Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alergia @katiellemasc Objetivos COMPREENDER OS TIPOS DE REAÇÕES ALIMENTARES · A alergia alimentar é uma resposta imunológica, mediada ou não pela imunoglobulina IgE, que ocorre após a ingestão ou contato com determinados alimentos. Surgem imediatamente, mesmo quando ingere pouca quantidade de alimento. Desse modo, a alergia alimentar é apenas um dos tipos de reações adversas a alimentos. · Com isso, as reações adversas podem ser dividas em: tóxicas e não tóxicas, as reações tóxicas dependem de fatores inerentes ao alimento, como as toxinas produzidas durante a digestão, já as reações não tóxicas dependem de suscetibilidade individual e podem ser divididas em: reações imunomediadas (alergia alimentar) e não imunomediadas (intolerância alimentar). · A intolerância não envolve resposta do sistema imunológico, trata-se de uma reação adversa que causa um distúrbio digestivo, como a deficiência de determinadas enzimas. Podem demorar mais de 30 min para aparece, sendo mais graves quanto maior a quantidade de alimento ingerido. ALIMENTOS MAIS COMUNS DIFERENÇAS CLINÍCAS Alergia Alimentar (imunomediada) Leite, ovo, soja, amendoim, peixe, crustáceos, castanhas, frutas e vegetais. O Início é imediato Não depende da quantidade ingerida. Raramente envolve 3 alimentos numa mesma pessoa. Intolerância Alimentar (não-imunomediada) Tiramina (queijo, vinho tinto) alimentos liberadores de histamina (chocolate, morango, abacaxi), lactose. Intervalo entre a ingestão e sintomas demoram algum tempo. Dependem da quantidade ingerida de alimentos. REVISAR OS TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE · Hipersensibilidade é uma resposta imune específica exacerbada, que é responsável por lesões teciduais que ocorre na presença de alérgenos. Embora os anticorpos possam oferecer proteção viral contra doenças, há situações em que a produção excessiva de anticorpos contra antígenos inofensivos acaba causando doença, isso é chamado de hipersensibilidade. · A hipersensibilidade do tipo I (imediata) se desenvolve em menos de 1 hora após a exposição ao antígeno, as reações do tipo I são mediadas por IgE, os antígenos se ligam a IgE que por sua vez estão ligados aos mastócitos dos tecidos e aos basófilos no sangue, desencadeando a liberação de mediadores inflamatórios pré-formado como por exemplo: histamina, citocinas, causando rápido vazamento vascular e secreções da mucosa seguida de inflamação. As reações de hipersensibilidade do tipo I são a base de todas as doenças atópicas como por ex: alergia, renite, conjuntivite, asma e entre outras. · Hipersensibilidade do tipo II é mediada por anticorpos de IgM ou IgG, além do complemento e podem danificar células ou tecidos e prejudicar suas funções. Doenças envolvendo hipersensibilidade do tipo II incluem: anemia hemolítica autoimune, purpura trombocitopênica autoimune, miastenia grave. · Hipersensibilidade do tipo III causam inflamação aguda em resposta aos imunocomplexos, antígenos circulantes depositados principalmente nos vasos sanguíneos, esses imunocomplexos podem ativar o sistema complemento ou se unir a certas células imunológicas ativando-as, exutando na liberação de mediadores inflamatórios. Doenças do tipo III, incluem: Lúpus eritematoso sistêmico poliartrite, glomerulonefrite pós-estreptocócica. · Hipersensibilidade do tipo IV: são as quais linfócitos T específicos são as células efetoras primárias, ou uma resposta exagerada persistente a antígenos ambientais. Doenças do tipo IV incluem: Esclerose múltipla, artrite reumatoide, diabetes melliitus tipo I, doença de Crohn. ENTENDER A FISIOPATOLOGIA DA AA · As proteínas que representam a maior causam de reação alérgica alimentar estão sempre presentes e não são absorvidas no intestino porque o TGI possui mecanismos de defesa que protegem o corpo contra essa absorção. · O desenvolvimento da alergia ocorre em diversos estágios, o primeiro sendo a SENSIBILIZAÇÃO. · A sensibilização envolve a produção de IgE em resposta a exposição ao alérgeno, essa produção de IgE depende das células TCD4 que respondem aos antígenos associados ao alérgeno e diferenciam-se em células Th2. A secreção de IL-14 pelas cel. Th2 