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Profa. Dra Rúbia Denise Ruppenthal rubia.ruppenthal@ufrgs.br Link das aulas: Acessar sala: Aulas Profa Rubia Ruppenthal • Mconf UFRGS Livro recomendado: Básica Essencial - Kumar, V.; Abbas, A.K.. Robbins. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. ISBN 9788535281637 Módulo I Aula 1, 03/08 Patologia - Aula inaugural Patologia geral → Conceituar e compreender as principais alterações morfológicas e funcionais da célula lesada; Patologia sistêmica → Aplicar os conceitos da patologia geral na descrição das principais doenças que acometem órgãos e/ou sistemas; Introdução à patologia Estudo da doença→ alterações estruturais, moleculares, bioquímicas e funcionais das células, tecidos e órgãos; Conceitos básicos que embasam a pato ▸ Etiologia: causa da doença; ▸ Patogenia: mecanismos da doença; ▸ Lesões: alterações morfológicas e moleculares; ▸ Fisiopatologia: alterações funcionais; Terminologia de doenças As doenças são descritas sistematicamente 1. Definição: o relato de uma doença inicia com a descrição orgânica e características importantes “diferenciadoras”; Exemplo: A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que acomete o sistema nervoso central… 2. Etiologia: responde a pergunta “por quê?” Agente etiológico (causas e fatores de risco) podem ter 2 origens: ▸ Hereditário: mutação herdada; ▸ Adquirido: infeccioso, nutricional, químico e físico - múltiplos fatores ambientais; Mas algumas doenças tem tanto fatores genéticos quanto ambientais influenciando, aí podem ser: ▸ Multifatoriais: vários estímulos externos em um indivíduo geneticamente suscetível; Exemplo: câncer e aterosclerose ▸ Idiopáticas: doença de causa ainda desconhecida Exemplo: doença de Chron 3. Epidemiologia: responde a pergunta “quem?” Ajuda a entender a abrangência na população mailto:rubia.ruppenthal@ufrgs.br https://mconf.ufrgs.br/bigbluebutton/rooms/aulas-profa-rubia-ruppenthal/invite ▸ Incidência: número de casos novos; ▸ Prevalência: número de pacientes afetados ao mesmo tempo; 4. Patogenia: responde a pergunta “como?” A patogenia é a sequência de eventos desde o estímulo inicial até a expressão final da doença; * Prof Rúbia gostaria que compreendêssemos a patogenia de cada doença; é em cima da patogenia que se entende o mecanismo de ação de um fármaco; 5. Alterações moleculares e morfológicas: alterações estruturais das células/tecidos características de uma doença ou diagnósticas de um processo etiológico; normalmente é a partir daqui que se estabelece um diagnóstico; 6. Manifestações clínicas: são o resultado final das alterações genéticas, bioquímicas e estruturais na forma de anormalidades funcionais; Manifestações clínicas = sinais e sintomas da doença: ▸ Sinais: percebidos pelo médico; critério objetivo que normalmente se dá por um exame; ▸ Sintomas: percebidos pelo paciente; subjetivo a partir de queixas; 7. Evolução natural: responde a pergunta “quando?” É o curso habitual desde o início até a fase de pré-tratamento ou até seu resultado final (morte); Determina gravidade, complicações e mortalidade; Exemplo: Quem tem câncer se não tratar morre = resultado final = evolução natural 8. Prognóstico: Resultados prováveis da doença a partir do diagnóstico; Exemplo: Descobriu um câncer, mas não tem metástase = bom prognóstico de possível cura ao remover aquele câncer Aula 2, 05/08 Lesão celular Linha geral: agressão → defesa → adaptação → lesão Agressão Diz respeito às causas de lesão celular Existem 7 tipos de agentes agressores: ●HIPÓXIA: privação de oxigênio Redução da tensão de oxigênio nos tecidos, reduzindo a respiração oxidativa aeróbica, interferindo na produção de ATP pela via, privando vários processos biológicos fundamentais e vitais para a célula; Pode ser causada por 3 condições: ▸ Isquemia: perda do suprimento sanguíneo; Exemplo: compressão, obstrução ou rompimento vascular interrompem o fornecimento de O2 às células ▸Oxigenação inadequada: insuficiência cardíaco-respiratórias; Exemplo: tuberculose ▸ Perda da capacidade