidade sem “peso extra” da água. Os ácidos graxos podem ser formados por outros compostos (carboidratos, proteínas) consumidos em excesso!!! De onde vem os ácidos graxos? São retirados dos alimentos (dietas) como gorduras das carnes e comidas que contém gorduras, etc. Sintetizamos ácidos graxos através do excesso de energia que obtemos. Como são formados os ácidos graxos? Glicose forma Acetil- CoA a partir da glicólise e da reação de piruvato desidrogenase. Em estado alimentado, a formação de Acetil-CoA através da glicólise pode ser utilizado para a síntese de ácidos graxos. Aminoácidos formam Acetil-CoA a partir da perda do grupo amina e da modificação da cadeia carbonada. A síntese de ácido graxos ocorre principalmente no fígado, mas também no tecido adiposo, glândulas mamárias etc. Ocorre principalmente no fígado porque o fígado também consegue captar a glicose em excesso através de transportadores e fosforila através da hexoquinase-IV. Absorção dos ácidos graxos Apolaridade cria dificuldades para a digestão e o transporte! Lipídeos devem ser emulsificados antes de serem digeridos, por isso que se produz a bile, composto produzido pela vesícula biliar que é liberada e interage com as gotículas de gorduras presentes e são emulsificados. Depois de serem emulsificados (se tornam mais hidrossolúveis), os lipídeos, em forma de gotícula de gordura, são quebrados por lipases. Os ácidos graxos e os monoacilgliceróis que resultam dessa quebra são absorvidos no intestino e convertido em triglicerídeos. As gotículas de lipídios que emulsificam, formam as micelas menores que facilita as lipases pancreáticas (produzidas tanto no pâncreas, quanto no intestino) que quebram as micelas de gordura e libera ácidos graxos no intestino. O intestino apresenta vilosidades do epitélio intestinal, no momento que que há a liberação de ácidos graxos livres há uma fácil interação de ácidos graxos com a membrana plasmática, assim, esses ácidos graxos conseguem ultrapassar o epitélio intestinal, no epitélio intestinal formam triacilglicerol. A formação de triacilglicerol é a partir da absorção de ácidos graxos absorvidos no intestino e quebrados por lipases Transporte dos triglicerídeos Os triglicerídeos são apolares e não podem circular sozinhos na corrente sanguínea. As células intestinais, triglicerídeos são conjugados a proteína e fosfolipídios e exportados para a corrente sanguínea como quilomícrons. Dentro das células intestinais, inicia a formação de bolinhas denominados quilomícrons, forma que os lipídeos circulam na corrente sanguínea e distribuir os lipídeos nos tecidos que conseguem captar. Os triglicerídeos podem ser consumidos (oxidados) ou armazenados. Alguns tecidos conseguem utilizar diretamente os ácidos graxos como fonte energética, como o fígado, músculo cardíaco e músculos esqueléticos. É importante também armazenar os excessos de lipídios nos tecidos adiposos para obter a energia nos processos posterior, como no estado jejum. Tecido adiposo Forma de armazenar lipídeos no estado alimentado. ✓ Reserva de energia na forma de triacilglicerol; ✓ Isolante térmico; ✓ Amortecedor de choques mecânicos; ✓ Função endócrina: síntese de substâncias como hormônios e citocinas. A capitação de ácidos graxos Para possibilitar a absorção, a lipase lipoproteica age sobre os triglicerídeos nos capilares sanguíneos. Esta enzima extracelular, presente no tecido adiposo e no músculo, é ativada pelas proteínas dos quilomícrons e quebra triglicerídeos em ácidos graxos para que sejam captados. Facilita no direcionamento dos ácidos graxos para que os tecidos alvos consigam captar. Uma vez que o ácido graxo entra no tecido adiposo, ele é convertido novamente em triacilglicerol para armazenamento. Os ácidos graxos dentro da célula estão em forma de triacilglicerol, no sangue circula como quilomicra e no intestino está como gordura ramificada ou em células. Hidrólise de triglicerídeos Tecidos utilizam ácidos graxos, mas os lipídeos são estocados no tecido adiposo como triacilglicerol. Assim, para que os AGs sejam fornecidos às células, é necessário hidrolisar os TAGs. Lipase sensível a hormônios quebra os triglicerídeos armazenado e libera glicerol + ácidos graxos livres. Isso acontece em momento de Jejum!! Nesse caso, a lipase sensível a hormônios é ativada pelo glucagon ou adrenalina (nos momentos de estresse) através da PKA. Essa lipase estão presentes nos adipócitos e começa a quebrar os triglicerídeos para liberar