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Inteligência Emocional 
Motivação 
A motivação é um dos constructos mais estudados em diversas esferas de atuação do ser humano, principalmente na gestão de pessoas e no comportamento do consumidor. Por meio do entendimento de seu conceito básico e das comparações entre diversas teorias, busca-se estabelecer uma prática que desenvolva a motivação no sentido de os funcionários terem melhor performance. Na parte de marketing, por sua vez, busca-se estudar o comportamento do consumidor, procurando identificar o que o motiva a comprar determinado produto ou serviço. As emoções desempenham amplo papel nos mais diversos fenômenos que se desenrolam no corpo humano, no cérebro e na perspectiva cognitiva. Na sua definição, verifica-se uma série de atribuições em vários modelos teóricos que envolvem reações musculares internas, comportamento manifesto, efeito afetivo e cognição.
Como você viu, as teorias motivacionais desenvolvidas a partir do século XX apresentam pontos favoráveis e desfavoráveis, contando com simpatizantes e questionadores, mas todas têm o objetivo de investigar o que movimenta o ser humano, ou seja, o que o faz agir e por quê. No Infográfico a seguir, veja quais são essas teorias e suas principais características. Confira.​​​​​​​
 
 
 
 
Motivação: tendências teóricas da psicologia 
A motivação é um dos constructos mais estudados em diversas esferas de atuação do ser humano, principalmente na gestão de pessoas e no comportamento do consumidor. Através do entendimento de seu conceito básico e das comparações de diversas teorias, busca-se estabelecer uma prática que a desenvolva a motivação no sentido dos funcionários terem uma melhor performance, e na parte de marketing, busca-se estudar o comportamento do consumidor, procurando identificar o que o motiva a comprar determinado produto ou serviço. Para a psicanálise, Freud, ao estabelecer as três instâncias constituintes da personalidade (id, ego e superego), apresenta o id como o grande representante do mundo interno do sujeito constituído por instintos (pulsões), contendo as representações psicológicas das necessidades (desejos) que geram tensão ao tentar alcançar os seus alvos, ou seja, descarregar a sua tensão, que é regulada pelo ego, pois o superego, que é constituído pelos valores e ideais da sociedade internalizados, tenta inibi-los. A força e a energia na busca da satisfação são conhecidas como libido, que tem o seu fluxo e deslocamento na dinâmica da personalidade. No processo de homeostase, a satisfação das necessidades e a busca pela redução da tensão geram uma carga de energia não liberada que ficará agindo como uma força motivadora permanente do comportamento. Por isso, a busca de novas maneiras de redução de tensão leva a uma inquietação e a uma voracidade que conhecemos por insaciabilidade do ser humano. Limongi-França et al. (2002, p. 249), na esteira desse pensamento, relacionam motivação e libido:
Toda a gama de interesses, preferências e atitudes encontrada no comportamento humano é possibilitada pelo deslocamento, o principal mecanismo de desenvolvimento da personalidade. Se a energia (libido) não pudesse deslocar- -se, o ser humano seria impulsionado somente pelos instintos, reproduzindo formas fixas de comportamentos. A motivação humana é alimentada pelos deslocamentos da libido.
Além dessa reflexão baseada na psicanálise, nessa seção de capítulo, complementarmente, estudaremos três teorias que são consideradas básicas no estudo da motivação: escala de hierarquia de necessidade, de Maslow; teoria dos dois fatores, de Herzberg; e a teoria das necessidades aprendidas de McClelland. 
Iniciaremos o estudo da motivação com a escala de hierarquia de necessidade de Maslow, proposta por Abraham Maslow (1908-1970) em 1943. 
A 2 Motivação e emoção teoria da motivação de Maslow é uma das teorias mundialmente conhecidas, estudadas e citadas por vários ícones da área de gestão de pessoas e da área de marketing. Essa teoria é classificada e demonstrada numa escala hierárquica das necessidades humanas pelas quais todas as pessoas passam e se mobilizam para satisfazê-las, composta de cinco categorias (da inferior em direção à superior) que são as fisiológicas, segurança (como necessidades básicas), amor/pertencimento e de estima (como necessidades psicológicas) e realização pessoal (como necessidade de autorrealização). 