de transporte de O2 no sangue; Exemplo: anemia falciforme ou ferropriva ●AGENTES FÍSICOS: Pode ocorrer de várias formas, como: Traumatismos mecânicos; Exemplo: perfuração Extremos de temperatura; Exemplo: Congelamento Alterações bruscas de pressão atmosférica; Exemplo: Mergulho Radiação; Exemplo: UVA/UVB Choque elétrico; Exemplo: corrente pelos tecidos ●AGENTES QUÍMICOS E DROGAS: Soluções hipertônicas muito concentradas de glicose ou sal; Venenos; Exemplo: arsênio ou cianeto Poluentes, inseticidas ou herbicidas; Exemplo: glifosato Ocupacionais; Exemplo: poeira de carvão em mineradores Drogas sociais e terapêuticas; Exemplo: medicamentos e cigarro ●AGENTES INFECCIOSOS: Vírus, bactérias, fungos e parasitos; ● CAUSAS IMUNOLÓGICAS: reações de defesa também podem causar lesão celular e tecidual; doenças autoimunes; Exemplo: artrite reumatóide ● CAUSAS GENÉTICAS: defeitos genéticos por erros cromossômicos ou gênicos que causam lesões; todos os tipos de câncer são dessa categoria; ● CAUSAS NUTRICIONAIS: desequilíbrios nutricionais, deficiências proteico-calóricas ou de vitaminas; Subnutrição: anorexia. Hipernutrição: obesidade, aterosclerose. Defesa Maneira de lutar contra essas agressões Outras: 1) Sistema de reparo do DNA: contra agentes genotóxicos 2) Antioxidantes: contra radicais livres Adaptação Abordado mais pra frente; Acontece quando tem uma inabilidade na eliminação do agente agressor de forma plena; a célula adquire uma condição de sobrevivência possível a partir da adaptação por modificação celular; Lesão Lesão ou processo patológico é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares ou funcionais que surgem nas células ou tecidos após agressões. As lesões são dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou cronicidade (processo patológico); Lembrar que os mecanismos de defesa, quando acionados, também podem causar lesão ao organismo; Classificação das lesões ● Lesão celular Não letais x Letais ● Lesão de outros componentes teciduais Alterações intersticiais (da matriz extracelular); distúrbios de circulação (hiperemia, isquemia, trombose, embolia, edema...); alterações de inervação (pouco conhecidas). Alterações morfológicas da lesão celular As células rapidamente se tornam não funcionais, ainda viáveis, com lesão reversível. Porém, com maior duração evolui para lesão irreversível e morte celular. O fluxo das alterações é: 1. Perda de função 2. Alterações bioquímicas 3. Alterações ultra estruturais 4. Alterações microscópicas 5. Alterações macroscópicas a olho nu ● LESÃO CELULAR NÃO-LETAL (REVERSÍVEL): Nos estágio iniciais e nas formas leves de lesão, as alterações funcionais podem ser reversíveis se o estímulo for removido. Embora existam anomalias estruturais e funcionais graves, não há progressão da lesão para dano à membrana e dissolução nuclear. No entanto, com a permanência do dano, a lesão se torna irreversível em função do dinamismo das lesões; diante disso a célula não se recupera e morre. ▸Tumefação celular/degeneração hidrópica ou vacuolar: o inchaço celular é a primeira manifestação (palidez, aumento de peso e do turgor); as células são incapazes de manter a homeostasia iônica; há falha na bomba de íons da membrana. ● LESÃO CELULAR LETAL (IRREVERSÍVEL): Efeito de dano sobre as membranas mitocondrial e, principalmente, plasmática. As lesões se tornam irreversíveis com o não cessamento das injúrias e dano membranoso, de modo que a membrana celular que não resiste às agressões e desestrutura a célula e seus componentes celulares. Aula 3, 10/08 Lesão celular - Mecanismos bioquímicos Mecanismos das lesões celulares As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade das células lesadas: estado nutricional e hormonal celular e necessidades metabólicas; A lesão celular é resultante de diferentes mecanismos bioquímicos que agem em vários componentes celulares essenciais: mitocôndrias, membranas celulares, DNA nuclear, sistema de síntese proteica. ⬥ DEPLEÇÃO DE ATP: A depleção de 5 a 10% do ATPproduz extensos defeitos em sistemas celulares