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Unidade IV NUTRIÇÃO E SEGURANÇA DOS ALIMENTOS Profa. Juliana Casagrande Trata-se de um conjunto de regras para proteger o alimento e, consequentemente, o consumidor. As BPF são exercidas por meio da garantia da qualidade e da segurança do alimento, bem como por meio da conformidade com as legislações sanitárias. Onde aplicar as regras de BPF? etapas de recebimento, preparo e armazenamento; distribuição e transporte dos alimentos; ambiente físico em que os alimentos são manipulados; as pessoas que manipulam os alimentos; tudo que entra em contato direto ou indireto com alimento. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Entre as vantagens, é possível considerar: conquista ou aumento da qualidade dos produtos elaborados, por meio de procedimentos padronizados e controlados; redução de custos, considerando a eliminação de notificações, multas ou até a interdição do estabelecimento; aumento de produtividade e tempo com a melhoria da organização e estrutura local; consolidação da imagem e credibilidade da empresa junto aos clientes; comprometimento da equipe devido à conquista ou ampliação da percepção de organização e qualidade do local em comparação a outros estabelecimentos sem a implantação de boas práticas. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Serviços de alimentação são os “estabelecimentos onde o alimento é manipulado, preparado, armazenado e/ou exposto à venda, podendo ou não ser consumido no local” (BRASIL, 2004). Edifício/instalação: As instalações compreendem as características de piso, parede, teto, iluminação, ventilação, vestiários e sanitários. É fundamental que a edificação e as instalações sejam projetadas de modo a favorecer o fluxo dos processos, sem cruzamentos indevidos em todas as etapas de fabricação. Por exemplo: o acesso ao sanitário deve ser exclusivo, e não pela cozinha; a entrada das instalações deve ser independente, sem circulação desnecessária entre as áreas. É essencial planejar as áreas para que as diferentes atividades estejam separadas por meios físicos, a fim de evitar a contaminação cruzada. Boas Práticas de Fabricação (BPF) As superfícies devem ser resistentes, impermeáveis, laváveis e estarem isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições que possam comprometer ou dificultar sua higienização, sendo fontes de contaminação (BRASIL, 2004). Boas Práticas de Fabricação (BPF) Piso, parede e teto com revestimento liso impermeável, lavável e íntegro. Portas e janelas ajustadas aos batentes. Portas dotadas de fechamento automático. Janelas e portas providas de telas milimetradas e removíveis. Aberturas do sistema de exaustão providas de telas milimetradas e removíveis. Instalações abastecidas com água corrente. Saídas de água conectadas à rede de esgoto ou fossa séptica, sem água parada/acumulada. Ralos com sifão e dispositivo que permita seu fechamento. Caixas de gordura e de esgoto com dimensão compatível ao volume de resíduos. Caixas de gordura e de esgoto localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos. Caixas de gordura e de esgoto conservadas e em bom funcionamento. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Áreas internas e externas do estabelecimento livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente. Áreas internas e externas sem a presença de animais. Iluminação suficiente para visualização adequada das preparações. Luminárias protegidas contra explosão e quedas acidentais. Instalações elétricas embutidas ou protegidas. Ventilação que possibilite a renovação do ar dos ambientes. O fluxo de ar não deve incidir diretamente sobre os alimentos. Equipamentos e filtros para climatização bem conservados. Limpeza periódica dos componentes do sistema de climatização, incluindo a troca de filtros e a manutenção programada. Instalações sanitárias e vestiários sem acesso por meio das áreas de preparação e armazenamento de alimentos ou refeitórios. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Instalações sanitárias e vestiários limpos, organizados e em adequado estado de conservação. Instalações sanitárias e vestiários com portas dotadas de fechamento automático. Instalações sanitárias e vestiários com lavatórios e produtos para higiene pessoal (papel-higiênico, sabonete líquido inodoro antisséptico ou sabonete líquido inodoro e produto antisséptico e sistema higiênico e seguro para secagem das mãos). Lixeiras com tampa e acionamento sem contato manual. Presença de lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo dos alimentos e em número suficiente, atendendo toda a área de preparação. Equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com alimentos e materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores nem sabores. Equipamentos, móveis e utensílios resistentes à corrosão e a repetidas operações de limpeza e desinfecção. Equipamentos, móveis e utensílios mantidos em estado adequado. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Saúde e higiene do manipulador O controle de saúde dos manipuladores compreende exames médicos e laboratoriais para evidenciar sua aptidão física. Verifica-se se eles são portadores de doenças ou sintomas de enfermidades que possam comprometer a qualidade higiênico- sanitária dos alimentos. Os tipos de exames e sua frequência devem ser definidos com base em requisitos de legislações específicas e também considerando o tipo de atividade a ser desenvolvida pelos colaboradores. Os exames mais comuns são: urina, coproparasitológico e hemograma completo. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Responsabilidades dos manipuladores de alimentos referentes às Boas Práticas de Fabricação (BPF). Boas Práticas de Fabricação (BPF) Cuidar do uniforme, mantendo-o limpo e conservado. Os uniformes devem ser trocados, no mínimo, diariamente. Usar uniformes exclusivamente nas dependências internas do estabelecimento. Não usar barba. Proteger os cabelos com redes, toucas etc. Manter unhas curtas, sem esmalte ou base. Retirar e guardar adequadamente todos os objetos de adorno pessoal. Não utilizar maquiagem. Participar de treinamento sobre Boas Práticas de Fabricação (BPF). Higienizar cuidadosamente as mãos: ao chegar ao trabalho; antes e após manipular alimentos; após qualquer interrupção do serviço; após tocar materiais contaminados; após usar os sanitários; e sempre que se fizer necessário. Adotar hábitos de boas práticas durante as atividades de manipulação de alimentos: não fumar; não falar desnecessariamente; não cantar; não assobiar; não espirrar; não cuspir; não tossir; não comer; não manipular dinheiro. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Boas Práticas de Fabricação (BPF) Etapas da higienização Você já ouviu falar que não adianta adicionar desinfetante em uma região que esteja suja? A verdade por trás dessa interrogação é que um produto sanitizante tem o objetivo de eliminar os micro- organismos contaminantes e não age nas sujidades grosseiras; com isso, sua ação é mais eficaz em uma superfície limpa. Etapa Objetivo Método 1a Pré-lavagem Reduz os resíduos aderidos aos equipamentos. É feita com água. 2a Limpeza É uma das etapas mais importantes, removendo sujidades. Com auxílio de esponjas ou escovas e detergente neutro. 3a Enxágue Retira os resíduos de detergente. É feita com água fria ou quente. 4a Sanitização Elimina os micro- organismos presentes. Calor, radiação, uso de compostos clorados, iodados etc. Quais riscos um manipulador portador de alguma doença ou apenas sintomático pode acarretar para a qualidade da preparação? a) Alteração do sabor e da aparência da preparação. b) Utilização de temperos e especiarias inadequados. c) Comprometimento da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos. d) Utilização errônea de técnicase procedimentos. e) Comprometimento do controle de tempo e temperatura. Interatividade Quais riscos um manipulador portador de alguma doença ou apenas sintomático pode acarretar para a qualidade da preparação? a) Alteração do sabor e da aparência da preparação. b) Utilização de temperos e especiarias inadequados. c) Comprometimento da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos. d) Utilização errônea de técnicas e procedimentos. e) Comprometimento do controle de tempo e temperatura. Resposta Qualidade da água Além da atenção em buscar fontes confiáveis de água, é preciso ter cuidado ao armazená-la. Os reservatórios devem ser bem conservados e passar por vistorias e limpezas rotineiras. A água parada, sobretudo em superfície irregular, cria crostas, promovendo o acúmulo de potenciais contaminantes na água, como micro-organismos e sujidade. Filtrar, ferver e clorar são medidas de controle para evitar que perigos físicos e biológicos sejam vinculados ao alimento por meio da água. Boas Práticas de Fabricação (BPF) 1 Utilizar água potável. 2 Atestar a potabilidade da água por meio de testes laboratoriais. 3 Utilizar gelo preparado com água potável. 4 O vapor, quando utilizado em contato direto com alimentos ou com superfícies que entrem em contato com alimentos, deve ser produzido a partir de água potável. 5 Reservatório de água deve ser de materiais que não comprometam a qualidade da água, conforme legislação específica. 6 Reservatório de água livre de rachaduras, vazamentos, infiltrações, descascamentos, entre outros defeitos, e em adequado estado de higiene e conservação. 