Somos motivados por várias necessidades e a mais forte é a necessidade que se encontra mais abaixo na hierarquia que não está satisfeita no momento. O que torna essa teoria especial e ainda estudada, apesar de ter sido divulgada na década de 1940, é que ela é dinâmica e uma pessoa em seu desenvolvimento, no encontro de diversos desafios e das mudanças pelas quais passa na sua existência, vivencia várias passagens por essa hierarquia. Na Figura 1, a seguir, podemos observar a pirâmide com a hierarquia de necessidades de Maslow. As duas primeiras necessidades são as chamadas necessidades básicas: primeiramente estão as necessidades fisiológicas e posteriormente as necessidades de segurança. As necessidades fisiológicas são de ordem biológica, encontram-se na base motivacional mais básica e a mais forte do ser humano, envolvendo necessidades de se alimentar, possuir uma moradia, dormir, repousar e se vestir. Ainda no nível de necessidade básica, a necessidade de segurança, situada no segundo degrau na hierarquia, refere-se às necessidades de segurança pessoal e profissional. Estar empregado, para o adulto, e sentir-se seguro em caminhar, para a criança, são alguns exemplos, como também de estar inserido numa família ou ter necessidade de formá-la, ter segurança na propriedade, na saúde, e nos recursos. No nível seguinte estão a terceira e quarta necessidades na hierarquia que são, respectivamente, necessidade de amor/pertencimento e necessidade de estima. Ambas são consideradas necessidades psicológicas. A necessidade de amor/relacionamento envolve amor, afeto, relacionamento e participação, aspectos responsáveis por mover e impulsionar o indivíduo a buscar um grupo de amigos, identificando-se com outras pessoas, relacionando-se e formando a sua rede de contato e convívio social. Já a necessidade de estima, envolve desejo de ser reconhecido, prestigiado e obter êxito frente ao mundo. E no quinto e último nível está a necessidade de realização pessoal, considerada uma necessidade/desejo de autorrealização, responsável pela busca de crescimento pessoal e profissional. É a necessidade de ver todo o seu potencial humano atingido (MCSHANE; GLINOW, 2014). Segundo Newstrom (2011, p. 104), “há evidências de que, a menos que as necessidades dos dois níveis inferiores Motivação e emoção 3 sejam satisfeitas (fisiológicas e segurança), os funcionários não estarão muito preocupados com as necessidades de nível superior”.
Maslow acrescentou mais duas necessidades posteriormente. Necessidade de conhecimento ou cognitivas, que envolve a busca por compreender e explorar o que é desconhecido, incluindo os desejos de organizar, sistematizar e estabelecer relações e sentido das coisas. A outra necessidade acrescentada foi a de satisfação estética, em que o indivíduo busca a perfeição, arte e beleza. Segundo McShane e Glinow (2014, p. 121), “são dois impulsos inatos que não se encaixam na hierarquia”. Não podemos deixar de assinalar que a teoria motivacional de Maslow não reflete um entendimento único e absoluto sobre o comportamento humano. Existem outros fatores psíquicos e inconscientes influenciando e interferindo na busca de satisfação das necessidades. Porém, ela é uma das teorias que abrange aspectos biológicos, intrapsíquicos e socioculturais no entendimento do comportamento humano e na escolha de suas ações e, por isso, ela é bastante utilizada pelos profissionais de marketing que buscam, cada vez mais, o entendimento do comportamento do consumidor.
