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Neoplasias do estômago ● Introdução: - Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro - De acordo com o comportamento biológico as neoplasias podem ser agrupadas em dois tipos: benignas e malignas. - Critérios de malignidade e benignidade: - Anatomia do estômago: > Camadas do estômago: ● Mucos, Submucosa, Muscular e Serosa > É importante saber sobre as camadas pra saber onde está a neoplasia - Principais neoplasias do estômago: ● Tumores Epiteliais: - Pólipos gástricos: • Crescimento anormal do epitélio → gera projeções em direção a luz do estômago • Essas projeções são os pólipos propriamente ditos • A maioria não é neoplasia verdadeira → pequenos (<1cm) (apenas uma projeção do epitélio) • Mais comuns: ✓ Pólipos de glândulas fúndicas (±50%): risco de malignização controverso (1%) - >1cm; associação com uso de IBP e PAF ✓ Hiperplásicos (±40%): risco de malignização controverso, associação com inflamação crônica (H pylori) - Adenomas: • Neoplasia benigna • Pouco frequente: 10% dos pólipos gástricos • Mais frequente após os 50 anos (80%) e no sexo masculino (proporção 3:1). Associação com PAF • Não há manifestação clínica típica • Geralmente, são diagnosticados acidentalmente em pacientes que fazem EDA por sintomas dispépticos • Tem formato levemente elevado ou séssil. • É mais frequente na porção média e distal do estômago. • ~ 10% (minoria) dessas lesões apresentam progressão para atipia ou displasia. → não é comum • Quanto maior a lesão = maior risco de câncer. ● Para saber precisa biopsiar - Adenocarcinoma: • Neoplasia maligna • É a neoplasia gástrica epitelial mais frequente. • > 90% dos tumores malignos que acometem o estômago humano. • 2 ª causa óbito por câncer no mundo. • Incidência vem diminuindo → 2-3x maior em países em desenvolvimento → maior em homens • Maior parte ocorre esporadicamente • 8 a 10%: componente familiar – mutações genes p53 e BRCA2 • Tem relação com Síndrome do cancer colorretal sem polipose, PAF e syndrome de Peutz-jeghers LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI • PROVA!! > É importante saber que existe um subtipo histopatológico pois isso mostra a alteração dessa célula, o perfil de paciente que tem esse subtipo e a preocupação em relação ao prognóstico! > Subdividido em 2 entidades patológicas distintas (Classificação histológica de Lauren): ● Tipo intestinal: formação de estruturas semelhantes às glândulas intestinais (relacionado a fatores de risco ambientais, consumo de alimentos inadequados, exposição a determinadas substâncias, incidência em queda, crescimento expansivo) * Incidência em queda pelo fato de a população ter mais conhecimento sobre os alimentos e componentes oncológicos → Dando espaço ao tipo difuso ● Tipo difuso: mal diferenciado (mais precoce, crescimento infiltrativo, baixo grau de metaplasia intestinal, pior prognóstico) Tipo intestinal Tipo difuso Acometem preferencialmente o antro. Surgem espontaneamente na mucosa gástrica. Acomete mais homens jovens. Incidência maior em homens idosos (>50a). Pouco diferenciados, pior prognóstico. Bem diferenciados Presença de células em “anel de sinete”: produzem grande quantidade de mucina e de padrão de crescimento infiltrativo. Metástases hematogênicas. (pelo sangue) Acomete sobretudo cárdia. Disseminação linfática e local. • OMS divide o adenocarcinoma em: tubular, papilar, carcinoma com células em anéis de sinete e diferenciado • Localização: ● Antro e piloro: 50- 60% dos casos (maioria) ● Corpo e fundo gástrico: 25% ● Cárdia: 25% • Fatores de risco: ● Infecção pelo Helicobacter pylori – cepas cagA+ tem maior associação com CA gástrico ● Fatores dietéticos (álcool, alimentos conservados com sal e nitrosaminas - defumados) – papel controverso ● Tabagismo ● Baixas condições socioeconômicas • Condições pré-malignas: ● Gastrite atrófica crônica → devido a inflamação e fatores adversos ● Metaplasia intestinal ● Pólipos gástricos (Adenoma) → Minoria se transforma em adenocarcinoma ● Displasia gástrica ● Gastrectomia parcial com reconstrução a BII (após 10-20 anos) ● Doença de Menetrier → 15% evoluem para displasia e câncer • Manifestações clínicas: ● Adenocarcinomas precoces (restritos a mucosa): * assintomáticos em 80% dos casos * 20% tem sintomas de úlcera péptica ● Câncer avançado: * perda de peso (62%) e dor abdominal (52%) * Náuseas, vômitos, anorexia, disfagia, melena, saciedade precoce, anemia, sub-oclusão intestinal • Exame físico: ● Geralmente normal ● Doença avançada: caquexia, massa epigástrica, hepatomegalia, ascite, edema de mmii ● Disseminação metastática: nódulo umbilical (Irmã Maria José), linfonodo supra-clavicular esquerdo (Virchow), envolvimento do ovário (Tumor de Krukenberg), prateleira de Blummer (peritônio) • Diagnóstico: PROVA!! ● Padrão-ouro: Endoscopia