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Resumo Completo Tumores Mediastinais

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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Cirurgia Torácica 
TUMORES MEDIASTINAIS 
Anatomia: 
O mediastino é a região localizada entre os 2 
sacos pleurais delimitada anteriormente pelo 
esterno e posteriormente pela coluna 
torácica (T1-T12). O mediastino é dividido 
em mediastino superior e mediastino inferior. 
O mediastino inferior, por sua vez, é 
subdividido em anterior, médio e posterior. 
 
A divisão entre mediastino superior e 
mediastino inferior é realizada, 
anteriormente, pelo ângulo do esterno 
(ângulo de Louis) e, posteriormente, pelas 
vértebras torácicas T4 e T5. As principais 
estruturas localizadas no mediastino 
superior são: 
- Timo. 
- Veias braquiocefálica direita e esquerda. 
- Veia cava superior. 
- Arco aórtico e seus 3 ramos (tronco 
braquiocefálico, artéria carótida comum 
esquerda e artéria subclávia esquerda). 
- Traqueia. 
- Esôfago. 
- Nervos vagos e nervos laríngeos 
recorrentes. 
- Ducto torácico. 
Assim, as principais estruturas localizadas 
no mediastino superior, de anterior para 
posterior, na linha média, são timo, veia 
braquiocefálica esquerda, tronco 
braquiocefálico (artéria inominada), traqueia 
e esôfago. 
 
 
O mediastino inferior é subdividido em 
mediastino anterior, que estende-se do corpo 
do esterno até o pericárdio anterior, 
mediastino médio, que é formado por saco 
pericárdico, e mediastino posterior, que 
estende-se do pericárdio posterior até as 
vértebras torácicas T5-T12. As principais 
estruturas do mediastino anterior são timo e 
linfonodos, do mediastino médio são coração 
e origem dos grandes vasos sanguíneos e do 
mediastino posterior são aorta torácica e 
seus ramos, sistema venoso ázigos, ducto 
torácico, esôfago e tronco simpático. 
Tumores Mediastinais: 
Aproximadamente 2/3 dos tumores 
mediastinais são benignos. 
Aproximadamente 60% dos tumores do 
mediastino anterossuperior são malignos, 
30% dos tumores do mediastino médio são 
malignos e 15% dos tumores do mediastino 
posterior são malignos. 
 
2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Os principais tumores do mediastino 
anterior são: 
- Timoma. 
- Teratoma. 
- Tumor de células germinativas seminoma. 
- Tumor de células germinativas não 
seminoma. 
- Carcinoma tímico. 
- Lipoma tímico. 
- Carcinoide tímico. 
- Cisto tímico. 
- Bócio intratorácico. 
- Adenoma de paratireoide. 
- Linfoma. 
As principais causas de massas localizadas 
no mediastino anterior são resumidas em 4 
T’s: timoma, teratoma, tireoide (bócio 
mergulhante) e terrível linfoma. 
Os principais tumores do mediastino médio 
são: 
- Cisto neurogênico. 
- Cisto entérico. 
- Cisto broncogênico. 
Os principais tumores do mediastino 
posterior são: 
- Schwanoma. 
- Neurofibroma. 
- Tumores malignos da bainha de nervos 
periféricos. 
- Ganglioneuroma. 
- Ganglioneuroblastoma. 
- Neuroblastoma. 
- Paraganglioma. 
- Linfangioma. 
- Cisto esofágico. 
As principais síndromes sistêmicas 
associadas a tumores mediastinais são: 
- Miastenia gravis: timoma. 
- Aplasia de células vermelhas. 
- Hipogamaglobulinemia: timoma. 
- Neoplasia endócrina múltipla e Síndrome 
de Cushing: carcinoide tímico, timoma e 
feocromocitoma. 
- HAS: feocromocitoma e ganglioneuroma. 
- Diarreia: ganglioneuroma. 
- Hipercalcemia: linfoma e adenoma de 
paratireoide. 
- Hipertireoidismo: bócio mergulhante. 
- Osteoartropatia: schwanoma e 
neurofibroma. 
- Anomalias vertebrais: cisto entérico. 
- Febre: linfoma. 
- Dor induzida por álcool: linfoma de Hodgkin. 
- Ataxia cerebelar: neuroblastoma. 
Os tumores mediastinais podem ser 
avaliados por meio de radiografia de tórax, 
TC de tórax (exame de imagem padrão-ouro) 
e RM de tórax. No paciente com suspeita de 
tumor mediastinal, a abordagem inicial 
baseia-se em identificar o compartimento 
mediastinal envolvido e a possível 
associação da massa mediastinal com 
sintomas locais e/ou sistêmicos. Em seguida, 
deve-se realizar a dosagem de marcadores 
séricos, como alfafetoproteína (AFP) e 
gonadotrofina coriônica humana (hCG). Em 
alguns casos, biópsias pré-operatórias são 
necessárias para guiar o tratamento. A 
localização do tumor e a investigação pré-
operatória auxiliam na escolha da melhor 
abordagem cirúrgica para o diagnóstico 
definitivo e para o tratamento. 
 
