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Instituto Superior de Transportes e Comunicações Teoria Contigencial Licenciatura em Engenharia Civil e de Transportes Disciplina: Gestão de Empresas e Projectos Docente: Dr. Pedro Cossa, Engª Italma Pereira Discente(s): Lauro Mota, Laércio Donça, Leonel Amiel, Hilário Pinto, Shelton Botão Turma: C41 4º Ano Maputo, Outubro - 2018 Índice 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2 2. FUNDAMENTOS ................................................................................................................. 3 2.1 Principais Pesquisas Sobre A Teoria Da Contingência ................................................................. 5 2.1.1 Burns e Stalker .......................................................................................................... 6 2.1.2 Chandler .................................................................................................................... 7 2.1.3 Joan Woodward ........................................................................................................ 7 2.1.4 Lawrence e Lorsch .................................................................................................... 8 3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 10 4. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 11 Grupo 1 Teoria da Contingência 2 1. INTRODUÇÃO Os estudos na área da administração avançaram muito desde o final do século XXI e quando se reflete sobre as mudanças ocorridas neste campo, percebe-se como a sociedade e organizações foram se transformando, moldando-se à novos costumes, princípios éticos, modo de produzir, e novas formas de gestão. A teoria da contingência se desenvolveu como resposta às outras teorias tidas como prescritivas, no qual defende que não existe one best way, ou seja, que não há uma forma única de administrar uma empresa. (Donaldson (2001) apud Mantovani (2012)). Donaldson (2001), afirma que não existe uma estrutura organizacional que possa ser efectiva em todas as organizações, não há um único modelo de gestão, mas algumas variáveis que podem sem combinadas para responder ao ambiente no qual a empresa está inserida. Pois, a sua optimização depende de alguns fatores contingencias. Não há como uma empresa sobreviver e manter-se competitiva sem que mantenha continuamente um monitoramento de seu ambiente e faça adaptações para que não perca sua competitividade. (apud Mantovani, 2012) O presente trabalho pretende fazer uma reflexão sobre os conceitos defendidos pela teoria da contingência, e, como estes podem contribuir para que as organizações. Este trabalho, começa por um apresentar fundamentos sobre a teoria, seguido por um resumo sobre as principais pesquisas, e, por fim, as considerações finais. Para a elaboração deste recorreu-se à pesquisa de bibliografias que abordam os assuntos relacionados com a temática e aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo das pesquisas e das aulas. Palavras-chave: Contingência, Gestão, Competetividade, Organizações. Grupo 1 Teoria da Contingência 3 2. FUNDAMENTOS A Teoria Contingencial tem seus alicerces fundamentados em teorias anteriores, seu surgimento deu-se em virtude da reflexão sobre aspectos denominados fatores contingenciais. Desse modo, a Teoria Neoclássica da Administração e, principalmente, a Teoria dos Sistemas contribuíram para a sua evolução. A escola clássica era a base das organizações até a primeira metade do século 20, mas perdeu sua força dando lugar à escola das Relações Humanas que via o homem como centro da organização e por volta de 1950, surgiu a teoria da Contingência estrutural. (Donaldson, 2014) Ao analisar-se as contribuições da administração científica no início do século vinte e a evolução das teorias administrativas, a teoria contingencial tem em seu foco não só a tarefa, não só o porte ou fluxo de materiais ou a tecnologia aplicada, por exemplo, mas uma abordagem mais ampla, em um conjunto de fatores que devem ter interação e uma combinação harmônica para haja eficiência e eficácia no uso dos recursos e desempenho organizacional. Taylor, considerado o pai da escola científica, primava pela racionalização e especialização do operário e que somente dessa forma, a organização conseguiria atingir seus objetivos (Reed, 2014 apud Ferreira, 2016). A ideia central da escola das Relações humanas era a valorização do ser humano na organização, o Homo social, que em seu estudo em uma fábrica em Hawthorne conseguiu mostrar