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PAPER JOVENS E ADULTOS

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12
 TRANSFORMAÇÃO DA EDUCAÇAÕ DE JOVENS E ADULTOS
Antonio Renato Custodio da Silva¹
Jessica Crisóstomo Moreira¹
Jaqueline Fonseca da costa¹ 
Pedro Messias da Silva Neto²
	
RESUMO
A educação de jovens e adultos é uma importante modalidade de educação, especialmente no Brasil, em que ainda é grande o número de pessoas que não tiveram oportunidade de freqüentar ou dar continuidade aos seus estudos na educação básica. Dentro dessa temática, consideramos fundamental destacar o papel do docente, já que ele contribui de forma decisiva para a formação dos alunos e para um ensino de qualidade. Nesse sentido, o objetivo principal deste trabalho foi de apontar as dificuldades enfrentadas pelo docente da Educação de Jovens e Adultos em suas práticas e apresentar propostas que pudessem contribuir para a melhoria de seu trabalho. O artigo considera aspectos históricos, sociais e culturais dos discentes da EJA, apresenta o percurso histórico da atuação do professor, o perfil dos alunos, o tratamento legislativo dado à educação de jovens e adultos, analisa as dificuldades dos professores e contribui com algumas propostas para a melhoria da atuação docente. A metodologia utilizada foi embasada em pesquisas bibliográficas, a partir do método dedutivo. Concluiu-se que para sanar as dificuldades encontradas na atuação
docente, o profissional deverá refletir constantemente sobre sua prática e buscar meios de aperfeiçoá-la, em um processo constante de formação continuada. Só assim poderá atingir os objetivos da aprendizagem e da formação do aluno e possibilitar que o indivíduo jovem e adulto seja capaz de desenvolver habilidades e competências que lhe permita atuar com destreza nos âmbitos pessoal, social e profissional.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Tecnologia. Alfabetização
1. INTRODUÇÃO
 A Educação de Jovens e Adultos (EJA) chegou ao Brasil com a finalidade de formar uma grande parte da população que não possuíam um ensino regular numa perspectiva profissionalizante, para o mercado de trabalho com interesse democrático. Ou seja, mais voltado para o interesse das classes dominantes. O movimento da EJA surge com característica de movimento educacional popular, isso se deu pelo fato de inúmeras tentativas incansáveis pela busca do direito a escolarização a educação como direito de todos, todavia, esta modalidade de ensino permeia um caráter inclusivo por que oferece as pessoas que nunca estudaram ou não concluíram o ensino fundamental ou médio à condição da sua escolaridade por diversos fatores.
No entanto, para que o aluno venha aprender através da EJA, o educador deve comprometer-se na aplicação de métodos de uma forma diferente da que a educação regular propõe, percebendo que trabalhar com a EJA é mais que ensinar metodologias pré-estabelecidas pela instituição de ensino, é trabalhar com esse aluno situações de aprendizagem que habilitem aos educandos utilizar o que foi aprendido tanto na sua vida social quando na profissional.
 Este artigo vem mostrar a importância da Educação de Jovens e Adultos e sua estruturação e o perfil da didática e metodologias pensadas, traçadas e aplicadas na e para a formação dos alunos que necessitam imbuir-se de conhecimentos críticos uma vez que só a partir da apropriação do mesmo o homem consegue liberta-se da ignorância impostas pelo sistema social político e econômico geográfico ou de outra natureza, tornando-os atuantes e geradores de transformação começando por si mesmo e dentro do meio no qual está inserido. 
Buscando também pontuar características dos métodos apontados por Freire para o sucesso educacional. pretende-se pôr em pauta pontos relevantes no que concerne ao papel do docente frente a alfabetização de jovens e adultos, e que precisa ser levado em consideração no ensino dessa nova classe de alunos, elencando apontamentos da pedagogia freiriana que contribuiu e contribui ainda nos dias atuais de maneira significativa na formação dos discentes da modalidade EJA.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 HISTÓRICOS DA EJA 
 A Educação de Jovens e Adultos deve ser compreendida enquanto processo de formação humana plena que, embora instalado no contexto escolar, deverá levar em conta as formas de vida, trabalho e sobrevivência dos jovens e adultos que se colocam como principais destinatários dessa modalidade de educação. Pois, esta, não é apenas um processo de formação educacional, mas sim uma formação para a vida e que esta tem que ser levada em consideração quando o aluno for reinserido no setor educacional. 