digestiva alta com biópsias ● TC de tórax, abdome e pelve: estadiamento LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI • PROVA!! > Avalia o grau de infiltração: ● Tumores Neuroendócrinos: - São mais raros - Acometem 0,3% das neoplasias gástricas. - Podem originar-se em locais diversos (mama, timo, fígado, pulmão), mas 90% é primária do TGI. Estômago: 2% de todos os carcinóides do TGI. - Tumor neuroendócrino, derivado das células enterocromafins-like. - Podem ser bem diferenciados e indiferenciados - Classificados em 3 tipos: ➢ Tipo I – 70-80% dos carcinoides gástricos (lesões multicêntricas, <2cm, corpo e fundo gástrico, associados a gastrite atrófica, hipergastrinemia, afeta mais o sexo feminino, risco de Mx < 10%). ➢ Tipo II – 5-8% dos carcinoides gástricos (associados também a hipergastrinemia – Sd de Zollinger-Ellison e NEM-1, frequentes Mx linfonodais e hepáticas). ➢ Tipo III – 15-20% dos carcinoides gástricos (geralmente únicos, invasivos, pré-pilóricos, mais comum em homens, 70% de Mx ganglionar em Tu > 2cm). - Tumor carcinóide • Idade média de diagnóstico: 62 anos • No geral, acomete igualmente homens e mulheres • Geralmente assintomáticos • Achado incidental a endoscopia • Metástases hepáticas ou tumor extra intestinal: Síndrome carcinoide (secundária a secreção de serotonina) → diarreia aquosa, rubor facial, sudorese, broncoespasmo, dor abdominal, hipotensão e IC direita. ● Na síndrome é bom, pois é possível ver achados clínicos de tumor maligno ● Tumores Linfóides: - Linfoma gástrico primário (MALT): • 3-5% das neoplasias gástricas. • A maioria LGP são do tipo linfoma de células B não Hodgkin (52% dos linfomas extra-nodais). • Originam-se do tecido linfóide associado à mucosa (MALT). • Pode apresentar-se como uma doença de baixo grau (30%) ou como doença de alto grau (28%) com grandes células blásticas. - Linfoma gástrico primário • Estudos mostraram infecção pelo H. pylori em 92% dos linfomas MALT. ● Alterações das células linfóides dentro do estômago • O tecido linfóide não é encontrado em estômago normal, e seu aparecimento se deve, na maioria das vezes, a infecção pelo H. pylori. • Síntomas dispépticos inespecíficos, hemorragia digestiva, anemia e perda de peso. • Como a maioria dos casos está associada com o H. pylori, o tratamento é erradicar o H. pylori. - Diagnóstico: • Endoscopia digestiva alta com biópsia. • O aspecto endoscópico da lesão é variável. Em 50% dos casos sugere malignidade (úlcera irregular e mucosa infiltrada). • No restante, as alterações sugerem condições benignas como pequenos nódulos e espessamento ou erosões. - Tratamento: • Raramente, há acometimento extra-gástrico • Dependerá do estadiamento (feito com as tomografias) e tipo histológico (biópsia) • PROVA!! Linfoma MALT Precoce → H. Pylori +: erradicação da bactéria (* em alguns casos Radioterapia/Quimioterapia) ● Não se faz cirurgia LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI ● Tumores Mesenquimais: - Leiomiomas: • Lesão benigna • É o tipo mais comum de lesão submucosa gástrica. 1-2% dos tumores gástricos. • Origina-se da camada muscular da mucosa ou, mais frequentemente, da muscular própria. •Geralmente assintomático. Diagnóstico incidental por exame endoscópico ou radiológico. • Quando muito grandes podem levar a dor, sangramento ou sintomas obstrutivos • As biópsia convencionais geralmente revelam mucosa normal. • Ecoendoscopia (ultrassomendoscópia): fornece informações a respeito da camada de origem (segunda ou quarta camada) e características do tumor - Leiomiossarcomas: • Lesão maligna • Correspondem a 1,5% dos tumores malignos do estômago. • Geralmente assintomáticos. Mas, quando grandes podem se manifestar como massa palpável, febre por necrose e abscedação da massa tumoral (febre, dor abdominal) ou sangramento. • Diagnóstico: aspecto endoscópico, ecoendoscopia, biópsia e TC de abdome (estadiamento) - Tumores estromais gastrointestinais (GISTs): • Neoplasia mesenquimal relativamente rara. Pode acometer todo o TGI. Estômago é a localização mais comum (70%). • Derivam das células de Cajal (marcapasso da atividade cinética do músculo liso no TGI). • Comportamento clínico variável. Algumas lesões permanecem quiescentes por anos, enquanto outras progridem rapidamente. • 15-50% dos GISTs apresentam metástases ao diagnóstico. • PROVA!! 80-95% dos GISTs apresentam mutações no gene KIT (receptor transmembrana para a tirosinaquinase) → decréscimo da apoptose. ● Gene KIT (receptor transmembrana para tirosina quinase), Se tem mutação nesse gene → decréscimo na defesa • Diagnóstico: endoscopia com biópsia, ecoendoscopia. • Imuno-histoquímica: A maioria é positiva para KIT (CD117) e 70-80% são positivos para CD34. . ● Resumo: LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI
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