Ao desenvolver o modelo de motivação de dois fatores, Frederick Herzberg (1923–2000) ressalta em seu livro, The motivation to work (Motivação para otrabalho), a importância do estudo da questão da motivação para o trabalho. Nesse livro ele aponta que no campo motivacional existem dois fatores: os motivacionais (que agradam) e geram satisfação e os higiênicos (que desagradam) e geram insatisfação. Segundo o autor (HERZBERG, 1959), satisfação não é exatamente o oposto de insatisfação e sim uma não satisfação e vice-versa. Para ele, um fator que cause uma satisfação ou motivação, na sua ausência não irá necessariamente gerar uma insatisfação ou desmotivação. O fator motivacional, para Herzberg, é um fator intrínseco, íntimo, próprio e particular de cada um. Para Marras (2002), esses primeiros fatores de Herzberg causam uma satisfação ou motivação, não provocando uma insatisfação em função da falta de um deles ou de todos. Os fatores motivacionais são a realização, reconhecimento pela realização, o trabalho em si, responsabilidades, desenvolvimento pessoal e possibilidade de crescimento. Os fatores higiênicos, que são os responsáveis pela geração da insatisfação ou desmotivação quando de sua ausência, são os fatores: supervisão (gestão), políticas empresariais, condições ambientais, relações interpessoais e status. Podemos citar, como exemplo: um esteticista que faz parte de uma equipe e que possui um mau gestor. Essa situação lhe gerará uma grande insatisfação. Os fatores higiênicos são extrínsecos e dizem respeito ao que esperamos receber como “o mínimo” da organização onde iremos atuar. Fazem parte desse mínimo as condições estruturais do local de trabalho, as condições de trabalho, benefícios, salários, clima organizacional, segurança, status, etc. São fatores ambientais que não possuem uma relação direta com a função desempenhada como a dos fatores motivacionais. Por conta disso, esse fator não aumenta e nem gera maior satisfação no colaborador quando presente, mas sua ausência gera insatisfação. Por exemplo: um excelente clima organizacional pode não gerar maior satisfação em seus colaboradores, porém um péssimo clima organizacional irá gerar muita insatisfação (MARRAS, 2002). A teoria das necessidades aprendidas, de David McClelland (1917–1998). McClelland (1961) apresenta uma teoria embasada na concepção de que as necessidades das pessoas podem ser acentuadas através de reforço, aprendizagem e das condições sociais, identificando três necessidades: realização, poder e afiliação. 
A necessidade de realização é o desejo das pessoas em atingir objetivos que desafiem suas competências, que sejam difíceis e possam ser atingidos pelo seu próprio esforço, por isso buscam sempre atingir a excelência e obter reconhecimento no atingimento de seus objetivos. Gostam de trabalhar sozinhas, de receber feedbacks regularmente e que suas atividades sejam de alta responsabilidade. 
A necessidade de afiliação é o desejo de formar vínculos afetivos com os outros, por isso preferem trabalhos em equipe, nos quais há muita interação com outras pessoas, valorizando a cooperação, apoio, coleguismo e coesão grupal. As pessoas com forte necessidade de afiliação buscam aprovação das outras pessoas e almejam estar em conformidade com seus desejos e expectativas, enquadrando-se melhor em funções de mediação de conflito, em vendas, ou seja, situações em que possam dedicar-se às relações interpessoais, como também tendem a evitar decisões desagradáveis e impopulares. 
Pessoas com forte necessidade de poder buscam se sobressair ou causar forte impacto perante outros, não pelo desempenho e sim pelo poder de persuasão de suas ideias para alcançar um status e prestígio. São pessoas que preferem desafios competitivos (McSHANE; GLINOW, 2014). 
A abordagem da motivação possui várias teorias que portam pontos favoráveis e desfavoráveis, simpatizantes e questionadores. Não existe uma teoria ideal que envolva toda a compreensão sobre este tema na sua plenitude. A própria psicologia, que busca entender e explicitar os porquês do comportamento humano, também tem suas limitações como toda a ciência, principalmente as ciências humanas. Segundo Lindgreen e Byrne (1982, p. 214-215 apud TODOROV; MOREIRA, 2005, p. 124):
As teorias da motivação são uma tentativa ... de explicar por que (1) os estímulos evocam respostas; (2) um determinado estímulo evoca certa resposta em vez de quaisquer outras concebíveis; (3) certos estímulos têm um valor de recompensa e outros não; (4) certas respostas parecem surgir por si mesmas [...].