 A EJA é uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura, enquanto a sua metodologia, duração e própria estrutura como afirma Lima (2006). O tema "Educação de pessoas jovens e adultas" não remete-nos apenas a uma questão de especificidade etária, mas, primordialmente, a uma questão de especificidade cultural. Isto é, apesar do corte por idade (jovens e adultos são, basicamente, não-crianças). (RIBEIRO, 2001, p 56). Como a Educação de Jovens e Adultos é uma política pública voltada para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de estudarem na idade regular, ou que por diversos motivos deixaram de frequentar a escola, vale ressaltar o conceito de políticas públicas. 
 Políticas Públicas “são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado” (TEIXEIRA. 2002,). Mead (1995, p.14) a define como “um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas”. 
 Para o referido autor, as políticas públicas são as análises que estão inseridas na política para resolver as questões mais difíceis de serem solucionadas pelo poder público, ou seja, se o mesmo está garantindo solucionar as questões públicas por meio de análises. Lynn (1980) a define como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos, solucionando problemas da sociedade. 
 Peters (1986) Política Pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Educação de Jovens Adultos no Brasil: a trajetória ao longo da história. A história das idéias em torno da Educação de Adultos no Brasil acompanha a história da educação como um todo que, por sua vez, acompanha a história dos modelos econômicos e políticos conseqüentemente a história das relações de poder, dos grupos que estão no exercício do poder. Inicialmente se resgata o sistema de educação organizado pelos padres Jesuítas no Brasil colonial que tinham como objetivo a propagação da fé cristã no meio indígena. Ghiraldelli (2008, p.24) destaca três fases da educação no período colonial.
A educação escolar no período colonial, ou seja, a educação regular e mais ou menos institucional de tal época, teve três fases: a de predomínio dos jesuítas; a das reformas do Marquês de Pombal, principalmente a partir da expulsão dos jesuítas do Brasil e de Portugal em 1759; e a do período em que D. João VI, então Rei de Portugal, trouxe a corte para o Brasil (1808- 1821). 
 Compreende-se que a educação no período colonial se deu de forma assistemática, pois não havia iniciativas governamentais significativas. Os métodos jesuíticos permaneceram até o período pombalino com a expulsão dos jesuítas, neste período, Pombal organizava as escolas de acordo com os interesses do estado, com a chegada da família real ao Brasil a educação perdeu o seu foco, que já não era amplo, e passou a atender as necessidades da corte, porém a educação em geral não era prioridade, ela continuava a ter importância secundária. Em relação a educação de adultos na época colonial Paiva (1973, p.165) enfatiza que 
A todos os setores sociais. Com a vinda da família real portuguesa para educaçãode adultos indígenas tornou-se relevante, o domínio das técnicas, da leitura e escrita não se fizeram necessárias para os membros da sociedade colonial, já que esta se baseava principalmente na exportação da matéria prima, assim não havia preocupação em expandir a educação ao Brasil modificou-se o panorama educacional brasileiro. Tornou-se necessário à organização de sistema de ensino para atender a demanda educacional da aristocracia portuguesa e preparar quadros para as novas ocupações técnico-burocráticas. 
 Observa-se que no período colonial havia um processo educativo destinado aos indígenas adultos, embora submetidos a uma intensa ação cultural e educacional a identidade da educação brasileira foi sendo marcada pelo o elitismo, excluía a educação das classes menos favorecidas destacando-se: homens e mulheres, pobres livres, negros e negras escravos, livres e abertos. Instala-se uma grande onda de preconceito e exclusão da pessoa analfabeta. STEPHANOU e BASTOS, (2005, p.270). Outro ponto que merece destaque ainda no Brasil Colônia era que a educação visava à doutrinação religiosa, abrangendo um caráter muito mais religioso que educacional. Nessa época pode-se constatar uma fragilidade da educação, por não ser esta responsável pela produtividade, o que acabava por acarretar descaso por parte dos dirigentes do país CUNHA, (2009, p.8). 
 No século XX, com o advento da industrialização, a educação foi olhada com a valorização na educação de adultos mediante a valorização do domínio da língua falada e escrita, visando o domínio das técnicas de produção, a aquisição da leitura e da escrita como instrumento da ascensão social, a alfabetização de adultos para a ampliação da base de votos CUNHA, (2009, p 12). Em 1964 foi criado o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (PNA) recebendo orientações de Paulo Freire, organizado pelo Ministério da Educação. Em 1976 o governo assumiu o controle da alfabetização de adultos, coma criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), voltado para a população de 15 a 30 anos, objetivando a alfabetização funcional VIERA, (2009, 38). 