o quanto as variáveis ambientais influenciavam na produtividade e também conseguir evidenciar que existia uma estrutura informal em meio ao formalismo da organização, que eram os chamados grupos formais e informais (Reed, 2014 apud Ferreira, 2016). De acordo com Donaldson (2014), a teoria da contingência preconiza que não existe uma única estrutura organizacional, mas sim uma gama de estruturas que variam de acordo com determinados fatores contingenciais. Os fatores Contingenciais, assim denominados por Donaldson, poderiam ser a estratégia utilizada pela empresa, o seu porte, a complexidade e incerteza de suas tarefas bem como o ambiente competitivo ou tipo de produto ou serviço prestado. Não esquecendo o aumento da competitividade e concorrência. Grupo 1 Teoria da Contingência 4 Islam e Hu (2012) acrescentam que as explicações sobre o desempenho da organização são dadas levando em conta os fatores contingentes e que nenhum tipo de estrutura organizacional pode ser aplicado universalmente, em vez disso, que há uma relação direta entre a organização, a tecnologia, o ambiente, tamanho da organização e as especificidades de sua estrutura organizacional. (apud Ferreira, 2016) Para Morgan (2008), organizações são como sistemas abertos que ficam em contínua interação com o meio ambiente, recebendo, processando e mandando informações, objetivando um equilíbrio entre fatores internos e externos à organização. A interação com meio ambiente, a troca de informações e os reflexos de tudo o que ocorre no contexto da empresa influencia a forma como ocorre a gestão, a tomada de decisão. Uma empresa deve monitorar seu ambiente de atuação para que possa agir de maneira proativa e não reativa ás mudanças que lhe afeta, ou seja, há uma gama de variáveis, internas ou não, que estão ou não sob seu controle que afetam diretamente ou indiretamente a empresa. Essas variáveis são denominadas contingências. A organização para ter alto desempenho deve ajustar suas características organizacionais aoss fatores contingentes. (apud Ferreira, 2016) Portanto, não existe uma única forma de administrar uma empresa, pois depende de fatores contingentes, ou seja, a atuação da empresa depende de seu porte, de sua tecnologia, da complexidade da tarefa e condições ambientais. Deste modo, a organização para ter alto desempenho deve ajustar suas características organizacionais a esses fatores contingentes. Neste sentido, na concepção de Guerra (2007) a organização que consegue adequar sua estrutura organizacional a tais fatores terá um desempenho superior aos das organizações que não possuam tal ajuste. Confirmando esta premissa, Daft (2002, p. 13), descreve que "a organização deve encontrar e obter recursos, interpretar e agir nas mudanças do ambiente, dar destino aos produtos e controlar e coordenar as atividades internas em face das perturbações ambientais e incertezas". (apud Ferreira, 2016) Pennings (1975) segue a mesma linha de Morgan (2008) e afirma em seu estudo que a interdependência que existe entre a organização e variáveiscom estrutura, ambiente, tecnologia, e a forma como a organização percebe e age perante tais variáveis irá definir sua efetividade organizacional, suas características próprias e competitividade. Grupo 1 Teoria da Contingência 5 2.1 Principais Pesquisas Sobre A Teoria Da Contingência “A Teoria da Contingência surgiu a partir de várias pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas.[...] Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura da organização e seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo” (Chiavenato, 2004, p.504 apud Mantovani, 2012). 19 Quadro 2 -Principais pesquisas seminais da teoria da contingência FONTE: Oliveira (2008, p. 291-292) 2.1.3 Construtos da pesquisa em relação à abordagem contingencial Em consonância com os fundamentos da teoria da contingência, o desenho dos sistemas de controle gerencial segue os mesmos princípios, ou seja, não há um único e universal sistema de controle gerencial que pode ser de utilidade para todas as organizações em todas as circunstâncias (FERREIRA;OTLEY, 2010). A eficácia de um sistema de controle gerencial é contingente de circunstâncias particulares enfrentadas pela empresa, as quais são importantes para a escolha do sistema de controle gerencial apropriado (CHENHALL, 2003). Baseados na premissa da não universalidade do desenho de sistemas de controle gerencial, pesquisadores têm estudado como diferentes variáveis, tais como a natureza do ambiente externo, a