Por isso temos tantas definições e teorias sobre a motivação e o seu conceito ainda é difuso, porém tudo o que está sendo investigado e pesquisado constitui campo da psicologia na sua totalidade e de outras áreas como a sociologia e marketing. 
Diferentes abordagens sobre o funcionamento emocional 
As emoções desempenham um amplo papel nos mais diversos fenômenos que se desenrolam no corpo humano, no cérebro e na perspectiva cognitiva. 
Na sua definição, verificamos uma série de atribuições em vários modelos teóricos que envolvem reações musculares internas, comportamento manifesto, efeito afetivo e a cognição. Damásio (ANTÓNIO..., 2017) refere ser a emoção um programa de ações que no decorrer do desenvolvimento de ações consecutivas, parecem um conserto de ações que não têm conexão com a mente, somente é desencadeado pela emoção e as ações acontecem dentro do corpo (nos órgãos, nas reações endócrinas, etc.), diferindo dos sentimentos, que são por definição a experiência mental que o indivíduo tem das ações que está passando no corpo. A emoção pode ser vista, pois podemos ver o rubor no rosto, os gestos, o suor, a cor da pele mudando, enquanto o sentimento não é possível ser detectado, somente quem o tem pode senti-lo. O sentimento de uma pessoa pode ser dissimulado e pode confundir o seu interlocutor. Sendo assim, pode-se entender a emoção como sendo algo comportamental e o sentimento como mental. A emoção, portanto, é um sistema de reação inata que é desencadeado por um determinado processo intelectual (por aquilo que se percebe, aquilo que se ouve, que se vê) e depois acontece dentro do corpo. 
A emoção começou a ser estudada por Willian James (1842–1910), psicólogo considerado o pai da psicologia americana. Em seu artigo de 1884, Whats is an emotion?, lançou o tema da emoção, que na atualidade voltou a ter destaque em função das novas pesquisas sobre o cérebro, demonstrando que James se aproximou muito do que hoje se conhece sobre os aspectos cognitivos, segundo Nascimento (2013). Para James, as emoções são comportamentos conscientes relativamente automáticos aos estímulos externos, sendo a ação física ligada aos órgãos viscerais internos como o coração, estômago e vasos sanguíneos, que provocarão uma alteração interna que é percebida como uma emoção. 
Essa teoria de James foi alicerçada pelo movimento behaviorista, na primeira metade do século XX, na qual a origem do comportamento seria externa e observável, não considerando os processos mentais internos. Na década de 1960, a teoria de James foi ajustada e reformulada, originando o conceito de feedback facial, significando um fundamento da experiência subjetiva da emoção, no modo de recompensa ou punição. 
A partir dessas ideias foram feitas muitas pesquisas nas quais se utilizava o tensionamento de músculos típicos de uma emoção com o objetivo de criar um efeito subjetivo. Atualmente, as concepções baseadas em James não possuem mais respaldo como originalmente foi concebida, passando a ajustes, adaptações e agregadas a novas concepções teóricas, como as abordagens psicoevolucionistas, as cognitivistas e as sociais (MIGUEL, 2015). 
No campo da psicanálise, as emoções têm relação com movimento, com o ato (ações), corresponde a como o sujeito traduz os afetos, ou como liga os afetos às reflexões e como liga os afetos das reflexões com o ato. A emoção é o destino do afeto e o sentimento é o destino coletivo do afeto, sendo o afeto aquilo que incide sobre o sujeito (um estímulo externo) e aquilo que o afeta como é vivenciado, experienciado e tramitado em termos libidinais e em termos representacionais, podendo-seentender como aquilo que o sujeito sente afetivamente.