 O ensino supletivo foi um macro importante na história da educação de jovens e adultos no Brasil, implantado em 1971, conforme descrito por Viera (2009, p. 40), representa um caminho de aceleramento educacional para o ensino supletivo vigente. Tornando uma modalidade diferente do ensino regular em sua estrutura, enquanto a sua metodologia, duração e própria estrutura CUNHA, (2009, p.48). Na declaração de Hamburgo (1997), como no Relatório Delors (1996), a EJA é concebida como um processo de reconhecimento da riqueza advinda da diversidade cultural e como uma rota de respeito aos saberes e as formas de aprendizagem dos diferentes grupos sociais BRASIL, (2005, P.56). Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), Lei 939/96, promulgada em 20 de dezembro, que passou a ser a espinha dorsal de toda legislação educacional brasileira, a nomenclatura Ensino Supletivo passa para Educação de Jovens e Adultos (EJA). A modalidade EJA ocorre de maneira presencial à distância, sendo a maior parte das matrículas, em todas as regiões, e para turmas presenciais, tanto no ensino Fundamental como no Ensino Médio CARNEIRO, (2012, p. 37).
   1.2- Alfabetização de Jovens e Adultos: Conceitos e Perfil 
 Nas últimas décadas muitas pesquisas têm sido realizadas por estudiosos e especialistas mediante a complexidade dos desafios educacionais brasileiros, em todas as etapas e modalidades de ensino. O acesso à educação favorece aos adultos vivenciar novas experiências e torna-se importante também pelo valor que a escola passa aos jovens e adultos transcendendo a mera aquisição do conhecimento RIBEIRO, (2001, p.56). A EJA oportuniza a educação para os jovens e adolescentes que saíram da escola regular, ou que mesmo na escolar regular encontram-se na defasagem de idade e série, e para aqueles que iniciaram a escolarização na fase adulta. Conforme explica Mol (2004, p.11).
Quando falamos “em adultos em processo de alfabetização” no contexto social brasileiro, nos referimos a homens e mulheres marcados por experiências de infância na qual não puderam permanecer na escola pela necessidade de trabalhar, por concepções que afastavam da escola, de que “mulher não precisa aprender” ou “saber os rudimentos da escrita já é suficiente”, ou ainda, pela seletividade construída internamente na rede escolar que produz ainda hoje itinerários descontínuos de aprendizagens formais. Referimo-nos a homens e mulheres que viveram e vivem situações limite nas quais os tempos de infância foi, via de regra tempo de trabalho e de sustento das famílias. 
 A citação expressa que muitos jovens ou adultos não tiveram oportunidade de estudar pelos mais diferentes motivos: por priorizarem o trabalho, ou ainda, por não terem acesso à escola por questões geográficas, por culturas machistas, entre outras. Na verdade, a alfabetização de adultos precisa adquirir um caráter político, pois se destina a corrigir ou resolver uma situação de exclusão, que na maioria das vezes faz parte de um quadro de marginalização maior. Trata-se de jovens ou adultos que historicamente vêm sendo excluídos, quer pela impossibilidade de acesso à escolarização e pelo seu desligamento voluntário e involuntário do processo educacional regular ou mesmo do supletivo. RIBEIRO, (2001, p.65).
 O conceito de educação de adultos vai se incorporando na educação popular, pois, novas exigências voltadas à competência cientificam docentes vêm ocorrendo na cotidianidade do meio popular, Gadotti (2003, p.32) define a educação de jovens e adultos como sendo: 
Aquela que possibilita ao educando, ler, escrever, e compreender a língua nacional, o domínio dos símbolos e operações matemáticas básicas, dos conhecimentos essenciais, das ciências sociais e naturais, e o acesso aos meios de produção cultural, entre os quais o lazer, a arte, a comunicação e esporte. 
 Percebe-se de imediato a importância da escola na vida do educando inserido na EJA. Por se tratar de pessoas que trazem histórias de vida, experiências do seu cotidiano, e de alguma forma foram excluídas do sistema educacional na idade própria do ensino, é preciso que a escola seja um espaço social privilegiado para a aprendizagem de leitura e escrita, indispensável para a apropriação dos bens culturais, bem como, a “leitura de mundo”. FREIRE, (2006, p.48) A alfabetização de adultos constitui na realidade brasileira um mecanismo pelo qual a sociedade pode satisfazer as necessidades de aprendizagem dos cidadãos, oportunizando um resgate educacional, social, cultural e político para aqueles que foram excluídos ou não tiveram acesso ao sistema escolar. Assegurada pela legislação vigente tem sido crescentemente procurada, pela necessidade de retorno aos estudos, por um público heterogêneo, cujo perfil vem mudando em relação à idade, expectativas e comportamento.
TRATAMENTO LEGISLATIVO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
 No decorrer dos anos, percebe-se a necessidade de um olhar voltado para a educação no país. Com a contribuição ou a determinação de leis, a educação progride de uma situação na qual ser escolarizado não era legalmente necessário, para depois tornar-se um direito funda- mental e obrigatório. Dentre os vários documentos legais que se referem à EJA, podemos destacar a Constituição da República Federativa Brasileira de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e o Parecer CEB n° 11/2000 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. 
