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NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA OSTEOSSARCOMA Lesão maligna de células mesenquimais que produz osso imaturo ou osteóide - Excluindo-se os neoplasmas hematopoiéticos, o tipo mais comum de tumor maligno originado no osso CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Pacientes entre 10 a 20 anos, - menor número diagnosticado em adultos com mais de 50 anos. - Pico inicial durante o período de maior crescimento ósseo. - Metáfises distais do fêmur e proximais da tíbia. - Pacientes mais velhos - esqueleto axial e ossos achatados estão envolvidos mais frequentemente. - Prevalência aumentada - Doença de Paget e irradiação prévia Osteossarcomas de osso gnáticos - 6 a 8% de todos os osteossarcomas - maxila e mandíbula - Mais frequentes na terceira e quarta décadas de vida. - Afeta predominantemente pacientes homens a partir da 3º década - Maxila: Mais na porção inferior (crista alveolar, soalho do seio, palato) - Mandíbula: região de corpo posterior e ramo horizontal - Tumefação, dor, mobilidade e perda dos dentes, parestesia, obstrução nasal em tumores maxilares. Lesão mista: variam de esclerose densa a um misto de lesões radiolúcidas e escleróticas até um processo inteiramente radiolúcido. Difícil determinar radiograficamente a extensão do tumor. - Limites e bordas mal definidas - Totalmente radiotransparente - Esclerose densa NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE - Aparência “clássica” em raio de sol causada pela produção de osso osteofítico na superfície da lesão - aprox 25% dos osteossarcomas dos ossos gnáticos. - Alargamento do espaço do ligamento periodontal - infiltração do tumor ao longo do espaço do ligamento periodontal CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Produção direta de osteoide por células mesenquimais malignas. Também podem produzir material condroide e tecido conjuntivo fibroso. NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➔ Células arredondadas ou fusiformes, relativamente uniformes, até células altamente pleomórficas com formatos nucleares e citoplasmáticos bizarros. Microscopicamente, essas lesões podem ser confundidas com lesões ósseas benignas, como displasia fibrosa ou o fibroma ossificante. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO: Quimioterapia neoadjuvante (pré-operatória), excisão cirúrgica radical, quimioterapia adjuvante. - Sobrevida de até 80% com este tratamento. O tumor pode se estender por certa distância além das aparentes margens clínicas e radiográficas - recidiva local após a cirurgia é o principal problema. MELANOMA Contraparte benigna: Nevo melanocítico Melanoma: Tumor produtor de melanina com melanócitos de formato atípico, alongado, oval e fusiforme, exibindo núcleo escuro, grande e irregular. Pode ter origem a partir de uma lesão melanocítica benigna ou do próprio melanócito. Quase 25% dos melanomas cutâneos e mais da metade dos melanomas da mucosa ocorre na área de CP (incluindo regiões oral e sinonasal) FATORES ASSOCIADOS: Radiação solar? O dano solar agudo pode ser de maior importância causal no melanoma do que a exposição crônica. As lesões de mucosa oral, obviamente, não estão relacionadas à exposição solar. Hereditariedade? O risco é 2 a 8 vezes maior quando um parente possui história de câncer. FATORES DE RISCO: Pele e cabelos claros, tendência ao fácil bronzeamento, histórico de queimaduras de sol dolorosas e com bolhas, presença de nevo congênito displásico. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Lesões bucais da mucosa tendem a se apresentar em um estágio mais avançado e muito mais agressivo que a sua contraparte cutânea. - Na boca, costuma afetar indivíduos a partir da 4º década de vida, ⅔ são homens. - Prevalência - palato duro ou alvéolo superior. Melanoma oral - frequentemente nodular no momento do diagnóstico, porém as lesões iniciais podem ser planas - Tipicamente inicia-se como uma mácula de coloração marrom a negra com bordas irregulares; estende-se lateralmente e um aumento de volume exofítico, lobulado (crescimento vertical) - A dor não é comum, exceto nas lesões ulceradas; a maioria das NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE lesões permanece relativamente macia à palpação. - Radiograficamente - Osso subjacente/ adjacente - destruição irregular ou “roído de traça”. Padrões de crescimento: Radial e Vertical. No melanoma nodular, a fase de crescimento radial é muito curta ou inexistente e a