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Semiologia obstétrica

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1 
6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Obstetrícia 
JULIANA OLIVEIRA 
SEMIOLOGIA 
OBSTÉTRICA 
IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL 
No gráfico abaixo tem-se as razões de mortalidade materna 
por causas como hipertensão, hemorragias, infecção 
puerperal e abortos, no entanto, a maior importância dessa 
imagem é perceber como esses números caíram com o 
tempo e isso é devido ao pré-natal, visto que atualmente há 
uma maior difusão da importância do pré-natal na 
sociedade. 
 
➔ Papel do médico: 
▪ Orientar as mulheres e suas famílias sobre a 
importância do pré-natal, da amamentação e da 
vacinação. 
▪ Fornecer o cartão da gestante devidamente preenchido 
(o cartão deve ser verificado e atualizado a cada 
consulta). 
▪ Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo 
risco intercalada com a presença do enfermeiro. 
▪ Solicitar exames complementares e orientar o 
tratamento, se necessário. 
▪ Prescrição de medicamentos padronizados para o 
programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico). 
▪ Orientar a vacinação das gestantes. 
▪ Identificar as gestantes de alto risco e encaminhá-las ao 
serviço de referência. 
▪ Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame 
citopatológico do colo do útero. 
ANAMNESE 
➔ História clínica: 
Identificação: 
▪ Idade: Visto que se for uma idade muito tardia ou 
muito precoce é considerada como alto risco. 
▪ Cor: A depender da cor pode predispor doenças que 
possuem impacto na gestação. 
▪ Naturalidade 
▪ Procedência 
▪ Endereço atual: Identificar se o endereço da paciente é 
longe do local em que ela está realizando a consulta. 
 
Dados socioeconômicos: 
▪ Grau de instrução 
▪ Profissão 
▪ Situação conjugal 
▪ Condições de moradia e socioeconômica 
 
➔ Antecedentes: 
Familiares: 
HAS, diabetes, doenças congênitas (malformações 
fetais/cromossomopatias), gemelaridade, doenças 
infecciosas. 
 
Pessoais: 
HAS, diabetes, cardiopatia, doenças renais crônicas, anemia, 
doenças psiquiátricas, alergias, transfusão de sangue. 
 
Ginecológicos: 
Gestação planejada, padrão do ciclo menstrual, histórico de 
infertilidade, história de IST, data do último preventivo. 
 
Atenção! 
A maioria das mulheres que adentram o pré-natal no posto 
de saúde nunca foram ao médico, e por isso a maioria dos 
diagnósticos são feitos durante a gestação. 
 
▪ Obstétricos: 
Número de gestação, partos e abortamentos (GPA). 
 
Atenção para os termos! 
Gesta: 
Nuligesta: Sem filhos 
Primigesta: 1 filho 
Secundigesta: 2 filhos 
Tercigesta: 3 filhos 
Multigesta: 2 ou mais filhos 
 
Exemplos: 
 
 
Parto: 
Primípara: 1 parto 
Multípara: 2 ou mais partos. 
 
 
2 
6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Obstetrícia 
JULIANA OLIVEIRA 
▪ Idade da primeira gestação (<15 ou > 35 anos) 
▪ Intervalo entre as gestações (Ideal > 2 anos). 
▪ História de parto prematuro (<37 semanas). 
▪ Histórico de filho com baixo peso (< 2500g) ou grande 
para idade gestacional (> 4000g) → chama atenção 
para paciente com diabetes ou obesidade, e a criança 
para quadro de insuficiência placentária. 
▪ Morte neonatais: Precoce (até 7 dias) 
 Tardio (7 a 28 dias) 
▪ Histórico de natimorto 
▪ Intercorrências nas gestações anteriores ou no 
puerpério. 
 
➔ História da gestação atual: 
▪ Sinais e sintomas no momento. 
▪ Medicações em uso na gestação → para posterior 
orientação acerca do que é permitido ou não utilizar. 
▪ Hábitos: Tabagismo, álcool e drogas ilícitas. 
▪ Atividade física antes e durante a gestação. 
 
EXAME FÍSICO 
➔ Cálculo da IG: 
1) DUM: 
É o parâmetro convencionado para cálculo da IG. 
Depende da certeza da paciente, em casos de incerteza 
deve-se solicitar a USG transvaginal para conferir a IG, após 
o resultado deve-se comparar a IG calculada pela DUM 
para ver se é compatível. 
 
