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SP3 T4 - UCXIX - Locomoção e Preensão

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6
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
RELATÓRIO SP3
ALBERT MYULLER FERREIRA COIMBRA
BRENDA SEABRA YACOUB
GABRIELA DE LIMA RESENDE
GIOVANNA CASAGRANDE MORELI
HÉLIO SOUZA CORTEZ
HENRIQUE POLIZELLI PINTO NETO
JOÃO OTÁVIO LEAL FARINA
KÉSSIA GOMES PINTO
LUIZ FERNANDO YABUMOTO
MARIA JOSE ALVES MACEDO
MATHEUS CARNEIRO PARANHOS
MINEIROS-GO
2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
RELATÓRIO SP3
Relatório apresentado à disciplina de Tutoria da Unidade I, do 7º período, do curso de medicina, como requisito parcial para obtenção de nota, sob orientação do Professor Dr Felipe Augusto Pinheiro.
MINEIROS-GO
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................4
OBJETIVOS......................................................................................................................5
DISCUSSÃO.................................................................................................................
CONCLUSÃO............................................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
INTRODUÇÃO
A terceira situação problema relata a história de Sheila, uma adolescente de 15 anos que sonhava em ser bailarina. Porém, apresentava dificuldade devido a constantes dores articulares e rigidez principalmente matutina. Possuía também histórico familiar de artrose. 
Com a progressão dos sintomas procurou consulta com pediatra. Notou-se edema de característica inflamatória, gânglios linfáticos inguinais aumentados e temperatura axilar de 37,8ºC. Foi prescrito ibuprofeno (400mg 12/12h), repouso e alguns exames. Com o avanço dos sintomas foi internada.
Os exames complementares: hemograma (Hb:7,5g/dl com hemácias normociticas e normocromicas; leucócitos de 14.000mm³ e plaquetas de 380.000mm³), PCR e VHS elevados; AST 64U/L e ALT 72U/ e fator reumatoide negativo. Foi tratada com metilprednisolona 1g/dia por 3 dias com remissão do quadro. 
Os pais foram orientados sobre o quadro de Artrite Reumatoide Juvenil e a importância do acompanhamento multidisciplinar. Sheila agora com 25 anos apresenta uma restrição de crescimento, sente algumas dores e faz controle dos sintomas com corticosteroides. 
Assim, conhecendo o caso proposto elaborou-se questões a fim de estudar o caso, com intuito de compreender as estrutura das articulações, seus componentes e a sua interação com o sistema muscular e nervoso.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL: descrever a estrutura das articulações sinoviais, seus componentes, funções e integração com os sistemas muscular e nervoso.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1- Caracterizar os componentes das articulações sinoviais e suas funções.
2- Definir unidade motora, considerando as estruturas músculo-articulares a ela relacionados.
3- Descrever a osteoartrite, quanto aos aspectos epidemiológico, etiológico e fisiopatológico, salientando seu caráter inflamatório, comprometendo a remodelação cartilagínea e diminuindo a performance articular.
4- Descrever a classificação da osteoartrite (primária e secundária).
5- Caracterizar o quadro clínico, as articulações mais frequentemente acometidas e como as alterações fisiopatológicas levam aos sintomas clínicos.
6- Distinguir a osteoartrite da artrite reumatoide quando a fisiopatologia.
7- Identificar as condutas diagnósticas e terapêuticas, incluindo as medidas farmacológicas e seus efeitos colaterais, tomando como modelo a artrite reumatoide juvenil.
8- Relacionar o excesso de exercício físico à presença da doença.
9- Identificar as limitações das doenças articulares no cotidiano dos pacientes e de seus familiares, valorizando o caráter multiprofissional da equipe de cuidados.
10- Diagnóstico diferencial das lesões extra articulares das doenças nos exames de imagem: osteoartrose, osteoartrite, artrite reumatoide e gota.
11- Descrever as principais causas das osteartrose (doença articular degenerativa), listando seus principais diagnósticos diferenciais.
12- Discutir os biomarcadores laboratoriais utilizados no diagnóstico das doenças autoimunes.
13- Descrever a farmacologia dos medicamentos relatados no caso.