7 Reservatórios higienizados no mínimo a cada seis meses. 8 Reservatórios de água mantidos fechados. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Boas práticas para a qualidade da água. Qualidade da matéria-prima, embalagens e ingredientes As BPF fixam as seguintes medidas básicas para controle de qualidade da matéria-prima, embalagens e ingredientes (BRASIL, 2004): Fornecer área protegida e limpa para recepção. Disponibilizar local para um armazenamento organizado – sobre paletes, estrados e/ou prateleiras, respeitando-se o espaçamento mínimo necessário para garantir adequada ventilação e limpeza. Disponibilizar paletes, estrados e/ou prateleiras de material liso, resistente, impermeável e lavável. Avaliar a qualidade das matérias-primas, ingredientes e embalagens no recebimento em relação aos seguintes itens: Boas Práticas de Fabricação (BPF) integridade; temperatura, quando necessário; validade; condições do veículo de transporte (higiene e conservação); especificações técnicas internas; identificar os materiais. utilizar todos dentro do prazo de validade. Materiais “reprovados ou com prazos de validade vencidos devem ser imediatamente devolvidos ao fornecedor e, na impossibilidade, devem ser devidamente identificados e armazenados separadamente” (BRASIL, 2004). Boas Práticas de Fabricação (BPF) Qualificação de fornecedores “Os serviços de alimentação devem especificar os critérios para avaliação e seleção dos fornecedores de matérias-primas, ingredientes e embalagens” (BRASIL, 2004). Deve-se buscar por fornecedores cujos princípios de produção, fabricação ou distribuição sejam pautados em segurança do alimento. É importante que os fornecedores sejam periodicamente auditados. Essa tarefa pode ser feita pelo responsável técnico do serviço de alimentação com base nos princípios e requisitos de boas práticas aqui estudados. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Os fornecedores: “[...] devem ser previamente cadastrados pelas unidades de comercialização de alimentos e serviços de alimentação. Os cadastros devem conter, no mínimo, nome e endereço do fornecedor e identificação do local de origem da matéria-prima para facilitar o rastreamento” (BRASIL, 2004). Boas Práticas de Fabricação (BPF) Desenvolver especificação técnica Homologar fornecedores Controlar qualidade no recebimento Identificar e armazenar Utilizar dentro do prazo de validade Controle de resíduos Resíduos são materiais a serem descartados, oriundos da área de preparação e das demais áreas do serviço de alimentação. É responsabilidade do estabelecimento o devido controle de resíduos, armazenando e descartando conforme legislação específica (BRASIL, 2004). Além de significarem organização, o armazenamento e o descarte adequados de resíduos contribuem para a prevenção de acesso e proliferação de pragas; por conseguinte, diminuem os riscos de contaminação aos alimentos e riscos de agravo à saúde de colaboradores e clientes. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Lixeira Características indispensáveis Conter identificação. Não estar quebrada/furada. Ser de fácil higienização. Ser em número suficiente. Ter volume/tamanho suficiente. Ser de fácil transporte, quando necessário. Ter tampa, principalmente nas áreas de preparação e armazenamento. Ter acionamento automático (sem a necessidade de abertura manual), principalmente nas áreas de preparação e armazenamento. Não estar com acúmulo; os resíduos devem ser frequentemente coletados. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Controle integrado de vetores e pragas urbanas Trata-se de “sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento” (BRASIL, 2004). Pragas e vestígios de pragas são totalmente inaceitáveis nas regiões de manipulação de alimentos e nas áreas próximas. As pragas urbanas mais comuns são: mosca, barata, roedor e formiga. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Alguns exemplos de boas práticas para controle de pragas são: Telas nas janelas para evitar acesso de insetos alados. Portas e janelas ajustadas ao batente. Base da porta protegida por borrachões ou sistema similar para vedar as frestas. Ralos sifonados e com tampa. Lixeiras limpas, vedadas e com tampas. Não acumular resíduos de qualquer natureza, como restos de alimentos ou entulhos, pois atraem e servem de abrigo para insetos. Limpeza de áreas, equipamentos e utensílios. Vínculo com empresa perita para obter apoio sobre os tipos de pragas e os controles mais apropriados para determinados serviços de alimentação. Boas Práticas de Fabricação (BPF) O controle químico por meio da aplicação de produtos desinfetantes, chamados de desinsetização, pode ser adotado, desde que todos sejam regularizados pelo Ministério da Saúde, sendo conduzido por empresa especializada e conforme requisitos de legislações locais. Na desinsetização, é essencial evitar a contaminação cruzada pré e pós-tratamento para que produtos químicos não sejam aderidos nos utensílios que entrarão em contato com alimentos. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Qual dos procedimentos citados pode levar risco de contaminação do alimento por meio da água? a) Utilização de água potável. b) Para o preparo de gelo não há necessidade da utilização de água potável. c) Atestar a potabilidade da água por meio de testes laboratoriais. d) Os reservatórios devem ser higienizados no mínimo a cada seis meses. e) O vapor, quando utilizado em contato direto com alimentos ou com superfícies que entrem em contato com alimentos, deve ser produzido a partir de água potável. Interatividade Qual dos procedimentos citados pode levar risco de contaminação do alimento por meio da água? a) Utilização de água potável. b) Para o preparo de gelo não há necessidade da utilização de água potável. c) Atestar a potabilidade da água por meio de testes laboratoriais. d) Os reservatórios devem ser higienizados no mínimo a cada seis meses. e) O vapor, quando utilizado em contato direto com alimentos oucom superfícies que entrem em contato com alimentos, deve ser produzido a partir de água potável. Resposta Controle e manutenção de equipamentos Vimos que a temperatura do alimento e dos processos são fatores indispensáveis para manter o alimento seguro. Contudo, termômetros e refrigeradores devem funcionar perfeitamente, caso contrário podem nos induzir a erros de interpretação, indicando falsa aparência de segurança. Por isso, as boas práticas determinam que “os estabelecimentos devem dispor de Procedimentos Operacionais Padronizados que especifiquem a periodicidade e responsáveis pela manutenção dos dispositivos envolvidos no processo produtivo do alimento”. “Esses POPs devem contemplar a operação de higienização adotada após a manutenção dos equipamentos” (BRASIL, 2002). Boas Práticas de Fabricação (BPF) “Devem ser realizadas manutenção programada e periódica dos equipamentos e utensílios e calibração dos instrumentos ou equipamentos de medição, mantendo registro da realização dessas operações” (BRASIL, 2004). determinar que as manutenções sejam feitas em horários distintos aos de manipulação de alimentos; estabelecer procedimento para higienização de instalações e artigos após cada manutenção; limpeza e troca dos componentes do sistema de climatização. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Rastreabilidade É o “conjunto de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo das etapas da cadeia produtiva, mediante dados e registros de informações” (BRASIL, 1997). Deve haver controle rigoroso em todas as etapas de origem e destino dos alimentos. Tal medida deve iniciar no mínimo a partir da qualificação do fornecedor, efetuando um cadastro prévio dele; a seguir, o procedimento continua no recebimento de materiais (ingredientes, embalagens e insumos), registrando os dados característicos do material e do fornecedor que estão sendo recebidos, como: Boas Práticas de Fabricação (BPF) nome; quantidade; origem; data de recebimento; condições de qualidade. Desenvolvimento: criar a sistemática, redigir o procedimento operacional de rastreabilidade e fazer os formulários para coleta de dados, o que pode ser por meio de sistema informatizado de gestão ou formulário, contendo no mínimo: o passo a passo das operações; frequência das operações; Boas Práticas de Fabricação (BPF) nome, cargo e/ou função dos responsáveis por sua execução. Aprovação: responsável técnico e/ou legal deve autorizar o procedimento, firmando o compromisso de implementação, monitoramento, avaliação, registro e manutenção. Treinamento: todos os funcionários que realizam as etapas de rastreabilidade devem ser treinados. Executar: deixar os POPs acessíveis aos responsáveis pela execução das operações e às autoridades sanitárias. Supervisionar: verificar diariamente se as tarefas fixadas no POP estão sendo dirigidas com eficiência. Auditar: regularmente avaliar a efetividade dos POPs adotados, comparando os requisitos do procedimento de acordo com os resultados. Ajustar: em caso de desvios, devem ser feitos os ajustes necessários. Boas Práticas de Fabricação (BPF) Controle e garantia para a segurança de alimentos Responsabilidade técnica Responsável técnico “é o profissional habilitado a exercer atividade na área de produção de alimentos e