 Os afetos são qualidades que afetam a consciência e não são inconscientes, pois o afeto não é recalcado, ele é reprimido. A repressão é a transformação de um afeto em outro. Já o sentimento é a tradução social do afeto, é a modulação social intersubjetiva do afeto, que significa como o sujeito vive um determinado afeto de forma compartilhada, sendo sempre uma experiência coletiva, que pode ser o humor, o clima e, como exemplo, temos o chiste, quando uma piada é contada, só funciona se houver uma conexão de sentimento (não de afeto) que faz laço junto com o outro (AFETO..., 2017). 
Na nossa cultura, o afeto é profundamente reprimido e regulado quanto aos modos de expressão, pois o tempo todo é esperada a expressão de afetos adequados e as demonstrações espontâneas são punidas severamente, por isso é tão difícil dizer “eu te amo” e é às vezes até impossível de ser dito por algumas pessoas, pois transforma quem o diz e quem o recebe, por fazer um laço de sentimento, mesmo que o outro não corresponda, pois mostra o sujeito na sua divisão subjetiva, então o sujeito tenta esconder porque para a fantasia mais corrente isto significa “estar de joelhos diante do outro”, estar vulnerável, dependente. Ao dizer eu te amo, o poder sobre a outra pessoa aumenta imediatamente para o bem ou para o mal, por isso amar é sempre um risco, o risco do desejo, risco do amor, risco do amor posto em causa como um ato na relação com o outro. 
A vergonha, por exemplo, é um dos três afetos sociais, ao lado do nojo e da culpa, que são afetos que surgem na criança depois do Édipo, pois tem a ver com a interiorização da lei. Ao sentir vergonha, o sujeito pode saber o que é errado e mesmo assim fazê-lo, e mesmo assim ser visto fazendo pelo outro. A vergonha é um afeto fundamental na clínica, pois sempre que identificada, tem um traço de fantasia do sujeito, é uma “estrada real para a fantasia”. Quando se quer saber qual é a nossa fantasia, é só nos perguntarmos o que nos envergonha, o que nos ruboriza, ou perguntarmos sobre aquilo que jamais iremos querer compartilhar com o outro e depois relacionar que é o que nós estamos fazendo o tempo todo sem nos darmos conta. 
A fantasia inconsciente é o que faz nos colocar como ridículos, por mais que achemos que estamos mentindo ou enganando, que estamos no controle da situação, nós nos colocamos naquilo que para nós é o fundamento último da nossa vergonha, quando exercida ou colocada em cena nossa fantasia (AFETO..., 2017). 
As questões em torno das emoções têm estimulado o estudo nas diversas áreas e campos de conhecimento que contribuem de forma diferente para as distintas teorias sobre as emoções humanas com definições como instintos, impulsos, sensações, percepções, estados corporais, expressões, motivos necessidades, constituídas a partir de fenômenos endógenos, causas fisiológicas ou orgânicas, ocorrências corporais e alívio de energia. 
As teorias psicoevolucionistas indicam que as emoções são reflexos da evolução das espécies, sendo resultados adaptativos a ocorrências do meio. Esta teoria evidencia que as emoções, especificamente as faciais, são inatas tanto para os humanos como para os primatas, e podem ser observadas nas situações de crianças cegas de nascença que expressam estados emocionais faciais idênticos aos das crianças normais, como sorrir para expressar felicidade ou choro para expressar tristeza. Outra situação apresentada é de que essas expressões também são similares em culturas diferentes (MIGUEL, 2015). 
Nas teorias sociais, o foco da emoção está no valor social que lhe é atribuído em função do papel social que é concebido pela cultura e por este intervém e altera esta mesma cultura. O papel primordial na manutenção das relações sociais é o fato de as pessoas estarem frequentemente julgando e distinguindo as suas reações emocionais e as das outras pessoas de maneira não consciente nas suas interações, demonstrando que a cultura está presente em variadas áreas da vivência emocional. 