DISCUSSÃO
Os componentes das articulações sinoviais e suas funções são:
1-Cavidade sinovial ou articular é um espaço virtual onde se encontra o líquido sinovial, recobrindo a superfície dos ossos tornando-as lisas e escorregadias sem uni-los.
2-Cápsula articular envolve a articulação sinovial, formada por 2 camadas, cápsula fibrosa externa, tecido conjuntivo denso, feixes paralelos e ligamentos.
3-Liquido sinovial com função de reduzir o atrito, nutrição dos condrócitos e retirar os restos metabólicos.
4-Discos ou meniscos intrarticulares, são fibrocartilaginosos interpostos às superfícies articulares com a funções de melhorar adaptação das superfícies que se articulam e auxiliar no fluxo do líquido sinovial para áreas de maior atrito.
5-Ligamentos são estruturas de tecido fibroso que reforça a função estabilizadora da cápsula e são classificados em: ligamentos capsulares; ligamentos extra capsulares e ligamentos intra articulares.
6-Lábios, são anéis de fibrocartilagem em superfície articular côncava que evitam fraturas nas bordas e aprofundam a cavidade. São eles, lábio glenoidal (entre escápula e úmero); lábio acetabular (entre pelve e fêmur).
A unidade motora (UM) propriamente dita é constituída por fibras musculares de um mesmo tipo. A UM classifica-se de acordo com dois parâmetros: tempo necessário para desenvolver a força máxima (devido ao processo de recrutamento iniciado pelos moto neurônios pequenos) e frequência de estimulação na qual ocorre fadiga. Todas as fibras musculares pertencentes a UM possuem as mesmas propriedades funcionais e bioquímicas.
Existem três tipos de UM:
1-Unidades fatigáveis e de contração rápida (FR), são constituídas de motoneurônios α grandes, de alta velocidade de condução, com hiperpolarização pós-potencial breve que lhes permitem disparar em alta frequência. As fibras musculares são grossas e possuem pouca mioglobina, daí a sua denominação de pálida ou branca; alcançam sua contração máxima em pouco tempo, desenvolvem muita força e fadigam-se rapidamente.
2-Unidades resistentes à fadiga e de contração lenta (RL), são formadas por moto neurônios pequenos, de baixa velocidade de condução, com hiperpolarização pós-potencial prolongada que os impedem de disparar em alta frequência. Suas fibras musculares são de menores diâmetros do que as pálidas, ricas em mioglobina e mitocôndrias, bem vascularizadas, portanto, denominadas de vermelhas. Contraem-se lentamente, desenvolvem pouca força e são resistentes à fadiga. Sua relação de inervação é menor do que a das FR.
3-Unidades resistentes à fadiga e de contração rápida (RR), são constituídas por moto neurônios α médios. Possuem propriedades intermediárias entre os moto neurônios grandes e pequenos. As fibras musculares são pálidas ou brancas, contraem-se rapidamente, embora de forma mais lenta do que as FR, e desenvolvem o dobro da força do que as RL.
A Osteoartrose (OA), também chamada de osteoartrite, é uma doença degenerativa das articulações sinoviais (diartroses), caracterizada clinicamente por dor e limitação funcional (“insuficiência articular”). A osteoartrose é uma doença que depende da interação de fatores genéticos, biomecânicos e metabólicos.
A idade é o fator de risco não modificável mais importante, a partir dos 45 anos a prevalência de OA aumenta em progressão geométrica, sendo bastante incomum antes disso. A prevalência na população geral é de 3,5% e 10% nos maiores de 60 anos. 
A explicação mais aceita é que o grau de atividade metabólica da cartilagem articular diminui progressivamente com o passar do tempo. Em jovens, os condrócitos respondem à estimulação mecânica aumentando a síntesede matriz extracelular, e por isso a cartilagem desses indivíduos é naturalmente mais espessa e elástica. 
No idoso, o turnover da matriz cartilaginosa se encontra reduzido e os condrócitos já não respondem com a mesma eficiência aos estímulos mecânicos, o que justifica uma cartilagem mais fina, com maior propensão ao desgaste. Nas mulheres acredita-se que a deficiência de hormônios sexuais após a menopausa é um fator contribuinte. 
Atividades profissionais e esportivas que sobrecarregam determinadas articulações também aumentam o risco. Certas doenças metabólicas sistêmicas, como a ocronose e a hemocromatose também favorecem o surgimento de OA por interferirem no turnover da matriz cartilaginosa.