1º trimestre: 01 semana de diferença p/ considerar a DUM. 
2º trimestre: 02 semanas. 
3º trimestre: 03 semanas. 
 
Logo, o ideal é realizar a USG o mais rápido possível 
promovendo certeza acerca da idade gestacional. 
 
2) Tamanho do útero: 
▪ 10 a 12 semanas: Palpação na sínfise púbica 
▪ 16 semanas: Encontra-se no meio do caminho entre a 
sínfise púbica e a cicatriz umbilical. 
▪ 20 semanas: Ao nível da cicatriz umbilical. 
▪ 20 a 32 semanas: Fundo uterino = IG 
 
3) USG transvaginal: 
O ideal é realizar essa USG o mais precoce possível, pois, 
quanto mais tardio, maior o bebê fica e mais difícil fica para 
mensurar a IG dele. 
 
➔ Cálculo da DPP: Regra de Naegele 
1) Somar 7 ao dia da DUM. 
2) Janeiro a março: Somar 9 ao número do mês 
3) Abril a dezembro: Diminuir 3 do número do mês. 
4) Mudar para o ano seguinte quando for o caso. 
 
➔ Dados vitais: 
▪ Pressão arterial 
▪ Frequência cardíaca 
▪ Frequência respiratória 
▪ Saturação de oxigênio 
▪ HGT 
Deve-se realizar a avaliação desses dados vitais em TODAS 
as consultas. 
➔ Dados antropométricos: 
É imprescindível que tenhamos o peso pré-gestacional da 
paciente e a sua altura para calcularmos o IMC dela. 
 
O peso pré-gestacional é necessário, pois, quando se 
calcula o tanto de peso que a paciente pode ganhar na 
gravidez é relacionado ao estado nutricional inicial dela. 
Caso a gestante não recorde esse peso, pode-se utilizar o 
peso que ela estava na primeira consulta do pré-natal. 
 
Após realizar o cálculo do IMC da gestante, a cada consulta 
avaliamos o peso que ela está e colocamos esse valor na 
tabela. 
▪ Normal: P25 a P90 
▪ Anormal: P90 (Risco de macrossomia fetal) 
 < P25 (Risco de crescimento intrauterino 
restrito) 
 
 
3 
6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Obstetrícia 
JULIANA OLIVEIRA 
➔ Dados gerais: 
▪ Inspeção de mucosas: Avaliação de anemia. 
▪ Palpação de região cervical: Tireóide, linfonodos 
submandibulares e supra-claviculares. 
▪ Região oral: Estado de conservação dos dentes. 
▪ Ausculta respiratória e cardiovascular → caso haja 
alterações deve-se solicitar ECO ou RX de tórax. 
 
➔ Abdome: 
▪ Medida da altura uterina: 
Essa medida deve ser realizada em todas as consultas. 
É realizada a partir do 2º trimestre, logo, a partir de 19/20 
semanas deve-se começar a analisar essa medida. 
Seu objetivo é identificar o crescimento normal do feto e 
detectar seus desvios. 
 
Como fazer essa medida? 
Deve-se colocar a fita métrica no púbis da paciente de um 
lado, puxando verticalmente a ficha métrica até o fundo 
uterino, com a mão verticalizada analisa-se o valor dado e 
isso corresponde à altura uterina. 
 
 
Deve-se colocar o valor encontrado em uma tabela que há 
na caderneta de pré-natal, mas de antemão é importante 
saber que a partir de 20 semanas o fundo uterino deve ser 
igual à idade gestacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
▪ Ausculta de batimentos cardiofetais: 
Deve-se constatar a cada consulta a presença, ritmo, 
frequência e a normalidade dos batimentos cardiofetais. 
Considera-se normal o intervalo de 110 a 160 bpm. 
Utiliza-se o SONAR > a partir de 12 semanas, porquê o 
útero deixa de ser intrapélvico. 
Utiliza-se o PINAR > a partir de 20 semanas. 
TÉCNICA DE PALPAÇÃO ABDOMINAL 
➔ Manobras de Leopold Zweifel: 
É recomendado a partir do 2º trimestre ou 20 semanas. 
 
