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Aluna: Loren Montanha Costa – Proliferação celular – Medicina TXXX No ciclo celular, as células encontram-se em 2 fases: a interfase e a mitose. Mitose é quando acontece a divisão nuclear (cariocinese) seguida da divisão do citoplasma (citocinese). A interfase é o intervalo entre duas mitoses, momento de atividade biossintética intensa, onde a célula duplica o DNA e dobra de tamanho. Essa fase pode ser dividido em 3 períodos: G1, S e G2. G1 é o intervalo entre uma mitose e a síntese de DNA. Nesse período a célula aumenta sua massa, faz síntese de RNA e proteínas. Em S acontece a ativação dos complexos replicativos e a duplicação do DNA nuclear. G2 é o intervalo entre a síntese de DNA e a próxima mitose. Nesse período ocorre a produção de proteínas específicas e energia para utilizar na mitose. Possui papel central na regulação do número de células nos tecidos do corpo. É necessário que haja pelo menos 70 mutações gênicas em uma célula para que ela se torne cancerosa. Muitações no gene p53 estão relacionadas em cerca de 70% dos canceres descritos na literatura. Existem mais de 250 pontos de controle do ciclo celular, são chamados de Checkpoints, sendo os principais localizados no G1, G2 e M. Esses Checkpoints servem para não deixar a célula acumular mutações. Caso não funcionem de forma adequada, a proteína p53 (guardiã do genoma) vai induzir a célula a sofrer apoptose. Algumas células ciclam continuamente, como as células da membrana basal do epitélio estratificado, células da medula óssea que são nomeadas células lábeis. Outras não seguem o ciclo celular sendo barradas pelo G1 Checkpoint, saindo do ciclo e estacionando no período G0. Como é o caso de neurônios e células musculares cardíacas, que ficam para sempre em G0. Há outras células que apesar de estarem em G0, ao receber estímulos, retornam ao ciclo na fase G1, como os hepatócitos e células musculares esqueléticas que são células estáveis ou quiescentes. O G1 Checkpoint avalia se a célula possui fatores de crescimento suficientes para seguir o ciclo celular. 1. Pontos de checagem específicos (checkpoints) 2. Ciclinas e CDKs (participam dos Checkpoints) 3. Proteólises ciclinas: algumas proteínas precisam estar presentes em determinadas fases do ciclo celular, e depois serem degradadas. Pois se estiverem presentes o tempo todo podem ativar proteínas em momentos inoportunos. 4. Regulação transcricional: é exigido que uma proteína se ligue ao DNA em uma região chamada de promotora para fazer a ativação desse DNA para que ele sintetize RNAm que dá origem a uma proteína que participa do ciclo celular, é nesse momento que há participação de KRAS e CMYC. G1 checkpoint: verifica se o ambiente está favorável (presença de fatores de crescimento). G2 checkpoint: analisa se todo o material genético foi duplicado. Verifica se existe algum erro no pareamento de bases do DNA. Geralmente, os pontos de checagem operam por meio de sinais extracelulares negativos. M checkpoint: Analisa se todos os cromossomos que estão duplicados estão ligados as fibras do fuso mitótico. Normalmente, quando há erros nessa divisão e uma cromátide irmã não está ligada na hora da separação do fuso um cromossomo com a cromátide irmã vai para uma célula enquanto a outra célula fica sem uma cópia ocasionando a aneuploidia. Aluna: Loren Montanha Costa – Proliferação celular – Medicina TXXX Ciclina é uma molécula que ativa a CDK e a conduz para proteína-alvo específica responsável por inúmeros fenômenos que ocorrem na divisão celular. Sofrem um ciclo de síntese e degradação a cada ciclo celular. CDKs: são quinases (promovem a fosforilação de moléculas) dependentes de ciclinas. Estão em níveis constantes em todo o ciclo. Sua atividade de proteíno-quinase termina com a degradação da ciclina. Cada complexo ciclina-CDK regula determinada