críticos: 1) bomba de Na+/K+: tumefação celular ; 2) alteração do metabolismo de energia ; 3) falência da bomba de Ca2+: influxo de Ca2+ ; 4) redução da síntese proteica ; 5) dobramento anormal das proteínas ; 6) dano irreversível às mitocôndrias e membranas: necrose. ⬥ DANOS MITOCONDRIAIS: Fonte de energia da célula; Pode ser danificada pelo Ca2+ citosólico, hipóxia, toxinas, espécies reativas de oxigênio; Poro de transição de permeabilidade mitocondrial: leva à falha na produção de ATP; extravasamento de proteínas que induzem apoptose pode levar à morte celular. ⬥ INFLUXO E PERDA DA HOMEOSTASIA DO CÁLCIO: Ca2+ mediador importante da lesão celular; Acúmulo nas mitocôndrias leva à abertura do poro de transição de permeabilidade mitocondrial; Ativação de fosfolipases, proteases e endonucleases; Induz apoptose. ⬥ AUMENTO DOS RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO ESTRESSE OXIDATIVO: Desequilíbrio entre a produção de radicais livres (subprodutos da respiração mitocondrial) e sua eliminação; Os radicais livres danificam proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos. ⬥ DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA: Dano à membrana mitocondrial: depleção de ATP e liberação de proteínas que desencadeiam apoptose; Danos à membrana plasmática: perda do equilíbrio osmótico, influxo de íons, perda de conteúdos celulares; Danos às membranas lisossômicas: ativação de enzimas que levam à digestão enzimática da célula. ⬥ PONTO DE NÃO RETORNO: Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial: perda da fosforilação oxidativa e geração de ATP; Perturbações profundas na estrutura e função da membrana. Aula 4, 10/08 Morte celular - Necrose O desenvolvimento e a homeostase do organismo depende do balanço entre a sobrevida e a morte celular. Necrose: termo morfológico que descreve uma série de alterações que acompanham a morte celular, que resulta da ação degradativa nas células lesadas letalmente; morte celular acidental/passiva; Termo usado para indicar morte celular seguida de fenômenos de autólise (processo de rompimento de uma célula); Definições gerais: Ocorre após dano acentuado às membranas; Ocorre extravasamento de enzimas lisossômicas; Há digestão da célula; Escape do conteúdo celular; Sempre um processo patológico; Resulta, na maioria das vezes, em inflamação. Morfologia: Inchaço celular (oncose) - Perda de compartimentalização citoplasmática; Dilatação da membrana nuclear; Condensação da cromatina em aglomerados pequenos e irregulares; Perda da estabilidade da membrana plasmática: rompimento Extravasamento do conteúdo intracelular; Desnaturação de proteínas; Digestão enzimática das organelas e de outros componentes citoplasmáticos; Extravasamento celular de enzimas lisossomais; O núcleo pode sofrer picnose (núcleo pequeno e denso), cariólise (núcleo pálido ou dissolvido) ou cariorrexe (núcleo fragmentado em numerosos fragmentos); Há variados tipos de necrose: Necrose de coagulação Forma de necrose que preserva arquitetura básica dos tecidos, que apresentam textura firme e com área esbranquiçada. A lesão desnatura proteínas e as enzimas, bloqueando a proteólise. Células anucleadas eosinofílicas permanecem por dias (cariólise). As células necróticas são removidas por fagocitose dos restos por leucócitos. Também chamada de necrose isquêmica, pois a isquemia é a causa mais comum. A área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto. A isquemia por obstrução de vaso leva a necrose de coagulação (exceto no cérebro, que provoca necrose liquefativa). Necrose Liquefativa Ocorre digestão das células mortas (ao contrário da necrose de coagulação), em razão disso o tecido é transformado em massa viscosa líquida. Em infecções bacterianas ou fúngicas: leucócitos recrutados liberam enzimas lisossômicas. PUS: material necrótico amarelo cremoso com leucócitos mortos. Hipóxia no sistema nervoso central: necrose liquefativa. Necrose Caseosa “Caseum” - a área de necrose é semelhante a queijo branco fresco. Encontrada na tuberculose. Área necrótica