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Doença inflamatória intestinal ● Introdução: - Epidemiologia: • Muito prevalente na Europa e América do norte • 50/100.000 habitantes → relativamente rara, mas tem aumentado a prevalência no mundo • Tem 2 picos de incidência: * 15-25 anos → principal * 55-65 anos • Acomete homens e mulheres igualmente - Etiopatogenia: • Envolve: * Predisposição genética * Resposta antigênica inadequada → disbiose intestinal, uso de antibiótico, infecções na infância * Inflamação crônica - Evolução natural: • Existe o momento inicial da doença (a partir de um gatilho) → e ao longo do tempo acontece os surtos inflamatórios → esses surtos vão causando dano estrutural no intestino → esse dano é progressivo → e alguma hora pode gerar uma estenose ou doença de Crohn ou fístula → e o paciente precisa de cirurgia * Obs: Existe uma média de quase 3 anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico ● Doença de Crohn: - Conceito: • Doença inflamatória de Etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial • Crônica, Persistente ou recidivante • inflamação transmural: Comprometendo mucosa e também parede intestinal, mesentério e os gânglios linfáticos • Pode ocorrer de forma descontínua • Acometendo qualquer região do TGI (da boca ao anûs) • Acometimentos extra-intestinais ● Articulares ● Dermatológicos ● Oculares ● Hepático ● Obs: algumas manifestações melhoram quando trata o intestino, outras não melhoram - Dor abdominal: • Sintoma mais comum • Cólica, intensa e mais presente do que na RCU (retocolite ulcerativa) • Tendência a se localizar no quadrante inferior direito pelo maior acometimento do íleo terminal (inflamação) → Por isso muitas vezes é confundido com apendicite ● Aí o paciente opera de apendicite e a dor não melhora • Acometimento ileocolônico têm maior risco de fistulizar - Febre: • 20 a 50% dos casos • Pelo processo inflamatório e pelas complicações Supuração (abscesso, fístula) - Diarréia: • Pode acompanhar com dor abdominal • Moderada intensidade, geralmente intermitente • Padrão variável (delgado ou cólon) - Perda de peso: • É mais comum na doença de Crohn → pois inflama o intestino delgado → passa a absorver mal → perda de peso • Pode ser sintoma inicial da doença • Várias causas • Redução de alimentos, perdas proteicas para luz intestinal, aumento das necessidades alimentares não atendidas, estado de catabolismo • Déficit de crescimento e retardo da maturação sexual → 6 a 50% dos casos de crianças LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI - Doença perianal: • 15 a 40% • Pode ser a 1ª manifestação da DC • Abscesso e fístula são os mais importantes • Maior risco com acometimento distal da doença • Chegando a 95% nos doentes com envolvimento retal • Incidência aumenta com o decorrer de anos da doença - Como acontece o processo de inflamação?: • Inicialmente vai ter uma área do intestino afetada → padrão de lesão "salteada" (áreas inflamadas ao lado de áreas normais → 1ª anormalidade é o aumento dos folículos linfóides → depois surge Ulceração aftóide → Progride à ulcerações profundas * Obs: na imagem a úlcera estava tão profunda que chegava na camada muscular - Diagnóstico: • O geralmente não inflama o reto. • Acometimento: ● Íleo distal e cólons - 55% ● Cólon exclusivamente – 15% ● Íleo distal exclusivamente – 14% ● Íleo distal e delgado proximal – 13% ● Delgado proximal exclusivamente – 3% ● Retocolite ulcerativa: - Conceito: • Doença inflamatória de Etiologia desconhecida e multifatorial • Acomete preferencialmente mucosa do reto e cólon esquerdo • Eventualmente acomete todo cólon • 27% dos casos há superposição entre DC e RCU - Quadro clínico: • Sintomas variáveis • Dependem da intensidade e extensão da doença • QC pode ser insidioso ou abrupto • Evolução