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Principais métodos de conservação de alimentos Métodos físicos Frio Retarda ou inibe o desenvolvimento microbiano e enzimático “não elimina”!! Conserva alimentos frescos ou preparados por períodos relativamente curtos. A carne fresca é altamente perecível pois possui tudo aquilo que o microrganismo necessita para sobreviver. A refrigeração é o método mais utilizado para carne. Conceitos · Refrigeração: -1 a 10oC · Congelação: < -1 · Princípio da aplicação do frio: retardar as alterações na carne, multiplicação microbiana e reações enzimáticas. Equipamentos geradores de frio Refrigerador, câmaras frigorificas: fazem o ar circular dentro delas. Principais métodos de resfriamento Porque é necessário manter a carcaça bovina nas primeiras 10 horas acima de 10 graus: para evitar perda de peso da carcaça · Método rápido -1 a 2oC, UR= 85-90% e vel ar = 2-4 m/s (minimiza a perda de peso) – Bovinos: 18-24 horas = < 4o C – Suínos: 12-16 horas < 4oC – Perda de peso: 1,8% Quanto maior o ar circulando dentro da câmara mais rápido é o resfriamento · Método lento: 0 a 4oC – Bovinos: (24 hs = 10o C) - (48 hs = 0-4 oC) – Suínos: (12 hs = 10o C) – (24 hs = 0-4 oC) – Perda de peso: 2-2,5% · Método super-rápido: 0 a 4oC – Antecâmaras: -8 a-5 oC, UR= 90% e vel ar = 2-4 m/s (2 hs) – Câmaras: 0oC, UR= 90% e vel ar = 0,1 m/s • Bovinos: 12 -18 hs <4o C • Suínos: 8 -12 hs <4o C • Perda de peso: 1,3-1,4% Consegue-se resfriar a carcaça em apenas duas horas. As antecâmaras resfriam enquanto as câmaras mantem a temperatura. A perda de peso é influenciada pela quantidade de gordura da carcaça: quanto menor a quantidade de gordura maior será a perda de peso, pois a gordura minimiza a perda de calor e peso. aves Resfriamento rápido: 4 horas por imersão em água gelada a -5 graus. O liquido reduz a temperatura de congelamento da carne. A carcaça sai da evisceração e já caem nessa água. O cuidado nessa água deve ser a cloração, o cloro reage com matéria orgânica formando cloramina T que não é efetiva de ação e por isso precisa-se de dosador de cloro para que não haja contaminação das carcaças. Velocidade de refrigeração A velocidade de refrigeração depende de alguns fatores como: · Calor especifico: da carcaça em relação a carnes magras e gorduras, ou seja, quanto maior o teor de gordura da carne maior o calor especifico e quanto maior o calor especifico menor a velocidade de refrigeração. · Peso: quanto maior o peso, maior o volume e maior a espessura da peça. · Quantidade de gordura externa: apesar da gordura externa diminuir a perda de peso ela dificulta o resfriamento. · Temperatura da câmara frigorífica: quanto menor a temperatura da câmara mais rápido o resfriamento. · Velocidade de circulação do ar: quanto maior a velocidade do ar maior o resfriamento pois o vento passa e tira o calor mais rapidamente fazendo com que resfrie mais rápido também. O ideal é haver espaço entre as carcaças possibilitando o aumento da circulação do ar e maior vida útil. Modificações e danos · Perda de peso: a desidratação superficial depende da UR da câmara e ventilação. Quanto menor a UR e maior a circulação de ar maior a desidratação. · Rancidez oxidativa: a gordura da carne pode sofrer degradação (oxidação) não enzimática pelo oxigênio levando a dores desagradáveis. Aves e suínos possuem maior quantidade de ácidos graxos insaturados Bovino: possuem gordura monossaturada Aves: gordura poli-insaturada Bovinos: mais gorduras saturadas Dessa forma suínos e aves possuem vida de prateleira menor pois possuem maior quantidade de ácidos graxos insaturados e mais propensos a oxidação. No entanto, na ave a gordura está predominante na parte externa do corpo e pode ser retirada, já nos suínos a gordura está entremeada nas fibras fazendo com que ele tenha vida útil ainda menor. Então, mesmo refrigerada a carne de