1º tempo: Coloca-se as duas mãos no fundo do útero da 
paciente e com tenta-se sentir qual polo fetal ocupa aquela 
região, se é a cabeça ou o bumbum do bebê. 
 
2º tempo: Deslizando as mãos do fundo do útero em 
direção ao polo inferior para identificar o lado do dorso 
fetal, podendo determinar a posiçãofetal. 
 
3º tempo: Avalia-se a mobilidade da apresentação com o 
estreito superior da pele. Apreende o polo entre o 
indicador e polegar, realizando movimentos de lateralidade. 
 
4º tempo: Coloca-se as duas mãos na barriga da paciente, 
estando posicionado no nível do peito da mãe, e tentamos 
encaixar as mãos entre a pelve e a cabeça do bebê, se a 
mão encaixar é porquê o bebê não está penetrado ou 
insinuado na pelve da mãe. 
 
 
Essas manobras são importantes, pois, são capazes de 
determinar a situação, apresentação e insinuação fetal. 
 
▪ Situação: 
Como está o eixo do bebê em relação à mãe, podendo 
estar longitudinal (maior eixo do bebê no maior eixo da 
mãe) ou transverso (maior eixo do bebê no menor eixo da 
mãe). 
Se o bebê estiver transverso, a apresentação só pode ser 
córmica e ao medir o fundo uterino ele estará menor que o 
habitual em decorrência da posição do bebê. 
Se o bebê estiver longitudinal, a apresentação pode ser 
cefálica ou pélvica. 
 
➔ Mamas: 
Recomendações: 
▪ Sugere-se o uso de sutiã durante a gestação 
▪ Sugerem-se banhos de sol nas mamas por 15 minutos 
(até as 10h da manhã ou após as 16h). 
▪ Desaconselha-se o uso de sabões, cremes ou pomadas 
no mamilo. 
▪ É contraindicada a expressão do peito ou ordenha 
durante a gestação. 
O exame físico é o mesmo realizado nas mulheres de forma 
geral, sendo realizado na primeira consulta, havendo 
necessidade de avaliar novamente se a paciente tiver alguma 
queixa. 
 
4 
6º SEMESTRE 2022.1 – UNIFTC Obstetrícia 
JULIANA OLIVEIRA 
Inspeção estática: Pedimos para a paciente sentar e 
analisamos se há retração ou abaulamento nos mamilos e se 
as mamas estão diferentes. 
Inspeção dinâmica: Pedimos que a mãe coloque as mãos na 
cintura e inclinar os ombros para a frente, analisando assim 
se há algum abaulamento. 
Palpação: Palpamos os linfonodos supraclaviculares e 
axilares com a paciente ainda sentada, após isso a paciente 
deita, colocando a mão atrás da cabeça, de modo que 
avaliaremos todos os quadrantes da mama e, por fim, 
realiza-se a expressão, tendendo a sair um líquido 
amarelado, que é o colostro. 
➔ Genitália: 
Deve-se avaliar a vulva, períneo, introito vaginal, região anal, 
palpação da região inguinal à procura de linfonomegalia. 
 
▪ Exame especular: 
Deve-se introduzir o espéculo e analisar a mucosa, o 
conteúdo vaginal, o colo uterino e o aspecto do muco 
cervical. Além disso, devemos pesquisar a presença de 
lesões, sinais de infecção, distopias e incompetência istmo-
cervical. 
▪ Coleta de material: 
Podemos realizar normalmente 1x ao ano, para exame 
colpocitopatológico. 
▪ Toque bimanual: 
Avalia-se as condições do colo uterino (permeabilidade), 
volume uterino (regularidade e compatibilidade com a 
amenorreia) e a sensibilidade à mobilização do colo do 
útero. 
 
➔ Extremidade: 
Deve-se analisar as pernas da paciente com muita atenção. 
Há uma predisposição da gestante ao edema maleolar e 
lombar. 
Se a paciente tiver um edema muito exacerbado e for 
simétrico devemos nos atentar para um possível quadro de 
pré-eclâmpsia. No entanto, se ela tiver um edema 
assimétrico (diferença maior que 2cm), essa paciente tem 
um risco de TVP, de modo que há um maior risco na 
gestação.

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