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teorico (3) Pedagogia

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Prévia do material em texto

Fundamentos Metodológicos 
do Ensino de História 
e Geografia 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
• Introdução;
• Reflexões sobre a Geografia;
• A Ciência Geográfica;
• A Geografia Escolar;
• Metodologias de Ensino de Geografia.
• Refl etir sobre as características do ensino escolar de Geografi a; 
• Evidenciar a trajetória da Geografi a escolar; 
• Propor algumas metodologias do ensino de Geografi a.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
As Bases Teóricas e Metodológicas
da Geografi a
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
Introdução
Nesta unidade, trataremos da ciência geográfica, seus métodos, as características 
da Geografia escolar, bem como da renovação pela qual a Geografia vem passando. 
Reflexões sobre a Geografia
Pensar geograficamente é pensar espacialmente. A escala da análise e do pen-
samento será dada em função do fenômeno que se quer analisar e compreender. 
Dessa forma, devemos partir do princípio de que, para compreender Geografia, é 
necessário, em primeiro lugar, observar o espaço e tudo o que nele está inserido e 
fazermos duas perguntas fundamentais: onde? e por quê?
Localizamos o fenômeno no espaço e justificamos tal localização. E, para res-
ponder o porquê de tal localização, utilizamos informações e conhecimentos adqui-
ridos de outras áreas e de nossa própria vivência cotidiana. Por exemplo, pergun-
tamos: ONDE se localiza a maior cidade do Brasil? POR QUE essa cidade (a maior 
do Brasil) está localizada nessa parte do país e não em outra? Para respondermos 
o porquê dessa questão, buscamos contribuições da História, da Economia, da Ge-
omorfologia (estudo do relevo), Climatologia (estudo do clima), entre tantos outras. 
Partimos, então, da localização do fenômeno a ser estudado para desvendar o que 
o fez ser o que é e estar localizado onde está.
Mas nem sempre a Geografia teve essa característica. Em tempos passados, 
a concepção do que era geográfico era diferente. Somente após a Geografia se 
tornar uma ciência (academicamente estabelecida e reconhecida) é que os estudos 
sistemáticos da realidade e da distribuição espacial dos fenômenos começaram a 
tomar forma.
Assim como há a História, existe uma história da Geografia, e essa nos conta 
sobre as diversas concepções que essa ciência assumiu ao longo do tempo e de que 
forma acompanhou a transformação das sociedades. Os estudos de geografia e 
dos fundamentos metodológicos dessa área do conhecimento são importantes não 
somente porque nos situam na realidade em que vivemos, mas porque ampliam 
nossa capacidade crítica e de desenvolver novos tipos de raciocínio.
A forma como a Geografia é vista pelo senso comum e ensinada tanto na escola 
quanto nas universidades é resultado de inúmeras transformações pelas quais ela 
passou ao longo do tempo e, dessa forma, reflete a forma de pensar o espaço em 
tempos presentes e passados (épocas e sociedades com ideias diferentes).
O fato de desenvolvermos, em nossas salas de aula, uma forma ou outra de in-
terpretação geográfica, leva-nos, assim como em História, a desenvolver em nossos 
alunos um raciocínio formal ou dialético. 
8
9
Decorar nomes de capitais, relevos, rios, tabelas e dados, gráficos, índices, fa-
tos, entre outros, cumpre um papel no ensino de geografia e na educação mais 
geral, mas, se, em vez de valorizarmos esse tipo de informação, mostrarmos que 
os fenômenos apresentam-se em determinados locais (chamaremos de aparência) 
e não em outros e buscarmos o porquê dessa distribuição (a essência), iremos nos 
direcionar para outro caminho que apontará para resultados distintos.
Dessa forma, devemos nos questionar, em primeiro lugar, qual tipo de raciocínio 
queremos desenvolver no aluno e depois estruturar o conteúdo em função desse 
objetivo. Ao escolhermos a repetição de fatos e dados, pouco contribuiremos para 
que o aluno adquira um olhar crítico sobre a realidade e perceba qual lugar ocupa 
nesse mundo. 
Por outro lado, se buscarmos a essência dos fenômenos (e suas transformações 
e contradições), desenvolveremos no aluno a criticidade, a busca constante de com-
preensão da realidade, partindo da sua própria realidade, para que esse consiga, 
com o passar do tempo, agir sobre ela e transformá-la.
