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Oncologia Oral - Neoplasias Beningas

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Odontologia UFPE
Oncologia Oral | Neoplasias Benignas �2021.2�
Neoplasias Benignas
Papiloma
O papiloma é uma proliferação benigna do
epitélio pavimentoso estratificado induzida pelo
papilomavírus humano �HPV�, resultando em uma
lesão papilar ou verruciforme.
O papilomavírus humano �HPV� compreende
um grande grupo de vírus de DNA de fita dupla
pertencentes à família Papillomaviridae. O HPV
exibe um tropismo pelo epitélio pavimentoso,
podendo infectar também pele ou mucosa.
O papiloma ocorre em um a cada 250 adultos e
representa cerca de 3% de todas as lesões orais
submetidas à biópsia. Além disso, pesquisas têm
estimado que o papiloma compreende de 7% a 8%
de todos os crescimentos orais em crianças.
Características Clínicas
Muitos estudos têm relatado também uma não
predileção por gênero ou um ligeiro predomínio do
gênero masculino. Ele é diagnosticado com maior
frequência em pessoas de 30 a 50 anos de idade.
Os sítios de predileção incluem palato, língua e
lábios, mas qualquer superfície oral pode ser
afetada. É a lesão de tecido mole mais comum no
palato mole.
O papiloma é um nódulo exofítico de
consistência amolecida, assintomático,
normalmente pediculado, com numerosas projeções
na superfície semelhantes a dedos que conferem
uma aparência de “couve-flor” ou “verruga”. As
projeções podem ser pontiagudas ou embotadas, e
a lesão pode ser branca, ligeiramente vermelha ou
com coloração normal, dependendo da quantidade
de queratinização da superfície epitelial.
Uma lesão exofítica de palato mole com múltiplas projeções
pequenas de superfície branca.
Uma lesão pediculada na língua com numerosas projeções
alongadas, pontiagudas e com superfície branca. Notam-se
projeções menores ao redor da base da lesão.
Uma lesão pediculada de mucosa interna de comissura, exibindo
pequenas projeções embotadas na superfície de coloração
ligeiramente branca.
Características Histopatológicas
O papiloma é caracterizado por uma
proliferação do epitélio pavimentoso estratificado
queratinizado, arranjado em projeções semelhantes
a dedos com tecido conjuntivo fibrovascular
entremeado. A camada de queratina é espessa nas
lesões brancas, e o epitélio exibe um padrão de
maturação normal. Contudo, alguns papilomas
demonstram hiperplasia da camada basal e
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atividade mitótica, os quais podem ser confundidos
com uma displasia epitelial leve.
Tratamento e Prognóstico
A excisão cirúrgica conservadora, incluindo a
base da lesão, é o tratamento adequado para o
papiloma e a recorrência é incomum.
Frequentemente, as lesões não tratadas por anos,
não reportam transformação maligna, aumento
contínuo ou disseminação para outras partes do
corpo.
A papilomatose é tratada por reparo cirúrgico
para aliviar a obstrução das vias aéreas. O uso de
micro-debridamento pode diminuir o risco de
cicatriz pós-cirúrgica e perda da função das cordas
vocais.
Lipoma
O lipoma é uma neoplasia benigna de gordura
de origem mesenquimal. Os lipomas da região oral e
maxilofacial são muito menos frequentes,
representando somente 1% a 4% dos lipomas. Sua
patogênese é incerta, mas eles parecem ser mais
comuns em indivíduos obesos. O metabolismo dos
lipomas é completamente independente da gordura
corpórea normal. Se a ingestão de calorias for
reduzida, os lipomas não reduzem de tamanho,
embora a gordura normal do corpo possa ser
perdida.
Características Clínicas
Geralmente, os lipomas orais são aumentos de
volume nodulares, de superfície lisa e consistência
macia, que podem ser sésseis ou pediculados.
Normalmente, a lesão é assintomática, sendo, em
geral, percebida muitos meses ou anos antes do
diagnóstico. Muitos lipomas possuem tamanho
menor que 3 cm, mas ocasionalmente as lesões
podem se tornar maiores.
Embora seja detectada clinicamente uma cor
amarelada, lesões profundas podem apresentar
coloração rosa. A mucosa jugal e o vestíbulo bucal
são as localizações intra-orais mais comuns,
representando 50% de todos os casos. Os sítios de
ocorrência menos comuns incluem a língua, o
assoalho da boca e os lábios. A maioria dos
pacientes tem 40 anos de idade ou mais, sendo os
lipomas incomuns em crianças.
