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Victória Telles do Nascimento- AUDIOLOGIA II 1 PATOLOGIAS AUDITIVAS ➢ As perdas auditivas podem ser causadas por diversos fatores etiológicos. ➢ Podem ser: CONGÊNITA: a pessoa já nasce com esse tipo de perda. ❖ Exemplo: rubéola → TORCHES ADQUIRIDA: a aquisição ocorre ao longo da vida. ❖ Exemplo: ototoxidade. HEREDITÁRIA: é herdada. Os progenitores possuíam surdez. ❖ Exemplo: otosclerose. NÃO HEREDITÁRIA : não associadas às causas genéticas. PRÉ NATAIS :alterações antes do nascimento. PÓS NATAIS: provocadas por meningite, caxumba. DURANTE O PARTO: podem ser causadas por sofrimento fetal, anoxia. ❖ Presbiacusia • Perda auditiva caracterizada por acometer os idosos. • A PA é uma das condições crônicas que mais acometem os idosos, junto com hipertensão e artrite. • O envelhecimento da orelha humana é resultado da soma de vários fatores intrínsecos (hereditários) e extrínsecos (nutrição, estresse, uso de medicamentos, exposição a ruídos). • A faixa etária de acometimento é compreendida, normalmente, acima dos 60 anos. • Os efeitos do envelhecimento podem se dar pelos seguintes fatores: ➢ Sensorial: causada por atrofia do órgão de Corti. ➢ Neural: resultante da perda de fibras nervosas, o n. auditivo, ou do sistema auditivo central. ➢ Metabólica: causada por alterações nos processos bioelétricos e/ou bioquímicos envolvidos nos mecanismos da orelha interna. ➢ Mecânica: diminuição da elasticidade da membrana basilar. Características audiológicas: ➔ Perda neurossensorial ➔ Bilateral ➔ Progressiva ➔ Configuração descendente • Agudos mais prejudicados. ➔ Recrutamento pode estar presente ➔ IRF pode estar mais prejudicado do que o esperado. • Pct relata escutar, mas não entender. ➔ Curva timpanométrica do tipo A ➔ Weber= indiferente ➔ RINNE= positivo patológico → as 2 vias estão rebaixadas. Victória Telles do Nascimento- AUDIOLOGIA II 2 ➔ Schawabach= encurtado ➔ Bing= positivo ➔ SISI= acima de 70% ➔ LUSCHER= identifica modulações abaixo de 1dB. ❖ Perda Auditiva de origem Ocupacional • Trata-se de uma perda auditiva provocada pelo local de trabalho e as condições de trabalho no qual o indivíduo está inserido. ➔ AGENTES OCUPACIONAIS NOCIVOS À AUDIÇÃO: • Ruído • Asfixiantes • Solventes • Metais • Agrotóxicos • Sinergismo entre o efeito dos agentes. ➔ SINTOMAS: • Estresse • Dor de cabeça • Zumbido • Alterações de sono • Mudança temporária do limiar auditivo PAIR- Perda Auditiva Induzida por Ruído ➢ Também é chamada de PAINPSE (Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados). ➢ É uma doença ocupacional. ➢ Caracterizada por diminuição gradual da audição, geralmente decorrente de uma exposição de 6 a 10 anos. ➢ O ruído atinge primeiro as células ciliadas externas e, depois, as internas. ➢ Para garantir uma boa saúde auditiva aos indivíduos expostos ao ruído foi criada a NR 15 e o Programa de Conservação Auditiva (PCA). ➔ NR 15: • É tolerada uma exposição de, no mínimo, 8 horas diárias a um ruído contínuo ou intermitente, de 85 dB. • Em casos de níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 120 dB ou 130 dB. ➔ PCA: • Exames audiométricos admissional/ periódico/demissional. • Realização de exames audiométricos com repouso de, no mínimo 14h. • Uso de EPI. • Conscientização acerca da preservação da audição. • Rodízio de setores. Características audiológicas: ➔ PA neurossensorial. ➔ Configuração em entalhe. ➔ A perda tem início e predomínio nas frequências de 3, 4 ou 6kHz. ➔ Normalmente, bilateral. ➔ Irreversível. ➔ Progressiva, de acordo com o tempo expositivo ao ruído. ➔ Timpanometria do tipo A. ➔ Reflexos acústicos: Victória Telles do Nascimento- AUDIOLOGIA II 3 Ipsi e contra estão presentes, podendo, ou não, apresentar recrutamento. ❖ Trauma Acústico • Perda auditiva decorrente de uma única exposição a ruídos muito intensos: explosões, estampido de arma de fogo. • Ruídos são acima de 120- 125dB. Características Audiológicas: ➔ Perda auditiva do tipo neurossensorial. ➔ Curva timpanométrica do tipo A. ➔ O tratamento para trauma acústico pode ser feito através do uso de medicamentos e indicação do uso de AASI. ❖ Paralisia Facial • A paralisia facial é uma interrupção da informação motora para a musculatura facial. • A diminuição ou paralisia dos movimentos faciais uni ou bilateralmente acontece pela interrupção parcial ou total das fibras do nervo facial, podendo levar à falta de movimentos, bem como às