estrutura organizacional, tecnologia, porte e estratégia, influenciam o desenho de sistemas de controle gerencial (ABDEL- Idealizador Ano Principais Contribuições Joan Woodward 1958, 1965 Realizou o primeiro estudo abordando a administração das contingências na organização. Analisou as relações entre tecnologia e estrutura organizacional (1965) Tom Burns e George M. Stalker 1961 Analisaram os efeitos do ambiente externo sobre o estilo administrativo e os resultados apresentados pelas organizações. Identificaram cinco níveis de ambientes da organização desde o estável ao instável . Consideram as organizações como sistema mecanicista ou sistema orgânico. Alfred Chandler Jr 1962 Analisou as relações entre estratégia e estrutura organizacional James David Thompson 1967 Analisou a interação das questões contingenciais e o comportamento das pessoas nas organizações Paul Roger Lawrence e Jay William Lorsch 1967 Observaram a necessidade das organizações se adaptarem as demandas do ambiente. A diferenciação entre as organizações decorre da diferenciação do mercado em que atuam. Charles Perrow 1967 Analisou as interações entre tecnologia e estrutura organizacional aprimorando os estudos de Joan Woodward. Analisou o nível de variabilidade das organizações, que é dependente do nível de conhecimento dos problemas e processos administrativos Larry Greiner 1972 Associou o estágio do CVO com a estrutura organizacional Pradip Khandwalla 1972 Encontrou associação entre fatores contingenciais e o controle gerencial Tabela 1 - Principais pesquisas sobre a teoria da contingência. Fonte: Matovani (2012) Grupo 1 Teoria da Contingência 6 2.1.1 Burns e Stalker Tom Burns e G.M. Stalker, dois sociólogos, pesquisaram indústrias inglesas para verificar a relação entre práticas administrativas e ambiente externo dessas indústrias (Chiavenato, 2004, p.506). De acordo com Donaldson (2001, p.37), Burns e Stalker proporcionaram a contribuição mais fundamental para a teoria orgânica, propondo uma teoria que provou ser de interesse por muitos acadêmicos. Esses autores encontraram diferentes procedimentos administrativos nas indústrias e os classificaram em dois tipos: “mecanicistas” e “orgânicos”. (apud Mantovani, 2012) A estrutura mecanicista enfatiza a hierarquia, de modo que a organização é dividida em tarefas especializadas, cujos ocupantes ficam dependentes dos seus subordinados, já que são estes que retêm a maior parte da informação e do conhecimento. A imagem de uma estrutura mecanicista é de uma estrutura hierárquica, com forte poder de controle, que determina rigorosamente os papéis dos níveis inferiores (Donaldson, 2001 apud Matovani, 2012). Para Chiavenato (2004), esses distintos procedimentos administrativos são denominados de sistemas “mecanicistas” e “orgânicos”. No sistema mecanicista, as tarefas são divididas por especialistas e de maneira claramente definida. As operações são reguladas por instruções, regras e decisões emitidas pelos superiores. A administração ocorre por uma hierarquia rígida e opera um sistema vertical descendente e ascendente. (apud Matovani, 2012) Por outro lado, na estrutura orgânica, a compreensão das tarefas é amplamente dividida entre os empregados que utilizam suas prerrogativas para aceitarem a responsabilidade e o trabalho de modo flexível. A imagem de uma estrutura orgânica reflete uma rede ligando todas as funções na qual os especialistas colaboram de modo frequente e ad hoc (Donaldson, 2001 apud Mantovani, 2012). Os sistemas orgânicos, na opinião de Chiavenato (2004), são sistemas adaptáveis a condições ambientais instáveis, quando os problemas e exigências de ação não podem ser fragmentados e distribuídos entre especialistas numa hierarquia definida. Os trabalhos são flexíveis em termos de métodos, obrigações e poderes, pois devem ser constantemente redefinidos. A interação é lateral e vertical, não se atribuindo onisciência aos superiores. (apud Matovani, 2012) Grupo 1 Teoria da Contingência 7 O argumento contingente de Burns e Stalker é que a forma mecanicista de organização é apropriada para condições ambientais estáveis, isto é, baixas taxas de mudanças tecnológicas e mercado, enquanto a forma orgânica é apropriada para condições ambientais de altas taxas de mudanças e inovação. 