 A Constituição é um marco histórico para a educação brasileira, uma vez que a educação passa a ser considerada como direito. Nela, especificamente no artigo 205, é destacado o direito e as finalidades da educação: “a educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada coma colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, p. 110). A partir daí, a educação passa a ser um direito de todos, sendo o Estado e a família responsáveis por garanti-la, havendo como prioridade uma preocupação na formação e no desenvolvimento do indivíduo. O ensino fundamental além de gratuito é um direito subjetivo, “trata-se de um dever positivado, constitucionalizado e dotado de efetividade. 
 “O titular desse direito é qualquer pessoa de qualquer faixa etária que não tenha tido acesso à escolaridade obrigatória”. (SATORI, 2011, p. 44 apud BRASIL, 2000, p. 22-23). Além da constituição brasileira, a LDB também regulamenta a educação no país. A mais recente e vigente foi promulgada em 20 de dezembro de 1996, definida pela Lei 9.394/96, que direciona olhar sobre a educação de jovens e adultos que passa a constituir uma modalidade de ensino na Educação Básica. A LDB 9.394/96 refere-se especificamente à EJA em dois capítulos, na Seção V:
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. (BRASIL, 1996, p. 23)
 Esses artigos tratam exclusivamente da educação de jovens e adultos, atendendo a todos que não tiveram o acesso à escolarização na idade correta, por diversos motivos como falta de oportunidade, trabalho, condições de vida precárias, dentre outros problemas. Ressalta-se a partir disso que é necessário oferecer oportunidades que articulem os cursos da EJA com a educação profissional e ainda trabalhar com metodologias que proporcionem bons resultados para alunos e professores, atendendo à educação básica nas etapas de ensino fundamental e médio. 
 De acordo com o Parecer CNE/CEB n° 11/2000, a Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para aqueles que não tiveram acesso à escola nem domínio da escrita e leitura. Ser privado desse acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea. Em busca de melhorias, o Parecer traz as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA e apresenta três funções dessa modalidade de ensino: reparadora, equalizadora e qualificadora. A função reparadora da EJA significa a reparação de um direito negado a uma escola de qualidade.
Essa função reparadora da EJA se articula com o pleito postulado por inúmeras pessoas que não tiveram uma adequada correlação idade/ano escolar em seu itinerário educacional e nem a possibilidade de prossegui.
AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO:
 A tecnologia existe desde os primórdios da humanidade com o objetivo de facilitar a vida do homem. O termo tecnologia surgiu a partir da palavra técnica que é um recurso utilizado para sanar a necessidade humana. O homem se valeu da técnica ou instrumentos desde o fim da era glacial e nas eras Mesolítica, Neolítica e Paleolítica como forma de sobrevivência e, com o tempo foi aprimorando o uso da técnica para a satisfação de suas necessidades (GRINSPUN, 2009). No entanto, a tecnologia propriamente dita no qual conhecemos hoje, teve sua ascensão a partir do fim do Século XX e início do Século XXI, com a ampliação dos meios de comunicação e informação com o processo da globalização.
 Quando se fala em Tecnologias da Informação e Comunicação, isto é, as (TICs), novas, como retroprojetores e outros, que ainda podem ter utilidade pedagógica na escola. Geralmente acredita-se ser somente a internet, porém estas vão além do uso da internet. “São consideradas Tecnologias da Informação e Comunicação, às redes de informáticas e dispositivos que interagem com elas” (TEDESCO, 2004, p. 96). Porém, Tedesco (2004), ainda ressalta que essas novas tecnologias não substituem o uso das tecnologias anteriores, sendo necessário um equilíbrio entre novas tecnologias e as tecnologias convencionais na escola. No contexto escolar pode-se citar como recursos tecnológicos o computador, a internet, a televisão, o rádio, reprodutores de vídeo, materiais impressos e as tecnologias convencionais que não são. 
 As TICs são utilizadas no contexto escolar com o objetivo de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, aproximando o conhecimento aprendido na escola com a realidade atual em que a sociedade vive. A escola de hoje vai além de ser um espaço com o mero objetivo de transmitir conhecimentos e adquirir competências valorizadas no mercado, a escola envolve a preparação para a vida em sociedade. Diante disso, com relação aos objetivos da Educação TEDESCO diz:
 Por isso mesmo, também deve dar conta das transformações que experimenta o contexto cultural imediato em que se desenvolvem as tarefas formativas, ou seja, o contexto de sentidos e significados que permite que os sistemas educacionais funcionem como meio de transmissão e integração culturais. (TEDESCO, 2004, p.34).