suíno possui vida útil menor que a ave e bovina. O frio atenua oxidação, mas não inibe · Alterações microbianas: é o principal fator que altera a vida de prateleira do produto. A alteração vai depender da carga microbiana inicial, temperatura e umidade de armazenamento, uso de embalagens (minimizam a perda de umidade e contaminação do mundo externo), tipo de produto armazenado (se é carne suína ou bovina). A sala de desossa deve ser mantida em temperatura menor que 10 graus. · Maturação: favorece o sabor característico e agradável na carne. É feita numa temperatura de 5 a 15 graus (temperatura de ativação das enzimas que realizam o processo). No entanto essa temperatura favorece o crescimento microbiano e para isso a carne é embalada a vácuo por 7 das antes da maturação já que essas bactérias são em geral anaeróbias. · Coloração: áreas da carne que não possuem gordura desidratam mais facilmente e ficam escuras devido a desidratação. · Adsorção de odores estranhos: não misturar carnes em câmaras frigorificas ou embalar pois os microrganismos de mercado não são os mesmos de carne bovina por exemplo. · Quebra de peso: quanto maior a velocidade do ar maior é perda de calor e maior a velocidade do congelamento, sendo assim a carne perde peso pois desidrata. · Encurtamento pelo frio: o frio altera a permeabilidade da membrana do reticulo sarcoplasmático do musculo, isso aumenta quantidade de cálcio no espaço miofibrila aumentando a contração ou encurtamento. Esse encurtamento é um processo que ocorre naturalmente, no entanto deixa a carne dura. Para minimizar esse encurtamento utiliza-se estimulação elétrica na carcaça. Essa estimulação ocorre logo após o abate. Há um estimulo e o corpo todo do animal se contrai fazendo com que haja muito gasto de ATP e assim quando passar pelo processo de 5 graus ele não terá mais tanto ATP para gastar contraindo apenas o musculo. A estimulação elétrica é a melhor forma de melhorar a maciez em músculos de perus, ovinos, bovinos e vitelos. · Prevenção do colo shortening, acelerando a glicólise e estabelecimento do rigor, antes que a temperatura atinja valores favoráveis ao encurtamento, acelerar a atividade proteolítica através da liberação do Cálcio, e, Destruição física da estrutura da fibra por meio da violenta contração muscular. Durabilidade · Carne fresca: Após a compra consumir em 3 dias (5-7 dias no comercio) Caso não seja consumida: congelar · Carne moída: Menor vida de prateleira (maior chance de contaminação) · Produtos curados Sais de cura (Na Cl ou nitrito e nitrato): inibem a proliferação de M.O Congelação Conserva o alimento entre -18 a 30 graus. Ocorre paralisação da atividade microbiana e atividade enzimática, porém não mata o M.O. A carne congelada também possui prazo de validade, já que Aw nunca é 0. · Vantagens no congelamento: Não adiciona nem remove substâncias; não interfere na digestibilidade e Conservação por longos períodos. · Desvantagens: Microrganismos não são destruídos; pode ocorrer desidratação superficial Principais métodos de congelação · Congelação em ar parado: Sem circulação forçada, menos eficiente (congelação lenta) – refrigerador doméstico, temperatura de -18 a 20 graus · Congelação em placas: O refrigerador possui placas de metal que fica em contato com o produto. As placas utilizam liquido refrigerante como nitrogênio líquido, por exemplo. Nesse caso os produtos usados precisam ser delgados como hamburguer e bife A temperatura vai de -30 a -45 · Corrente de ar (túnel de congelamento): Método mais empregado na indústria de carnes Ventiladores: 5-6 m/s Maior velocidade de congelação e T -30oC Utilizado para produtos maiores · Imersão e aspersão de líquidos Pouco usado (congelação de aves), Embalagem em filmes plásticos, Imersão dos produtos em líquidos à baixa temperatura. · Congelação criogênica Imersão direta em vapor criogênico, Nitrogênio