é importante, afim de induzir nas celu. B, especificas para o alérgeno. A IgE se liga a mastócitos que tem como receptores Fc£Rs que são capazes de ligar a porção de Fc da IgE. · A ativação do mastócito ocorre após encontros adicionais com o alérgeno, após a exposição ao alérgeno, este se liga a IgE específica para o alérgeno unida ao Fc£R em mastócitos, essa ligação com Fc£R ativará os mastócitos, isso resultará na degranulação e liberação de mediadores, esses mediadores causam vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração de músculos lisos, secreção de muco, edema de vilosidades, estimulação das células nervosas de dor e recrutamento de células inflamatórias. Os mastócitos ativados secretam TNF alfa que ativa o endotélio no local, causando expressão de moléculas de adesão, que por sua vez, promovem a migração de leucócitos no sangue. CLASSIFICAÇÃO · As reações de hipersensibilidade aos alimentos podem ser classificadas de acordo com o mecanismo imunológico envolvido: Mediadas por IgE (hipersensibilidade imediata) · Em indivíduos geneticamente predispostos, a falha no desenvolvimento ou a quebra do mecanismo de tolerância oral resulta em produção excessiva de anticorpos IgE-específicos. · Após a sensibilização com a produção de IgE, essa imunoglobulina circula pelos organismos e liga-se a receptores de alta afinidade em mastócitos e basófilos. No próximo contato com o alérgeno, vai ocorrer a liberação de mediadores como histamina, prostaglandinas e leucotrienos, que são os responsáveis pelas manifestações clínicas, como a vasodilatação, contração do músculo liso e secreção de muco. · Estas reações geralmente ocorrem dentro de minutos ou até 2 h após a ingestão do alimento. Reações mistas (mediadas por IgE e hipersensibilidade celular) · Estão incluídas as manifestações decorrentes de mecanismos mediados por IgE associados à participação de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias. São exemplos disso, a esofagite, gastrite e gastroenterite eosinofílica e a asma. Reações não mediadas por IgE · Não são de apresentação imediata e caracterizam-se basicamente pela hipersensibilidade tipo IV (celular). Representadas por enteropatias induzidas por proteínas, dermatite herpetiforme e doença celíaca. APORNTAR CAUSAS, FATORES DE RISCO E COMPLICAÇÕES DA AA · Causas- incluem os ácaros, presentes na poeira, os fungos, certos tipos de medicamentos, os pelos de animais domésticos, nozes de todas as variedades, a picada de um inseto, certos tipos de plantas, alguns frutos do mar, o pólen das flores e alguns metais, como a prata. · Fatores de Rico: Lactente do sexo masculino Insuficiência de vita. D Uso de antiácidos que dificultam a digestão dos alérgenos Comorbidades alérgicas Desmame precoce, a criança passa a perder a imunologia que provem do leite materno, acaba defasando o sistema imune. A relação do desmame precoce com a prevalência das alergias e intolerâncias alimentares, prevalecendo à alergia do leite de vaca e a intolerância à lactose Época e via de exposição aos potenciais alérgenos alimentares Predisposição genética · Complicações: A anafilaxia, pois ela trata-se de um resultado de uma reação alérgica sistêmica e pode ser fatal. Dependendo da sua variação pode ser uma condição de risco de morte, conhecida como choque anafilático. As formas mais severas resultam em inchaço dos lábios, língua e laringe, náuseas, vômitos e asma. O choque anafilático causa inchaço severo da laringe, asma severa, hipotensão e perda massiva de fluido do sangue para os tecidos, que pode levar a um colapso circulatório. LISTAR AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DAS REAÇÕES ALIMENTARES · Os sintomas clínicos de reações alérgicas localizadas dependem de onde os mastócitosestão situados e podem resultar em asma, febre do feno, diarreia, vômito ou reações de pele. · Urticária- induzida por alimentos, presença de pápulas eritematosas na pele. · Constipação intestinal por alergia alimentar · Hipersensibilidade gastrointestinal imediata · Esofagite eosinofílica · Anafilaxia DESCREVER O DIAGNÓSTICO E TRATRAMENTO DA AA DIAGNÓSTICO · Anamnese: qual foi a primeira reação e a última? Quais os alimentos suspeitos? Qual