Imagem: TC de tórax indicando a presença de tumor de 
mediastino anterior. 
Timoma: 
- Representa o tumor mais prevalente do 
mediastino anterior. 
 
3 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
- Apresenta frequência equivalente entre 
homens e mulheres, sendo mais comum 
após os 40 anos de idade. 
- Raro em crianças e adolescentes. 
- Aproximadamente 30% dos pacientes com 
timoma apresentam miastenia gravis e 
aproximadamente 15% dos pacientes com 
miastenia gravis têm timoma. 
- Aproximadamente 10% dos pacientes com 
timoma apresentam hipogamaglobulinemia. 
- A alteração mais comumente associada ao 
timoma na radiografia de tórax é o 
alargamento do mediastino. Na TC de tórax, 
o timoma apresenta-se como massa com 
densidade de partes moles, homogênea e de 
contornos bem definidos. 
- O timoma não apresenta características de 
malignidade no exame citológico. 
- No exame anatomopatológico, é possível 
determinar se o timoma é invasivo ou não 
invasivo. 
- O timoma pode ser classificado nos 
seguintes estágios: 
→ Estágio I: timoma macroscopicamente 
encapsulado e ausência microscópica de 
invasão vascular. 
→ Estágio II: invasão macroscópica de 
tecidos adjacentes (gordura mediastinal ou 
pleura mediastinal) ou invasão capsular 
microscópica. 
→ Estágio III: invasão macroscópica de 
órgãos adjacentes. 
→ Estágio IVa: invasão pleural e/ou 
pericárdica. 
→ Estágio IVb: metástases linfáticas e/ou 
hematogênicas. 
- A ressecção cirúrgica completa representa 
o tratamento de primeira linha para os 
timomas, sendo geralmente realizada por 
meio de esternotomia (cirurgia aberta), mas 
também pode ser realizada por meio de 
videotoracoscopia (cirurgia por vídeo) ou, 
mais recentemente, por meio de cirurgia 
robótica. 
- A quimioterapia e a radioterapia adjuvantes 
são realizadas em casos de doença 
localmente avançada e de metástases 
linfonodais e/ou à distância. A terapia 
adjuvante, entretanto, não é necessária em 
casos de ressecção cirúrgica completa do 
tumor em estágio I ou II. 
Carcinoma Tímico: 
- Neoplasia maligna agressiva, com 
tendência ao desenvolvimento de 
metástases precoces, tanto por via linfática 
quanto por via hematogênica. 
- Os tipos histológicos mais comuns são 
carcinoma de células escamosas e 
linfoepitelioma-like. 
- Maior prevalência em homens a partir dos 
50 anos de idade. 
- Apresentam características citológicas 
malignas que permitem a fácil diferenciação 
do timoma, que apresenta características 
citológicas benignas. 
- Aos exames de imagem, o carcinoma 
tímico manifesta-se como grande massa 
mediastinal anterior, infiltrativa, com bordas 
mal definidas e frequentemente associada a 
derrame pericárdico e/ou pleural. 
Carcinoide Tímico: 
- Neoplasia maligna rara histologicamente 
idêntica a tumores carcinoides localizados 
em outros sítios. 
- Acomete principalmente homens de 40-60 
anos de idade. 
- Aproximadamente 50% dos pacientes 
apresentam alterações endócrinas, 
principalmente Síndrome de Cushing, devido 
à produção ectópica de ACTH, ou neoplasia 
endócrina múltipla. A síndrome carcinoide é 
rara em pacientes com carcinoide tímico. 
- As metástases estão presentes em 
aproximadamente 70% dos pacientes ao 
diagnóstico. Isso deve-se ao 
desenvolvimento assintomático ou 
oligossintomático da neoplasia maligna. 
Cisto Tímico: 
- Representa causa rara de massa 
mediastinal anterior. 
- A maioria dos pacientes com cisto tímico 
são HIV-positivos, principalmente crianças. 
- O cisto tímico pode ser congênito ou 
adquirido, apresentar características 
inflamatórias ou estar associado a outras 
 