Os condrócitos, apesar de viverem em um tecido avascular (a cartilagem), são células ativas, que numa situação normal possuem metabolismo extremamente lento. Eles são os responsáveis pela síntese da matriz cartilaginosa, composta por fibras de colágeno tipo II, ácido hialurônico e proteoglicanas. Os próprios condrócitos também produzem enzimas capazes de degradar as macromoléculas dessa matriz – as metaloproteinases (colagenase, gelatinase e estromelisina). Na osteoartrite, por sua vez, o balanço é NEGATIVO: a degradação é maior do que a síntese. Além disso, na tentativa de reparar o dano, os condrócitos sintetizam macromoléculas diferentes, inadequadas para a composição do tecido cartilaginoso normal. 
Uma série de citocinas produzidas pelas células da sinóvia contribui para esse desequilíbrio, especialmente interleucina-1 e TNF-alfa (mediadores pró-inflamatórios), capazes de inibir a síntese de proteoglicanas e estimular a ação das metaloproteinases. O estresse biomecânico pode tornar os condrócitos mais sensíveis à ação do TNF-alfa e da IL-1.
A osteoartrite pode ser classificada em primária e secundária. A primária ou idiopática possui etiologia desconhecida ou é decorrente de mecanismos genéticos identificados. Já a secundária designa situações em que um fator inicial pode ser identificado. Por exemplo, secundária a uma doença inflamatória como a artrite reumatoide. Podem ser classificadas ainda em processos degenerativos, inflamatórios autoimunes, infecciosos, metabólicos e pós-traumática.
- Degenerativa: Doença do aparelho locomotor determinado pela degeneração de estruturas da articulação, que afeta pessoas adultas, sobretudo em idades avançadas.
- Inflamatória/autoimune: Doença do aparelho locomotor determinado por um distúrbio do sistema imunológico (doença autoimune), caracterizado pela produção de anticorpos contra o próprio organismo, denominado de autoanticorpos.
- Infecciosos: Doença do aparelho locomotor determinada pela invasão de microorganismos no interior da articulação, levando assim a destruição da mesma.
- Metabólica: Doença reumática do aparelho locomotor determinada por um distúrbio metabólico, como é o caso da gota.
- Pós-traumática: Doença reumática do aparelho locomotor que se caracteriza por uma inflamação das estruturas periarticulares (vizinhas da articulação) como é o caso dos tendões, ligamentos e cápsula.
A osteoartrite é uma doença insidiosa. Pacientes com doença primária geralmente são assintomáticos até o final da quinta década de vida. Se uma pessoa jovem apresenta alterações significativas de osteoartrite, uma pesquisa à procura da causa subjacente deve ser realizada. Os sintomas característicos incluem dor profunda, que piora com o uso; rigidez matutina; crepitação e limitação da amplitude de movimentos. A compressão nos forames espinais por osteófitos resulta em pinçamento das raízes nervosas cervical e lombar, com dor articular, espasmo muscular, atrofia muscular e deficits neurológicos. As articulações na maioria das vezes envolvidas incluem quadris, joelhos, vértebras lombares inferior e cervical, articulações interfalangeanas proximal e distal dos quirodáctilos, primeiras articulações carpometacárpicas e primeiras articulações tarsometatársicas.
Característicos em mulheres, mas não em homens, são os nódulos de Heberden –osteófitos proeminentes nas articulações interfalangeanas distais. A doença pode-se estabilizar durante anos, mas na maioria das vezes ocorre uma lenta progressão, sendo a segunda maior causa de incapacidade de longa duração, ficando atrás das doenças cardiovasculares.
Já a artrite reumatoide é decorrente da ação das células T e B autorreativas, que acarretam a sinovite, a uma destruição e remodelação óssea, e infiltrado celular. A membrana sinovial é a fonte essencial de citocinas pró-inflamatórias e proteases e, em conjunto com osteoclastos e condrócitos, proporciona o dano articular. Projeções de tecido proliferativo entram na cavidade articular, invadindo a cartilagem e o tecido ósseo, constituindo o pannus, bastante presente na artrite reumatoide.
