Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Suzana Araujo - UFPE Carcinom� Epidermóid� o� Carcinom� d� Célula� Escam�a� ★ Os cânceres orais correspondem a menos de 3% de todos os cânceres nos EUA, porém é o oitavo câncer mais comum em homens e o décimo quinto mais comum em mulheres. ★ 94% de todas as malignidades orais são Carcinomas de Células Escamosas, as taxas anuais de incidência e de mortalidade variam consideravelmente entre diferentes raças, gêneros e grupos etários. - O risco de câncer intra oral aumenta com a idade, especialmente para os homens. ★ O Carcinoma Vermelhão do Lábio difere do carcinoma intra oral, a lesão possui fisiopatologia similar à do carcinoma de células escamosas da pele exposta ao sol. - A taxa de incidência anual para homens brancos nos EUA é de 4:100.000, porém a tx. aumentada dramaticamente com a idade para quase 30:100.000 em homens com idade acima de 75 anos. - No Brasil, o Carcinoma de células escamosas é o quinto mais comum e em Pernambuco também é o quinto câncer mais comum. - O Brasil é o país com mais dentistas no mundo, mas tem 80% dos diagnósticos de câncer de boca tardio. - Principais tipos de câncer de boca: Tumores primários (CEC, Neoplasias de glândulas salivares, Sarcoma, Melanoma), Tumores metastáticos e Tumores terciários. ★ Etiologia do Câncer Oral: - Etiologia multifatorial. - Fatores extrínsecos: agentes externos, tabaco com fumaça, álcool, sífilis e luz solar. - Fatores intrínsecos: estados sistêmicos ou generalizados, desnutrição geral, anemia por deficiência de ferro. - Geralmente é precedido por uma lesão pré-cancerosa, especialmente a leucoplasia. - Fumo de Tabaco: ➢ Muitas evidências clínicas indiretas implicam o hábito de fumar tabaco no desenvolvimento do carcinoma de células escamosas. ➢ A proporção de tabagistas entre os pacientes com carcinoma oral (80%) é duas a três vezes maior do que na população em geral. ➢ O fumo de charuto ou cachimbo agrega um risco maior para o câncer oral do que o fumo de cigarro, dose-dependente e tempo-dependente. - Tabaco sem fumaça: ➢ Pode aumentar o risco do usuário crônico para o carcinoma oral a um fator que varia de pouco menos de dois a cerca de 26. - Álcool: ➢ O consumo excessivo de álcool tem sido associado ao desenvolvimento do câncer oral. ➢ O álcool em combinação com o tabaco é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer oral. ➢ O risco é dose-dependente e tempo-dependente. ➢ Aproximadamente um terço dos pacientes do gênero masculino com câncer oral é alcoólatra e menos de 10% da população em geral pode ser classificada como tal. 2 - Agentes Fenólicos: ➢ Há um risco aumentado de câncer para trabalhadores da indústria de produtos derivados da madeira cronicamente expostos a certos agentes químicos, como os ácidos fenoxiacéticos. - Radiação: ➢ Os raios-X diminuem a reatividade imune e produz anormalidades no material cromossômico. - Deficiência de Ferro: ➢ Especialmente a grave e crônica, Síndrome de Plummer-Vinson, associada a um elevado risco para o carcinoma de células escamosas do esôfago, orofaringe e da região posterior da boca. - Deficiência de vitamina A: ➢ A vit. A produz uma ceratinização excessiva da pele e das membranas da mucosa e têm-se sugerido que ela pode exercer um papel protetor preventivo no pré-câncer e no câncer oral. - Sífilis: ➢ Forte associação com o desenvolvimento do carcinoma em dorso de língua. ➢ Um indivíduo com carcinoma de língua é cinco vezes mais propenso a ter um teste sorológico positivo para sífilis. - Infecção pela cândida: ➢ É uma condição pré-cancerosa oral. ➢ Leucoplasia por cândida. - Vírus Oncogênicos: ➢ Os agentes virais capazes de integrar-se ao material genético do hospedeiro podem ser particularmente perigosos e podem potencialmente tomar o controle da habilidade do hospedeiro regular e crescimento e proliferação normais da célula infectada. - Imunossupressão. - Oncogenes e genes supressores de tumor: ➢ São componentes cromossômicos capazes de serem ativados por uma variedade de agentes causais. ➢ Os genes normais ou proto-oncogenes são transformados em oncogenes ativos em certas malignidades através da ação de vírus, radiação ou carcinógenos químicos. ★ Características clínicas e radiográficas: - Mais comum em homens idosos. - Dor mínima durante a fase inicial de crescimento. - Características clínicas variadas: ➢ Exofítica: formação de aumento