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O sucesso dos procedimentos cirúrgicos está intimamente ligado com a excelência na técnica cirurgica. É a nomenclatura empregada em cirurgia visando identificar cada manobra cirurgica de diérese. Sendo uma palavra uma palavra composta de raízes gregas, por seu prefixo (indica o órgão, tecido ou região) e por seu sufixo (manobra realizada). Manobra Sufixo Exemplo Interpretação Exérese Ectomia Colecistectomia Retirada da vesícula biliar Fixação Pexia Retopexia Fixar o reto a parede abdominal Formação de fístula permanente Ostomia Urestomia Fístula permanente na uretra Fratura Clasia Osteoclasia Fratura óssea Imobilização Désis Atrodésis Fixação da articulação Incisão Tomia Laparotomia Abertura abdominal Plástica Plastia Blefaroplastia Plastia das pálpebras Punção Centésis Rumenocentésis Retirada de líquido ruminal Arrancamento Résis Neurorréxis Arrancamento do nervo É o conjunto de manobras manuais e instrumentais, que visa dividir os tecidos com finalidade terapêutica, normalmente a primeira manobra é realizada com um bisturi e posteriormente com tesoura. Deve levar em conta a realização de uma manipulação delicada dos tecidos fazendo menores incisões possíveis evitando traumatismos desnecessários, o cirurgião deve se conduzir de maneira apropriada mantendo a integridade dos tecidos (boa reconstrução anátomo- funcional). A diérese é classificada em diérese incruenta que é a divisão dos tecidos que não possui perda de sangue utilizando raio laser, criobisturi e bisturi elétrico e na diérese cruenta é a divisão dos tecidos com perda de sangue. A diérese cruenta é classificada em: ➜ Arrancamento: método cirúrgico feito por rompimento usando uma pinça hemostática, utilizado para nervos e vasos sendo que em vasos com finalidade de facilitar a hemostasia (através da rotação do mesmo) criando uma superfície anfractuosa que permite uma melhor fixação do tampão plaquetário. ➜ Curetagem: método cirúrgico feito por raspagem utilizando o Cartilagem Xifoide Cicatriz Umbilical Púbis { { Pré-umbilical Retro umbilical { Pré retro umbilical @vettstudy.g instrumento denominado de cureta, esse método é usado para eliminar tecidos superficiais neoformados indesejáveis ou para ativar cicatrização de feridas. ➜ Divulsão: é o ato de separar tecidos utilizando a tesoura de romba sendo introduzida fechada no tecido a separar e abrem à medida que vão sendo retiradas, progressivamente, essa ação pode ser conseguida também com emprego dos dedos indicadores (grandes animias), essa técnica deve respeitar a normalidade anatômica e deve buscar descolar os tecidos e não os cortar. ➜ Exérese ou ressecção: manobra cirurgica qual eliminamos uma estrutura anatômica indesejável para o organismo gerando uma pequena lesão. ➜ Incisão: é o ato de cortar, seccionar os tecidos, ato praticado em todas as intervenções cirúrgicas utilizando a lâmina do bisturi incidindo o tecido necessário e a incisão deve ser realizada uma vez, em um só tempo a fim de evitar anfractuosidades, caso necessário o aumento da incisão utilizar a tesoura. ➜ Bisturi: possui a função de realizar a incisão na pele. Cabo 03 – utilizado para incisões mais delicadas. Cabo 04 – utilizados para incisões no geral. As lâminas 10 a 15 são utilizadas para uso específico ➜ Tesoura Mayo: possui função de cortar fio, cortar pele, cortar tecido córneo, realizar divulsão dependendo da sua ponta. Podem possuir a ponta curva ou reta. Tesoura Mayo Romba-Romba Reta – única permitida para realizar a divulsão. @vettstudy.g Tesoura Mayo Romba-Fina Reta Tesoura Mayo Fina-Fina Reta ➜ Tesoura Metzenbaum: mais delicada que a Mayo e é utilizada para divulsão. Tesoura Metzenbaum Reta Tesoura Metzenbaum Curva ➜ Tesoura de Lister: é uma tesoura ambulatorial utilizada para retirada de curativos (faixa, atadura), possui a ogiva que auxilia no momento do corte impossibilitando de “mastigar” a pele do paciente. Tesoura de Lister ➜ Tesoura Spencer: utilizada para realizar a retirada de sutura, o seu gancho na ponta auxilia a “pescar” um lado da sutura e realizar o corte. ➜ Cureta: utilizada para realizar raspagem @vettstudy.g É o conjunto de procedimentos que tendem a evitar o extravasamento de sangue que se baseia na experiência e aptidão do operador. O excesso de sangue prejudica uma boa visualização do campo cirúrgico e auxilia na proliferação bacteriana que pode facilitar no desenvolvimento de uma infecção cirurgica. Existem alguns fatores que não desejamos no momento da hemostasia como: - Queda na pressão arterial, seguida da diminuição do volume de sangue circulante. - Compressão excessiva sobre o vaso por tecidos ou órgãos vizinhos. - Elasticidade das paredes dos vasos. - Contração dos órgãos (coração, músculo). - Formação de trombo que obstrui a saída de sangue. Com isso entendemos que para realizar uma boa hemostasia devemos possuir uma boa técnica sem choque hipovolêmico e deve ser realizada no bico da hemorragia e não ao seu redor. O controle da hemorragia deve ser feito de acordo com: - Controle da hemorragia plano a plano. - Hemorragia na pele deve ser controlada antes de se fazer a incisão na fáscia muscular. - Hemorragia capilar pode ser controlada pelo uso de compressas. - Vasos sanguíneos de grosso calibre devem ser pinçados e imediatamente ligados. - Devemos evitar o englobamento de tecidos em torno dos vasos, quando executamos uma ligadura. Durante o ato cirúrgico o controle da hemorragia é realizado da seguinte maneira: - Identificação dos tecidos e estruturas anatômicas - Hemorragia excessiva leva ao choque pondo em risco a vida do paciente. - A maior ameaça de hemorragia é a anoxia (falta de oxigênio) nos tecidos, particularmente no cérebro e miocárdio. - Hemorragia pode retardar a cicatrização dos tecidos pela presença de sangue, sob a forma de coágulo. - Hemorragia é um excelente meio de cultura. A hemostasia pode ser do tipo: ➜ Preventiva: que é aquela que previne a hemorragia sendo realizada por intermédio de compressão do vaso, por pinças ou torniquetes (anestesia de bier que realiza um garrote de no tempo máximo de uma hora prevenindo 70% da hemorragia)., a aplicação de duas pinças antes da secção do vaso, e esta será executada entre as pinças e o torniquete deve ser aplicado nas extremidades. ➜ Temporária: praticada com o @vettstudy.g auxílio das pinças hemostáticas. ➜ Definitiva: aplicada ao vaso definitivamente (ligadura). Ligadura: utilizada para pequenos vasos, realizada dando a volta no vaso e em seguida exercendo um nó. Transfixação: utilizada para vasos mais calibrosos, realizada passando a agulha no meio do vaso e posteriormente dando a volta em todo diâmetro do vaso e realizando um nó. A quantidade de nós dados e de ligaduras/transfixação feitas varia de acordo com a situação observada pelo cirurgião. Os métodos de hemostasia podem ser: ➜ Físicos: compressão circular (hemostasia preventiva nos membros – faixa de Esmarch, manguito pneumático), compressão digital (realizado pelo dedo do auxiliar ou do cirurgião), compressão indireta (bonecas de algodão, gaze), pinças hemostáticas e ligaduras químicas. ➜ Químicos: água oxigenada e iodo. ➜ Biológicos: gelatina, fibrina esponjosa, veneno de cobra(cola) e adrenalina. ➜ Pinça Hemostática Halsted - Mosquito: possui sulcos delicados e por toda superfície, utilizado em vasos pequenos, pode ser reta ou curva. ➜ Pinça Hemostática Kelly: superfície de apreensão até a metade, pode ser reta ou curva. @vettstudy.g ➜ Pinça Hemostática Crile: sulco de apreensão mais profundo/grosseiro que vai até o fim. ➜ Pinça Hemostática Kocher:possui um dente na ponta semelhante com a pinça dente de rato, seus sulcos são mais grosseiros com superfície de apreensão que vai até o final, utilizada para pinçar uma estrutura e fixa-la no abdômen para auxiliar na visão. ➜ Pinça Hemostática de Mixter: possui um ângulo de quase 90°, utilizada em ovariectomia para facilitar a exposição. ➜ Pinça Hemostática de Rochester: sulco super profundo. ➜ Pinça Intestinal Doyen: utilizada em cirurgias intestinais impedindo o fluxo de fezes e não gera lesão a vascularização. @vettstudy.g É a união anatômica dos tecidos pós um procedimento cirúrgico. ➜ Porta agulhas