Várias hipóteses tentam esclarecer a continuação de situações observadas na AR. A mais utilizada propõe que mudanças pós-traducionais induzidas por agentes ambientais tornam moléculas próprias imunogênicas. Em resultado da exposição prolongada ao cigarro ou a outros fatores ambientais, a resposta do sistema imunológico adaptativo aos peptídios citrulinados pode anteceder em anos o surgimento dos sinais e sintomas clínicos da AR. Tanto o fribrinogênio como a vimentina citrulinados já foram achados nas articulações de pacientes com AR e é provável que outras proteínas além dessas sofram reações de citrulinização. 
Apesar de a relação entre a positividade para o fator reumatoide (FR) e o desenvolvimento da AR não estar totalmente esclarecida, ambos estão intimamente relacionados. A presença de agregados de imunoglobulina do tipo G (IgG) ou de complexos de IgG-FR ativa o sistema complemento e resulta em diversos fenômenos inflamatórios. A ativação do sistema complemento pelos imunocomplexos pode ainda iniciar uma inflamação vascular com depósitos de FR em arteríolas, originando vasculites, cujo impacto na qualidade e na expectativa de vida do paciente é significativo. 
Além do mais, o reconhecimento dos complexos imunes por fagócitos proporciona liberação de várias citocinas pró-inflamatórias, essencialmente o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), o que aumenta ainda mais o processo inflamatório. Recentemente, uma terceira classe de células T auxiliadoras foi caracterizada como células CD4+ produtoras de interleucina 17 (IL-17). Células 14Th17 parecem atribuir proteção contra infecções, permitindo a exterminação do microrganismo por meio do recrutamento de neutrófilos e da ativação de macrófagos no sítio da infecção. Estudos recentes evidenciam um importante papel das células Th17 na modulação das respostas autoimunes relacionadas com AR e esclerose múltipla, doenças anteriormente consideradas Th1 dependentes. No que diz respeito à AR, as células Th17 parecem determinar o desenvolvimento da sinovite e a destruição articular por meio da interação com células dentríticas, macrófagos e células B.
A artrite infantil, também conhecida por artrite reumatoide juvenil é uma doença rara que surge em crianças até os 16 anos e que provoca a inflamação de uma ou mais articulações, causando sintomas como dor, inchaço e vermelhidão nas articulações, podendo também afetar outros órgãos como pele, coração, pulmão, olhos e rins.
A artrite juvenil é rara, e apesar de suas causas ainda não estarem totalmente esclarecidas, sabe-se que está associada a alterações do sistema imune, genética e certas infecções por vírus ou bactérias.
O diagnóstico da artrite idiopática juvenil (AIJ) é de exclusão, levando em consideração que a doença deve ocorrer antes dos 16 anos, presença de atrite em uma ou mais articulações e ter duração maior de 6 semanas. Os exames laboratoriais incluem o hemograma e testes como VHS e PCR para avaliar a inflamação, podemos também utilizar os testes imunológicos como Fator Reumatoide (FR) e deteccção de HLA B27 ajudam na separação de subtipos de AIJ e a identificação do FAN+ é importante pois está relacionado a um maior risco de uveíte. É recomendado a investigação para excluir outros diagnósticoscomo infecção, doença inflamatória intestinal e malignidade, realizando culturas de sangue e urina, radiografias de tórax e articulações afetadas. Aconselha-se a obtenção de uma TC de tórax e pelve, além de aspirado de medula óssea antes do tratamento da AIJ. Logo lembramos que a artrite idiopática juvenil é subdividida em:
Sistêmica: Quadro de artrite associado à febre mais de duas semanas, diária pelo menos 3 dias consecutivos e ter um sintoma associado como (rash evanescente, presença de hepato ou esplenomegalia, linfadenopatia generalizada ou serosite).
Relacionada a Entesite: Artrite + Entesite ou artrite ou Entesite + dois dos seguintes simtomas: (dor em articulação sacroilíaca / coluna lombossacra; HLA – B27; Uveíte anterior aguda; início em menino com maior de 6 anos; história de parente de primeiro grau com espondilite anquilosante, ou artrite relacionada a entesite, ou DII com sacroileite, ou síndrome de Reite ou Uveite anterior aguda).