de volume, vegetante, papilar, verruciforme. ➢ Endofítica: invasiva, escavada, ulcerada. ➢ Leucoplásica: mancha branca. ➢ Eritroplásica: mancha vermelha. ➢ Eritroleucoplásica: combinação de áreas vermelhas e brancas. - Os exemplos leucoplasias e eritroplasias são casos em fases iniciais que ainda não produziram aumento de volume ou ulcerações e as características clínicas são idênticas às descritas para lesões pré-malignas. - Essas alteraçẽos da superfície da mucosa são destruídas pelo carcinoma exofítico ou endofítico em desenvolvimento, porém vários casos são diagnosticados antes da 3 sua completa destruição e exibem lesões pré-cancerosas residuais envolvendo a mucosa adjacente. - Uma lesão exofítica apresenta superfície irregular, vegetante, papilar ou verruciforme e sua cor poderá variar da coloração normal ao vermelho ou branco, dependendo da quantidade de ceratina e vascularização; a superfície é frequentemente ulcerada e o tumor é duro à palpação. - Úlcera indolor, bordas elevadas e endurecidas, não cicatriza. - O padrão endofítico tem uma área central deprimida, de formato irregular, ulcerada, com uma borda em “rolete” (invasão do tumor para o interior do tecido e para as laterais abaixo do epitélio adjacente) de mucosa normal, vermelha ou branca. - Diagnóstico diferencial: lesões granulomatosas, infecções fúngicas profundas, tuberculose, sífilis terciária, lesões orais de granulomatose de Wegener ou doença de Crohn e úlceras traumáticas. - A destruição do osso subjacente pode ser dolorosa ou completamente indolor e aparecerá nas radiografias como uma radiolucidez em “roído de traça” com margens mal definidas ou bordas irregulares (aparência similar a osteomielite). - 3 estágio de evolução: ➢ Bem diferenciado: Aumento da queratina, epitélio se mantém normal. ➢ Moderadamente diferenciado: Características intermediárias. ➢ Pobremente diferenciado: Características totalmente diferentes. ★ Carcinoma do Vermelhão do Lábio: - Tipicamente encontrado em pessoas de pele clara ou com exposição prolongada à radiação UV proveniente da luz solar ou com uma história de dano agudo solar (queimadura solar) em fase precoce de vida. - 70% dos indivíduos afetados possuem ocupações que envolvem atividades ao ar livre. - Geralmente está associada à queilose actínica e pode surgir no local em que o paciente segura um cigarro, charuto ou cachimbo, quase 90% das lesões estão localizadas em lábio inferior. - Lesão endurecida, indolor, crostosa e exsudativa que apresenta geralmente menos de 1 cm de diâmetro quando descoberta, taxa de crescimento lenta e a maioria dos pacientes tem estado ciente da existência de um “problema” na área por 12 a 16 meses antes de um diagnóstico formal. - A metástase é um evento tardio e raro. - Ocorre envolvimento ósseo. ★ Estadiamento: - O tamanho do tumor e a extensão da disseminação metastática do carcinoma de células escamosas são os melhores indicadores do prognóstico do paciente. - Três características clínicas básicas: ➢ T→ Tamanho do tumor primário em centímetros. ➢ N→ Envolvimento de linfonodos locais. ➢ M→Metástases a distância. - Quanto maior for o estágio da classificação, pior será o diagnóstico. 4 ★ Características Histopatológicas: - Surge a partir de um epitélio displásico e é caracterizado histopatologicamente por ilhas e cordões invasivos de células escamosas epiteliais malignas. - A invasão é representada pela extensão irregular do epitélio lesado através da membrana basal para o interior do tecido conjuntivo subepitelial. - As ilhas ou cordões de células tornam-se estruturasindependentes no interior do tecido conjuntivo, sem adesão ao epitélio da superfície. - As células lesionadas podem circundar e destruir vasos sanguíneos e podem invadir a luz de veias e de vasos linfáticos. - O epitélio lesionado é capaz de induzir a formação de novos e pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e ocasionalmente de fibrose densa (desmoplasia ou alteração cirrótica). - As células lesionadas mostram um citoplasma eosinófilo, abundante com núcleos grandes e com coloração intensa (hipercromáticos) e uma relação núcleo-citoplasma aumentada. ★ Tratamento e Prognóstico; - Geralmente é tratado por excisão cirúrgica. - Apenas 8% apresentam taxas de recidiva. - Pode envolver radioterapia, quimioterapia e excisão cirúrgica. - Quem vai guiar o tratamento é o estadiamento. 5
Compartilhar