com surtos de remissão e períodos de acalmia • Diarréia (Inúmeras evacuações ao dia e quantidade pequena, fezes líquidas misturadas com sangue, muco e pus) → devido a inflamação ser mais distal - Fase aguda: • Dor em cólica, febre, perda de peso, mal-estar • 75% apresentam remissão completa do quadro • 5 a 15% apresentarão sintomas contínuos • 5 a 10% apresentarão um surto, sem sintomas nos próximos 15 anos * Ou seja, o que vem depois da doença varia dependendo do paciente - Características: > É uma inflamação mais contínua > não tem úlceras tão profundas → por ser inflamação da mucosa > Inflama o reto e o cólon - Acomete desde o reto de forma ascendente e contínua, circunferencial - Demarcação mucosa acometida X normal - Após tratamento o padrão muda → a;gumas áreas saram e outras não. LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI ● Crohn X Retocolite ulcerativa: ● ● Diagnóstico - doença inflamatória intestinal: - Clínica - Laboratório: > PCR > HEMOGRAMA > ASCA → anticorpo não é específico, mas é mais comum no Crohn > ALBUMINA → intender o nível de desnutrição > CALPROTECTINA → marcador de inflamação intestinal - Endoscopia - Radiologia: > Entero TC, Hiperrealce de mucosa da DC ileal, Sinal do Pente (mais específico), Hipervascularização mesentérica, Ulcerações de Mucosa, Envolvimento do retossigmóide, Ileíte terminal na DC ativa, Skip lesions na DC, Resposta à terapia (acompanhamento) - Patologia - Não tem exame específico para Crohn ou retocolite → por isso a dificuldade de fechar diagnóstico - Pillcam → pílula com câmera que tira diversas fotos. ● É contraindicado em paciente com estenose ● Diagnóstico diferencial: - Tuberculose intestinal: > Principalmente se tiver inflamação no íleo, válvula ileocecal e cólon direito > Se tratar TB como se fosse Crohn → Paciente vai ficar gravíssimo > Biópsia com alguns achados específicos (granuloma caseoso) - CMV: > Parecido, pois tem úlceras, inflamação > Gera hemorragia > Nas biópsia tem achados mais específicos de CMV (inclusões virais nas células do intestino) - Colite isquêmica: > Mais comum em paciente em UTI > Lesões isquêmicas - Colite pseudomembranosa: > Associada com uso de antibióticos > Associado com diarréia > Paciente tem que ficar internado → devido ao risco de infecção (bactéria) - Ileíte por AINE: > Causado por antiinflamatório LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI ● Tratamento: - Melhor chance de melhora quando tratado dentro da janela terapêutica → antes de dano estrutural - Diversos tipos de medicamentos - Tratamento convencional: - Normalmente se tem uma estratégica STEP-UP: ● Vai progredindo o tratamento se não for tendo resposta - Em pacientes mais graves é mais indicado uma estratégia TOP-DOWN ● Começa com remédio mais agressivo e vai diminuindo - Indicações de terapia biológica: > Usada para evitar progressão da doença > DOENÇA DE CROHN LUMINAL REFRATÁRIA > CORTICODEPENDÊNCIA E/OU RESISTÊNCIA > DOENÇA FISTULIZANTE > MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS – ESPONDILITE ANQUILOSANTE, PIODERMA, UVEÍTE > RETOCOLITE GRAVE E REFRATÁRIA - Drogas anti-TNF na DII → são as medicações principais (mais tradicionais) - Benefícios dos anti-TNF na DII: > Indução da remissão > Manutenção da remissão > Cicatrização da mucosa > Redução do número de complicações > Redução do número de cirurgias > Melhora da qualidade de vida - CICATRIZAÇÃO X PROGNÓSTICO > Maior sobrevida sem sintomas > Menor uso de Corticóide > Menor número de Cirurgias > Menor número de Hospitalizações - Hoje se sabe que mesmo que o paciente esteja bem clinicamente ele precisa melhorar as feridas no intestino → Remissão profunda > Remissão profunda = melhora clínica + melhora endoscópica LIA DE OLIVEIRA JEREISSATI
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