Todos nós, em algum momento da vida (cotidiana ou escolar), entramos em con-
tato com a Geografia. Essa está presente em nossas vidas muito mais do que imagi-
namos. Para muitos, a Geografia associa-se à descrição de relevos, climas, rios ou 
mapas, o que, para alguns, pode ser sinônimo de aulas cansativas e desgastantes, 
nas quais se tinha que ficar copiando e colorindo mapas em papel vegetal, trabalho 
que, muitas vezes, não apresentava significado algum.
Mas outros podem ter boas recordações de suas aulas de geografia, quando al-
gum tema suscitava debates entre a turma ou quando algum assunto tratado em 
aula apresentava relações com a vida cotidiana – temas como questões de moradia, 
transportes, meio ambiente, migrações, agricultura, urbanização, entre tantos outros. 
Mas, como dissemos, a geografia está presente em nosso dia a dia. Orientamo-
-nos pelos caminhos que fazemos de casa para a universidade, para o trabalho, 
para o lazer; reconhecemos a localização de pontos familiares e interpretamos 
paisagens localizando-as.
A geografia com a qual temos contato hoje é resultado de um processo de desen-
volvimento de uma visão específica sobre a realidade e de questionamentos sobre o 
espaço que requerem, igualmente, respostas específicas.
A Geografia sempre existiu? De que forma alguns conhecimentos específicos se 
transformaram em um discurso singular sobre a realidade?
Compreenderemos como essa ciência surgiu e se estruturou em uma área de 
conhecimento com conceitos e teorias específicos para explicar a realidade. 
9
UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
A Ciência Geográfica
O que é Geografia? Qual seria seu objeto de estudo? 
Ao longo da história do pensamento geográfico, a ideia do que seria Geografia 
e de como se deveria estudá-la foi mudando. Mesmo a partirdo momento em que 
a Geografia buscou ter mais claramente um estudo formal, sistematizado, organi-
zado, segundo alguns princípios, com um determinado método, ainda assim, sua 
definição foi variando conforme a matriz teórico-metodológica dos autores. Daí 
que, por exemplo, existem diferentes perspectivas do que seria Geografia. 
Outro aspecto a ser lembrado diz respeito ao fato de a ciência, seja qual for, pos-
suir um conjunto de categorias e conceitos que lhe são próprios e comuns. No caso 
da Geografia, essas categorias mais importantes são território, paisagem, região, 
lugar e espaço, já que a Geografia é uma ciência espacial. Tais categorias e seus 
conceitos são a forma de entendermos a realidade e é fundamental conhecer os 
termos e classificações próprios da ciência geográfica.
É importante também perceber que a produção do conhecimento geográfico 
passou por diferentes mudanças ao longo da história, principalmente a partir dos 
séculos XVIII e XIX, tornando-se mais organizado e sistematizado conforme os 
princípios da Ciência moderna. 
O surgimento da Geografia dá-se com a descrição das paisagens, sendo essas 
feitas pelos chamados naturalistas. Esses, viajantes e muitos até aventureiros, des-
creviam as paisagens dos lugares visitados ou desenhavam-nas e pintavam-nas. 
Esses primeiros relatos, e até mesmo os mapas feitos desses lugares, não serviam 
a uma finalidade lúdica simplesmente, pois o reconhecimento dos territórios era 
uma forma importante de se obter informações, o que era especialmente relevante 
para os governantes (europeus, principalmente). Esse conhecimento auxiliava na 
conquista de novas terras, em função do que essas poderiam ter a oferecer.
Essa Geografia, que nasceu ligada ao Estado, tinha como função básica a descri-
ção dos territórios (melhor conhecer para governar), a realização de mapeamentos 
(para demonstrar a localização dos elementos presentes nas paisagens) e a produ-
ção de teorias que dessem suporte à ação do Estado.
Alguns pressupostos foram importantes para a formação da Geografia como ci-
ência. Tais pressupostos foram processos que se desenvolveram ao longo do tempo 
em sociedades com características distintas. São eles:
• O conhecimento efetivo da extensão da Terra, que começou a acontecer, so-
bretudo, com as grandes navegações;
• A coleta de informações sobre lugares variados. Essa condição refletia uma 
base empírica da Geografia, ou seja, a experiência adquirida ao se estar em 
outros lugares;
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• o avanço do mercantilismo e a formação dos impérios coloniais (com o apri-
moramento das navegações, do comércio e da conquista de terras, pelos eu-
ropeus, nos demais continentes, tornou-se cada vez mais importante conhecer 
os lugares e ter registros desse conhecimento adquirido);
• O aprimoramento das técnicas cartográficas (cada novo conhecimento do lu-
gar era registrado em mapas e a forma de confeccionar mapas foi se aperfeiço-
ando com o passar do tempo – o que seguiu os avanços da matemática e das 
formas de medição dos terrenos);
• Os avanços do capitalismo e os interesses da burguesia;
• A postura progressista do ponto de vista filosófico, que deslegitimava o discur-
so e a ordem feudal e buscava um discurso racional, a razão como fundamento 
na percepção da realidade (mesmo processo que resultou em transformações 
na visão de passado da História da época);
• As ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin (que proporcionaram novos 
questionamentos sobre a origem da vida e das coisas).