alterações do sistema estomatognático. Características audiológicas: ➔ O tipo de perda auditiva mais comum nos casos de paralisia facial é a neurossensorial. ➔ Reflexos acústicos: Nos casos de Paralisia Facial Central eles estarão AUSENTES. Nos casos de Paralisia Facial Periférica eles estarão PRESENTES. ❖ Neurinoma do Acústico • Também chamado de Schwanoma. • É um tumor histologicamente benigno. • Cresce na bainha de Schwan do VIIII par craniano. • Geralmente, unilateral. o SINTOMAS: • Zumbido unilateral. • Hipoacusia unilateral. • Instabilidade do equilíbrio. • Crises vertiginosas. • Nos casos de neurofibromatose, doença de Von Recklinghausen, pode apresentar neurinoma bilateral. o DIAGNÓSTICO: • Feito através da coleta da história clínica (anamnese), sintomas. • Exames audiológicos. • Exames de imagem. Características audiológicas: o Perda auditiva neurossensorial unilateral. o Configuração descendente. o IRF prejudicado, desproporcional à via óssea. o Timpanometria do tipo A. o Reflexos acústicos: aumentados ou ausentes. o TRATAMENTO: • Cirúrgico ➢ Sendo assim, a perda auditiva irá depender da extensão cirúrgica. Victória Telles do Nascimento- AUDIOLOGIA II 4 ❖ Neuropatia Auditiva • A neuropatia auditiva consiste no acometimento do nervo auditivo, que, por conseguinte, provoca uma alteração na condução do impulso nervoso. • O desempenho auditivo abaixo do normal e dificuldade para compreender a fala. Características audiológicas: ➔ Perda auditiva do tipo neurossensorial retrococlear. ➔ Curva timpanométrica do tipo A. ➔ Reflexos acústicos ausentes. ➔ TRATAMENTOS: • Implante coclear, uso do AASI (aparelho de amplificação sonora individual) e reabilitação fonoaudiológica. ❖ Doença de Menière. • Trata-se de uma hipertensão endo linfática que atinge a orelha interna e evolui em crises. ➔ Etiologia: ➢ Insuficiência adrenal- pituitária. ➢ Insuficiência vascular. ➢ Hipotireoidismo. ➢ Sintomas psicológicos. ➔ SINTOMAS: • Tríade sintomática: o Vertigem rotatória. o Zumbido. o Hipoacusia. • Podendo ainda contar com: o Plenitude auricular. o Náuseas. o Vômitos. o Sudorese durante as crises. Características audiológicas: ➔ Perda auditiva neurossensorial flutuante progressiva. ➔ Configuração ascendente, inicialmente. ➔ Geralmente é unilateral. ➔ Acomete, inicialmente, as frequências mais graves. ➔ Com o avanço da doença, a característica flutuante diminui e, as frequências altas vão sendo acometidas. ➔ Curva timpanométrica do tipo A. ➔ Reflexos acústicos presentes ou ausentes dependendo do limiar auditivo. ➔ Logoaudiometria compatível com o audiograma. ➔ TRATAMENTO: • Medicamentoso. ❖ Otite Externa • caracterizada por ser um processo inflamatório causado por agentes infecciosos, micóticos, também, traumas e alergias, que afeta a orelha externa. Características audiológicas:➔ Perda auditiva do tipo condutiva. ➔ Curva timpanométrica do tipo A. ❖ Labirintopatia Victória Telles do Nascimento- AUDIOLOGIA II 5 • A Labirintopatia, mais conhecida como labirintite, é uma inflamação do labirinto (estrutura relacionada tanto à audição quanto ao equilíbrio). • Está, na maioria das vezes, associada a outras infecções. • A manifestação mais comum é a tontura rotatória (VPPB). ➔ Principais Sintomas: • Perda auditiva. • Tontura. • Vertigem. ➔ TRATAMENTO: • O fonoaudiólogo é capaz de tratar pacientes que apresentem queixas de labirintite através da reabilitação vestibular a fim de melhorar e reparar o distúrbio de equilíbrio corporal. ❖ Otosclerose • Também é conhecida pelo nome de otopongiose. • Caracterizada pelo endurecimento do ouvido. • É a fixação do estribo na janela oval. • Pode ser de dois tipos: ➢ Estapediana ou clínica: Crescimento de ossos esponjosos em torno da janela oval de modo que, o estribo fique “imobilizado”. É a manifestação mais comum. ➢ Coclear O crescimento do osso esponjoso pode invadir as paredes da cóclea. • É uma doença hereditária autossômica. • Afeta mais o sexo feminino com idade entre 20-30 anos. • Aparecimento é mais comum na gravidez. Características audiológicas: ➔ Perda auditiva condutiva. ➔ Geralmente, bilateral. ➔ É progressiva. ➔ Apresenta configuração descendente. ➔ Ao evoluir, pode tornar-se uma perda auditiva do tipo mista. ➔ Curva timpanométrica do tipo Ar. ➔ Os reflexos acústicos ipsilaterais e contralaterais estarão ausentes bilateralmente. ➔ TRATAMENTO: • Através de intervenção cirúrgica.
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