4 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
neoplasias malignas, como carcinoma 
tímico, seminoma e linfoma de Hodgkin. 
- Aosexames de imagem, o cisto tímico 
manifesta-se como uma massa de contornos 
bem definidos, uniloculada ou multiloculada, 
de conteúdo cístico/líquido e, às vezes, com 
septações em seu interior. 
- A ressecção cirúrgica representa o 
tratamento de primeira escolha para os 
cistos tímicos, exceto se houver outra 
neoplasia maligna associada que necessite 
de tratamento específico. 
Tumores de Células Germinativas: 
- Representam grupo heterogêneo de 
neoplasias benignas e malignas que 
originam-se de células germinativas 
presentes no mediastino. 
- Responsáveis por 10-15% de todas as 
massas mediastinais anteriores. 
- Os principais representantes dos tumores 
de células germinativas são teratoma, 
seminoma e tumor de células germinativas 
não seminomatoso. 
- A AFP e o β-hCG são marcadores 
comumente associados aos tumores de 
células germinativas. 
- Apresentam bom resposta à quimioterapia. 
- Apresentam características 
histopatológicas idênticas aos tumores de 
células germinativas gonadais. 
- O teratoma representa o tumor de células 
germinativas mais prevalente, sendo 
classificado em maduro e imaturo e podendo 
apresentar degeneração maligna. 
- Seminoma: 
→ Acomete quase exclusivamente homens 
de 30-40 anos de idade e geralmente é 
sintomático. 
→ Aproximadamente 10% dos pacientes 
apresentam aumento de β-hCG sérico, mas 
níveis séricos normais de AFP. 
→ Apresenta alta sensibilidade à 
quimioterapia e à radioterapia, que são 
utilizadas em casos de doença irresecável 
e/ou metastática. 
→ Nos casos de doença localizada e 
ressecável, indica-se ressecção cirúrgica 
total do tumor. 
→ Nos casos de doença localmente 
avançada, o tratamento baseia-se em 
quimioterapia neoadjuvante seguida de 
ressecção cirúrgica da doença residual. 
→ Aproximadamente 60-80% dos pacientes 
alcançam a cura. 
- Tumor de células germinativas não 
seminomatoso: 
→ Associa-se a aumento dos marcadores 
AFP e β-hCG. 
→ Aproximadamente 20% dos casos 
associam-se à Síndrome de Klinefelter. 
→ Frequentemente, cursam com derrame 
pericárdio e/ou derrame pleural. 
→ O tratamento de primeira escolha para os 
tumores de células germinativas não 
seminomatosos é a quimioterapia 
neoadjuvante seguida de ressecção 
cirúrgica da massa mediastinal residual em 
casos de boa resposta à quimioterapia. 
→ Às vezes, não se realiza a ressecção 
cirúrgica da massa mediastinal residual após 
a quimioterapia neoadjuvante desde que 
haja negativação dos marcadores AFP e β-
hCG. 
Linfoma de Hodgkin: 
- Apresenta 2 picos de incidência na 
população: adolescentes/adultos jovens e 
adultos > 50 anos de idade. 
- Apresenta prevalência equivalente em 
homens e mulheres. 
- Comumente, o linfoma de Hodgkin cursa 
com adenomegalia cervical. 
- Responsável por aproximadamente 30% 
dos casos de linfoma na população geral e 
por 50-70% dos casos de linfoma mediastinal 
(tipo mais comum de linfoma mediastinal). 
- Aproximadamente 30% dos pacientes 
apresentam sintomas B, ou seja, febre, 
sudorese noturna e perda de peso. Além 
disso, outros achados clínicos são dor 
torácica, disfagia, dispneia e síndrome da 
veia cava superior, associados à 
compressão de estruturas mediastinais 
causada por crescimento do linfoma de 
Hodgkin. 
 