2.1.2 Chandler Chandler (1962) realizou uma investigação histórica sobre as mudanças estruturais de quatro grandes empresas americanas (DuPont, General Motors, Standard Oil Co, Sears Roebuck) relacionando-as à estratégia de negócios para demonstrar como a estrutura dessas empresas foi sendo continuadamente adaptada e ajustada à sua estratégia (Chiavenato, 2004, p. 505 apud Mantovani, 2012). A estrutura organizacional corresponde ao desenho da organização, representada pela forma que ela assumiu para integrar seus recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação de recursos para atender as demandas do ambiente. Para Chandler, as grandes organizações passaram por um processo histórico que envolveu quatro fases distintas: i- acumulação de recursos; ii- racionalização do uso dos recursos; iii- continuação do crescimento e iv- racionalização do uso de recursos em expansão. (Chiavenato 2004, apud Mantovani, 2012), Chandler, argumenta que a estratégia orienta a estrutura, assim como uma estratégia de diversificação sugere uma estrutura divisional para combinar com essas operações diversificadas. Assim, surge o ajuste entre a estrutura divisional e a estratégia como contingência (Donaldson, 2001, p. 77 apud Mantovani, 2012). 2.1.3 Joan Woodward Joan Woodward (1958), socióloga industrial, organizou uma pesquisa para avaliar se a prática dos princípios de administração proposta pelas teorias administrativas se correlacionava com o êxito do negócio. A pesquisa envolveu 100 firmas inglesas de vários negócios e tamanhos, classificadas em três grupos de tecnologia de produção: i- produção unitária ou oficina, ii- produção em massa ou mecanizada e iii- produção em processo ou automatizada (Chiavenato, 2004 apud Mantovani, 2012). Grupo 1 Teoria da Contingência 8 As conclusões de Woodward são as seguintes: a) o desenho organizacional é afetado pela tecnologia usada pela organização: as firmas de produçãoem massa bem sucedidas tendem a ser organizadas em linhas clássicas; b) há uma forte correlação entre estrutura organizacional e previsibilidade das técnicas de produção: a previsão de resultados é alta para a produção por processo contínuo e baixa para oficina; c) as empresas com operações estáveis necessitam de estruturas diferentes das organizações com tecnologia mutável: organizações estruturadas e burocráticas com sistema mecanicista são mais apropriadas para operações estáveis, enquanto a organização inovadora e com tecnologia mutável requer um sistema orgânico e adaptativo; d) sempre há o predomínio de alguma função na empresa: a importância de cada função depende da tecnologia utilizada. Woodward apresentou um modelo mais complexo que o de Burns e Stalker (1961), mas eles compartilhavam uma conceituação similar de estrutura mecânica e orgânica, ambos os modelos convergiam a respeito da tecnologia como indutora de incertezas. Ambos sustentaram que o futuro pertenceria ao estilo de administrar orgânico de relações humanas e que seria imposto à administração pela evolução tecnológica. A diferença dos modelos foi que Woodward (1965) utilizou medidas quantitativas para mostrar a associação entre tecnologia operacional e vários aspectos de estrutura organizacional (Donaldson, 2001 apud Mantovani, 2012). 2.1.4 Lawrence e Lorsch A ideia principal desta pesquisa era que as organizações funcionando em um ambiente complexo adotavam maior grau de diferenciação e integração em comparação às empresas que atuavam em ambientes mais simples (Guerreiro; Pereira; Rezende, 2008, apud Mantovani, 2012). Nessa abordagem, a ênfase está entre organizações e seus ambientes, sendo aquelas consideradas sistemas abertos, que são compreendidos como processos contínuos em lugar de coleções de partes. Grupo 1 Teoria da Contingência 9 Donaldson (1999, p. 109) afirma que Lawrence e Lorsch (1967) tem o “mérito de terem iniciado o uso do termo 'Teoria da Contingência' para identificar a então incipiente abordagem para a qual contribuíram de maneira decisiva”. Esses autores determinaram que a taxa de mudança ambiental impacta na diferenciação e na integração da organização, pois mudanças ambientais exigem que certas partes da organização enfrentem índices de incerteza maiores do que outras partes. Nas formas de integração, o estudo de Lawrence e Lorsch (1967) gerou importantes descobertas. Observaram que em ambientes estáveis, as maneiras convencionais burocráticas de integração, tais como hierarquia e definição de regras, funcionavam bem, mas em ambientes turbulentos, precisavam ser substituídos por outras formas, tais como, equipes de projetos multidisciplinares e indicação de pessoal habilitado na arte de coordenar e resolver conflitos. Portanto, deram precisão e refinamento à ideia