exibe coleção de células rompidas e restos amorfos dentro de uma borda inflamatória nítida: granuloma Necrose gordurosa Padrão específico de adipócitos. Também chamada de esteatonecrose. Pancreatite aguda: Áreas focais de destruição gordurosa resultante da liberação de lipases pancreáticas. Saponificação da gordura: áreas brancas visíveis resultantes da associação dos ácidos graxos com cálcio. Microscopia: adipócitos necróticos, depósitos de cálcio e reação inflamatória. Necrose Gangrenosa Não é um tipo padrão de morte celular, mas sim um termo utilizado na prática clínica. Termo aplicado a um membro onde ocorreu interrupção do suprimento sanguíneo e que sofreu necrose – em geral necrose de coagulação. Gangrena úmida: quando se sobrepõe à infecção bacteriana e ocorre necrose liquefativa associada a gangrena. Necrose Fibrinoide Forma especial de necrose observada nas reações imunes que envolvem vasos sanguíneos. Imunocomplexos depositados nas paredes das artérias. Aula 5, 12/08 Morte celular - Apoptose a outras formas Apoptose: processo de morte celular programada, responsável pela remoção de células e tecidos dispensáveis impedindo a proliferação de células lesadas que podem comprometer o correto funcionamento tecidual e a homeostase do organismo. "É uma forma de morte celular destinada a eliminar células do hospedeiro indesejáveis através da ativação de uma série programada de eventos." → Renovação Ao contrário da necrose, além de às vezes de forma patológica, ocorre em contexto fisiológico: Na embriogênese; Como mecanismo homeostático para manter populações celulares nos tecidos; Como mecanismo de defesa (reações imunológicas); Quando o DNA for lesado irreversivelmente; No envelhecimento; Morfologia: Retração celular; Volume celular diminuído (picnose); Condensação da cromatina; Fragmentação nuclear (cariorrexe); Dobramentos de membrana intacta; Formação de corpúsculos apoptóticos contendo porções de citoplasma e organelas aparentemente intactas; Fagocitose dos corpúsculos apoptóticos; O que determina o tamanho e o número de células dos órgãos e do corpo de um indivíduo? Estágios da apoptose 1. Sinalização: ausência de fatores de sobrevida (citocinas ou hormônios) ou dano ao DNA. Leva à uma falha na supressão dos programas pré-existentes de morte celular, sinalizando para o início da apoptose. 2. Controle ou integração: transdução de sinal via proteínas da família Bcl-2. 3. Execução: ação das caspases. Cascata proteolítica coordenadas por proteases chamadas CASPASES (Cysteine ASPartic-acid protease). Ocorrem na forma de zimogênio: devem sofrer clivagem para que sejam ativadas e iniciem o processo de apoptose. Essas enzimas são responsáveis pelas alterações morfológicas da apoptose. Vias de indução de apoptose Via extrínseca: citocinas (ex: TNFα) ligadas à receptores de morte ativam caspase 8. Via intrínseca: liberação mitocondrial de citocromo C, que ativa caspase 9. Desregulação da apoptose em eventos patológicos ⬝ Diminuição da apoptose e aumento da sobrevida celular: Tumores: mutação na p53; Distúrbios auto-imunes: podem surgir se os linfócitos auto-reativos não forem eliminados após a resposta imune; ⬝ Aumento da apoptose e diminuição da sobrevida celular: Doenças neurodegenerativas: perda de grupos de neurônios por aumento da apoptose em células normais. Ex: Doença de Huntington e Doença de Parkinson. Morte programada e outras formas de morte Autofagia: células em autofagia podem morrer, sem ativar caspases e sem sofrer autólise; Paraptose: vacuolização mitocondrial induzida por TNFR, independente de caspases, não seguida de autólise; Entose: morte celular que se segue à endocitose de uma célula por outra, pela ação de lisossomos; Necroptose: morte por necrose (ausência da produção de ATP e autólise) induzida ativamente e regulada pela própria célula. É o protótipo da necrose programada geneticamente. Processo extremamente regulado - geralmente resulta em extravasamento celular,granulação citoplasmática e intumescimento celular e de organelas ausência de fragmentação de