líquido, C02 (bacteriostático), óxido nitroso líquido. Modificações e danos Cristais de gelo Formação de cristais de gelo abaixo da temperatura de congelação. · Congelação lenta: Formação de cristais extracelulares maiores = rompimento de membranas e maior perda de fluidos na descongelação. · Congelaçãorápida: Formação de cristais menores (intracelulares) e menor perda de fluidos na descongelação. Contaminação microbiana A maioria dos microrganismos não se multiplica abaixo de 0 graus – Leveduras podem crescer até a -10oC Congelação tem pouco efeito na redução da carga microbiana total, mas reduz o seu crescimento Não elimina bactérias patogênicas – Vírus da F. Aftosa: 76 dias em carcaças congeladas No entanto é um excelente método para tratamento de parasitas, podendo eliminar cisticercos. Rigor de descongelação Músculo congelado antes da fase de rigor-mortis: acelera o estado de rigor após o descongelamento • Encurtamento de até 40% do músculo. • Perda de peso por exsudação. Durabilidade da carne congelada Varia com a espécie, tipo de produto, temperatura do congelador. Temperatura: -80oC (inibição completa das enzimas) economicamente inviável Maioria dos frigoríficos: -18 a -30oC Flutuação de temperaturas: aumento do exsudato Grau de saturação das gorduras: – Suínos e aves > ovinos e bovinos Descongelamento Pode ser feita com: – Ar frio (câmaras frigoríficas ou refrigerador doméstico) – Ar levemente aquecido – Água circulante – Micro-ondas • Quantidade do exsudado depende do método de congelação e descongelamento: Menor: congelamento rápido e descongelamento lento Quanto mais devagar o descongelamento, menor a perda de água Recongelamento Aumento da perda por gotejamento Reduz valor nutricional (perda de nutrientes solúveis) Possibilidade de crescimento microbiano durante o descongelamento Não recomendado!!! Conservação de carnes e derivados pelo calor Calor Uso: destruir microrganismos patogênicos e inativar enzimas. Principais tratamentos Pasteurização: 58-75oC (carnes curadas) • Esterilização comercial (APERTIZAÇÃO): >100oC – Produtos enlatados (forte aroma), estocagem em T ambiente. Elaboração de conservas Conceito (2 técnicas) – Envase em recipientes fechados + Aquecimento >100oC • Operações básicas • Preparação do produto (salsicha) • Enchimento do recipiente, e retirar todo o ar para que não haja oxidações • Exaustão: retirada de oxigênio (feita com liquido quente), fechamento • Esterilização • Resfriamento e operações finais Nesse caso não encontramos bactérias do tipo mesófilas. Caso seja encontrado ela provavelmente veio de alguém que tocou na lata quente com a mão contaminada. Preparação da carne Uso de carnes de menor valor comercial Outros ingredientes: – Sal, condimentos – Nitrato e nitrito Enchimento dos recipientes Manual ou mecânica • Salsichas: meio líquido posição vertical – Retirada do ar – Correntes de convecção • Embalagens devem: – Baixo custo – Boas condutoras de calor – Leves e resistentes Folha de flandres As latas são formadas de folhas de flandres Folha de aço (0,25 mm): revestida por camada de estanho • Verniz na superfície interna evita o contato entre metal e Alimento, impedindo oxidação do alimento Além disso evita micro lesões na lata – Podem ser: fenólicos, vinílicos... Exaustão Importante na indústria de conservas • Objetivos – Evitar a oxidação interna, por meio da eliminação do O2 métodos de exaustão Aquecimento do alimento: calor expande o produto, maior será o vácuo Bombas de vácuo: durante a recravação (indicado para produtos sólidos sem líquidos livres) Injeção de vapor no espaço livre do recipiente (o vapor substitui o ar no espaço livre). Exige espaço livre no recipiente. Principais alterações no tratamento térmico Alterações do sabor Desnaturação de proteína: aroma sulfídrico Alteração da textura do produto
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