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Primeira coisa vamos definir o que é hormônios: São denominados hormônios as subs- tancias fisiologicamente ativas, secre- tadas no sangue pelas glândulas endó- crinas. VISÃO ANATOMICA DISTURBIOS DAS GLANDULAS ENDO- CRINAS Podem ser: • Hipofunção glandular • Hiperfunção glandular E podem ser primarias quando acomete uma glândula periférica diretamente Se a doença acomete o hipotála- mo/hipófise ou o órgão regulador fala que a Hipofunção da glândula periférica é secundária No Hipotálamo é secretado hormônios polipeptídicos estimulantes e inibidores da adeno-hipófise, eles são enviados pelo sistema porta-hipofisário. Além da ocitocina e ADH que usam a neuro- hipófise como meio de saída, esses hormônios descem pelos axônios, aco- plados a uma proteína chamada neuro- fisina. Quais são os hormônios liberadores do hipotálamo? • GHRH (hormônio liberador do hormô- nio de crescimento), • TRH (hormônio liberador de tireotro- fina), • GnRH (hormônio liberador de gonado- trofina) e • CRH (hormônio liberador de cortico- trofina) Os núcleos supra-ópticos e paraventri- culares originam as fibras nervosas que terminam no lobo posterior da hipófise, produzindo o ADH e a ocitocina. ▪ Localiza-se na base do crânio, numa estrutura escavada no esfenoide (sela túrcica), dividida em: ➢ adeno-hipófise ➢ neuro-hipófise ▪ Adeno-hipófise: recebe os hormônios inibidores ou estimuladores do hipotá- lamo pela corrente sanguínea ▪ Neuro-hipófise: recebe os hormônios do hipotálamo (pró-hormônio) pelos seus prolongamentos. Chega na neuro-hipófise como ADH e ocitocina ▪ Os hormônios produzidos pela adeno- hipófise são: GH, PRL, ACTH (hormônio adenocorticotrófico), FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante) e TSH ▪ Os hormônios produzidos pela neuro- hipófise são: ADH e ocitocina ▪ Para avaliar a anatomia da hipófise: lembrar que é do tamanho do uma er- vilha e está localizada numa estrutura < 1 cm (sela túrcica) EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO ▪ Hipotálamo -> hormônios pela corren- te sanguínea -> adeno-hipófise -> hormônio na circulação -> glândulas periféricas ▪ Hipotálamo -> pró-hormônio pelo prolongamento -> hormônio pronto da neuro-hipófise -> circulação -> glândulas periféricas. GH- Hormônio do crescimento • São Polipeptídeos que são sintezados pelas células somatotróficas. É válido ressalta que a hipófise tem vá- rias células e cada uma produzindo seu próprio hormônio. • É um hormônio fundamental para o crescimento, em função de seus efeitos sobre o metabolismo e a proliferação de cartilagem. • Sua atividade biológica é feita através de somatomedinas (IGFs – fatores de crescimento semelhante a insuli- na) em diversos tecidos, principal- mente fígado e cartilagens. O IGF tem efeitos indiretos do GH e faz os outros órgãos crescer também, ou seja, se uma pessoa tem deficiência de IGF, não adianta da GH. • O GH, ao cair na corrente sanguínea, possui seus receptores apenas em cartilagens e fígado – permite o crescimento linear (ossos longos) • Os outros órgãos crescem a partir dos IGFs. Toda célula que possui re- ceptor de insulina, também possui receptor para fator de crescimento, que permite a ligação das somato- medinas no nos demais órgãos – efeito indireto do hormônio de cres- cimento Um lembrete: Todo hormônio vai ter seu receptor específico na célula, e no caso do GH o receptor é no fígado. PRL-Prolactina ▪ Sintetizada nas células lactotróficas ▪ Aumentam apenas na gravidez e lac- tação, ou seja, passa a maior parte da vida sendo inibida (nas mulheres) e continuamente inibida nos homens. ▪ Fator de estímulo da prolactina: PRF – TRH, polipeptídeo vasoativo intestinal. Portanto, alterações na tireoide ou no hipotálamo que alteram o TRH afeta também a prolactina ▪ Fator de inibição da prolactina: PIF (em maior quantidade) – dopamina. Portanto, alterações na dopamina (medicamen- tos) também interferem na prolactina. ▪ A prolactina, quando aumentada, cai na corrente sanguínea e estimula a glândula Mamária. ACTH ▪ Derivado de um pró-hormônio (POMC – pró-opiomelanocorticotrofina) que, ativado por clivagem proteolítica, gera ACTH, MSH (hormônio melanócito estimulante) e opiáceos ▪ O ACTH, na corrente sanguínea, liga-se a receptores das células do córtex das supra-renais, secretando cortisol, andrógenos e mineralocorticoides ▪ Síndrome com aumento de cortisol, com comprometimento da hipófise – aparecem também características dos outros 2 hormônios, como escurecimento da