Por meio do argumento acima se pode ver que a Educação deve dar conta das novas exigências culturais e sociais, sendo preciso incorporá-las no ato educativo. As novas tecnologias estão inseridas nesse contexto, por isso, precisam ser utilizadas pela escola no processo de ensino e aprendizagem até mesmo na Educação de Jovens e Adultos. Segundo Gadotti, “não existe tempo ou espaço próprio para a aprendizagem, à aprendizagem está em todo lugar e é preciso aprender sempre” (GADOTTI, 2000, p. 250.) Como se pode aprender em todos os lugares, a escola por meio dos recursos tecnológicos pode ampliar o acesso ao conhecimento e posteriormente promover uma educação continuada, de qualidade e finalidade prática.
 As Tecnologias da Informação e Comunicação passaram a ser utilizadas pela a escola há consideravelmente poucos anos atrás. Apesar da internet e o telefone existirem antes dos anos 2000, esses instrumentos eram inacessíveis para a maior parte da população e isso refletiu nas políticas públicas direcionadas para a Educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação mais recente, isto é a LDB nº 9.394/96, por exemplo, não aborda claramente o uso das tecnologias no contexto educativo, pelo fato, de que no ano que ela foi instituída o acesso a meios de comunicação e informação, eram limitados e não se havia muita exigência com relação ao seu uso no contexto social e profissional. A LDB 9.394/96, portanto, trata pouco á respeito do uso das tecnologias na escola, mas apesar disso, no artigo 39, ela reconhece a necessidade da tecnologia, como sendo importante para o desenvolvimento da vida do educando.
Art. 39. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, á ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional. (BRASIL, 1996).
 A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 mostra que a tecnologia assim como a ciência e a educação profissional são importantes para a vida produtiva, no entanto, a lei não deixa claro se as escolas de Educação Básica ofertariam o acesso a essas formas de educação, principalmente se tratando da educação tecnológica, ou se essas seriam ofertadas somente em instituições especializadas de educação profissional e no ambiente de trabalho.
 Atendendo a essa demanda social tecnológica, a Lei de nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, estabelece propostas e diretrizes para a ampliação da educação profissional no Brasil para o atendimento da necessidade de melhor preparação para o trabalho. Obtendo como base esta Lei, veio à necessidade da elaboração de uma propostade educação tecnológica nas escolas. A partir disso, no ano de 2007, foi criado o decreto nº 6.300, de dezembro de 2007, que dispõe a respeito do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO), que trata do uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação nas redes públicas de educação básica. Segundo esse decreto, o uso pedagógico dos recursos tecnológicos tem por finalidade contribuir para a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, a rede de internet e outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população próxima da escola (BRASIL, 2007).
 As propostas apresentadas pelo PROINFO eram de dar subsídio financeiro para a construção de laboratórios de informática dentro das escolas para facilitar o acesso ás novas tecnologias para os alunos e a comunidade, além de oferecer capacitação para os professores para que estes pudessem utilizar esse laboratório com os alunos de todas as modalidades de ensino da Educação Básica, inclusive na Educação de Jovens e Adultos. Por meio da implementação desse projeto, os professores poderiam utilizar o laboratório de informática da escola para complementar e fixar os conteúdos estudados em sala de aula através do uso de jogos pedagógicos, apresentação de vídeos e slides, pesquisas entre outras ferramentas que tornam a aprendizagem mais significativa e prazerosa. Contudo, apesar das propostas feitas com relação ao uso das novas tecnologias na escola, ainda há dificuldades com relação a uso desses recursos dentro da escola, porque os laboratórios não estão sendo utilizados eficazmente e os professores ainda não receberam a qualificação necessária para o uso dos recursos tecnológicos dentro da escola.
AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:
 Como dito anteriormente o uso dos recursos tecnológicos podem ser ferramentas importantes na aprendizagem dentro da escola em qualquer modalidade de ensino. Ainda assim, apesar dos benefícios desses recursos, constata-se que estes não são muito utilizados na Educação de Jovens e Adultos. O Documento Base Nacional Preparatório a VI Confintea, é um documento que retrata a realidade e necessidades da Educação de Jovens e Adultos e também estabelece estratégias de melhoria da qualidade de ensino nessa modalidade educativa. Uma das estratégias apresentadas neste documento é o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação para a Educação de Jovens e Adultos. Com relação a isso o documento relata:
As TICs se espalham na prática social de forma irrecorrível, mudando a vida, as relações e as lógicas de apropriação do tempo e espaço, agora submetidos a novos ordenamentos a apreensões. Convive-se com antigas tecnologias, mas não se abre mão das novas em todos os campos da vida social e cuida-se de evitar que novas exclusões sejam processadas. (BRASIL, 2008, p. 18)
 O trecho abordado acima mostra que o contexto social exige o uso das tecnologias e utilizá-las não muda somente a forma de agir, mas, sim a forma de viver e relacionar dos indivíduos. A escola deve proporcionar um equilíbrio do uso das antigas e das novas tecnologias para que não se reproduza a exclusão não somente digital, mas a exclusão social por não permitir que os alunos especialmente da Educação de Jovens e Adultos tenham acesso às tecnologias como qualquer outro cidadão.