Essas transformações pelas quais as sociedades europeias estavam passando, 
a partir do século XVI até o XIX, refletiram na forma como os homens passaram 
a olhar para o mundo e foram o motor da busca e de um aprofundamento do co-
nhecimento dos lugares. Devido a essas necessidades, cada vez mais crescentes, a 
Geografia oficializou-se como disciplina universitária e depois escolar e surgiram 
“escolas de pensamento geográfico”, as quais tiveram por objetivo definir o que é 
essa ciência e qual seu objeto de estudo.
Do século XIX ao XX, a Geografia passou por um longo período, o qual alguns 
autores denominam de Geografia Tradicional, que era uma geografia extrema-
mente relacionada à observação, descrição e memorização de nomes e localizações 
geográficas, tornando-se um conhecimento enciclopédico. 
Contudo, sobretudo a partir da década de 1970, passou-se também a figurar no-
vas propostas e concepções geográficas. Entre as quais destacam-se as abordagens 
crítica e humanista. 
A chamada Geografia Tradicional é uma denominação dada a um conjunto de 
autores e obras que privilegiaram a descrição dos fenômenos geográficos, sobretu-
do após o século XIX, cujos métodos usados são principalmente o empirismo e o 
positivismo. Nessa perspectiva tradicional, é comum nomear, situar e localizar fatos 
e fenômenos geográficos e classificá-los, sem muito entender a importância disso 
ou mesmo sem pouco se importar com os processos de formação de fenômenos e 
situações a serem estudadas pela Geografia. 
Nesse sentido, trata-se da perspectiva tradicional de ensino, no qual saber nome-
ar, localizar e classificar é o mais importante. Contudo, é fundamental entender que 
geografia não é somente a localização de fenômenos, tampouco se trata apenas de 
nomear formas de relevo, climas e vegetações, entre outros fenômenos. 
11
UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
Como afirma a geógrafa Clarice Cassab sobre a Geografia Tradicional:
No ensino, essa Geografia se traduziu pelo estudo descritivo das paisa-
gens naturais e humanizadas e por procedimentos didáticos marcados 
pela descrição e a memorização dos elementos que compõem as pai-
sagens. Assim, cabia ao aluno “descrever, relacionar os fatos naturais 
e sociais, fazer analogias entre eles e elaborar suas generalizações ou 
sínteses”. (CASSAB, 2009b, p. 48) 
No ensino de Geografia, a Geografia Tradicional é sinônima de memorização 
de nomenclaturas e nomes, da Geografia vista como “ciência dos lugares”, da frag-
mentação do conhecimento (quadro natural, humano e econômico), de classifica-
ções, entre outras condições que geralmente são associadas a essa ideia tradicional 
de pensar a Geografia.
Importante também ressaltar as palavras da geógrafa Nidia Pontuschka, de que 
não bastam inovações técnicas para tornar o ensino melhor, principalmente se não 
houver transformações de caráter teórico e metodológico. 
Compreenderemos um pouco mais da história de Geografia escolar a seguir. 
A Geografia Escolar
O ensino escolar de Geografia se inicia com a cátedra de Geografia no Colégio 
D. Pedro II, em 1837, no Rio de Janeiro. Como esse colégio era referência da 
educação escolar na época, essa disciplina passou a ser ensinada nas escolas se-
cundárias do Brasil. 
No Brasil, a inserção da Geografia como disciplina obrigatória nas escolas surgiu 
pela primeira vez em 1837, no Colégio D. Pedro II. Nesse período, o Brasil regen-
cial estava marcado por uma grande instabilidade política, por conta dos movimen-
tos políticos e/ou separatistas de diversas províncias do país. Por esse motivo, a 
disciplina era vista como uma forma de despertar certa identidade nacional, trans-
mitindo a imagem de um país grande e unificado, além de fomentar certa cultura 
geral sobre o mundo às elites brasileiras. 