5 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
- Ao exame histopatológico, frequentemente 
observa-se a presença das células de Reed-
Sternberg. 
- O diagnóstico baseia-se em procedimento 
cirúrgico para obter fragmento tecidual para 
biópsia. 
- O tratamento baseia-se em radioterapia 
associada ou não à quimioterapia. 
- A possibilidade de cura depende do estágio 
da doença ao diagnóstico. 
Linfoma Não Hodgkin: 
- Acomete principalmente pacientes de 60-70 
anos de idade do sexo masculino. 
- Aproximadamente 85% dos pacientes 
apresentam doença avançada ao 
diagnóstico, com sinais e sintomas 
constitucionais, linfadenopatia generalizada, 
síndrome da veia cava superior e metástases 
linfonodais e à distância. 
- Os subtipos mais comuns são o linfoma de 
grandes células B e o linfoma linfoblástico, 
que é altamente agressivo. 
- O tratamento baseia-se em quimioterapia e 
radioterapia. 
- Muitos pacientes não alcançam a cura. O 
transplante de medula óssea pode melhorar 
a sobrevida. 
Cisto Broncogênico: 
- Geralmente, apresenta-se como uma 
massa paratraqueal à direita. Entretanto, 
pode acometer outros locais, inclusive o 
parênquima pulmonar. 
- Quanto mais tardiamente o cisto 
broncogênico desenvolve-se durante o 
período embrionário, mais distalmente será a 
sua localização em relação à árvore 
traqueobrônquica. 
- A comunicação entre o cisto broncogênico 
e a árvore traqueobrônquica é comum, 
resultando em formação de nível hidroaéreo 
nos exames de imagem. 
- O tratamento baseia-se em resseção 
cirúrgica da lesão. 
Cisto Pericárdico: 
- Geralmente assintomático. 
- Mais frequente a partir de 40-50 anos de 
idade. 
- Raramente, causa compressão cardíaca. 
- Aos exames de imagem, o cisto pericárdico 
manifesta-se como massa mediastinal bem 
delimitada, esférica ou ovalada, localizada 
no ângulo cardiofrênico direito em 70% dos 
casos e no ângulo cardiofrênico esquerdo 
em 22% dos casos. 
- O tratamento baseia-se em ressecção 
cirúrgica apenas em casos sintomáticos. 
Tumores de Mediastino Posterior: 
- Os principais tumores do mediastino 
posterior são os tumores neurogênicos, que 
são responsáveis por aproximadamente 
20% de todas as massas mediastinais em 
adultos e 35% de todas as massas 
mediastinais em crianças. 
- Aproximadamente 70-80% dos tumores de 
mediastino posterior são benignos e 
aproximadamente 50% são assintomáticos. 
- Os tumores neurogênicos do mediastino 
posterior classificam-se em: 
→ Origem da bainha de nervos periféricos 
(nervos intercostais): schwanoma e 
neurofibroma (representam 
aproximadamente 95% de todos os tumores 
neurogênicos mediastinais) e tumor maligno 
da bainha do nervo; mais frequentes em 
adultos. 
→ Origem de gânglios simpáticos: 
ganglioneuroma, ganglioneuroblastoma e 
neuroblastoma; mais frequentes em 
crianças. 
→ Origem de gânglios parassimpáticos: 
muito raros.

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