geral de que certas organizações necessitam ser mais orgânicas do que outras (Morgan, 1996). Os autores apresentaram sua teoria num estudo comparativo de diferentes organizações de três industrias: containers, alimentação e plásticos. Eles constataram que as organizações que adequaram suas estruturas organizacionais ao seu ambiente obtiveram melhores desempenhos (Donaldson, 1999 apud Mantovani, 2012). Em síntese, os estudiosos da Teoria da Contingência descobriram três tipos de contingências que influenciam a estrutura organizacional das empresas: (i) o seu tamanho, (ii) a tecnologia utilizada, e (iii) o seu meio ambiente. Suas implicações são: (i) que não existe uma melhor forma de uma empresa se organizar; e (ii) diferentes partes da organização são influenciadas de diferentes formas pelas contingências (Guerreiro; Pereira; Rezende, 2008 apud Mantovani, 2012). Essa influência exercida nas organizações se dá por meio dos fatores contingenciais. O ambiente externo é repleto de incertezas, no qual existem fatores que influenciam as saídas organizacionais, por meio de entradas que as energizam, tais como os recursos humanos, financeiros, fluxo de matéria prima e de informação (Morgan, 1996 apud Mantovani, 2012). Nesta ótica, o ambiente torna-se uma variável importante e influenciadora das práticas organizacionais, logo cabe ao gestor analisar a situação em que ela se encontra e escolher o modelo de decisão que melhor se ajuste. Grupo 1 Teoria da Contingência 10 3. CONCLUSÃO A teoria contingencial prescreve que a organização deve se moldar, adaptar-se à um ambiente mais instável sustentado por mudanças tecnológicas, inovadoras e de mercados diferenciados, com o intuito de minimizar os efeitos negativos e maximizar a estrutura da empresa afim de obter maior grau de eficácia e competitividade. Esta teoria demonstra que nas teorias de gestão organizacionais nada é absoluto, portanto, as regras e normas organizacionais têm que ser substituídas por critérios sistematicamente ajustados à organização, tendo em conta o seu ambiente e as tecnologias. Citam-se alguns aspectos essenciais da teoria: • Sistema aberto; • Interacção entre as características da organização e do ambiente, isto explica a relação funcional, assim como, as diferenciações e integrações; • As variáveis ambientais funcionam como variáveis independentes das organizações, ao passo que, as técnicas de gestão das organizações são dependentes das variáveis ambientais. As organizações que fazem leitura de seu ambiente de maneira mais eficiente tem um desempenho superior e historicamente, as mudanças ambientais refletem na forma como as empresas são organizadas, administradas, tais mudanças tem relação direta com a evolução do processo produtivo ou da forma como as empresas utilizam seus recursos, seja no desenvolvimento de novos equipamento, novos conhecimentos que mudam a forma como a empresas transforma seus recursos, este fator contingente é a tecnologia. Grupo 1 Teoria da Contingência 11 4. BIBLIOGRAFIA [1] GUERREIRO, N. J. P. Inovação Nos Serviços: Tendências Actuais E Processo De Medição. Dissertação de mestrado. ISCTE Bussiness School. Lisboa: 2013. [2] FERREIRA, A.O. Gestão de micro e pequenas empresas na perspectiva da teoria da contingência: um estudo em restaurantes da Região Metropolitana de Campinas – RMC. Dissertação de Mestrado. Faculdade Campo Limpo Paulista. São Paulo: 2016. [3] AMARO, H. D. Influência De Fatores Contingenciais No Desempenho Acadêmico De Discentes Do Curso De CiêNcias Contábeis De IFES. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Do Paraná. Curitiba: 2014. [4] RIGONI, J. M. Sistemas De Remuneração Por Desempenho: Uma Abordagem Com Base Na Teoria Da Contingência. Dissertação de Mestrado. Fundação Instituto Capixaba De Pesquisas Em Contabilidade, Economia E Finanças - Fucape. Vitória: 2014. [5] MANTOVANI, F. R. Desenho E Uso De Sistemas De Controle Gerencial Focados Nos Clientes: Um Estudo Em Empresas Brasileiras Sob A Perspectiva Da Teoria Da Contingência. Dissertação de Mestrado. Universidade De São Paulo. São Paulo: 2014. [6] Teoria da contingência [consult. 2018-10-08]. Disponível na Internet: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_contingência [7] Contingency theory [consult. 