Ao longo do século XX, essa disciplina foi se consolidando como disciplina es-
colar, mas o ensino de Geografia era muito descritivo, com inúmeros nomes, enci-
clopédica e a reprodução dos conhecimentos preexistentes. Era um conhecimento 
bastante fragmentado (separando-se aspectos físicos dos humanos), elaborando 
uma fragmentação (dicotomia) do que se conhecia como geografia física e humana. 
Um evento importante, após 1960, é a chegada do regime militar ao Brasil 
(1964-1985), intensificando-se com a Lei n.° 5540/68 (BRASIL, 1968) sobre nor-
mas do Ensino Superior, através de uma gestão autoritária com medidas restritivas 
às instituições de ensino.
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Essas resultaram em perseguiçõespolíticas a docentes e discentes, demissões de 
reitores e diretores, intervenção direta do governo federal, impedimento de experi-
ências mais liberais no ensino. Criaram os cursos de licenciatura curta em Estudos 
Sociais, que em dois anos habilitava para formação em História, Geografia, Ciências 
Sociais e Política, para o ensino de 1° grau. No caso do ensino de História e Geogra-
fia, proibiam-se críticas ao governo militar e, logo, a Geografia Tradicional acabava 
sendo uma concepção aceita pelos militares no lugar de uma visão mais crítica. 
O ensino de Geografia no Brasil por muito tempo e, até certo ponto em algumas 
situações, ainda hoje é bastante tradicional. Em muitos casos, há uma excessiva 
preocupação com memorizações de fatos e conceitos geográficos, sem se tentar 
buscar entender os processos pelos quais esses se realizam. 
Assim, para muitos, a Geografia ainda é entendida como uma ciência da loca-
lização, dos mapas, muito descritiva, em uma concepção equivocada, que muitas 
vezes é reproduzida por professores de Geografia no nível escolar. A apresentação 
de teorias e conceitos, no mundo acadêmico, é fundamental, mas sua utilização 
no ensino escolar também precisa ser levada em conta. Nesse caso, é importante 
considerar diversas mediações, entre elas: a idade do aluno; a série e turma na qual 
o aluno está inserido; o tipo de currículo; o contexto no qual está inserida a escola, 
entre outras mediações.
O ensino de Geografia tradicional privilegiou a etapa da memorização em detri-
mento de outras sequências no processo de ensino-aprendizagem. Num estudo de 
Geografia escolar, é fundamental também tratar e usar as categorias geográficas e 
seus conceitos como forma de desvendar os fenômenos e as temáticas geográficas. 
Para isso, além da memorização, há outros fatores que são fundamentais no 
processo de ensino-aprendizagem, entre eles: a capacidade de diferenciação; a clas-
sificação; a análise; a síntese e a abstração (COUTO, 2005).
É essencial que as categorias e os conceitos geográficos sejam tratados dentro 
de um contexto e tornem-se significativos para o educando. Tornar significativo é 
fazê-la uma aprendizagem significativa, e não uma aprendizagem mecânica, que 
possa ser internalizada pelo aluno, e não apenas memorizada.
É muito comum em uma abordagem tradicional de Geografia no ensino escolar 
as seguintes indagações: qual o ponto culminante do Brasil? Qual o principal rio 
da região Norte? Qual a localização do clima tropical? Onde se localiza o maior 
produtor de petróleo do Brasil? Qual o nome da maior cidade brasileira em número 
de habitantes? Qual o tipo climático da Amazônia? Qual o maior país do mundo?
Por outro lado, nessa perspectiva mais tradicional de ensino de Geografia, 
também é comum a reprodução verbal dos conceitos. Em um estudo sobre urba-
nização, por exemplo, o que é urbanização? O que é paisagem urbana? O que é 
globalização? O que é relevo? Geralmente o livro didático traz a definição ou ela 
é definida pelo professor, somente com a transmissão de conhecimento e cópia 
ou memorização. 
13
UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
Então, os alunos acabam memorizando e decorando, e isso se torna o fim do 
conhecimento, quando, na verdade, os conceitos servem para ler o mundo, pois 
esses conceitos não têm somente sentido como uma explicação que tem fim em 
si mesma; um conceito precisa ser aplicado a uma realidade existente, vivida, que 
possa ser operacionalizada em um estudo específico. 