respectivos controles de contaminantes que possa intervir com vistas à proteção da saúde” (BRASIL, 1997). Os responsáveis técnicos devem “ter conhecimento suficiente sobre as Boas Práticas de Produção de Alimentos para poder avaliar e intervir nos possíveis riscos e assegurar uma vigilância e controle eficazes” (BRASIL, 1997). A Portaria nº 1.428 (BRASIL, 1993) determina um responsável técnico para cada unidade de produção e estabelece que o exercício de suas atividades seja focado na segurança do alimento, na saúde do trabalhador e na saúde do consumidor. Fluxograma É uma ferramenta da qualidade que apresenta graficamente o passo a passo das atividades. Por meio de um atencioso planejamento dos fluxos dos processos, é possível identificar e evitar cruzamentos indevidos, possibilitando o bloqueio de qualquer acesso de contaminantes e a garantia da segurança do alimento. Ajudará a identificar pontos falhos, por exemplo, quando atividades se cruzam desnecessariamente. Controle e garantia para a segurança de alimentos Controle e garantia para a segurança de alimentos ´ - Recebimento Deve ser reservado um local protegido, limpo e livre de objetos em desuso e estranhos ao ambiente. Ferramentas para controle de qualidade, como balança e termômetro, também são úteis. Armazenamento Os alimentos preparados e mantidos na área de armazenamento ou aguardando transferência, tanto da produção para o estoque quanto do estoque para a distribuição aos clientes, devem estar devidamente: identificados; protegidos contra contaminantes; com temperatura controlada e registrada. Controle e garantia para a segurança de alimentos Pré-preparo Um exemplo de ação considerada boa prática é adquirir e utilizar na higienização de hortaliças apenas produtos saneantes regularizados pelo Ministério da Saúde. Destacamos as seguintes etapas: Descongelamento Deve ser efetuado em condições de refrigeração à temperatura inferior a 5 ºC ou em forno de micro-ondas – quando o alimento for submetido imediatamente à cocção. Não recongelar alimentos descongelados. Manter sob refrigeração os alimentos descongelados que não serão preparados de imediato. Controle e garantia para a segurança de alimentos Higienização de hortaliças: Os alimentos a serem consumidos crus devem ser submetidos a processo de higienização a fim de reduzir a contaminação. Utilizar produtos saneantes aprovados pelo Ministério da Saúde. Higienização de frutas, legumes e verduras: Adicionar 10 mL (1 colher de sopa) de hipoclorito de sódio (a 2,5%) para cada 1 litro de água tratada. Imergir os alimentos. Controle e garantia para a segurança de alimentos Preparo O perigo a ser evitado na etapa de preparo, na maioria das situações, é o perigo biológico, representado pela ação deteriorante ou patogênica de micro-organismos indesejáveis. Os métodos de prevenção consistem em impedir a multiplicação microbiana por meio de higienização com produtos saneantes, controle de tempo e temperatura de processos térmicos e controle de temperatura de armazenamento frio. Controle e garantia para a segurança de alimentos Qual o principal objetivo do desenvolvimento de um correto fluxograma dentro de uma unidade produtora/fabricante de refeição? a) Otimizar os procedimentos operacionais e evitar contaminação cruzada. b) Facilitar a entrada de matéria-prima. c) Organizar as estratégias de mão de obra. d) Organizar a área de descarte de resíduos. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Interatividade Qual o principal objetivo do desenvolvimento de um correto fluxograma dentro de uma unidade produtora/fabricante de refeição? a) Otimizar os procedimentos operacionais e evitar contaminação cruzada. b) Facilitar a entrada de matéria-prima. c) Organizar as estratégias de mão de obra. d) Organizar a área de descarte de resíduos. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. Resposta Tratamento térmico Todas as partes do alimento devem atingir no mínimo 70 ºC. Temperaturas inferiores podem ser adotadas, desde que o tempo de contato com calor seja maior e desde que elas sejam suficientes para assegurar a qualidade microbiológica. Avaliar a eficácia do tratamento térmico pela verificação da temperatura e do tempo utilizado. Avaliar a eficácia do tratamento térmico pelas mudanças na textura e cor na parte central do alimento, quando aplicável. Fazer o descongelamento dos alimentos antes dotratamento térmico, a fim de garantir adequada penetração do calor, exceto em caso de recomendações contrárias do fabricante. Fritura Estabelecer medida para que o óleo e a gordura reutilizados para fritura não constituam uma fonte de contaminação química do alimento preparado. Aquecer os