DNA. Então, a nomenclatura moderna sugere: “MORTE PROGRAMADA”: Morte celular em contextos fisiológicos, independente da modalidade. Ex: período embrionário /pós-embrionário ou na homeostasia tecidual. “MORTE REGULADA”: Casos de morte celular, programada ou não, cuja iniciação ou execução é mediada por uma intrincada maquinaria molecular, podendo ser inibida farmacologicamente ou por intervenção genética. “MORTE ACIDENTAL”: Casos de morte celular deflagrada por exposição intensa a agentes ambientais (físicos ou químicos) e que não podem ser inibidos por manipulações genéticas ou farmacológicas, exibindo características morfológicas da necrose. Aula 6, 17/08 Processos Adaptativos Adaptação celular: modo da célula de responder de forma estrutural e funcionalmente reversível diante interferências no seu ambiente. As interferências podem ser estresse, lesões ou agressões que alteram tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou função das células. Proliferação celular Essencial para o controle homeostase; tem como função formar o conjunto de células do organismo e repor as células mortas; Diferenciação celular Especialização morfo-funcional das células que permite o desenvolvimento do organismo como um todo de forma integrada; PROLIFERAÇÃO + DIFERENCIAÇÃO = POPULAÇÃO CELULAR EM LIMITES FISIOLÓGICOS Atrofia Processo adaptativo onde há redução do volume das células (volume celular e órgãos atingidos); Redução quantitativa que pode acabar levando à morte celular; Início: degradação de proteínas celulares (ação de proteólise) via autofagia ou sistema ubiquitina-proteassomos Ocorre de maneira: ● Fisiológica → senilidade; ● Patológica → inanição (deficiência nutricional); desuso (músculo esquelético imobilizado); compressão (pressão por lesão expansiva tipo tumor); obstrução vascular (diminuição de oxigênio e nutrientes tipo hipotrofia renal); substâncias tóxicas (envolve sistemas enzimáticos como por exemplo intoxicação por chumbo); hormônios (redução hormonal pode atrofiar gônadas, por exemplo); inervação (lesão na inervação gera perda de estimulação nervosa); inflamação crônica (gastrite); Hiperplasia Processo adaptativo onde há aumento do número de células no organismo por diminuição da apoptose e/ou aumento da proliferação celular; Há um limite (sistema de controle) para a proliferação celular, diferente de tumores, por exemplo, que tem proliferação desenfreada; Início: sobrecarga de trabalho que ativa a síntese de fatores de crescimento/receptores (fatores tróficos) ou estimulação da divisão celular; Ocorre de maneira: ● Fisiológica → Hormonal (grávidas têm aumento das mamas); Compensatória (hepatoctomia parcial - fígado se regenera); ● Patológica → excesso de hormônios ou fatores de crescimento (hiperplasia endometrial por excesso de estrógenos); Hipertrofia Processo adaptativo onde há aumento do tamanho das células; Ocorre apenas em células com baixa ou nenhuma capacidade de divisão celular após se encontrarem diferenciadas quando já adultas; Início: estímulo por maior demanda funcional e/ou estimulação de hormônios e fatores tróficos; Os fatores do crescimento ligam-se à receptores na membrana plasmática e estimulam eventos de transdução de sinal que levam ao aumento da síntese protéica e organelas citoplasmáticas; Ocorre de maneira: ● Fisiológica → hormonal (útero gravídico); ● Patológica → exercício físico (musculação - aumenta o diâmetro da fibra/acúmulo de proteínas); Metaplasia Processo adaptativo onde há mudança de um tipo celular (mesenquimal ou epitelial) para outro da mesma linhagem; Início: agressões persistentes que levam ao surgimento de um tecido com maior resistência à essas irritações; as células mais atingidas são substituídas por outras células com maior resistência ao estresse; Nem sempre é vantajoso, como por exemplo na metaplasia escamosa onde há desaparecimento dos cílios das células do epitélio colunar; Importante! ▸ Não altera o fenótipo de células que já foram diferenciadas, envolve apenas a reprogramação de células-tronco presentes em tecidos