2018-10-08]. Disponível na Internet: https://en.wikipedia.org/wiki/Contingency_theory Instituto Superior de Transportes e Comunicações Disciplina: Gestão de Empresas e Projectos Docentes: Dr. Pedro Cossa, Engª Italma Ariane Discente(s): Lauro Mota, Laércio Donça, Leonel Amiel, Hilário António, Shelton Botão Turma: C41 4º Ano Maputo, Outubro – 2018 Teoria Contigencial Licenciatura em Engenharia Civil e de Transportes 1 Índice da apresentação 1 – Introdução 2 – Fundamentos 3 – Teoria Contigencial 4 – Considerações Finais 2Grupo 1 - Teoria Contigencial INTRODUÇÃO A teoria da contingência é marcada pela relatividade, na medida em que para as organizações e teorias de gestão nada pode ser encarado como absoluto. 3Grupo 1 - Teoria ContigencialTeoria da Contingência Teoria da Contingência Não existe uma única forma de se gerir melhor. Não existe uma forma fixa. As organizações precisam de sucessivos ajustes às condições ambientais. 4Grupo 1 - Teoria Contigencial Esta teoria defende que nas teorias de gestão organizacionais nada é absoluto, portanto, as regras e normas organizacionais têm que ser substituídas por critérios sistematicamente ajustados à organização, tendo em conta o seu ambiente e as tecnologias. Grupo 1 - Teoria Contigencial 5 Teoria da Contingência Aspectos essenciais da teoria: • Sistema aberto; • Interacção entre as características da organização e do ambiente – isto explica a relação funcional, assim como, as diferenciações e integrações. • As variáveis ambientais funcionam como variáveis independentes das organizações, ao passo que, as técnicas de gestão das organizações são dependentes das variáveis ambientais. Grupo 1 - Teoria Contigencial 6 Teoria da Contingência É o contexto que envolve exteriormente a organização • As organizações têm a necessidade de discutir, explorar o ambiente em que estão inseridas. Grupo 1 - Teoria Contigencial 7 Ambiente Ambiente Geral - ambiente que é comum a todas as organizações. Variáveis do ambiente geral: • Tecnológicas ; • Legais; • Políticas; • Económicas; Grupo 1 - Teoria Contigencial 8 Ambiente • Demográficas ; • Ecológicas; • Culturais. Ambiente de tarefa – caracterizado pela proximidadeà organização. Variáveis do ambiente de tarefa: • Fornecedores; • Clientes ou utilizadores; • Concorrentes; • Entidades reguladoras. Grupo 1 - Teoria Contigencial 9 Ambiente FUNDAMENTOS Origem da Teoria • A teoria da contingência surgiu a partir das diversas pesquisas que foram efectuadas, tendo estas como objectivo principal perceber se as organizações seguiam ummodelo de teoria clássico; • Não existia uma única forma de gestão adequada, mas sim múltiplas formas adequadas de se gerir. 10Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Origem da Teoria • A nova concepção organizacional, na qual a sua estrutura e o seu funcionamento são dependentes do ambiente que as rodeia (contingências externas). • Essas contingências podem ser consideradas, benéficas ou entraves que influenciam a estrutura e o funcionamento das organizações. 11Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Pesquisas • A Teoria da Contingência surgiu a partir de várias pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas. 12Grupo 1 - Teoria Contigencial 13Grupo 1 - Teoria Contigencial Tabela 1 – Principais pesquisas da teoria da contingência. Fonte: Mantovani (2012) 19 Quadro 2 -Principais pesquisas seminais da teoria da contingência FONTE: Oliveira (2008, p. 291-292) 2.1.3 Construtos da pesquisa em relação à abordagem contingencial Em consonância com os fundamentos da teoria da contingência, o desenho dos sistemas de controle gerencial segue os mesmos princípios, ou seja, não há um único e universal sistema de controle gerencial que pode ser de utilidade para todas as organizações em todas as circunstâncias (FERREIRA;OTLEY, 2010). A eficácia de um sistema de controle gerencial é contingente de circunstâncias particulares enfrentadas pela empresa, as quais são importantes para a escolha do sistema de controle gerencial apropriado (CHENHALL, 2003). Baseados na premissa da não universalidade do desenho de sistemas de controle gerencial, pesquisadores têm estudado como diferentes variáveis, tais como a natureza do ambiente externo, a estrutura organizacional, tecnologia, porte e estratégia, influenciam o desenho de sistemas de controle gerencial (ABDEL- Idealizador Ano Principais Contribuições Joan Woodward 1958, 1965 Realizou o primeiro estudo abordando a administração das contingências na organização. Analisou as relações entre tecnologia e estrutura organizacional (1965) Tom Burns e George M. Stalker 1961 Analisaram os efeitos do ambiente externo sobre o estilo administrativo e os resultados apresentados pelas organizações. Identificaram cinco níveis