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SBCM C 3 - Cirurgia Toracica Rafaela Alves Derrame parapneumonico / Empiema Definicao u Derrame pleural secundário a uma pneumonia viral, fúngica ou bacteriana u Qual a importância? o 40% dos pacientes com pneumonia apresentam derrame pleural; o 5-20% evoluem para derrame parapneumônico complicado ou empiema. Derrame parapneumonico simples u É estéril, não tem microrganismos ou bactérias e é livre u Resolução espontânea u Presença de exsudato u Pode tratar com ATB e resolve u É por conta de ima inflamação dos capilares da pleura parietal que leva ao extravasamento de liquido no espaço pleural Derrame parapneumonico complicado u Derrame que foi infectado com bactérias ou outros MO u Necessidade de intervenção a parir desta fase (apenas o ATB não resolve) u Evolui para empiema em praticamente 100% dos casos Empiema u Pus na cavidade pleural u Causa mais comum é a pneumonia (60%) u Pneumonia adjacente ou inoculação direta (ex.: trauma) u Ouras causas: o PO de cirurgia torácica (p. ex. abertura do esôfago / brônquios, fístulas, etc...) o Traumas (p. ex. trauma penetrante, hemotórax, ruptura esofágica) o Procedimentos diagnósticos (p. ex. toracocentese, drenagem) o Ruptura espontânea esofágica o Abcesso subfrênico Epidemiologia u Crianças e idosos u Baixa renda u Debilitados (DM, desnutridos, quimioterapia, usuário de drogas, etilista, imunossupressão, neoplasias...) u Mortalidade: o 1 a 24% o > 40% em imunossuprimidos Quadro clinico u Inespecífico! u É difícil distinguir daqueles da pneumonia ou do abcesso pulmonar u Sintomas: o Febre persistente depois de 48h do início de ATB o Dor torácica ventilatória dependente (líquido no espaço pleural irrita a pleura parietal e causa a dor) o Dispneia (dependendo do grau de comprometimento pulmonar) o Tosse seca devido irritação da pleura parietal o Tosse produtiva decorrente da pneumonia § Principalmente em crianças § A concavidade fica virada pro lado onde está o derrame u Exame físico o Ausculta reduzida ou abolida (dependendo do tamanho do derrame) o Macicez / submacicez à percussão o FTV reduzido o Diminuição da expansibilidade torácica o Escoliose Exames laboratoriais u Hemograma o Leucocitose com desvio a esquerda o > 15.000 – 20.000 mm3 u Outros o PCR aumentado o Hemocultura positiva (até 12%) § Baixa sensibilidade § Geralmente vem negativo pois o paciente já está fazendo uso de ATB antes da coleta Exames de imagem Radiografia de tórax - Consolidação do terço médio e do terço inferior do hemitórax direito - Seio costofrênico obliterado / apagado (geralmente associado a um derrame pleural pequeno) - Pseudotumor = líquido entre as fissuras – derrame intracissural - Derrame lamelar (imagem paralela à parede do tórax) – consolidação do lado direito SBCM C 3 - Cirurgia Toracica Rafaela Alves - Derrame pleural loculado - Consolidação e derrame no lado direito Tomografia de tórax - Solicita quando tem dúvida - Além de conseguirmos visualizar o parênquima pulmonar vemos também o mediastino e a parede do tórax - Formação de traves de fibrina = multilobulações o Esse caso não resolve se só drenar o tórax - 1ª foto: derrame moderado e um leve a direita: - 2ª foto: um derrame multiloculado à direita - 3ª foto: consolidação extensa do pulmão direito, uma lesão cavitada e um derrame pequeno à direita - 4ª foto: derrame pleural multiloculado à esquerda. - - As septações ocorrem por conta da ativação do sistema da coagulação no líquido pleural devido as células inflamatórias Ultrassonografia - Melhor e mais barato - Examinador dependente - Usado em crianças - Faz quando não tem tomo disponível Fases Fase 1 - Fase aguda / exsudativa - Dura até 7 dias - DPP simples - Líquido: o Livre o Ausência de bactérias o Líquido estéril (exsudato) o Cor amarelo citrino - Mobilidade pleural e pulmonar preservadas o Só drenar e o pulmão volta - Bioquímica o pH > 7,2 o Glicose > 60mg/dL o DHL < 1000 UI/L Fase 2 - Fase fibrinopurulenta - Dura de 7 a 21 dias - DPP complicado - Ocorre a formação de lobulações - Líquido: o Septado o Bactérias presentes o Turvo / purulento – pus - Deposição de fibrina sobre a - pleura visceral e parietal - Formação de septações ou loculações pleurais - Bioquímica o pH < 7,2 § Por conta da produção de ácido lático pelas células o Glicose < 60mg/dL § Consumo de glicose pelas células inflamatórias o DHL > 1000 UI/L § Enzima presente dentro de leucócitos o Bacterioscopia e Culturas podem ser positivas Fase 3 - É a fase crônica - A partir de 21 dias - Organização - Bactérias presentes - ↑ Fibroblastos na pleura parietal e visceral - Encarceramento pulmonar (formação de uma capa de fibrina ao redor do pulmão impedindo a expansão) - Redução volumétrica do hemitórax - Purulento Conduta u 1º passo: Toracocentese o Derrame > 1 cm à punção pleural (paciente sentado; linha axilar anterior; 6 ou 7º EIC borda superior da costela inferior para não pegar no feixe vasculonervoso) o Derrame < 1 cm à raio-x à piorou em 48h? à sim? à punção SBCM C 3 - Cirurgia Toracica Rafaela Alves u Exames do líquido pleural na suspeita de DPP o Dosagem de proteínas ** o DHL ** § ** esses dois definem se é exsudato (DPP simples) ou transudato (DPP complicado) o pH *** o Glicose *** § *** esses é pra definir se é simples ou complicado o Celularidade § Eiologia aguda = predomínio de neutrófilos o Bacterioscopia o Culturas Tratamento u A conduta depende da fase do DPP, das características e da análise do líquido pleural conseguido através da toracocentese Fase 1 - Estéril, livre de bactérias; - Trata com ATB + observação / acompanhamento - Caso o derrame seja volumoso (maior do que ½ do hemitórax) ou tenha dispneia à faz drenagem Fase 2 - DPP complicado - ATB + drenagem ou decorticação/pleuroscopia o * pode usar fibrinoloticos também - Depende se o derrame é multilobulado ou unilobulado o Uni = condita ideal é fazer uma drenagem guiada (por tomo ou US) o Multi = decorticação/pleuroscopia - ** Fibrinolíticos ** o Indicação § Tema ainda controverso § Derrame complicado / loculado § Pacientes sem condições cirúrgicas § Idosos § Locais sem cirurgiões habilitados o Vantagem § Redução na necessidade de cirurgia o Desvantagem § Custo § Reação inflamatória § Efeitos colaterais (ex.: sangramentos) § Prolongamento da hospitalização § Sem redução na mortalidade Fase 3) - ATB + decorticação/pleuroscopia (por vídeo ou aberta) ou pleurostomia ou toracoplastia/mioplastia - Pleurostomia = sutura a pele na pleura parietal criando um meio de drenagem; faz em pacientes debilitados e que já foram abordados em outras ocasiões - Toracoplastia/mioplastia: cirurgia para tentar preencher o espaço pleural com um retalho de músculo ou de omento (omentoplastia) Resumo da conduta u A conduta depende: o Da FASE do derrame parapneumônico o Das CARACTERÍSTICAS E DA ANÁLISE do líquido pleural (toracocentese) u Drenagem indicada se o DPP complicado à sinal indireto de infecção o Bacterioscopia positiva o Cultura positiva sinais diretos de infecção o Empiema (pus) u Critérios bioquímicos para diferenciar DP simples do complicado o Simples § pH > 7,2 § Glicose > 60mg/dL § DHL < 1000 UI/L § Não necessitam de drenagem torácica § Melhoram com ATB apenas § Exceto se dispneia ou DP > 1⁄2 do hemitórax o Complicado § pH < 7,2 § Glicose < 60mg/dL § DHL > 1000 UI/L § Evoluíam quase na totalidade para fases mais avançadas da doença com pus e necessidade de abordagem. u SEMPRE faz controle da infecção e da sepse através da antibioticoterapia adequada.
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