ácidos graxos. Esses ácidos graxos serão liberados na corrente sanguínea e vão circular ligados à albumina (principal proteína do sangue). Uma forma de associar de onde vem os ácidos graxos é observar como ele está circulando, como quilomícron (vem da alimentação) ou conjugado a uma albumina (vem do tecido adiposo). Tecidos que utilizam predominantemente ácidos graxos em jejum possuem transportadores para estas moléculas. O fígado é o principal órgão que capta os ácidos graxos, pois o fígado consegue oxidar esses ácidos graxos para obter posteriormente, por exemplo para gerar potencial energético para fazer gliconeogênese. No estado alimentado... A ação da insulina circulante sinalizado pelo pâncreas, indicando disponibilidade energética (glicose) a ser captada pelos tecidos. Nesse momento, favorecendo o anabolismo sintetizando ácido graxos, triacilglicerol e glicose para guardar. No estado de jejum... Ao passa do tempo, inicia-se o estado de jejum, precisando utilizar as reservas energéticas guardadas anteriormente como a quebra do glicogênio armazenado no fígado, através da glicogenólise. Outra forma é mobilizando os ácidos graxos do tecido adiposo para gerar energia a partir dele. Alguns órgão e tecidos podem utilizam dos ácidos graxos uma fonte energética. Os que utilizam predominantemente ácidos graxos em jejum possuem transportadores para essas moléculas. Como o coração, rins e alguns músculos. O fígado consegue captar diversos ácidos graxos ligados a albumina, que são levados a mitocôndrias que sua principal forma de oxidação é a beta oxidação no interior da mitocôndria. Transporte e ativação dos ácidos graxos para o interior da mitocôndria O fígado recebe o ácido graxo ligado a albumina. Libera a albumina e o ácido graxo chega ao citosol da célula. O ácido graxo é conjugado a coenzima A formando AcylCoA, o processo que insere um CoA em um ácido graxo que acabou de chegar é a enzima Acyl-CoA sintetase. Transporte: sistema de transporte de carnitina. A carnitina transporta os ácidos graxos ativados de cadeia longa para a matriz mitocondrial. Lançadeira de carnitina O ácido graxo chega ao citosol e é ativado (se conjugando com uma coenzima A. carnitina atua na membrana externa da mitocôndria que se associa ao ácido graxo a partir de um complexo denominado carnitina acetil- transferase I (CAT I) ou Acyl transferase I. No caso, ela junta o ácido graxo que precisa entrar na mitocôndria junto com a carnitina que após, libera a coenzima A Uma vez que possui o complexo carnitina – ácido graxo, ele passa pela membrana mitocondrial interna por um transportador e na matriz mitocondrial é liberado da carnitina do ácido graxo, chamada de carnitina acyltransferase II. (CAT II). Ácido graxo presente no lúmen da mitocôndria, inicia-se a -oxidação. Processo de retida de carbonos (2 em 2). A cada retirada de carbonos, libera o Acetil-CoA. Cada Acetil-CoA retirado em quatro etapas: Duas delas ocorre transferências de elétrons reduzindo NAD+ a NADH+ H+ e FAD a FADH2 Além disso, produz-se um Acetil-CoA que pode ser oxidado no ciclo de Krebs! Glicose X ácidos graxos “Produção de energia por uma molécula de ácido graxo é maior do que por uma molécula de glicose”. ✓ Lembre-se que nem todas as células possuem a maquinaria enzimática para usar os dois combustíveis. ✓ Além disso, em situações onde não há oxigênio o suficiente, a glicose consegue providenciar ATP mais rapidamente que os ácidos graxos. As oxidações mencionadas acima valem para os ácidos graxos saturado. Oxidação de ácidos graxos insaturados e ácidos graxos com carbono ímpares possui passos adicionais. Além disso, há vias alternativas de oxidação no peroxissomo e no retículo endoplasmático (- oxidação) Regulação da - oxidação Primeiro passo regulável para o processo é através do transporte de ácido graxo para dentro da mitocôndria. A CAT I é inibida por um dos intermediários da síntese chamado malonil- CoA. Ele impede que haja uma continuação da oxidação para não formar um ciclo fútil que leva desperdício energético. Síntese de ácidos graxos acontece quando há estímulo da insulina, hormônio mais circulante quando está no estado alimentado, glucagon, hormônio circulante quando se está em estado de jejum. O glucagon estimula a -oxidação, enquanto a insulina inibe esse processo. Além disso, tanto a degradação como a síntese são reguladas pelo estado energético da célula. ✓ Relação NADH/NAD+ alta: inibe a - oxidação. ✓ Acetil-CoA alto: inibe