Como também é destacado nessa teoria, que a expressão corporal pode não necessitar estar ligada a experiência subjetiva, como, por exemplo, quando uma pessoa dissimula a sua expressão facial diante de uma situação em que a sua vivência subjetiva é de alegria, para uma expressão neutra por estar em um grupo que não lhe é muito familiar e sua expressão pode ser mal interpretada (MIGUEL, 2015). Sob a ótica da psicologia histórico-cultural de Vygotsky, a emoção é designada como semelhante à cognição na formação dos distintos processos e modos de organização da psique, tendo esta um importante papel no desenvolvimento cognitivo, do pensamento, da linguagem, entre outros. 
O pensamento, para Vygotsky, é provocado pela motivação, ou seja, pelos desejos e necessidades, pelos interesses e emoções, estando as tendências afetivo-volitivas envolvidas em cada pensamento. 
As emoções possuem elementos históricos que se transformam no meio ideológico e psicológico, além do componente biológico que a origina. Nessa concepção, a emoção é considerada a base da estruturação do conhecimento. Porém, na psicologia crítica, temos que as emoções podem ser reveladas como estimuladoras da consciência pela ação e pela reflexão. Conforme abordado por Sawaia (1994 apud LIMA; BOMFIM; PASCUAL, 2009, p. 238; 239):
Referindo-se à manipulação, afirma-se que em cada período histórico da nossa sociedade há uma priorização de certos sentimentos ideológicos que são situados como inerentes ao homem, porém garantem a estabilidade social, a exploração e a dominação.
Diante disso, afirma-se que cada emoção pode ter vários sentidos, podendo ser positivos ou negativos, que podem ser compreendidos na totalidade psicossocial de cada indivíduo. A emoção incita as pessoas a se agruparem enquanto sujeitos comprometidos com a realidade em que vivenciam, com a transformação da sociedade, uma forma de superar o sofrimento, a construção da sua cidadania e a conquista dos seus direitos.
Como observamos, no estudo do funcionamento das emoções, são inúmeras as investigações sobre a sua constituição e representatividade na psique humana, no entanto, todas convergem e aceitam que a capacidade de sua expressividade é inata, pois são similares em diversas culturas. A conjuntura sociocultural e histórica do sujeito exerce uma influência sobre a consideração de quais estímulos causam emoção e em que momentos é possível ou é recomendável expressá-la. Há ainda muito o que ser estudado e identificado no extenso universo das emoções, tanto em nível psicológico, como fisiológico e social.
Influência da emoção na motivação do comportamento pró-social
Nas últimas décadas a psicologia social tem estudado e investigado o fenômeno do comportamento pró-social para o entendimento dos aspetos que motivam esse tipo de conduta. O comportamento pró-social faz parte da sociabilidade do ser humano, encontra-se presente em todas as idades e em diferentes culturas. O envolvimento que este tipo de conduta proporciona, possibilita encadeamentos significativos para o bem-estar dos próprios indivíduos e para os grupos sociais de uma comunidade. Na linha desse pensamento, Eisenberg e Fabes (1998 apud FIGUEIRA, 2017, p. 17-18) explicam os comportamentos pró-sociais:
[...] comportamentos pró-sociais são definidos como atos socialmente positivos para promover o bem-estar dos outros [...] é um constructo multidimensional que representa uma ação voluntária para beneficiar o outro e inclui vários comportamentos que têm como objetivo de ajudar, partilhar e confortar o outro.
Sendo que “na maior parte das sociedades, os comportamentos pró-sociais são altamente valorizados e indicam competência social” (GUZMAN et al., 2008 apud FIGUEIRA, 2017, p. 17). 10 Motivação e emoção Nos últimos anos, têm sido intensas as pesquisas sobre os fatores evolutivos para a produção da empatia, a atividade cerebral em estados emocionais envolvidos nos feitos de comportamento pró-sociais.