Se tratando da questão da exclusão digital o documento base a VI Confintea continua:
Todos os sujeitos se veem diante de um novo mundo de informações e linguagens/ferramentas do ambiente virtual multimídia, mas mesmo a apreensão desigual dessas linguagens/ferramentas do fazer este mundo inclui a todos, sem escolha, com diferentes graus de acesso: códigos de barras, cartões eletrônicos, celulares estão na realidade cotidiana, mesmo quando se é levado a pensar no conceito que mais uma vez, ameaça o direito: o da exclusão digital. (BRASIL, 2008, p. 18)
 Os recursos tecnológicos estão presentes no dia a dia, por meio dos códigos de barras, celulares entre outros. Não permitir o conhecimento do uso desses recursos faz com que uma parcela da sociedade esteja alienada com relação ao acesso do direito à cidadania. O papel da escola é preparar para a vida, e isso envolve mais do que ensinar conteúdo ou habilidades estabelecidas nos currículos. O educar para a vida envolve preparar o aluno, a lidar com os problemas pessoais e sociais, a saber, os seus deveres e direitos, a ter um bom relacionamento com outros em diversos ambientes e principalmente a ter autonomia que por sinal é o maior desafio que a escola possui hoje. É essa autonomia que os alunos da Educação de Jovens e Adultos precisam aprender dentro da escola, e a inclusão digital pode favorecer nesse quesito.
Contudo, esses recursos tecnológicos precisam ser incorporados ao trabalho do professor para que possam ser benéficos no processo de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos.
Na contemporaneidade não se pode descartar o ambiente virtual multimídia e o papel das tecnologias da informação e comunicação TICs como recursos pedagógicos à ação do professor, pelo que têm possibilitado ao desenvolvimento de processos de aprendizado, ao acelerarem o ritmo e a quantidade de informações disponibilizadas, ao favorecerem o surgimento de novas linguagens e sintaxes, enfim, ao criarem novos ambientes de aprendizagem que podem ser postos a serviço da humanização e da educação de sujeitos. Vai-se do real ao virtual, do analógico ao digital, educam-se novos gostos, escolhas, percepções para a qualidade da imagem, do movimento, da capacidade de alcançar regiões e locais remotos nunca dantes imaginados, em tempo real, sem defasagens que lembrem distâncias e longas esperas. (BRASIL, 2008, p.17-18)
 A escola precisa proporcionar aos alunos de todas as idades o acesso às diversas formas de conhecimento, além do acesso a cultura e a arte. No ensino regular básico, isto é, no Ensino Fundamental e Médio esse acesso é facilitado devido ao maior investimento do governo nessas modalidades, já na Educação de Jovens e Adultos, a situação é diferente. Como a maior parte dessa modalidade de ensino é ofertada no turno noturno, é dificultado o acesso presencial em instituições culturais e artísticas como museus, exposições de arte entre outros locais que funcionam somente no horário diurno. Além disso, a Educação de Jovens e Adultos é considerada como uma educação compensatória e aligeirada no Brasil e devido a isso o investimento ao acesso a cultura e a arte é limitado ou escasso.
 Ao permitir o acesso às tecnologias tais como: computadores ligados á internet, filmes, vídeos e outros, os alunos jovens e adultos passam a ter maior acesso as manifestações culturais e artísticas, e por meio dessas tecnologias o acesso ao conhecimento é maior, perpassando barreiras, socioculturais e regionais. Em detrimento dessa exigência social, a Declaração de Hamburgo propõe medidas ao longo prazo para a melhoria da qualidade da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Uma dessas medidas é o item 20, do acesso á informação. A Declaração de Hamburgo salienta:
(...) O desenvolvimento de novas tecnologias, nas áreas da informação e comunicação, traz consigo novos riscos de exclusão social para grupos de indivíduos e de empresas que se mostram incapazes de se adaptar a essa realidade. Uma das funções da educação de adultos, no futuro, deve ser o de limitar esses riscos de exclusão, de modo que a dimensão humana das sociedades da informação se torne preponderante. (UNESCO, 1997, p.26)
 Desde 1997 quando foi apresentada essa proposta de inclusão digital, observa-se que caminhamos pouco com relação a esse processo. Muitas barreiras necessitam ser quebradas para a diminuição da exclusão digital e o uso eficaz das tecnologias na escola no Brasil.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
 O referente artigo bibliográfico, que consiste na busca de uma problematização de pesquisas a partir de referencias publicadas, analisando e discutindoas contribuições culturais e cientificas. Esta fornece ao pesquisador uma bagagem teórica, de conhecimento, e o treinamento cientifico que habilitam a produção de trabalhos originais, pertinentes e de uma boa base argumentativa. 