normais ou células de origem mesenquimal presentes no tecido conjuntivo; Módulo II Aula 8, 26/08 Processo Inflamatório Do latim inflamare e do grego phlogos. “É uma reação dos tecidos a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e células do sangue para o interstício” Visão geral Provocada por agressões exógenas (físicas, químicas e/ou biológicas) ou endógenas (estresse oxidativo); A reação inflamatória (= saída de células e líquidos) e a resposta imunitária (= efeito das células de defesa imunológica no tecido agredido) são indissociáveis; É um processo bastante regulado: ação de mediadores químicos; Mediadores pró- inflamatórios: ativam a inflamação Mediadores anti-inflamatórios: evitam a inflamação Na evolução das inflamações, muitas vezes surgem danos ao hospedeiro; Objetivos da inflamação: Conter e isolar a lesão | Destruir os microrganismos invasores | Inativar toxinas | Preparar o tecido ou órgão para a cicatrização Sinais cardinais: Calor: elevação da temperatura local ou sistêmica; Rubor: vermelhidão do tecido inflamado; Edema: inchaço resultante do escape de líquidos para o interstício; Dor: liberação de substâncias algésicas; Fenômenos da inflamação São 6 os fenômenos inflamatórios 1. Fenômenos irritativos Reconhecimento de agressão e liberação de mediadores iniciais; Primeiro processo da inflamação. Após uma agressão, surgem as alarminas, substâncias trazidas pelos agentes agressores ou gerada pela agressão. As alarminas são reconhecidas por receptores específicos e provocam a liberação de mediadores químicos, que comandam os fenômenos subsequentes da inflamação. Os mediadores químicos liberados bem no início do processo são a histamina (nos mastócitos) e a substância P (nas terminações nervosas neuronais): provocam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. A liberação de mediadores continua durante a evolução do processo, uma vez que um mediador induz a liberação de outros, às vezes com efeitos antagônicos. A inflamação inicia pois a liberação de mediadores pró-inflamatórios sobrepujam os efeitos dos anti-inflamatórios. 2. Fenômenos vasculares Alterações da microcirculação que permitem a saída do plasma e células; Vasoconstrição transitória das arteríolas. Ação da histamina, substância P e leucotrienos (produzido pela via da lipoxigenase; conversão do ácido aracdônico: lipídeos de membrana como fonte de mediadores químicos pró-inflamatórios): ▸Vasodilatação das vênulas = aumento do fluxo sanguíneo = calor e rubor; ▸Estase circulatória = diminuição da velocidade da circulação = edema; A lentificação da circulação ocorre porque leucócitos passam da corrente axial para a marginal = marginação leucocitária. 3. Fenômenos exsudativos Processo central de saída de plasma e células Saída de plasma (exsudação plasmática) e células (exsudação celular) do leito vascular para o interstício de modo coexistente. 3.1 Exsudação plasmática: a saída do plasma, também chamado de edema inflamatório, é possível devido à ação de mediadores químicos que aumentam a permeabilidade vascular; ▸Ação da histamina e substância P = contração das células endoteliais nas vênulas = forma hiatos intracelulares (poros); - Resposta de curta duração ▸Ação das citocinas (IL-1 e TNF-alfa) = retração do endotélio devido a uma reorganização citoesquelética da célula e juncional; - Resposta tardia ▸Lesão endotelial direta (queimaduras) = necrose e descolamento das células endoteliais. 3.1 Exsudação celular: a saída das células, também chamada de diapedese ou transmigração, é um processo complexo que depende da interação de muitas moléculas. O processo leva leucócitos até o local da lesão e ocorre em 3 etapas principais: 1. Marginação, rolagem e adesão dos leucócitos na luz vascular; Os leucócitos marginam e aderem fracamente ao endotélio ainda dentro dos vasos sanguíneos, devidoà ação conjunta de proteínas de adesão encontradas em leucócitos e no endotélio, como imunoglobulinas (ICAM-1 e 2, VCAM-1) e selectinas (E e P); As integrinas localizadas na superfíce dos leucócitos aumentam a adesividade dos leucócitos às ICAM e VECAM, aderindo fortemente e achatando sobre o endotélio de modo a preparar para a diapedese. 