de Mayo-Hegar: utilizado para segurar a agulha no momento da sutura, pode ter variação no tamanho de acordo com o procedimento cirúrgico a ser realizado. ➜ Porta agulhas de Mathieu: utilizado para segurar agulhas, porém seu funcionamento é realizado com a palma da mão. ➜ Porta agulhas de Olsen-Hegar: possui uma ponta de porta agulhas pequena e logo abaixo uma tesoura para auxiliar durante as suturas realizadas sozinho, para o seu uso requer um pouco de prática. São classificados em não absorvíveis (organismo não absorve) e absorvíveis (o organismo absorve/degrada). Suturas contaminadas deve utilizar fios de baixa capilaridade, pois os com alta capilaridade podem absorver os agentes infecciosos da ferida. Absorvíveis ➜ Cat-gut: fio feito de intestino ovino e armazenado embebedado em álcool-éter que faz com que no organismo cause uma grande reação inflamatória, pois este fio tem alta capilaridade (capacidade de absorver líquido), também tem como característica a sua abrasividade durante a realização do nó, devido essas características é pouco utilizado em pequenos animias. Classificações: - Simples - Cromado: recebe um banho de cromo para retardar a sua absorção. - B- simples: 10 dias para absorção @vettstudy.g - C- médio: 20 dias para absorção. - D- extra: 40 dias para absorção. ➜ Poliglactina 910 - Vycril: fio de origem sintética oriundo do ácido glicólico (90%) + ácido acético (10%), possui a absorção entre 60 a 90 dias. Tem tolerância maior que o catgut. Não - absorvíveis ➜ Seda: material obtido pelo bicho da seda, de alta capilaridade, mas para diminuir essa característica passar dar banho no fio com cera de abelha. Seu custo é baixo e de fácil manuseio, porém gera uma grande reação tecidual. Não é mais utilizado na medicina veterinária devido o processo inflamatório severo. ➜ Algodão: primeiro fio a ser introduzido. Sua tensão de estiramento (ato de esticar) é aumentada e possui maior segurança que a seda, porém provoca reação tecidual semelhante, sua alta capilaridade potencializa as infecções, tem um manuseio ruim devido a sua abrasividade. Quase não é utilizado ➜ Suturas metálicos – Aço inoxidável: não possui reações inflamatórias porque o organismo não entende esse material como um corpo estranho, possui maior tensão de estiramento de todos os materiais quando implantado nos tecidos, possui a maior segurança nos nós de todos os materiais, pode ser autoclavado diversas vezes e pode ser utilizado em feridas contaminadas e infectadas devido sua baixíssima/nula capilaridade, entretanto pode gerar necrose tecidual pelo movimento dos tecidos contra as pontas não flexíveis, possui tendencia de cortar os tecidos, manuseio pobre e quebra quando torcido muitas vezes no mesmo ponto. ➜ Náilon - Poliamida: biologicamente é inerte, ou seja, o organismo não reconhece como corpo estranho, não é capilar, possui tensão de estiramento, tem grande aplicação como material de sutura, mínima diferença na reação tecidual comparada com o aço inox, pode ser utilizado em todos os tecidos, tem pobre manuseio e pouca segurança que pode ser melhorada dando-se 4 a 5 nós, o que prolonga o tempo de realização da sutura e o fio possui memória que é a tendência de reverter a configuração original. Utilizados para auxiliar durante as cirurgias. ➜ Pinça de antissepsia Sheron: utilizada no processo de antissepsia pré-cirúrgico. @vettstudy.g ➜ Pinça de Backaus: na caixa cirurgica tem 4, tem a função de segurar o pano de campo na pele do animal. ➜ Pinça tecidual de Allis: na caixa cirurgica tem 2, utilizada para segurar/expor órgãos mais rígidos para facilitar a visão do cirurgião. ➜ Pinça tecidual de Babcock: na caixa cirurgica tem 2, utilizada para segurar/expor órgãos ocos para facilitar a visão do cirurgião. ➜ Pinça de polegar Anatômica: ➜ Pinça de polegar Dente de Rato: ➜ Pinça de polegar Adson que pode ser com ou sem dente: Pinça de polegar Adson sem dente @vettstudy.g Pinça de polegar Adson com ➜ Afastador de Farabeuf: na caixa cirurgica possui 2, aumenta o campo de visão do cirurgião. @vettstudy.g
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