 A pesquisa se deu por observação do dia a dia e as ações do pedagogo na EJA, sua importância como agente transformador e criador de possibilidades para que o aluno seja capaz da sua própria construção, articulando com todos os envolvidos no processo pedagógico e suas perspectivas atuais. 
 As perspectivas das ações do pedagogo no sentido de mudar e transformar a prática docente, assim como também de se posicionar para que mudanças significativas ocorram.
Pela demanda desta instituição se necessita de três pedagogas que ingressaram na escola por meio de concurso público, cotidiano das pedagogas dessa instituição foi observado por meio de estágio de gestão realizado nessa escola o que possibilitou verificar de perto a realidade vivida por elas. 
 Os alunos ao regressarem a escola são recepcionados pelas pedagogas que os auxiliam no ato da matrícula, os educadores são orientados sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento, horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas.
 Em conversa com a pedagoga ela nos diz que esse primeiro contato é essencial para que o aluno se sinta motivado para retornar e geralmente ela incentiva o aluno a começar pela disciplina que mais se identificar, pois são esses pequenos detalhes que irão contribuir para permanência dele na escola.
 Analisamos que os contatos das pedagogas com os docentes são constantes, com diálogos sobre duvidas, planos de aula, propostas de atividades e progressos dos alunos.
Nos dias que estive presente na escola houve um trabalho desenvolvido pelas pedagogas na qual se mostraram muito empenhadas procurando diversificar os materiais usados com o objetivo de conscientizar os alunos e resgatar a auto-estemas de alguns. 
 É possível entender que todas as atividades desenvolvidas pelos o profissional do estabelecimento de ensino correspondem ao trabalho pedagógico como no caso as atividades realizadas na Semana Pedagógica. Esse trabalho é muito importante para os atores envolvidos no ambiente escolar é um momento de análise e adequações para obter um melhor desempenho no processo de ensino – aprendizagem. Observamos que a relação entre pais de alunos e comunidade se torna um pouco diferente devido o contexto da EJA, pois se configura por alunos independentes e que procuram a escola com um objetivo especifico terminar os estudos para estar apto ao mercado de trabalho, isso se torna um facilitador para as pedagogas da escola. 
 Em conversa com uma das pedagogas ela nos relata como dificuldades desta função o trabalho burocrático inerente a sua atividade e um aspecto positivo o contato com as pessoas, a orientação e o progresso dos alunos. 
 A meu ver umas das grandes dificuldades das pedagogas é a permanência e o término dos alunos inseridos na escola, cabendo a elas estimular esses alunos a não só terminar os estudos e estar apto ao mercado de trabalho, mas que ele se sinta capaz de ir mais longe ingressar em uma universidade.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 A alfabetização na vida da pessoa tem um enorme peso e valor, pois, somente adquirindo a educação formal, inserindo-se no âmbito escolar, e convivendo com várias pessoas de diferentes tipos de cultura, podemos nos tornar cidadãos realmente capazes de encarar o mundo, e ter nossa autoestima renovada. Pois infelizmente ainda hoje em dia nos deparamos com o preconceito, e aqueles que não sabem ler ou escrever e que não entende nem um pouco se quer do que é ser um cidadão participativo da sociedade, enfrentam alguns problemas e muitas vezes são taxados de “burros”.
 E assim, então, percebemos o quanto o ser humano precisa deixar de lado as dificuldades e correr atrás do tempo perdido, pois nunca é tarde para recomeçar e a EJA está disponível para isso, para ajudar a todos aqueles que por vários motivos não conseguiram começar e nem terminar os estudos na idade certa, e que assim concluindo essa etapa em suas vidas, esses cidadãos só tem a ganhar, pois terão o seu merecido lugar junto a sociedade, e podendo aproveitar de todos os benefícios que aqueles que tem o conhecimento necessário podem adquirir, um desse benefícios sem dúvida é um bom emprego, que sabemos que devido as mudanças no nosso pais e no mundo, para que possa arrumar um emprego de qualidade precisamos estudar, não tem outro jeito.