Afinal, as relações econômicas, políticas e ambientais no espaço são dinâmicas 
e acompanham de forma indissociável o ensino de Geografia, em todos os níveis 
de ensino. Portanto, cabe ao educador superar a dicotomia entre Geografia Física 
e Geografia Humana, bem como conduzir uma visão integrada do conhecimento 
geográfico para os educandos, sem perder a espeficicidade e profundidade do con-
teúodo de cada assunto. 
Não se espera que o educando memorize nomenclaturas, compreenda a estru-
tura lógica de cada fenômeno espacial (social, econômico, ambiental entre outros) 
de maneira a relacionar os fatores. Nesse aspecto, as metodologias de ensino cons-
tituem ferramentas poderosas para ampliar a compreensão dos conteúdos pelos 
educandos e, sobremaneira, desenvolver competências e habilidades.
O ensino de Geografia deverá vincular-se ao olhar crítico, todavia considerando 
o conjunto das relações entre a dinâmica dos elementos naturais e os da sociedade. 
Deverá proporcionar ao educando a compreensão dos mecanismos de cada ele-
mento em si e integrá-los.
Logo, a Geografia tem dimensões espaciais que são de ordem política, social, 
cultural, natural e econômica. O estudo da Geografia permite assim atribuir sen-
tidos às dinâmicas das relações entre pessoas e grupos sociais, e desses com a 
natureza, nas atividades de trabalho e lazer. 
É importante, na faixa etária associada a essa fase do ensino fundamental I, o 
desenvolvimento da capacidade de leitura por meio de fotos, desenhos, plantas, 
maquetes e as mais diversas representações. Assim, os alunos desenvolvem a per-
cepção e o domínio do espaço. 
Uma temática importante é evidenciar a sociodiversidade existente e suas terri-
torialidades, caso das comunidades tradicionais dos povos indígenas, quilombolas, 
entre outros. 
Também há a relação entre os espaços do campo e da cidade, relacionando 
aspectos econômicos, sociais, culturais e étnico-raciais. É preciso evidenciar que 
há distinções entre campo e cidade, mas, ao mesmo tempo, que esses espaços 
são cada vez mais integrados. A paisagem é um conceito que pode ser usado para 
explicar essas diferenças. A paisagem na Geografia é a porção visível do espaço, 
tanto dos aspectos naturais quanto dos aspectos transformados por homens e mu-
lheres vivendo em sociedade. 
14
15
Isso pode ocorrer por meio de trabalho de campo (estudo do meio), com ati-
vidades externas à sala de aula, com observações da paisagem, com o uso de 
fotografias, com desenhos, entre outros recursos e metodologias que envolvam 
diretamente o aluno. 
Como afirma o documento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRA-
SIL, 2018, p. 359) para o ensino de Geografia:
Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o pen-
samento espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise das 
informações geográficas, os alunos podem reconhecer: a desigualdade 
dos usos dos recursos naturais pela população mundial; o impacto da dis-
tribuição territorial em disputas geopolíticas; e a desigualdade socioeco-
nômica da população mundial em diferentes contextos urbanos e rurais. 
Desse modo, a aprendizagem da Geografia favorece o reconhecimento 
da diversidade étnico-racial e das diferenças dos grupos sociais, com base 
em princípios éticos (respeito à diversidade e combate ao preconceito e 
à violência de qualquer natureza). Ela também estimula a capacidade de 
empregar o raciocínio geográfico para pensar e resolver problemas gera-
dos na vida cotidiana, condição fundamental para o desenvolvimento das 
competências gerais previstas na BNCC.
Essa visão apresentada na BNCC é crítica, conhecida como Geografia Crítica. 
A Geografia Crítica é uma concepção geográfica que une diferentes autores, que 
abordam o conhecimento geográfico enfatizando as diferenças de usos do espaço 
ou do território pelos agentes sociais, evidenciando principalmente as desigualda-
des sociais no espaço na dinâmica capitalista. 
Há nessa abordagem diferentes autores, com influências variadas, mas o método 
mais comum é o materialismo histórico dialético ou a lógica dialética para compre-
ender os fenômenos geográficos analisados como processo histórico, contextuali-
zado, e com suas contradições. 
A Geografia Crítica faz críticas à abordagem tradicional, sobretudo porque:
• A Geografia Tradicional é muito descritiva, apoia-se no método empírico 
e positivista;
• A abordagem tradicional torna o conhecimento geográfico muito enciclopédi-
co; a visão da Geografia comociência dos lugares, despolitizada;
• Há a preocupação com a aparência dos fenômenos, e não com sua essência;
• A explicação do mundo é baseada principalmente na perspectiva homem-
-meio, e não evidenciando as desigualdades existentes entre os homens e suas 
formas de apropriação do espaço; 
• O homem em alguns casos é tido como mais um elemento da paisagem, sem 
considerar seu papel social e político.