fase do ciclo. No G1 checkpoint vão atuar G1-S-Ciclina e G1-S- CDK. S-Ciclina começa a ser produzida no período G1 e só é degradada em M. No período G2 começa a produzir M-Ciclina e na anáfase ela é degradada. Ao chegar a anáfase, todas as ciclinas estão em quantidades reduzidas. Base estrutural da ativação das CDKs: CDK sozinha é inativa. Quando a CDK liga-se a ciclina e expõe o sítio ativo (1º sinal) ela fica parcialmente ativa. É necessário, então, uma enzima CAK para fosforilar (2º sinal) o complexo Ciclina-CDK para que a CDK fique totalmente ativa. Regulação da atividade da CDK: A Wee1 tem o poder de fosforilar o complexo ciclina-CDK que já está fosforilado, inativando-o E para resolver isso, a CDC25 fosfatase retira o fosfato (desfosforila) deixado pela Wee1 e ativa novamente a CDK. Suponhamos que uma pessoa apresente uma mutação deletéria no gene que codifica/sintetiza a Wee1, isso iria facilitar o processo de divisão celular. Isso pode acontecer na formação de neoplasias, ao inativar a Wee1, perde-se o controle da atividade da CDK-ciclinas. Outra forma de regulação é a feita pela CKI (proteína inibidora de CDK) que ao se ligar ao complexo rearranja a estrutura do sítio ativo da CDK e mantem inativo. É principalmente empregado no controle das fases G1 e S. Exemplos de CKI: p21, p27, p16. Mutações na CKI, assim como na Wee1, vão inibir uma inibição, ou seja, vai facilitar o processo de divisão celular. Proteólise é um mecanismo de degradação de proteínas. APC é uma proteína que é ativada por outra proteína chamada CDC20. Quando ativada, começa a colocar moléculas de ubiquitina ligadas a ciclina específica daquele período que deve ser degradada. Após sofrer ubiquitinização, a ciclina é levada para o proteossomo que vai degradar e liberar os aminoácidos. Esse ponto de controle vai atuar no M Checkpoint da anáfase. O complexo APC também causa a destruição das proteínas que seguram as cromátides irmãs juntas, permitindo que se separem na anáfase e se movam para os polos opostos da célula. Muitos cânceres provocam mutações na CDC20 impedindo a ativação da APC. Dessa forma, não há ubiquitinização da ciclina e degradação, deixando-a para sempre ativa fosforilando as proteínas e favorecendo a divisão celular. Além disso, a não ativação da APC provoca euploidias pela não separação das cromátides irmãs na anáfase, fenômeno comum nas leucemias. ! Severina Aluna: Loren Montanha Costa – Proliferação celular – Medicina TXXX Regulação: Os CDKs, ciclinas e o APC são influenciados por fatores intra e extracelulares que determinam se a célula deve ou não avançar no ciclo celular. Fatores que aumentam a atividade de CDKs e ciclinas são considerados positivos (como fatores de crescimento), já os que diminuem são considerados negativos (como danos ao DNA). Danos ao DNA podem acontecer e as células devem ser capazes de lidar com esse dano, corrigindo-o ou impedindo a divisão celular; o principal fator associado a essa resposta é a proteína p53 (supressor tumoral). Proteólise ocasionado pela molécula SCK (fator complexo de estimulação de poliubiquitinação). O complexo SCF vai ser ativo através da ligação com a proteína F-box. SCF vai ubiquitinizar as CKI, levar a CKI inativa ao proteossomo que vai degradar. Esse processo vai favorecer a divisão celular. Pois vai inibir uma proteína que tem como função impedir a progressão do ciclo. Vai atuar destruindo as ciclinas de G1-S e CKI da fase S do ciclo celular. Mecanismo de controle no início da fase S. Quando a célula é estimulada, por fatores de crescimento, por exemplo, ocorre um pulso de produção de ciclina D, e a célula inicia a fase G1 do ciclo celular. O complexo ciclina D- CDK prepara a síntese de DNA por meio inicialmente da fosforilação da proteína pRB (proteínado retinoblastoma). Na forma hipofosforilada, a pRB liga-se ao fator de transcrição E2F e esse complexo