2. Transmigração, através do endotélio (diapedese); Ocorre interação entre as integrinas (do leucócito) com a CD31 (do endotélio), fazendo com que os leucócitos lancem pseudópodos que penetram entre as células endoteliais, rompendo as ligações entre as moléculas de adesão. 3. Migração nos tecidos intersticiais, em direção à um estímulo quimiotático; Os leucócitos fora do vaso migram para o local da lesão atraídos por agentes quimiotáticos*; *produtos bacterianos *fragmentos do sistema complemento (C5a) *metabólitos do ácido aracdônico (leucotrieno B4) * quimiocinas (interleucina-8 (IL-8)) Após essa migração e encontro do agente agressor, ocorre a Fagocitose: ingestão de partículas maiores feita pela emissão de pseudópodes e pela formação de um fagossomo ou vacúolo fagocitário. 1º. Opsoninas reconhecem e fixam as partículas a serem ingeridas; 2º. O leucócito reconhece as opsoninas e engloba com pseudópodos a partícula a ser fagocitada, formando o fagossomo. Após a fusão com o lisossomo, há a formação do fagolisossomo, que permitirá a destruição do fragmento. 3º. Degradação da partícula fagocitada * sistema mieloperoxidase: principal componente de morte dos agentes lesivos internalizados. 4. Fenômenos alterativos Degeneração ou necrose subsequente Podem ocorrer degenerações ou necroses causadas por ação direta ou indireta do agente inflamatório e podem aparecer no início ou na evolução de uma inflamação. Surgem principalmente em inflamações persistentes (crônicas) como resultado da atividade de produtos das células do exsudato, de trombose ou de fenômenos imunitários. 5. Fenômenos resolutivos Processos pelos quais a inflamação termina Decréscimo na atividade inflamatória por mecanismos anti-inflamatórios, que podem ser: Remoção do estímulo irritativo; Diminuição da produção de mediadores químicos; Entrada em ação de mediadores anti-inflamatórios locais que neutralizam os efeitos dos mediadores pró-inflamatórios. Se isso não acontece, a inflamação pode se tornar crônica. 6. Fenômenos reparativos Aspectos de regeneração tecidual e de cicatrização de lesões Uma inflamação pode provocar degenerações ou necrose que devem ser reparadas por regeneração ou cicatrização. Cura com restituição da integridade funcional e anatômica: Forma mais favorável de cura; Geralmente ocorre em tecidos com alto poder regenerativo; Em áreas de destruição discreta, com absorção do exsudato e do tecido necrosado com regeneração do tecido por células do próprio parênquima. Cura por cicatrização: Deposição de tecido conjuntivo fibroso, ocorre em tecidos com baixo poder regenerativo; Resulta em perda de função; Aula 9, 31/08 Inflamação aguda e crônica Inflamação aguda ▸Visão geral: Sinais inflamatórios comumente presentes: eritema, edema e dor; De curta duração, em geral, <6 meses; Neutrófilos e macrófagos como leucócitos predominantes no exsudato; ▸Subtipos da inflamação aguda: Inflamações exsudativas Predomina exsudação plasmática, mais comuns em serosas, proporcionando um acúmulo de líquido límpido, pouco proteico; Ex.: rinite alérgica, pleurite, pericardites. Inflamações catarrais Com exsudação líquida e de leucócitos mortos na superfície de mucosas, com descamação do epitélio e produção de muco que, juntos, formam catarro; Ex.: faringites e laringites. Inflamações necrosantes Acompanham-se de necrose intensa da área inflamada; Ex.: enterocolite necrosante do recém-nascido, com necrose e inflamação da mucosa intestinal. Inflamações purulentas Podem ocorrer em qualquer órgão, tem como principal característica a formação de pus. Pus é causado por bactérias piogênicas (como estafilococos e estreptococos) que induzem grande exsudação de fagócitos e fibrina; os fagócitos são mortos por ação de toxinas bacterianas, com necrose lítica dos tecidos; Pus = exsudato inflamatório + restos necróticos. Tem subtipos menores dentro dela: Pústula: é uma inflamação purulenta aguda circunscrita, da