Aumento de volume nodular de coloração amarelada e consistência
mole no assoalho bucal.
Características Histopatológicas
A maioria dos lipomas orais é composta por
adipócitos maduros que pouco se diferenciam
microscópicamente do tecido adiposo normal
circunjacente. Normalmente, a neoplasia é bem
circunscrita e pode apresentar uma fina cápsula
fibrosa. Pode ser observado um distinto arranjo
lobular das células. Em raras ocasiões, pode ocorrer,
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dentro de um lipoma, uma metaplasia cartilaginosa
ou óssea central.
Visão em pequeno aumento de uma lesão de língua mostrando um
aumento de volume de tecido adiposo maduro.
Visão em grande aumento mostrando a similaridade das células
neoplásicas com a gordura normal.
Tratamento e Prognóstico
Os lipomas são tratados pela excisão local
conservadora, sendo as recidivas raras. A maioria
das variantes microscópicas não afeta o
prognóstico. Os lipomas intramusculares
apresentam uma elevada taxa de recidiva devido a
seu padrão de crescimento infiltrativo, mas essa
variante é rara na região oral e maxilofacial.
Linfangioma
Os linfangiomas são crescimentos benignos
hamartomatosos, semelhantes a neoplasias dos
vasos linfáticos. Assim como outras malformações
vasculares. Elas são malformações do
desenvolvimento originárias de sequestros de tecido
linfático que não se comunica normalmente com o
resto do sistema linfático.
Características Clínicas
Os linfangiomas possuem uma marcada
predileção pela região da cabeça e pescoço,
representando cerca de 50% a 75% de todos os
casos. Cerca de metade de todas as lesões são
notadas ao nascimento, e cerca de 90% se
desenvolvem por volta dos 2 anos de idade.
Os linfangiomas orais podem ocorrer em
diversas localizações, mas são mais comuns nos
dois terços anteriores da língua, onde podem
resultar em macroglossia. Em geral, a lesão é
localizada superficialmente e demonstra uma
superfície pedregosa que se assemelha a um grupo
de vesículas translucentes. A superfície se
assemelha a ovos de rã ou pudim de tapioca.
Aparência pedregosa e semelhante a vesículas na margem lateral
direita da língua.
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Lesão na região dorsal da língua exibindo coloração arroxeada, que
pode ser causada por hemorragia secundária ou por um
componente hemangiomatoso associado.
Características Histopatológicas
Os linfangiomas são compostos de vasos
linfáticos que podem mostrar dilatação discreta
(microcística), ou estruturas macroscópicas
semelhantes a cistos (macrocística).
Lesão de língua mostrando vasos linfáticos dilatados abaixo do
epitélio e na profundidade do tecido conjuntivo.
Lesão de pescoço mostrando vasos linfáticos marcadamente
dilatados.
Nos linfangiomas intraorais, os vasos linfáticos
são localizados logo abaixo do epitélio de superfície
e, geralmente, substituem as papilas conjuntivas.
Esta localização superficial resulta em aparência
clínica semelhante a vesículas translucentes.
Entretanto, observa-se a extensão desses vasos
para dentro do tecido conjuntivo profundo e para a
musculatura esquelética.
Tratamento e Prognóstico
O tratamento dos linfangiomas da cabeça e
pescoço depende do tamanho, localização e subtipo
da anomalia. Lesões menores não associadas a
alterações cosméticas e funcionais podem ser mais
bem manejadas por acompanhamento apenas.
Quando necessário, geralmente o tratamento
consiste em excisão cirúrgica ou escleroterapia
percutânea. A remoção cirúrgica total pode não ser
possível em todos os casos, devido ao grande
tamanho ou envolvimento de estruturas vitais. A
recorrência após a cirurgia é comum, especialmente
para linfangiomas microcísticos da cavidade oral,
devido à sua natureza infiltrativa.
O prognóstico é bom para a maioria dos
pacientes, embora lesões maioresdo pescoço ou da
língua possam resultar em obstrução aérea e morte.
Neurilemoma �Schwannoma)
O neurilemoma é uma neoplasia benigna neural
com origem nas células de Schwann. É uma lesão
relativamente incomum, embora 25% a 48% de
todos os casos ocorram na região da cabeça e
pescoço.
Características Clínicas
O neurilemoma solitário é uma neoplasia de
crescimento lento e encapsulado que surge em
associação com um tronco nervoso. Com o
crescimento, ele empurra o nervo para o lado.