15
UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
Para o geográfo crítico Milton Santos (2001), por exemplo, a sociedade é desi-
gual e há os atores hegemônicos e hegemonizados. O primeiro grupo detém maior 
poder econômico e político, usando o território de forma corporativa e como recur-
so. Enquanto aos mais pobres há os usos dos territórios como abrigo, como forma 
de moradia, por exemplo. 
O termo atores ou agentes sociais refere-se aos papéis sociais que cada grupo ou instituição 
tem. Por exemplo, o Estado, em diferentes níveis de governo (municipal, estadual federal 
etc.), é um agente social que atua no território e tem papel político e várias incumbências em 
relação à existência do espaço. Já os donos de grandes empresas, grandes corporações, são 
outro tipo de agentes sociais etc. Desse modo, tratar da categoria homem é muito genérica, 
é importante contextualizar qual é seu papel social e como atua enquanto grupo ou insti-
tuição em relação ao espaço geográfico. Evidenciar as ações desses agentes, as contradições 
existentes entre os discursos existentes e as realidades vividas concretamente é fundamen-
tal em uma pesquisa de concepção crítica. 
Ex
pl
or
Em função das transformações sociais, culturais e econômicas pelas quais o 
mundo estava passando naquela época (décadas de 1950 a 1970, na Europa, em 
princípio, e nos demais continentes por consequência da disseminação das ideias), 
surgiu a necessidade de se passar da descrição das paisagens para a sua explicação, 
ou seja, de ir além das aparências, buscando-se a essência dos fenômenos. Segun-
do Moraes (2003, p. 113):
A vanguarda desse processo crítico renovador vai ainda mais além, apon-
tando o conteúdo de classe da Geografia Tradicional. Seus autores mos-
tram as vinculações entre as teorias geográficas e o imperialismo. [...] Atin-
gem assim seu caráter ideológico, que via a organização do espaço como 
harmônica; via a relação homem-natureza, numa ótica que acobertava as 
relações entre os homens; via a população de um dado território, como 
um todo homogêneo, sem atentar para sua divisão de classes. Enfim, os 
geógrafos críticos apontaram a relação entre a Geografia e a superestru-
tura da dominação de classe na sociedade capitalista.
O ponto de partida seria a paisagem (o que vemos – a aparência), mas, nes-
sa concepção, devemos buscar os elementos ocultos nessa paisagem (o que não 
vemos – a essência), pois esses elementos em interação são os responsáveis pela 
construção das paisagens (ou do que vemos). 
Em suma, o que faz as coisas aparentarem ser o que vemos são elementos que 
não vemos (que são as variáveis sociais, culturais, políticas, econômicas de cada 
canto do planeta). Compreender esses elementos é a forma de entendermos e ex-
plicarmos a realidade.
Nessa perspectiva, ocorreu uma evolução discursiva: passou-se ao estudo da 
relação homem-meio e ao estudo da organização do espaço pelo homem. A forma 
de organização espacial é a própria sociedade (e suas relações de trabalho). As so-
ciedades (com suas classes sociais) e suas relações com a natureza resultarão em 
determinada produção do espaço (no passado e no presente), e à Geografia cabe 
analisar e interpretar essa organização.
16
17
Metodologias de Ensino de Geografia
Para que o olhar sobre a realidade revele a constituição dos fenômenos, a escola 
desempenha um papel fundamental. O que percebemos é que as diversas discipli-
nas escolares trabalham, genericamente falando, para manter e direcionar os indi-
víduos para que esses se mantenham somente na aparência das coisas (fenômenos), 
sem chegar à essência delas. 
A relação ensino-aprendizagem pautada na lógica formal (das verdades absolu-
tas, do falso ou verdadeiro, do certo ou errado, sem questionamentos) faz com que 
os alunos fiquem somente na superficialidade (aparência) da realidade sem compre-
ender, relacionar e questionar essa realidade (a essência).
Segundo a geógrafa Lana Cavalcanti (2008): 
[...] o aluno é o sujeito ativo de seu processo de formação e de desenvol-
vimento intelectual, afetivo e social; o professor tem o papel de mediador 
do processo de formação do aluno; a mediação própria do trabalho do 
professor é a de favorecer/propiciar a inter-relação. 