tempo de ingestão e início dos sintomas? · Exame físico: pesquisar sinais de atopia, estado nutricional e sinais de outras doenças não alérgicas. · Hemograma: auxilia na detecção de complicações associadas, como anemia. · Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata: avaliam a sensibilização aos alérgeno, considera-se positivo quando o alérgeno alimentar gera uma pápula pelo menos 3mm maior que o controle negativo. · Pesquisa in vitro de IgE específica- avaliação qualitativa da presença de IgE específica. · Teste de provocação oral (TPO) Consiste na oferta progressiva do alimento suspeito em intervalos de tempo regulares sob supervisão médica para monitoramento de possíveis reações clínicas. A escolha do alimento para a realização da provocação oral é determinada pela história, pela pesquisa da IgE específica ou pela dieta de restrição. Pode ser indicado em qualquer idade, para: - Confirmar ou excluir uma alergia alimentar; - Avaliar a aquisição de tolerância em alergias alimentares potencialmente transitórias; - Avaliar a tolerância a alimentos envolvidos em reações cruzadas; TRATAMENTO · O alimento deve ser excluído totalmente da dieta, enfatizando a necessidade de estar alerta para o risco de exposição acidental. Essa exclusão envolve a restrição de qualquer fonte alimentar que contenha a proteína alergênica. O tratamento deve estar voltado para o alívio dos sintomas desencadeados. · Urgência Os casos mais graves com ou história prévia de anafilaxia deverão ser mantidos em observação contínua até o alívio dos sintomas, ou ser hospitalizados. Nesse caso, é importante que se identifique o paciente que está evoluindo para a reação mais grave: edema de glote e ou choque anafilático. Na presença de quadro cutâneo isolado, os pacientes são liberados com a prescrição de anti-histamínico oral por no mínimo 7 dias. · Emergência 1. Avaliar a permeabilidade das vias aéreas, respiração, circulação e nível de consciência. 2. Iniciar imediatamente a ressuscitação cardiopulmonar se for observada parada cardiorrespiratória. 3. Administrar adrenalina até o controle dos sintomas e aumento da pressão sanguínea. Após aplicação de adrenalina outros cuidados são recomendados: a) Colocar o paciente em posição supina, com elevação dos membros inferiores se for possível, para diminuir a progressão de alterações hemodinâmicas. b) Manter vias aéreas abertas c) Considerar o uso de adrenalina nebulizadas no estridor por edema laríngeo d) Oxigenoterapia a todos os pacientes com anafilaxia e) Em broncoespasmos resistentes a doses adequadas de adrenalina, deve-se considerar o uso de B2 -agonista. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO · Os anti-histamínicos servem para aliviar os sintomas da síndrome da alergia oral e os sintomas cutâneos decorrentes de reações mediadas pela IgE, porém não sã capazes de bloquear as manifestações sistêmicas mais graves. · Os corticosteroides sistêmicos são eficazes no tratamento das doenças crônicas IgE mediadas ou mistas, ou das doenças gastrintestinais não mediadas pro IgE graves (esofagite ou gastroenterite eosinofílica alérgica). O emprego de corticosteroides oral por curto prazo pode ser utilizado para reverter os sintomas inflamatórios graves, contudo seu uso prolongado está contraindicado. · O medicamento-chave no tratamento de uma reação alérgica alimentar do tipo anafilática é a adrenalina, na dose de 0,3 a 0,5 ml de solução 1:1.000 por via intramuscular. REFERÊNCIAS: - JOSÉ, Dayane Kanarski Bernardino et al. Relação entre desmame precoce e alergias alimentares. Visão Acadêmica, v. 17, n. 3, 2017. - Livro Imunologia, PETER WOOD, 3° edição, Pag: 255-276, 2013. - ENSINA, Luis Felipe et al. Reações de hipersensibilidade a medicamentos. Rev bras alerg imunopatol, v. 32, n. 2, p. 42-47, 2009. - DA SILVA, Marcos Vinicius Rodrigues; COELHO, Adônis. Causas, sintomas e diagnóstico da intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca. Revista Saúde UniToledo, v. 3, n. 1, 2019. - SOLÉ, Dirceu et al. Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do Leite de Vaca mediada pela imunoglobulina E. Rev. bras. alerg. imunopatol.–Vol, v. 35, n. 6, 2012. @KATIELLEMAS / MEDICINA 4° PERIODO
Compartilhar