Usualmente, o aumento de volume é assintomático,
embora, em algumas situações, possa ocorrer
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sensibilidade ou dor. A lesão é mais comum em
adultos jovens e de meia idade, podendo variar em
tamanho, de poucos milímetros a muitos
centímetros.
A língua é a localização mais comum dos
neurilemomas orais, embora possa ocorrer em
praticamente qualquer localização da boca.
Aumento de volume nodular no assoalho bucal.
Características Histopatológicas
Usualmente, o neurilemoma é uma neoplasia
encapsulada que demonstra dois padrões
microscópicos em quantidades variáveis: �1� Antoni
A e �2� Antoni B. O padrão Antoni A é caracterizado
por fascículos paralelos de células de Schwann
fusiformes. Estas células geralmente formam um
arranjo em paliçada ao redor de uma área acelular
eosinofílica central, conhecida como corpos de
Verocay.
A, Visão em pequeno aumento mostrando um tecido Antoni A bem
organizado (à direita) com tecido Antoni B mixoide e menos
organizado adjacente (à esquerda).
Tratamento e Prognóstico
O neurilemoma solitário é tratado pela excisão
cirúrgica, e a lesão não deve recidivar. A
transformação maligna não ocorre ou é
extremamente rara.
Osteoma
Os osteomas são neoplasias benignas
compostas de osso maduro compacto ou esponjoso.
Eles primariamente envolvem o esqueleto
craniofacial e raramente ou nunca são
diagnosticados em outros ossos. Os osteomas dos
ossos gnáticos podem surgir na superfície do osso
(periosteal, periférico ou osteoma exofítico) ou
podem estar localizados no osso medular (endosteal
ou osteoma central). Osteomas extra-esqueléticos,
localizados no músculo ou na derme (osteoma
cutâneo), também são possíveis.
Características Clínicas
Os osteomas dos ossos gnáticos são mais
detectados em adultos, com predileção pelo corpo
da mandíbula e côndilo. Lesões envolvendo o corpo
frequentemente são encontradas na face lingual
próximos aos pré-molares e molares. Menos
comumente as localizações mandibulares incluem o
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ângulo (particularmente a borda inferior), processo
coronoide e o ramo.
A maioria dos osteomas são solitários e
assintomáticos com crescimento lento. Dor,
deslocamento dentário e impacção dentária têm
sido relatadas em uma minoria dos casos.
Raramente, uma lesão pode se tornar
particularmente grande e produzir uma marcante
deformidade facial. Osteomas periosteais aparecem
como pólipos ou massas sésseis na superfície do
osso, enquanto os osteomas endosteais podem não
ser clinicamente evidentes até eles ocasionarem
uma expansão suficiente. Lesões multifocais podem
surgir em associação com a síndrome de Gardner.
Osteomas envolvendo o côndilo mandibular
podem causar uma limitação na abertura de boca ou
má oclusão, com desvio da linha média em direção
ao lado não afetado. Dor e edema facial são
possíveis. Alguns pesquisadores consideram os
osteomas condilares como neoplasias verdadeiras,
enquanto outros, os denominam de hiperostoses.
Pode ser difícil distinguir esse processo de
hiperplasia condilar; entretanto, os osteomas
condilares são lobulados, mas o côndilo mantém seu
formato original.
Radiografia panorâmica mostrando massa esclerótica, uniforme
proveniente da superfície posterior da mandíbula.
Características Histopatológicas
Os osteomas compactos são compostos de
osso compacto de aparência normal mostrando
tecido medular mínimo.
Osteomas esponjosos são compostos de
trabéculas ósseas e medula fibrogordurosa. A
atividade osteoblástica pode estar levemente
aumentada.
Este osteoma compacto é composto de osso denso, com apenas
elementos medulares mínimos.
Tratamento e Prognóstico
Pequenos osteomas assintomáticos não
necessitam ser tratados, mas deveriam ser
observados periodicamente. Excisão conservadora é
apropriada para os osteomas grandes e
sintomáticos do corpo da mandíbula. Por serem
frequentemente sintomáticos, os osteomas
condilares são removidos mediante cirurgia por
ressecção ou condilectomia. Os osteomas
sintomáticos dos seios paranasais podem ser
removidos endoscopicamente, ou via abordagem
cirúrgica aberta. A recidiva depois da excisão é rara,
e não há relatos de transformação maligna.

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