óleos e as gorduras a temperaturas não superiores a 180 ºC. Substituir de imediato óleos e gorduras em caso de alteração evidente das características físico-químicas ou sensoriais (aroma e sabor). Substituir de imediato óleos e gorduras em caso de formação intensa de espuma e fumaça. Controle e garantia para a segurança de alimentos Pós-preparo Manter os alimentos em condições de tempo e de temperatura que não favoreçam a multiplicação microbiana. Manter o alimento em temperatura superior a 60 ºC por, no máximo, seis horas. Alimentos a serem acondicionados sob refrigeração ou congelamento devem ser previamente submetidos ao processo de resfriamento. O prazo máximo seguro para reduzir a temperatura é de duas horas. Os produtos utilizados na higienização dos alimentos devem estar regularizados no órgão competente do Ministério da Saúde e serem aplicados de forma a evitar a presença de resíduos no alimento preparado. Resfriamento/congelamento Não resfriar ou congelar alimento cuja temperatura esteja acima de 10 ºC em até duas horas. Para resfriamento, a temperatura deve ser igual ou inferior a 5 ºC. Para congelamento, a temperatura deve ser igual ou inferior a -18 ºC. Utilizar no máximo em cinco dias os alimentos já preparados e que foram armazenados sob refrigeração a uma temperatura inferior a 4 ºC. Os alimentos preparados e conservados sob refrigeração a uma temperatura superior a 4 ºC têm menor prazo de validade. Identificar os alimentos antes do armazenamento refrigerado ou congelado. Fazer o controle e o registro de temperatura de armazenamento. Controle e garantia para a segurança de alimentos Distribuição As áreas de exposição do alimento – preparado e de consumação – ou refeitório devem ser projetadas para proteger os alimentos do acesso de qualquer contaminante, seja de origem interna, seja externa. Transporte “Os meios de transporte do alimento preparado devem ser higienizados, sendo adotadas medidas a fim de garantir a ausência de vetores e pragas urbanas”. Também é essencial que os veículos contenham “[...] cobertura para proteção da carga, não devendo transportar outras cargas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento preparado” (BRASIL, 2004). Controle e garantia para a segurança de alimentos Documentação do sistema de qualidade e segurança de alimento São arquivos que contêm pormenores sobre o que o estabelecimento faz para assegurar a qualidade dos produtos em nível sanitário. Os mais básicos são os registros, que derivam do POP, que, por sua vez, faz parte do conteúdo do Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF). Por fim, temos a APPCC. As BPF são pré-requisitos fundamentais que viabilizam a APPCC, o atestado mais elevado em relação à segurança de alimentos em nível nacional. Esses relatórios devem estar acessíveis aos funcionários envolvidos e disponíveis à autoridade sanitária, quando requerido. Controle e garantia para a segurança de alimentos Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF) De acordo com a RDC nº 216 (2004), todo estabelecimento deve elaborar seu próprio MBPF, pois se trata de um documento particular e personalizado. Pode ser criado por funcionários da própria empresa ou podem ser contratados técnicos especializados para tal. No Manual são descritos todos os procedimentos seguidos pela organização, que objetivam garantir a segurança dos alimentos preparados. Esse registro deve ficar em local de fácil acesso para toda a equipe de funcionários. Controle e garantia para a segurança de alimentos Procedimento Operacional Padronizado (POP) “Procedimento Operacional Padronizado (POP) é um procedimento escrito de forma objetiva, que estabelece instruções sequenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na manipulação de alimento” (BRASIL, 2002). Como exemplo, temos o método para higienização de equipamentos, higienização das mãos e para tratamento térmico. Além de estipular o passo a passo das etapas de trabalho, deve- se incluir medidas preventivas e corretivas para casos de não conformidade. Controle e garantia para a segurança de alimentos Controle e garantia para a segurança de alimentos 1 Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios. 2 Controle da potabilidade da água. 3 Higiene e saúde dos manipuladores. 4 Manejo dos resíduos. 5 Manutenção preventiva e calibração de equipamentos. 6 Controle integrado de vetores e pragas urbanas. 7 Seleção das matérias-primas, ingredientes e embalagens. 