a -oxidação ✓ Consumo de ATP (hidrólise) gera ADP e AMP ✓ Muito AMP ativa a quinase por AMP (AMPK), que fosforila e inativa Acetil-CoA carboxilase, diminuindo malonil-CoA e estimulando a - oxidação. O acetil-CoA formado na -oxidação é sempre oxidado o ciclo de Krebs Parte do acetil-CoA gerado é oxidado no ciclo de Krebs permitindo a síntese de ATP. Outras possibilidades são realizar a síntese ácidos graxos novamente e a síntese de outros lipídeos como o colesterol, síntese de corpos cetônicos. Os corpos cetônicos geralmente em maior concentração em comparação aos lipídeos, ácidos graxos ... Importantes para o funcionamento de outros tecidos que não conseguem oxidar o ácido graxo e não consegue usar a glicose por estar em baixa no meio extracelular (processos que ocorrem no jejum). Existem tecidos que em baixa energia e baixa glicose não podem ficar ser serem nutridos e por isso serve os corpos cetônicos. O que são os corpos cetônicos? São moléculas solúveis, diferentes dos ácidos graxos com esqueleto de carbonos, apresentam poucos carbonos podendo circular bem na circulação sanguínea. São derivadas de acetil- CoA. Para que serve? Podem ser oxidados e utilizado como fonte energética. É uma forma que o fígado manda energia no estado de jejum, fornecendo acetil-CoA, em forma de corpos cetônicos, para os outros tecidos. O cérebro usa de forma exclusiva a glicose!! Em momento que há baixa glicose, o fígado favorece a contribuição de corpos cetônicos na circulação sanguínea por algum período de tempo para manter o funcionamento, o que ocorre no cérebro por exemplo. Precisa-se ser em um período curto de tempo, pois os corpos cetônicos em altas concentrações acabam se tornando tóxicos, mudam o pH sanguíneo e em longos períodos de jejum podem ocasionar “bafo”, mau hálito por estar em jejum por longos tempos. Como é o processo de regulação dos corpos cetônicos? A formação de acetil-CoA através da -oxidação e outros diversos meios, porém, o Acetil- CoA entra no ciclo de Krebs a partir da reação de Acetil-CoA e oxalacetato para formar citrato. A partir do momento que se tem muito Acetil- CoA, esse excesso de Acetil- CoA não vai se ligar a quantidade de oxalacetato presente no ciclo. Além disso, a quantidade de oxalacetato é menor devido ao seu uso também na quebra do glicogênio da gliconeogênese no estado de jejum. Por isso, a quantidade de oxalacetato e Acetil- CoA disponível que não consegue se ligar ao oxalacetato para entrar no ciclo de Krebs é desviada para a síntese de corpos cetônicos. Dessa forma, os corpos cetônicos são sintetizados em jejum e proporcionam mais uma alternativa energética para o sistema nervoso. Síntese de ácidos graxos Transformação de Acetil-CoA em malonil-CoA através da acetil-CoA carboxilase. Após a formação de malonil-CoA, que serve de substrato para um grande complexo enzimático chamado de ácido graxo sintase. Enzima composta de subpartes. E a síntese de ácido graxos ocorre nessa enzima. O malonil-CoA vai sendo conjugado em vários acil-CoA gerando CO2 e água e oxidando NAPH em NADP+. Repetindo o processo várias vezes, vai formando ácidos graxos maiores. Resumindo o processo: Esse processo, transfere a energia do ATP e do Acetil-CoA para uma molécula mais longa que vai ser usado para armazenar e recrutar em momentos que haja a necessidade. De onde vem o glicerol para a formação de triglicerídeos? Glicerol 3-fosfato vem do DHAP (intermediário da glicólise) ou do glicerol derivado da hidrólise de triglicerídeos. Os ácidos graxos são convertidos em acil-CoA, consumindo ATP e, após isso são conjugados ao glicerol e assim formando-se a síntese de triacilglicerol. Triacilglicerol armazenado geralmente no tecido adiposo e fígado. Regulação da síntese de triglicerídeos. No momento de estado alimentado tem disponibilidade energética que pode ser regulado por sinalização por insulina (no estado alimentado) e glucagon (no estado de jejum) que consequentemente terá muito ATP sendo formado e acetil-CoA. O momento que é regulado é através na etapa de conversão de Acetil-CoA em malonil-CoA pela Acetil-CoA carboxilase A acetil-coa carboxilase pode sofrer diferentes tipos de regulação através da insulina circulante, que é capaz de induzir a ativação dessa enzima. Ou glucagon circulante, que por outro lado inibe a síntese de acetil-coa em malonil-coa indicando oxidação de ácido graxo e não armazenar. A síntese de ácidos graxos usa (oxida) NADPH como equivalente redutor, gerando NADP+