Poliarticular: Artrite acomete 5 articulações ou mais durante os 6 primeiros meses, com ou sem FR positivo. 
Psoriásica: Artrite + psoríase ou artrite + dois dos seguintes sintomas (Dactilite, onicólise ou pitting ungueal ou psoríase em parente de primeiro grau).
Oligoarticular: Artrite em 1 – 4 articulações durante os 6 primeiros meses. Persistente acomete até 4 articulações, estendida mais que 4 articulações após o sexto mês. 
Indiferenciada: Sem critérios para outras categorias ou critérios para mais de uma categoria.
	Para diagnosticar é importante observar o quadro clinico e laboratorial das subclassificações na artrite idiopática juvenil. 
		
Artrite Sistêmica
	
Poliartrite
	
Doença de Still;
Clínica: Artralgia (mais comum em pulsos, joelhos e tornozelos), febre diária e intermitente, erupção cutânea evanescente, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, serosites;
Laboratório: Leucocitose, ↑VHS e PCR, hiperferritinemia, ↑TGO e TGP, hipoalbuminemia e anemia
Complicações: Síndrome de ativação macrofágica
	
• Mais frequente em mulheres;
• 2 picos: entre 2 e 5 anos; entre 10 e 14 anos;
Clínica: Em menores de 10 anos tem início indolente com poucas articulações envolvidas. Em adolescentes a evolução é mais rápida. Articulações mais acometidas: joelhos, punhos e tornozelos
Laboratório: ↑VHS, anemia, hipegamaglobulinemia. Pode ter FR+.
Complicações: Erosão e destruição óssea,
osteoporose, disfunção de ATM e uveíte.
	
Oligoartrite
	
Psoriásica
	
• Persistente X Estendida
• Mulheres são mais acometidas
• Pico aos 2-3 anos;
Clínica: Articulações grandes
(joelhos, tornozelos, punhos e cotovelos)
com edema, calor e dor locais;
Laboratório: FAN +, VHS normal ou ↑;
Complicações: Disfunção de ATM, uveíte, assimetria do comprimento
de pernas e baixa estatura.
	
Clínica: Em crianças <5 anos, são acometidos punhos, mãos e pés, é mais comum no sexo feminino e podem ter FAN +. Nos adolescentes a proporção entre os sexos é a mesma e são acometidas coluna vertebral e sacroilíaca.
	
Artrite relacionada a Entesite
	
	
Forte associação com HLA B27;
Complicação: Espondiloartrite, Uveíte anterior aguda.
	
O controle da AIJ é baseado no tratamento farmacológico, nas terapias física e ocupacional e no suporte psicológico. Deve ser cuidadoso, de longo prazo, com monitorização periódica das medicações, da atividade da doença e dos possíveis danos causados por ela. Uma vez que a AIJ não é uma doença única, a abordagem terapêutica varia entre os subtipos, e não deve ser rígida, uma vez que no início da doença não há como saber quem irá evoluir para a remissão ou manter a atividade da doença, com risco para destruição articular e incapacidade permanente.
Anti-inflamatórios não hormonais (AINH): Ação anti-inflamatória e analgésica e têm sua ação no alívio da dor. Em paciente assintomático não há necessidade de uso.
Corticosteroides: anti-inflamatórios potentes, porém com indicações restritas em AIJ. São administrados pelas vias local, sistêmica ou intra-articular. Colírios de glicocorticoides são prescritos, por oftalmologistas, para crianças com uveíte.
O uso oral do corticosteroide está formalmente indicado apenas para os pacientes com AIJ sistêmica que apresentam anemia intensa, pericardite ou miocardite graves ou febre não responsiva aos AINH, casos de síndrome de ativação macrofágica e uveíte anterior crônica não controlada com corticoterapia local. 
Tratamento específico:
O metotrexato (MTX)- os pacientes com os subtipos poliarticular e oligoarticular estendido apresentam boa resposta a esta droga. 
O leflunomide tem sido usado na AIJ poliarticular ou oligoarticular estendida nos casos de falha ou intolerância ao metotrexato. 
A ciclosporina, na dose de 3 a 5 mg/kg/ dia, tem se mostrado eficaz no controle das manifestações sistêmicas resistentes corticoterapia, nas uveites em assoc1açao com o metotrexato e na síndrome de ativação macrofágica. 