recruta a histona desacetilase, que promove a compactação da cromatina, impedindo a transcrição gênica. Quando desfosforilada, a pRB dissocia-se do complexo e libera a histona desacetilase, permitindo que o E2F se ligue ao DNA e estimule a replicação do DNA, ou seja, a entrada da célula na fase S do ciclo celular. Os proto-oncogenes são genes celulares normais que promovem a proliferação celular. Já os oncogenes são versões alteradas de proto- oncogenes que funcionam de maneira autônoma sem necessidade de sinais promotores de crescimento normais. Mutações como substituição de base, deleção e inserções podem ativar os proto-oncogenes. A amplificação genômica aumenta o nível de transcrição dos genes amplificados, assim, uma célula ganha cópias extras de um gene e, começa a fabricar proteínas demais (o que estimula o crescimento celular). Os rearranjos cromossômicos resultam em um erro na reparação do DNA que pode conectar um proto-oncogene à parte de um gene diferente, produzindo uma proteína “combo” com atividade desregulada. Fator de crescimento: muitas das proteínas que transmitem sinais de fator de crescimento são codificadas por proto-oncogenes. Geralmente elas levam à progressão do ciclo celular apenas quando fatores de crescimento estão disponíveis. Porém, se uma das proteínas se torna hiperativa devido á mutação, ela pode transmitir sinais mesmo quando não há fator de crescimento presente hiperestimulando a proliferação celular. Responsáveis por inibir a progressão do ciclo caso o DNA esteja danificado. Aqui estão inclusas as enzimas que se envolvem na reparação do DNA e as proteínas responsáveis pela apoptose (se as lesões do DNA não forem reparadas). Genes do retinoblastoma: O produto do gene RB é a pRB, fosfoproteína nuclear que atua como repressora da divisão Aluna: Loren Montanha Costa – Proliferação celular – Medicina TXXX celular; logo, defeitos na sua transcrição induz multiplicação celular descontrolada. A pRb existe na forma hipo ou hiperfosforilada. Em células em repouso, ela encontra-se na forma hipofosforilada e fica ligada a fatores de transcrição da família E2F, impedindo a ligação destes ao DNA, não havendo transcrição de genes que ativam a replicação do DNA e impedindo a progressão do ciclo celular da fase G1 para S. Quando a célula recebe estímulo mitogênico, ciclina D-CDK4/6 fosforilam pRB que, hiperfosforilada, dissocia-se do complexo pRB/E2F. Com isso, E2F livre estimula a transcrição de genes mitogênicos, como a ciclina E. A expressão da ciclina E estimula então a replicação do DNA e a progressão através do ciclo celular. Durante a fase M resultante, os grupos fosfato são removidos de Rb pelas fosfatases celulares, tornando-se novamente inativa. A pRB perde sua função por mutações no gene (herdados ou adquiridos) e pela ligação a proteínas de vírus oncogênicos, que também ocupam o sítio de ligação da RB com o E2F. Proteína p53: É uma proteína que age suprimindo tumores por 3 formas: A p53 age primeiramente ao final de G1 (controlando a transição de G1 para S), onde ela bloqueia a progressão do ciclo celular em resposta a um DNA danificado e a outras condições desfavoráveis (ela produz proteínas inibidoras de CDK (CKI) que, por sua vez, se ligam aos complexos CDK-ciclinas e bloqueiam sua atividade). Essa pausa dá tempo para o reparo do DNA, que também depende da p53, cuja segunda função é ativar enzimas de reparação do DNA. Se o dano for consertado, a p53 irá liberar a célula, permitindo que ela continue através do ciclo celular. Se o dano não for passível de conserto, a p53 irá desempenhar seu terceiro e ultimo papel: desencadear a apoptose (morte celular programada), de modo que o DNA danificado não seja passado adiante. Em células cancerosas, a p53 geralmente está ausente, não funcional ou menos ativa que o normal.
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