O estudo da empatia destaca-se como uma dasinvestigações mais importantes no campo de investigação do comportamento pró-social (PILATI, 2011). A definição de empatia, a exemplo da definição da motivação, também não possui um consenso entre os teóricos e pesquisadores, e muitas vezes são confundidos com simpatia e ou compaixão. 
O termo empatia provém do grego empatheia, formado por em–, “em”, mais pathos, que significa “emoção, sentimento”. Para Eisenberg e Miller (1987 apud FORMIGA, 2012, p. 2), “[a empatia], psicologicamente, pode ser considerada como uma experiência indireta de uma emoção próxima à emoção vivida por outra pessoa”. 
Estruturalmente, essa emoção indica um potencial de amparo social ou afetivo ao outro, pois ao sentir o que o outro pode estar sentindo, indica uma compreensão de como o outro está vivenciando determinada situação ou evento, antecedendo os comportamentos pró-sociais teoricamente. A importância desse constructo empatia é percebido pelos estudos da psicologia experimental a do desenvolvimento, da aprendizagem à psicologia social, colocando-o no centro do desenvolvimento social humano. 
Desde os estudos clássicos até os estudos mais atuais nas diversas culturas, o constructo empatia é associado à moralidade, comportamento pró-social, justiça, culpa, emoção, etc. (FORMIGA, 2012). A concepção da empatia como uma reação afetiva resultante da compreensão da atitude do outro tem ocorrido amplamente na pesquisa desse constructo e estudada através de inventários e escalas psicométricas para sua medição, como também através das teorias de atribuição de causalidade que a consideram como uma disposição afetiva originada por um fator situacional. Pilati (2011) refere que o modelo proposto por Weiner foi “a relação entre cognição-emoção-ajuda, [...] [em que] o processo de atribuição de causalidade” (PILATI, 2011, p. 164) atua como um meio que impulsiona a ação emocional que motivará o comportamento pró-social. Outra variável apontada pela psicologia social é o custo de pessoal como motivo antecedente significativo do comportamento pró-social, indicando que quanto maior for este custo, a probabilidade de menor ajuda é considerável. Outros aspectos estudados pela psicologia social são a proximidade social do solicitante da ajuda relativamente ao observador e as normas sociais como importantes antecedentes dos comportamentos pró-sociais. 
As pesquisas demonstram que a preferência da ajuda para aqueles que estejam mais próximos (amigos, familiares), levam o participante a considerar como mais plausível a intenção de ajudar o solicitante (PILATI, 2011). 
Motivação e emoção 
A busca pela motivação do comportamento pró-social pode ser observada em três níveis de investigação: micro, em que a pesquisa e a investigação buscam a gênese da predisposição pró-social em humanos (bases neural, evolucionista); meso que analisa a ajuda no nível interpessoal, que procura compreender quando e por que as pessoas ajudam; macro, em que é analisada a ocorrência da ação social nos grupos e nas grandes organizações, procurando examinar as variáveis compreendidas na decisão de transformar-se num voluntário ou de ajudar alguém. 
No geral, o que se busca são respostas à questão do por que às vezes as pessoas apresentam comportamentos ilustres, com extraordinário sofrimento, e às vezes são alheios com a dor e o sofrimento humano. 
Nesse contexto de interesse investigativo surge outro constructo que é o altruísmo, que também não possui uma definição consensual (similar à motivação e da empatia), que pode ser entendido como o ato voluntário para ajudar o outro, sem que tenha expectativa de recompensa ou punição, que é apreciado como uma forma vanguardista de comportamento pró-social, envolvendo mais autossacrifício do que prestígio (GOUVEIA, 2014). 
Segundo Nunan e Jablonski (2009, p. 49), “[...] uma das teorias do altruísmo genuíno postula que o sujeito que ajuda possui uma afinidade com o ‘conceito de ajudar’; logo, não ajudar iria lhe causar um mal-estar e, é em virtude disso, que surgiria o comportamento de ajuda”. 