fase de crescimento vertical predomina. SISTEMA ABCDE - Assimetria, Bordas irregulares, Coloração irregular, Diâmetro, Evolução CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Melanomas cutâneos e orais: Melanócitos atípicos (maiores do que os melanócitos normais e têm graus variados de pleomorfismo nuclear e hipercromatismo) inicialmente observados na junção entre epitélio e conjuntivo. A partir desse local, eles têm o potencial para proliferar por todo o epitélio, lateralmente ao longo da camada de células basais e em profundidade, para o interior do tecido conjuntivo. - Melanócitos malignos invadindo o tecido conjuntivo - início da fase de crescimento vertical. - Células invasivas do melanoma - formato fusiforme ou epitelioide e infiltram o tecido conjuntivo como cordões e feixes pobremente agregados de células pleomórficas. - Lesões orais - mais invasão de vasos sanguíneos e linfáticos do que lesões de pele. NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Estadiamento clínico - sistema TNM - leva em consideração a espessura do tumor, ulceração, metástase para linfonodos regionais e metástase a distância. - Presença de ulceração - fator prognóstico negativo. - Tumores maiores, mais profundamente invasivos - ampla excisão cirúrgica. - Pacientes mais jovens - melhor sobrevida que os mais velhos. - Lesões não-pigmentadas ou amelanóticas - prognóstico particularmente sombrio. - Pacientes geralmente morrem da metástase a distância e não pela falta de controle da doença local. - Remoção cirúrgica radical - hemimaxilectomia para as lesões unilaterais que invadem o osso maxilar adjacente. LEUCEMIA Malignidades que derivam das células-tronco hematopoiéticas. - Transformação maligna de uma das células tronco, a qual inicialmente prolifera na medula óssea e eventualmente extravasa para o sangue periférico. - Problemas começam quando as células leucêmicas superpõem-se às células de defesa e às hemácias precursoras normais. Etiologia: Fatores ambientais + genéticos. Fatores desencadeantes: - Radiações Ionizantes - Drogas e Agentes Químicos (Cloranfenicol e fenilbutazona) - Vírus: EBV, HTLV1 (vírus do linfoma / leucemia de células T humando tipo 1), HTLV2 - Fatores Genéticos - Imunodeficiência - Disfunção Crônica da Medula Óssea Fatores genéticos associados a aumento do risco de desenvolver leucemias: - Síndrome de Down - Síndrome de Bloom - Neurofibromatose tipo I - Síndrome de Schwachman - Síndrome de ataxia-telangiectasia - Síndrome de Klinefelter - Anemia de Fanconi - Síndrome de Wiskott-Aldrich Classificação: - Quanto ao curso clínico: Agudas ou Crônicas - Quanto à histogênese: Mielóide ou Linfocítica (Linfoblástica, Linfóide) NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE SINTOMAS COMUNS DA LEUCEMIA Proliferação maligna (anemia mielotísica) > células tronco hematopoiéticas normais. - Redução de hemácias - redução do transporte de O2 do sangue - Fadiga, cansaço fácil, dispnéia após esforço leve - Equimoses fáceis e sangramentos - falta de plaquetas sanguíneas (trombocitopenia) - Petéquias hemorrágicas no palato duro posterior e no palato mole - Hemorragia gengival espontânea - Ulceração da mucosa oral - Aumento de volume difuso, esponjoso, indolor, ulcerado ou não. Curso rápido, início abrupto (3 meses): Aparecimento de células mais jovens da série mielóide e linfóide. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Infiltração difusa e destruição dos tecidos hospedeiros normais por camadas decélulas pouco diferenciadas com características mielomonocíticas ou linfóides. LEUCEMIAS AGUDAS Se não tratadas, seguem um curso agressivo e frequentemente resultam em morte do paciente em poucos meses. LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA (LLA) Mais comum em crianças (4 anos); maioria dos casos é originária das células pré-B. Segundo pico de incidência em indivíduos idosos. Aparecimento no sangue periférico de linfoblastos. - Um dos maiores sucessos no tratamento do câncer tem sido alcançado na leucemia linfoblástica aguda infantil, uma condição que costumava ser uniformemente fatal, mas que agora é frequentemente capaz de ser controlada. NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA - Mais comum em adultos(50 anos) - Tipo celular é o mieloblasto. - Sintomas relacionados ao da falência da medula óssea. LEUCEMIAS CRÔNICAS - Proliferação de células maduras linfóides ou mielóides - Mais comum em idade média ou senil e sexo masculino LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA (LLC) - Proliferação maligna de células linfóides maduras com parada de maturação funcional destas células - Rara antes dos 40 anos - Adultos (40 a 50 anos) - Adenopatias indolores - Assintomática no início - Fadiga fácil, perda de peso, anorexia - Linfadenopatia e hepatoesplenomegalia - Contagem de leucócitos variada, podendo exceder os 200.000/uL - Hipogamaglobulinemia - Trombocitopenia - Predominância de células mielóides maduras - Início lento e progressão lenta - Forma de leucemia que mais se relaciona com a exposição à radiações ionizantes e substâncias tóxicas. - 90% dos pacientes apresentam alterações no cromossomo Philadélfia (n 22). ATENÇÃO - Palidez da mucosa oral - Sangramento gengival - Hiperplasia gengival indolor - Petéquias - Hemorragias - Lesões ulcerativas e necróticas NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Achados laboratoriais: - Identificação de células blásticas no sangue e na medula óssea. - Anemia - Neutropenia - Trombocitopenia Presença de células leucêmicas pouco diferenciadas no sangue periférico e na medula óssea (biópsia de medula óssea + estudos do sangue periférico - alguns pacientes podem passar por uma fase aleucêmica (células atípicas ausentes da circulação). Classificação do tipo de leucemia a partir do imunofenótipo. LINFOMAS Neoplasias malignas do sistema linfo-reticular - Iniciam-se nos gânglios, nódulos e tecidos linfóides. - Etiologia desconhecida, porém com fatores de risco: imunodeficiência, infecções por vírus e exposições à agentes químicos. Classificação: - Linfomas não Hodgkin - Linfoma ou Doença de Hodgkin. LINFOMA DE HODGKIN Surge em um único linfonodo e se espalham através da cadeia, de maneira gradual, aos linfonodos contíguos. - Locais mais comuns de apresentação inicial: Linfonodos cervicais e supraclaviculares (70% a 75%) ou os linfonodos axilares ou do mediastino (5% a 10% cada). - Surge das células B de centros germinativos. - Predileção por homens; - Padrão bimodal com respeito à idade do paciente à época do diagnóstico: Pico entre os 15 e 35 anos de idade; outro pico é visto após os 50 anos. SINTOMAS: Aumentos de volume discretos, indolores, aumentando de maneira persistente na região de um linfonodo - Estágios iniciais - linfonodos envolvidos frequentemente móveis; à medida que a condição progride, os linfonodos tornam-se mais emaranhados e fixos aos tecidos circundantes - Perda de peso, febre, suores noturnos e prurido generalizado (coceira). A ausência destes sinais e sintomas é considerada melhor prognóstico para o paciente, e esta informação é usada do estadiamento da doença. Separado dos linfomas Não-Hodgkin pela presença de células neoplásicas gigantes distintas - CÉLULAS DE REED-STERNBERG (histiócito neoplásico com 2,3 ou 4 núcleos), origem no linfócito B - 90% da doença começa nos linfonodos com disseminação posterior para o baço, fígado e medula óssea. Prognóstico favorável se descoberto precocemente. NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE Antes da terapia moderna, a taxa de sobrevida em 5 anos era de apenas 5%. Hoje: Estágios I e II: taxa de sobrevida em 10 anos sem recidiva de 80% a 90%; Estágios III e IV: 55% a 75% de taxa de sobrevida em 10 anos. LINFOMA NÃO - HODGKIN Mais de 20 subtipos. Refletem o estágio de maturação dos linfócitos B/T no qual a neoplasia se instala. - Primariamente em adultos - Mais comuns na infância - Na maioria dos casos, surgem inicialmente dentro dos linfonodos e tendem a crescer como aumentos de volume sólidos. - Na cavidade oral - doença extranodal Lesões de tecidos moles: Aumentos de volume indolores e difusos, consistência esponjosa; mais comumente no vestíbulo oral, palato duro posterior ou a gengiva. Lesão eritematosa ou púrpura, ulcerada ou não. Linfoma do osso: Leve dor ou desconforto, que pode ser confundido com uma odontalgia. Parestesia, particularmente nas lesões mandibulares (síndrome do queixo dormente). Radiografias geralmente com radiolucidez mal definida ou irregular. Se não tratado, causa expansão do osso, eventualmente perfurando a tábua cortical e produzindo um aumento de volume no tecido mole. Fatores de risco: imunodepressão, autoimunidade, exposição à agentes físicos, químicos e biológicos. Exames de sangue: paciente HIV + Biópsia e exame histológico: linfoma de células B. Quimioterapia + Terapia antirretroviral NEOPLASIAS MALIGNAS DE BOCA - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE
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