 Muitos ainda por mais que estudaram, e frequentaram a escola, saem dela sendo alfabético funcional, ou seja, leem pouco escrevem mal, e não conseguem se quer compreender uma frase, ou entender um texto, essa é a atual situação de uma grande parte dos brasileiros. 
 Já o alfabético social, adquire o conhecimento e a aprendizagem, através da interação com o meio, e com outro ser, pois estamos em constante evolução, desde o momento em que nascemos começamos a ganhar conhecimento. 
 Nem tudo o que aprendemos, o fazemos na escola, pois para desenvolvermos, e criar laços de afeto, carinho, é necessário o convívio, e então assim podemos dizer que não conseguiríamos nos manter vivos por muito tempo sem uma ou mais pessoas em nossa volta.
 E então assim a escola, os professores estão dispostos a fazerem de nós cidadãos plenamente alfabetizados, que é o termo dado para a maioria da população, que são aqueles que leem, escrevem, compreendem, interpretam, e até conseguem explicar algo para outra pessoa. 
 Essas pessoas plenamente alfabetizadas conseguem viver com mais tranquilidade e autonomia, fazendo desse saber, um requisito a mais para dar continuidade aos estudos, e assim podendo fazer, vários outros cursos, faculdades e até mesmo uma pós-graduação, ou seja, não existe limites para um indivíduo letrado, ele pode ser o que quiser, consegue os melhores empregos e convive de acordo com a sociedade, que hoje em dia exige bastante de todos nós.
5. CONCLUSÃO
 De acordo com o exposto, é notado que, a história da Educação de Jovens e Adultos foi marcada por intensas lutas que buscavam a garantia do direito que lhes foram negados, e que a modalidade EJA está condicionada a aqueles que não tiveram oportunidade de estudo na idade certa ou até mesmo por terem parado na trajetória por inúmeros fatores. É importante lembrar que a abordagem de ensino dessa modalidade segundo muitos teóricos, deve-se levar em consideração o que este público já traz consigo uma gama de conhecimentos adquiridos ao longo da sua caminhada.
 Fazendo referência a respeito do papel do professor e sua prática docente diante desse público nota-se que, para alcançar objetivos positivos no processo de ensino aprendizagem, pensando na educação como sendo o meio para transformar a realidade do indivíduo, porem fazendo-os entender que só através da aquisição de conhecimento será possível essa tão esperada transformação principalmente de si mesmo. Cabe também ressaltar que os métodos disseminados a respeito da educação por Paulo Freire contribuíram e contribuem de maneira significativa para o êxito no processo educacional dos sujeitos inclusos dentro desta modalidade de ensino. 
 Diante desta pesquisa percebe-se que, não se pode mais ver o ensino voltado para a EJA como um procedimento em que o professor deposita e o aluno recebe, justamente o que Freire já dizia ser uma educação bancaria, mas que esse processo na busca e construção de novos conhecimentos se dá através de variados meios, nesse caminho um dos pilares relevantes apontados por Paulo Freire é o diálogo entre professor-aluno e vice versa, pois, ambos aprendem numa troca mutua de conhecimento. Entretanto nota-se que só assim eles se tornarão agentes transformadores em diferentes contextos.REFERÊNCIAS
Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática. Brasília: UNESCO, 2008 212p. BR/2008/PI/H/27 1. Alfabetização de Adultos. Brasil 2. Educação de Adultos_ Brasil I. UNESCO 
BRASIL. Lei nº 9394. Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Brasília,2005. 
CARNEIRO. Moacyr Alves. LDB fácil: leitura critico compreensiva. Rio de janeiro: Vozes, 2012. 
 CHARLOT, Bernard. Da Relação com o saber. Elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000. 
CRUZ, Priscila. MONTEIRO, Luciano (orgs). Anuário da Educação Básica 2013: todos pela Educação São Paulo: Editora Moderna, 2013. 
CUNHA, Conceição Maria da. Introdução – discutindo conceitos básicos. Brasília, 2009.
GRINSPUN, Miriam P. S. Zippin. Educação tecnológica: desafios e perspectivas. – 3. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Cortez, 2009. 293p.
SOARES, Leôncio José Gomes. A educação de jovens e adultos: momentos históricos e desafios atuais. Revista Presença Pedagógica, v.2, nº11, Dimensão, set/out. 1996.
TEDESCO, Juan Carlos. Educação e Novas Tecnologias: esperança ou incerteza? - São Paulo. Editora: Cortez, 2004. 255 p.
1 Acadêmicos do curso de licenciatura em pedagogia 
2 Pedro Messias da Silva Neto- Graduado em pedagogia com especialização em gestão escolar
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura em Pedagogia (PED 3477) – Prática do Módulo VI- 30/11/2021

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