Os fatores situacionais, assim, preponderam em inúmeros estudos como a empatia, recompensas, estados emocionais, disponibilidade de tempo e a força das normas sociais (reciprocidade e responsabilidade social). 
Presenciamos na sociedade contemporânea quase uma intimação para a responsabilidade social, havendo um movimento da classe empresarial no sentido de incumbir-se numa atitude solidária e social, como o aumento das organizações não governamentais, e projetos sociais de contribuição voluntária.
EXERCÍCOS:
1. Analise o seguinte texto: “Adriana Cunha demonstrava forte necessidade de realização muito antes de começar a trabalhar numa grande organização do ramo de cosméticos. Muito motivada e incansável, ela é muito admirada pelo seu pai, CEO da XYZ, São Paulo, e tem excelentes ideias que pretende transformar em realidade. Adriana, diretora de estratégias e vice-presidente da empresa, afirma que sua necessidade de realização é ao mesmo tempo aprendida e genética, esclarecendo que seus pais davam muito apoio quando os filhos tinham ideias malucas” (Adaptado de McSHANE, 2014, p. 123).
A partir do que foi estudado nesta Unidade de Aprendizagem, a qual teoria da motivação você atribuiria essas atitudes de Adriana?
Teoria das necessidades aprendidas.
2. Uma indústria do setor de produtos de higiene enfoca os pontos fortes dos funcionários em vez de ir na contramão, tentando endireitar os pontos fracos. Cada funcionário é solicitado a identificar as atividades nas quais se sai melhor, com as quais mais gosta de trabalhar e nas quais se sente confortável. Essas informações ajudam a empresa a reorganizar o trabalho em torno desses pontos fortes. Segundo o diretor de RH, todos estão focados nos seus pontos fortes.
Com base na prática dessa indústria, assinale a alternativa que apresenta o princípio ou teoria da motivação que está embasando essa experiência.
Fatores motivacionais de Herzberg.
3. Um funcionário de uma clínica estética tem baixo desempenho no trabalho em função de seu salário e do horário de trabalho. Ele leva muito tempo para voltar para casa, além de trabalhar aos sábados e domingos, pois a estética está localizada num shopping center. Tudo isso faz com que ele esteja sempre reclamando e faltando ao trabalho.
O que está afetando o desempenho desse funcionário, segundo as diversas teorias motivacionais?
As condições de trabalho e o salário referem-se aos fatores higiênicos, segundo Herzberg.
4. A emoção começou a ser estudada por William James (1842-1910), psicólogo considerado o pai da psicologia americana. Em seu artigo What is an emotion? (1884), lançou o tema da emoção, que na atualidade voltou a ter destaque em função das novas pesquisas sobre o cérebro, demonstrando que James se aproximou muito do que hoje se conhece sobre os aspectos cognitivos.
Para James, como são conceituadas as emoções?
Comportamentos conscientes relativamente automáticos aos estímulos externos, sendo a ação física ligada a órgãos viscerais internos, como coração, estômago e vasos sanguíneos, que provocará uma alteração interna percebida como uma emoção.
5. A busca pela motivação dos comportamentos pró-sociais pode ser observada em três níveis de investigação. No geral, busca-se descobrir por que às vezes as pessoas apresentam comportamentos ilustres, com extraordinário sofrimento, e às vezes são alheios à dor e ao sofrimento humano. Nesse contexto de interesse investigativo, surge outro constructo, o altruísmo, que também não tem definição consensual (similar à motivação e à empatia) e pode ser entendido como o ato voluntário para ajudar o outro sem expectativa de recompensa ou punição, o que é apreciado como uma forma vanguardista de comportamento pró-social, envolvendo mais autossacrifício do que prestígio.
Quais são os três níveis de investigação da motivação do comportamento pró-social? Assinale a alternativa correta.
 Micro, meso e macro.

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