Tanto uma boa relação professor-aluno é importante, dando protagonismo ao 
educando, assim como uma nova visão sobre a Geografia. 
Um olhar geográfico que busque ampliar em vez de oprimir o olhar sobre a rea-
lidade não pode estar baseado em dados, números, nomes de rios, capitais, relevos 
somente. É preciso ir além, questionar a ordem espacial de cada canto do mundo 
para que, a partir disso, o aluno consiga enxergar seu papel nesse mundo e com-
preender onde está e porque está ali.
Para isso, na direção do que afirma a BNCC (BRASIL, 2018), é importante 
desenvolver com os alunos os conceitos de paisagem, lugar, região, território e 
natureza, fazendo uso de fotografias, imagens, estudo do meio, geotecnologias, 
cartografia, entre outros. 
Como explica o documento da BNCC (BRSAIL, 2018, p. 364):
Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens carto-
gráficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecno-
logias para a resolução de problemas que envolvam informações geo-
gráficas. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de 
investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, po-
lítico e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor 
perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem 
conhecimentos científicos da Geografia.
O documento da BNCC aponta a temática Mundo do trabalho, por exemplo, 
para o ensino fundamental e indica como temáticas geográficas os processos e as 
técnicas construtivas e o uso de diferentes materiais produzidos pelas sociedades 
em diversos momentos da história, bem como as atividades econômicas e os pro-
cessos e os circuitos produtivos no campo e na cidade. 
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UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
A partir da temática de um produto, como o suco de laranja, por exemplo, pode-
-se evidenciar a produção da laranja (agricultura), a produção do suco industrializa-
do (indústria), a circulação do produto (transporte), a venda no mercado (comércio). 
Veja, cada um desses elementos faz parte do espaço, e isso é geografia! Qual a 
diferença de um suco industrializado e outro feito em casa? 
Cabe evidenciar o que é indústria, agricultura, comércio para o aluno. Isso pode 
ser feito com uma maquete e ser ainda discutida qual a função de cada um desses 
elementos. Pode-se criar um circuito produtivo, de circulação das mercadorias e do 
consumo. Pode-se ainda relacionar o uso de agrotóxicos na agricultura e os impac-
tos para a saúde da população e para a natureza. 
Imagine que tenha de desenvolver o conceito de paisagem no ensino escolar. Em 
um estudo sobre paisagem, o uso de imagem (uma forma de representação da paisa-
gem), assim como um estudo do meio, ou ainda a lembrança sobre aquilo que os edu-
candos conhecem no seu cotidiano, é importante para a compreensão do conceito. 
Primeiramente, é necessário evidenciar: aquilo que pode ser visível no espaço é 
a paisagem. Essa paisagem então pode ser produzida pela natureza ou pela socie-
dade (Figura 2), ou ainda pela relação da sociedade com a natureza. 
Observe atentamente a Figura 1. É importante questionar: quais as caracterís-
ticas dessa paisagem? Do que é possível ver (aparência), que elementos ficam evi-
denciados? É uma paisagem natural, mas como ela é? Tem uma vegetação muito 
densa? Forma umapaisagem homogênea ou há grande biodiversidade? 
Após evidenciar o que está na aparência, é necessário buscar compreendê-la em 
sua essência. O que leva essa paisagem ser assim? Quais os fatores e as situações 
que a levam a ter essas características? Busque sempre relacionar fatores e situações. 
Figura 1 – Imagem de paisagem natural. Vegetação de mata tropical, extremo leste de São Paulo, 2010
Fonte: Acervo do conteudista
Daí vem o processo de diferenciação. As paisagens podem ser diferentes e, em 
algumas, existem intervenções e produtos das ações humanas, sejam ações sociais, 
políticas e/ou culturais. 
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Figura 2 – Imagem de paisagem urbanizada em Mauá – Região Metropolitana de SP
Fonte: Acervo do conteudista
Observando a Figura 2, identificam-se diferentes formas de ocupação humana. 
Parte da região mostrada tem casas populares, que eventualmente constituem-se 
em favelas, e outras com indústria e área verticalizada. Há diferentes usos desse 
espaço, que denotam também diferentes usos socioeconômicos, evidenciados pelos 
diferentes padrões de moradia. 