Agentes biológicos:
Etanercepte: É um receptor solúvel que se liga ao TNF-u e impede a sua interação com os receptores da superfície celular. E utilizado na dose de 0,4 mg/kg (máximo de 25nmg) por via subcutânea, duas vezes na semana (a cada quatro dias) ou em dose única semanal de 0,8 mg/kg/dose (máximo de 50 mg).
Adalimumabe: É um anticorpo monoclonal contra o TNF-a, totalmente humanizado, aplicado por via subcutânea a cada duas semanas, na dose de 24 mg/m2 (de meia até uma ampola de 40 mg a cada duas semanas).
lnfliximabe: se liga ao TNF-a e bloqueia sua ligação aos receptores da superfície celular. Recomenda-se utilizá-lo por via endovenosa na dose de 3 a 5 mg/kg/dose nos dias e a cada seis a oito semanas. Seu uso está indicado nas AIJ poliarticulares e oligoarticulares estendidas, na artrite relacionada à entesite, nas uveítes e nas artrites associadas à doença inflamatória intestinal. 
Anakinra: é um antagonista recombinante humano do receptor da IL1, que bloqueia sua ação. A dose preconizada em crianças é de I a 2 mg/kg/ dia por via subcutânea.
Canakinumabe: é um anticorpo monoclonal humano contra a IL1. Também tem indicação na AIJ sistêmica e é usado na dose de 2 a 4 mg/kg/ dose mensalmente por via subcutânea.
Tocilizumabe: é um anticorpo monoclonal humanizado antiIL6 recomendado na dose de 8 mg/kg/ dose (para pacientes com peso igual ou maior que 30 kg) ou I2 mg/kg/dose (para aqueles com peso menor que 30 kg) a intervalos quinzenais, para a apresentação sistêmica e mensais para a apresentação poliarticular. 
Rituximabe: A dose é de 750 mg/m2 (até I g), duas doses a intervalo quinzenal e depois a cada seis meses. Seu uso se restringe a pacientes maiores de 18 anos e tem melhor resposta nos pacientes com AIJ com positividade do FR. 
Abatacepte (CTI A4 lg): é um modificador da resposta imune que atua como bloqueador da coestimulação, interferindo com a interação do CD28-CD80/86 nas células T ativadas.
Mover-se pode ser difícil por causa de distúrbios que restringem a movimentação da articulação ou causam fraqueza, rigidez, tremor ou dificuldade para iniciar o movimento. A movimentação também pode ficar limitada quando causa dor. Pessoas com dores nos músculos, ligamentos, ossos ou articulações tendem a limitar sua movimentação consciente e inconscientemente. Essa limitação dá a impressão de fraqueza, mesmo que o sistema nervoso e os músculos possam gerar o movimento. Dessa forma, é de extrema importância o acompanhamento com fisioterapeutas, psicólogos, educadores físicos, e alteridade do familiar na contribuição do cuidado.
As atividades físicas modulam a atuação das células do sistema imunológico de forma dependente do planejamento do exercício. Quando a intensidade e volume do treinamento forem estabelecidos corretamente e o exercício considerado moderado, aumentam-se os mecanismos de defesas. Já exercícios intensos e prolongados estão associados à diminuição das respostas imunológicas e alterações na atuação de neutrófilos, macrófagos e linfócitos. Sendo assim, o tipo de exercício físico, a intensidade e a duração devem ser bem planejados quando se trata de pacientes com AR, se tornando eficaz quando elaborado e supervisionado.O objetivo é melhorar a aptidão cardiorrespiratória e cardiovascular, a massa e a força muscular, e o desempenho físico sem piorar a lesão articular característica da doença.
Nos exames de imagem podemos verificar:
Osteoartrose: é a degeneração da cartilagem articular com formação óssea nas margens e no tecido subcondral. É a forma mais comum de doença articular. Seu padrão típico exibe estreitamento não uniforme do espaço articular, esclerose óssea subcondral, osteófitos, cistos ou pseudocistos subcondrais, sendo que não acontece osteoporose. Os cistos subcondrais podem causar irregularidades da superfície articular, sendo possível observar corpos livres intra-articulares. A anquilose óssea é rara.