8 Programa de rastreabilidade e recolhimento de alimentos. POPs obrigatórios Capacitação/treinamento É uma regra de BPF que todos os colaboradores sejam treinados a cada admissão e também periodicamente. O registro da participação por meio de assinatura de lista de presença tem grande relevância, pois demonstra um acordo, um comprometimento com o conteúdo ministrado e aprendido. Os temas podem ser diversos, conforme o produto e a necessidade. Princípios da segurança de alimentos Análise de Pontos Críticos de Controle (APPCC) O sistema APPCC é uma metodologia para identificar e prevenir os riscos de contaminações dos alimentos. A APPCC está aprovada desde 1993, por meio da Portaria nº 1.428. Todas as organizações de serviço de alimentação devem implantar um plano de segurança de alimentos baseado em boas práticas e na APPCC, e estes serão auditados pela autoridade sanitária da região. Princípios da segurança de alimentos Princípios da segurança de alimentos Princípio 1 Análise dos perigos e caracterização das medidas de controle. Tem o objetivo de identificar o tipo, a gravidade e a probabilidade dos perigos nas matérias-primas, nos ingredientes e nos processos para determinar as respectivas medidas de controle. Princípio 2 Identificação dos PCCs (pontos críticos de controle). PCC é a etapa do processo produtivo na qual um perigo pode ser reduzido ou eliminado por meio das medidas de controle (preventivas). Princípio 3 Limites críticos para cada PCC. Identificar o valor máximo e/ou mínimo de parâmetros que assegurem o controle de cada perigo. Princípio 4 Monitorização, observação e monitoramento das medidas de controle. Princípio 5 Ações corretivas, definição e descrição das ações a serem aplicadas em caso de desvio dos limites críticos. Princípio 6 Registro e documentação. Estabelecer formulários, planilhas e documentos numerados e identificados para anotar (registrar) os dados obtidos em todas as etapas anteriores (monitoramento e ações corretivas). Princípio 7 Verificação. Análise crítica dos resultados obtidos, incluindo a conferência da monitorização e das ações corretivas. Sete princípios da APPCC Itens da APPCC Fluxograma. Descrição do produto. Descrição da embalagem. Descrição dos ingredientes. Determinação do PCC (Ponto Crítico de Controle). Monitoramento. Registros. Ações corretivas. Princípios da segurança de alimentos Logo da empresa Título do Procedimento Operacional Padronizado Data da elaboração: __/__/__ Nº da revisão: Nº do documento: XXXX Nº de páginas: __/__ Objetivo: Descrever para que serve o POP, qual sua importância para a segurança do alimento. Campo de aplicação: Descrever onde se aplica, em quais setores. Definições: Inclua termos, siglas e abreviaturas relacionadas ao POP. Referências bibliográficas: Inclua legislações federal, estadual e/ou municipal e referências técnicas. Responsabilidades: Insira o nome dos responsáveis pela aplicação e monitoramento do POP. Descritivo técnico: Descrever o método, o passoa passo, com todos os processos relacionados ao POP. Monitoramento: Explicar como serão monitorados os pontos importantes do controle deste POP. Registro: Mencionar o título do formulário ou planilha que será utilizada para monitoramento. Os registros devem ser padronizados, numerados, datados e assinados pelo responsável pelo controle do POP. Ação corretiva: Plano de ação para correção dos pontos de controle em não conformidade observado no monitoramento. Verificação: Avaliação dos registros de monitoramento. Devem ser realizados pelos responsáveis técnicos do estabelecimento, por um responsável indicado por ele ou pelo proprietário. Elaborado por: Nome completo e cargo do elaborador do procedimento Aprovado por: Nome completo e cargo de quem aprova o procedimento Visto Assinatura do elaborador firmando compromisso de efetivar o POP Visto Assinatura do aprovador firmando compromisso de dar condições para efetividade do POP Modelo e roteiro para elaboração de procedimento operacional Quais são os documentos e os procedimentos fundamentais para o Controle das Boas Práticas de Fabricação? a) Controle de tempo e temperatura e controle de vetores e pragas urbanas. b) Congelamento e descongelamento de carnes. c) Manutenção dos equipamentos e controle de fornecedores. d) Controle de higienização dos reservatórios de água. e) Manual de Boas Práticas, POPs, Sistema APPCC. Interatividade Quais são os documentos e os procedimentos fundamentais para o Controle das Boas Práticas de Fabricação? a) Controle de tempo e temperatura e controle de vetores e pragas urbanas. b) Congelamento e descongelamento de carnes. c) Manutenção dos equipamentos e controle de fornecedores. d) Controle de higienização dos reservatórios de água. e) Manual de Boas Práticas, POPs, Sistema APPCC. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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