Contudo, após a identificação dos elementos dessa paisagem urbanizada, que 
pode ser ainda mais pormenorizada, é importante buscar compreendê-la mais pro-
fundamente. Como afirma Milton Santos: 
Quando nos referimos, por exemplo, àquela casa ou àquele edifício, 
àquele loteamento, àquele bairro, são todos dados concretos – concretos 
pela sua existência -, mas, na verdade, todos são abstrações, se não bus-
carmos compreender o seu valor atual em função das condições atuais 
da sociedade. Casa, edifício, loteamento, bairro estão sempre mudando 
de valor relativo dentro da área onde se situam, mudança que não é ho-
mogênea para todos, cuja explicação se encontra fora de cada um desses 
objetos e só pode ser encontrada na totalidade de relações que coman-
dam uma área bem mais vasta. (SANTOS, 2008, p. 31) 
Nesse sentido, o que leva à formação das favelas? Por que algumas pessoas 
moram em favelas? O que leva na mesma cidade haver padrões tão diferentes de 
moradia? E aquela indústria que está poluindo o ar, que tipo é? O que produz? Essa 
poluição faz mal à saúde?
Desse modo, como afirma Milton Santos (2008), a paisagem muda a cada mo-
mento. Se tirarmos uma nova foto da mesma região, pode ser que, no futuro, os 
terrenos vazios venham a ser ocupados, ou pelos mais pobres ou pelos prédios, 
tendo em vista que o processo de valorização do espaço leva aos investidores e 
construtoras intensificarem o uso do espaço, ampliando assim a verticalização. 
Isso pode ser evidenciado por meio de uma maquete, uma fotografia, uma char-
ge, um texto, uma imagem de satélite. Logo, o estudo da geografia é muito mais 
amplo do que muitos pensam. Entender o mundo no qual vivemos, nosso bairro, 
nossa cidade e seus elementos espaciais – tais como: moradias, áreas verdes, trans-
portes, indústrias, comércios, entre outros aspectos – é algo fundamental para o 
ensino da Geografia. 
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UNIDADE As Bases Teóricas e Metodológicas da Geografia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Geografia Escola e Construção de Conhecimentos
CAVALCANTI, L. de S. Geografia escola e construção de conhecimentos. Campinas: 
Papirus, 2015. (E-book)
 Leitura
Do Campo para a Cidade
O projeto Do campo para a cidade foi desenvolvido com alunos do 4º ano do ensino 
fundamental, a partir de um conteúdo curricular e da curiosidade dos alunos em relação 
à origem do milho de pipoca. RIBEIRO, J. B. Do campo para a cidade. 
http://bit.ly/2VtOaCA
Bom Mesmo é o Coxim
Abordagem de maior amplitude sobre a diversidade ambiental existente na região, de 
forma que as reflexões garantissem a aprendizagem, levando em conta a preservação 
dos recursos naturais, vistos como patrimônio a ser legado às gerações futuras. SILVA, 
N. F. da. Bom mesmo é o Coxim. 
http://bit.ly/2vlvKcF
Mostra Fotogeográfica: Momentos de Humanidades, Mazelas do Humano
Esta prática teve como objetivo despertar e desautomatizar o olhar sobre o espaço 
urbano, destacar a importância dos direitos humanos a fim de praticar a empatia e 
refletir sobre nossas posições diante das mazelas humanas. PASSARIN, E. Mostra 
fotogeográfica: momentos de humanidades, mazelas do humano. 
http://bit.ly/2PuH8JX
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura (MEC). Base Nacional Comum Cur-
ricular: educação é a base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível 
em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ver-
saofinal_site.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2020.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacio-
nais: história, geografia/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/
SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ livro052.
pdf>. Acesso em: 22 jun. 2014. 
CASSAB, C. Geografia científica e Geografia escolar: o diálogo necessário. EN-
CUENTRO DE GEOGRAFOS DE AMERICA LATINA, 12., 2009, Montevideo. 
Anais [...]. Montevideo: Egal, 2009a. p. 1-15. Disponível em: <http://egal2009. 
easyplanners.info/area03/3054_Cassab_Clarice.pdf>. Acesso em 10/07/2009. 
CASSAB, C. Reflexões sobre o ensino de Geografia. Geografia: Ensino & Pes-
quisa, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 43-50, 2009b. 
CAVALCANTI, L. A Geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de 
geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas: Papirus, 2008. 
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Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005. 
LEFEBVRE, H. Lógica formal. Lógica dialética. São Paulo: Civilização Brasilei-
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Paulo: Edusp, 2006.
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________. O espaço do cidadão. São Paulo: Edusp, 2002.
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________. Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia 
Crítica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
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