-Mãos: há predileção pelas articulações interfalangianas distais (nódulos de Heberden), IFPs (nódulos de Bouchard), MCFs do polegar e trapeziometacarpianas. Não há erosão óssea e podem ocorrer pequenas rarefações subcondrais. Os osteófitos proporcionam um aspecto de protuberância óssea nas regiões envolvidas, podendo estar associados a subluxação e desvios da articulação.
-No pé: o mais envolvido é o hálux, seguindo-se a 1 a tarsometatarsiana e a talonavicular. Coxofemoral: o estreitamento do espaço ocorre na parte superior. Os cistos subcondrais podem resultar em deformidade da superfície articular, achatamento da cabeça femoral, acetábulo raso e subluxação da cabeça femoral.
-No joelho: os três compartimentos - lateral, medial e femoropatelar - não são envolvidos igualmente. O espaço medial é, geralmente, o mais estreitado. Há osteófitos na margem superior da patela e nos côndilos femorais e tibiais. Pode haver deformidade em varo ou em valgo do joelho. A condrocalcinose, se associada, apresenta as características calcificações das cartilagens articulares e dos meniscos.
-No ombro: a osteoartrite é pouco frequente e, quando ocorre, é principalmente na articulação acromioclavicular.
-Na coluna vertebral: são envolvidas as articulações interapofisárias e intervertebrais. A redução dos espaços intervertebrais resulta em osteoartrose secundária das interaposifárias. Há degeneração do disco com esclerose na margem vertebral e osteófitos.
Artrite reumatoide: na prática clínica indica-se a realização de radiografias de mãos/punhos e antepés como avaliação básica e, depois do diagnóstico, 12 meses seria o período recomendado para o acompanhamento radiográfico. Entre as manifestações radiográficas na AR citam-se:
-Osteopenia: alteração característica e precoce. No início, é periarticular, e com a evolução torna-se mais difusa.
-Aumento de partes moles: traduz acometimento periarticular ou efusões intra-articulares. E uma alteração precoce.
Redução do espaço articular: deve-se à destruição progressiva da cartilagem articular.
Erosões ósseas: indicam destruição da cartilagem articular e ocorrem em casos mais avançados da doença.
Cistos ósseos ou geodas: são representados por áreas translúcidas subcondrais e se devem à invasão da cartilagem e do osso pelo pannus reumatoide.
Deformidades e instabilidades: relacionam-se com as lesões tendinosas, como frouxidão e rupturas, e às vezes têm relação direta com destruição cartilaginosa ou óssea, como a protrusão acetabular.
A US é um método não invasivo e de custo acessível que tem capacidade de detectar sinovite, acúmulo de fluido articular e erosão óssea na AR. O edema ósseo, definido como lesão trabecular sem margens definidas e caracterizado por hiperintensidade de sinal em T2 e realce pelo contraste, representa infiltração inflamatória na medula óssea e, ao contrário das erosões, é um achado inicial na AR e que pode ser reversível quando abordado de forma adequada e precoce. Na RM a sinovite é definida pelo espessamento sinovial com realce pelo meio de contraste e espessura > 1 mm.
Gota: a articulação mais afetada é a metatarsofalangiana (MTTF) do 1o dedo. Nas fases iniciais da gota articular, a radiografia é normal ou apresenta aumento de partes moles (inflamação articular e justarticular). Com a repetição das crises de gota, aparecem a osteoporose justarticular e as erosões ósseas (imagens líticas em "saca-bocado" bem delimitadas, resultando do depósito de cristais em forma de tofos epifisários. Nos casos mais crônicos, observam-se redução de espaços articulares, erosões grosseiras, deformidades articulares, osteófitos e anquilose óssea, além de imagens tofáceas na radiografia. A necrose asséptica da epífise femoral, descrita na gota, é atribuída a dislipidemia concomitante. A ultrassonografia articular pode demonstrar espessamento sinovial com depósitos hiperecoicos, densidade linear sobre a cartilagem ("sinal do duplo contorno") ou depósitos tofáceos (áreas hiperecoicas). A tomografia computadorizada pode demonstrar tofos intraarticulares não identificados à radiografia, proporcionando assim o tratamento hipouricemiante mais precoce.