de ambientes da organização desde o estável ao instável . Consideram as organizações como sistema mecanicista ou sistema orgânico. Alfred Chandler Jr 1962 Analisou as relações entre estratégia e estrutura organizacional James David Thompson 1967 Analisou a interação das questões contingenciais e o comportamento das pessoas nas organizações Paul Roger Lawrence e Jay William Lorsch 1967 Observaram a necessidade das organizações se adaptarem as demandas do ambiente. A diferenciação entre as organizações decorre da diferenciação do mercado em que atuam. Charles Perrow 1967 Analisou as interações entre tecnologia e estrutura organizacional aprimorando os estudos de Joan Woodward. Analisou o nível de variabilidade das organizações, que é dependente do nível de conhecimento dos problemas e processos administrativos Larry Greiner 1972 Associou o estágio do CVO com a estrutura organizacional Pradip Khandwalla 1972 Encontrou associação entre fatores contingenciais e o controle gerencial FUNDAMENTOS Pesquisas - Chandler Pesquisa histórica sobre a evolução estrutural de quatro empresas americanas. • Relacionou o aspecto estratégico dos negócios. • Demonstrou como a estrutura foi progressivamente adaptada à sua estratégia. Estas organizações passaram por um processo histórico dividido por quatro fases: • Acumulação de recursos • Racionalização do uso dos recursos • Continuação do crescimento • Racionalização do uso de recursos em expansão 14Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Pesquisas - Chandler Diferentes ambientes encaminhavam as empresas a adoptar novas estratégias e essas mesmas exigiam estruturas organizacionais diferentes. As diferentes estruturas organizacionais foram importantes para enfrentar estratégias e ambientes diferentes. 15Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Pesquisas – Burns e Stalker Pesquisaram vinte industrias britânicas, tendo como objectivo a análise e verificação da relação existente entre as práticas administrativas e o ambiente externo dessas industrias. 16Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Pesquisas – Burns e Stalker • Organizações “mecanicistas” (apropriado para empresas que operam em ambientes estáveis). • Organizações “orgânicas” (apropriado para empresas que operam em ambientes que operam em ambientes de mudança). 17Grupo 1 - Teoria Contigencial Características Sistema mecanicista Sistema orgânico Estrutura organizacional Burocrática, permanente, rígida e definitiva Flexível, mutável, adaptativa e transitória Autoridade Baseada na hierarquia e no comando Baseada no conhecimento e na consulta. Desenho de cargos e tarefas Cargos estáveis e definidos. Ocupantes especialistas e univalentes- definitivo Cargos mutáveis. Ocupantes polivalentes-provisório Processo decisorial Tomada de decisões centralizadas na cúpula da organização. Tomada de decisões descentralizadas “ad hoc” aqui e agora Comunicações Verticais Horizontais Confiabilidade colocada sobre As regras e regulamentos são formalizados por comunicados ou impostos pela empresa. Informalidade de comunicações entre as pessoas. Princípios predominantes Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas. Ambiente Estável e permanente Instável e dinâmico 18Grupo 1 - Teoria Contigencial Tabela 2 – Sistema Mecanicista vs. Sistema Orgânico. Fonte: Chiavenato (2007) FUNDAMENTOS Pesquisas – Lawrence e Lorsch Nesta pesquisa fez-se a análise sobre: • Organização e ambiente; • Problemas básicos das organizações são a diferenciação e a integração. 19Grupo 1 - Teoria Contigencial FUNDAMENTOS Pesquisas – Lawrence e Lorsch Nesta abordagem, a ênfase está entre organizações e seus ambientes, sendo aquelas consideradas sistemas abertos, que são compreendidos como processos conlnuosem lugar de coleções de partes. 20Grupo 1 - Teoria Contigencial CONCLUSÃO Tudo o que acontece na envolvente externa das organizações, quer a nível sociológico, tecnológico político ou demográfico poderá condicionar a sua actividade, a sua estrutura organizacional, a sua gestão e as decisões dos seus gestores. Grupo 1 - Teoria Contigencial 21 CONCLUSÃO Por isso, segundo a Abordagem Contingencial, não é possível estabelecer uma única forma óptima de gerir as organizações: cada situação específica requer um tipo de gestão específica. Grupo 1 - Teoria Contigencial 22 Obrigado 23 Fonte da imagem de fundo: https://www.universitiesabroad.com/sites/all/files/public/field/image/business%20admin2.jpg
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