pele HORMÔNIOS GONADOTRÓFICOS ▪ FSH estimula o desenvolvimento foli- cular no ovário e a gametogênese no testículo ▪ LH promove luteinização folículo e es- timula a função das células de Leyding TSH ▪ Intensifica a captação de iodo, a sín- tese de tireoglobulina e a liberação de hormônio tireoidiano Síndrome de hiperfunção dos hormô- nios hipofisário Gigantismo e Acromegalia ▪ Fácies acromegálica: fronte proeminente, formação de pregas cu- tâneas (pelo aumento de partes moles), aumento da base do nariz, protu- são da mandíbula, au- mento do pavilhão auricular) ▪ Voz rouca e arrastada (aumento das partes moles – subcutâneo, músculos) ▪ Crescimento de extremidade (crian- ças e adolescentes) e partes moles (nos adultos, dedos em salsicha – dimi- nuição das pregas articulares) ▪ Hiperhidrose ▪ Letargia, fraqueza muscular e artral- gias ▪ Visceromegalias (cardiomegalia, es- plenomegalina, megacólon etc) ▪ Distúrbios metabolismo glicídico: o GH é um contra-regulador da insulina - Aumenta GH -> diminui insulina -> aumento da glicemia ▪ Hipertensão: pelo aumento da resis- tência vascular periférica ▪ Macroglossia: aumento da língua ▪ Separação dos dentes ▪ Obs.: o uso de GH apresentando hipó- fise íntegra – apresenta as caracterís- ticas do excesso de GH ▪ Obs.: pico de GH – durante a noite, quando a criança está em sono profun- do Porque o excesso de GH aumenta a gli- cemia? Pois ele é o hormônio contrar- regulador da insulina, logo, se diminui a insulina aumenta a glicemia. Síndrome de Cushing ▪ Excesso de glicocorticoides por qual- quer causa, primária ou central ▪ Ganho ponderal com distribuição típica do tecido adiposo, em face, pescoço e tronco ▪ Fácies cushingóide ou de “lua cheia”: rosto arredon- dado, com pletora facial (vermelhidão) ▪ Giba de búfalo: acúmulo de gordura retrocervical ▪ Estrias violáceas, com au- mento em sua largura (> 1 cm) ▪ Equimoses e hematomas, por fragili- dade capilar ▪ Fraqueza muscular: proximal (de bra- ço e coxa) – paciente relata dificuldade em levantar a perna ▪ Tolerância anormal à glicose: o cortisol também é um hormônio contra- regulador - Pessoa diabética que toma corticoide tem sua glicemia aumentada (inibe a insulina) ▪ Poliúria e polidipsia ▪ Infertilidade, irregularidade menstru- ais e diminuição da libido ▪ HA leve a moderada: pelo aumento de mineralocorticoide ▪ Edema de MMII ▪ Litíase renal ▪ Distúrbios psicológicos ▪ Obesidade e atrofia de membros Hiperprolactinemia (PRL) ▪ Ação direta da PRL sobre as mamas e inibição da produção de FSH, LH, proges- terona e testosterona ▪ Mulher: galactorreia, irregularidade menstrual, amenorréia, infertilidade ▪ Homem: disfunção erétil, infertilidade Puberdade precoce (GnRH) ▪ Surgimento de características sexuais secundárias antes de 8 anos em meni- nas e 9 anos em meninos ▪ Meninas: arredondamento das formas, aparecimento de pelos pubianos e axilares, desenvolvimento de mamas (telarca) e menar- ca, odor axilar forte ▪ Meninos: delineamento muscular, pilificação axilar e pubiana, aumento do pênis e testículos ▪ Lipomastia: aumento de tecido gordu- roso nas mamas em meninos e meni- nas acima de peso – diferente de telarca (aumento da glândula mamária). Síndrome da secreção inapropriado do hormônio anti-diurético (ADH) ▪ Aumenta a anti-diurese-> retém mais líquido -> hiponatremia hipotônica, concentração urinária aumenta ▪ Clínica: hipotonicidade, fraqueza, ano- rexia, vômitos, convulsões e até coma. Síndromes de hipofunção Nanismo (GH) ▪ Na infância: distúrbios mais frequen- tes decorrem deficiência TSH e GH ▪ Nanismo por deficiência GH: propor- ções normais entre os membros, tron- co e cabeça, sem comprometimento intelectual ▪ Nanismo por deficiência TSH: voz rou- ca, deficiência intelectual, lentidão mo- vimentos, macroglossia, pele seca, hipotireoidismo – o TSH consegue alterar a transcrição do DNA ▪ Fisicamente: fácies de anjo querubim ou de boneca: queixo e nariz pequenos e fronte proeminente. . Insuficiência supra-renal central (ACTH) ▪ Produção deficiente de ACTH e CRH ▪ Clínica: astenia, anorexia, perda de pe- so, hipopigmentação (devido a baixo de MSH), hipotensão, hipoglicemia (aumenta a insulina), hipo- natremia e hiperpotassemia Puberdade atrasada (GnRH) ▪ Meninas com 13 anos ou + e meninos com 14 anos ou + que não apresentam quaisquer sinais de desenvolvimento puberal Diabetes insipidus central (ADH) ▪ Deficiência progressiva de ADH ▪ Poliúria, polidipsia e sede – quando causadas por deficiência de insulina e hipoglicemia é chamada de DM