Existem ainda alguns exames laboratoriais que auxiliam a clínica no diagnóstico dessas patologias, são esses: anticorpos Anti-dsDNA(autoanticorpo relacionado ao padrão de fluorescência nuclear homogêneo no teste FAN-HEp-2), sua determinaçãoé considerado um marcador diagnóstico para Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), segundo critérios do Colégio Americano de Reumatologia(CAR). Sua positividade pode variar, dependendo da atividade ou órgão de manifestação da doença, sendo > 95% no LES ativo com comprometimento renal, > 50 – 70% no LES ativo sem comprometimento renal e < 40% no LES inativo. Indicações para solicitação: a. Suspeita de LES ou confirmação diagnóstica de LES (critérios do CAR); b. Estabelecer diagnóstico diferencial de doenças do tecido conectivo; c. Monitoramento de pacientes com LES (atividade da doença, nefrite, monitoramento do tratamento). 
Anticorpos Anti-histona, esses autoanticorpossão de grande valor diagnóstico, principalmente, no lúpus induzido por medicamentos. Altos títulos desses autoanticorpos tendem a serem associados com formas mais severas do LES. Os autoanticorpos anti-histona são menos específicos que os autoanticorpos anti-dsDNA, podendo apresentar resultados positivos em indivíduos com Artrite Reumatoide (AR), esclerose sistêmica e cirrose biliar primária. As indicações para solicitação de anti-histona são: a. Suspeita de lúpus induzido por medicamentos, principalmente procainamida, hidralazina, isoniazida, clorpromazina, metildopa, beta bloqueadores, anticonvulsivantes e captopril; b. Para estabelecer o diagnóstico de lúpus induzido por medicamentos, a presença de autoanticorpos marcadores de lúpus deve ser descartada usando testes apropriados (anti-dsDNA e anti-Sm). 
Anticorpos Anti-Sm, também são considerados marcadores de diagnóstico de LES segundo critérios do CAR. São anticorpos de alta especificidade (99%), porém com baixa sensibilidade (5 a 15%). Indicações: a. Suspeita de LES; b. A detecção de baixos títulos de anticorpos anti-Sm não deve ser interpretada como preenchendo os critérios do CAR em pacientes com FAN-HEp-2 negativo.
Os dois mais importantes sistemas de autoanticorpos descritos para o diagnóstico laboratorial da AR são o Fator Reumatoide (FR) e os Anticorpos Anti-Peptídeos Cíclicos Citrulinados (anti-CPP). 
O FR é um autoanticorpo direcionado contra a porção Fc das moléculas de IgG e seu uso como marcador sorológico já está bem estabelecido no laboratório clínico, porém apresenta limitado valor no diagnóstico da AR devido a sua baixa especificidade. 
Outros ensaios laboratoriais tem sido utilizados para o diagnóstico da AR, como os anticorpos anti-queratina (AKA) e anticorpos anti-vimetidina citrulinada modificada (anti-MCV). Contudo, os testes anti-CPP mostraram-se mais sensíveis que os testes AKA e equivalentes em termos de sensibilidade e especificidade aos testes anti-MCV, com a vantagem de já estarem disponíveis em sistemas automatizados, tornando seus resultados mais precisos e rápidos.
O fator antinuclear (FAN), ou anticorpos antinucleares (ANA), é um exame utilizado como rasteio para presença de autoanticorpos nos casos de suspeita de doenças autoimunes. É muito comumno consultório do reumatologista a solicitação de consultas para pacientes que apresentaram um resultado de FAN positivo, solicitado para um check-up ou por dores de características mecânicas, sem nenhum outro critério para doença autoimune.
CONCLUSÃO
Compreendemos as estruturas articulares: componentes, funções e integração com o sistema muscular e nervoso. Além, da fisiopatologia e manifestações clinicas das osteoartites e artrite reumatoide, abordando os métodos diagnósticos, terapêuticos e a importância da equipe multiprofissional. 
A osteoartrite é a mais comum dentre as doenças reumáticas manifestando-se em ambos os sexos. Acomete mas as articulações das mãos, joelhos, coxofemorais e da coluna. Pode levar a incapacidade e não existe tratamento para retardar a evolução do processo patológico. O condicionamento físico ajuda no controle dos sintomas, mas é importante evitar atividades que provoque grandes impactos.
REFERÊNCIAS

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