pele ou mucosas, em que o pus se acumula entre o epitélio e conjuntivo adjacente, formando pequena elevação, geralmente amarelada; Ex.: Espinha; varicela (catapora). Abscesso: bem mais profunda, caracterizada por uma coleção de pus em uma cavidade neoformada, escavada nos tecidos pela própria inflamação e circundada por uma membrana ou cápsula de tecido inflamado, da qual o pus é gerado; Drenagem é essencial para a cura; Ex.: Abscesso dentário. Furúnculo: é um subtipo de abcesso, abcesso da derme; não há necessidade de drenagem, a cura se dá geralmente por reabsorção; Ex.: Estafilococos que penetram nos folículos pilosos e glândulas sebáceas. ▸Sinais sistêmicos da inflamação aguda: Endócrinas e metabólicas: secreção de proteínas de fase aguda pelo fígado (PCR, amilóide A, proteínas da coagulação); Autônomas: elevação do pulso e da pressão arterial; diminuição da sudorese; Comportamentais: tremores, calafrios, anorexia, sonolência e mal estar; Febre: de 1 a 4ºC; liberação de IL-1, IL-6 e TNF-alfa na circulação que agem nos centros termorreguladores do hipotálamo; Leucocitose: aumento da contagem total de leucócitos Neutrofilia: principalmente nas infecções bacterianas; Linfocitose: nas infecções virais; Eosinofilia: nas infecções parasitárias e na asmas brônquica; Inflamação crônica ▸Visão geral: Duração prolongada (semanas ou meses); Pode ocorrer simultaneamente: Inflamação ativa; Destruição tecidual; Tentativas de cura; ▸Pode surgir: ⬝ Após inflamação aguda: persistência do estímulo desencadeante ou devido a interferência no processo normal de cura; ↪ Lembrar do fenômeno resolutivo; o agente foi eliminado? Houve inversão da balança de mediadores químicos (- dos prós, + dos anti-inflamatórios)? Se não, pode surgir inflamação crônica. ⬝ Como resultado de surtos repetitivos de inflamação aguda; reexposição; Exemplo: silicose, danos ocupacionais. ⬝ Como resposta de baixa intensidade (+ frequentemente) Exemplo: Infecção persistente por microrganismos intracelulares como os bacilos da tuberculose. ▸Características: Infiltração por células mononucleares: reação persistente e especializada à lesão macrófagos, linfócitos e plasmócitos (linfócito B ativado); Destruição tecidual: induzida por células inflamatórias; Tentativas de reparo por reposição do tecido conjuntivo: angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos) + fibrose (reposição por tecido conjuntivo, cicatriz). ▸Exsudato celular da inflamação crônica: Macrófagos São células teciduais fagocíticas maiores que os monócitos, “ativadas” por citocinas (produzidas pelas células T, como o INF-); Principais “atores” da inflamação crônica; Derivam de monócitos do sangue (realizam diapedese atraídos por quimiocinas). Os macrófagos passam a secretar um grande número de produtos biologicamente ativos na inflamação, as monocinas: IL-1 e TNF-alfa (ativam linfócitos B e T Há recrutamento contínuo de monócitos do sangue). Linfócitos Possuem relação de reciprocidade com os macrófagos na inflamação crônica São ativadas por contato com o antígeno e por endotoxinas bacterianas Secretam: linfocinas (INF-)= estimulantes dos monócitos/macrófagos Inflamação granulomatosa Reação inflamatória crônica distinta Modificações nas células do exsudato, que se organizam e formam agregados circunscritos, denominados granulomas. Observada num número pequeno de doenças imunológicas e infecciosas crônicas. Ex.: tuberculose, sarcoidose e sífilis; ▸ Tipos de granulomas: 1) Granuloma de corpo estranho: por exemplo, prótese de silicone nas mamas; 2) Granulomas imunogênicos ou epitelióide: macrófagos agrupam-se, unindo-se de forma semelhantes a células epiteliais (adesão mais íntima) = células epitelióides; Linfocinas (IFN-) = macrófago → macrófagosepitelióides e células gigantes. Aula 10, 02/09 Reparo Tecidual Lesões e danos reversíveis aos tecidos levam ao processo de reparo tecidual, o qual pode acontecer por duas vias: regeneração ou cicatrização. Regeneração Restauração completa da forma e função do tecido/órgão; Substituição por células do parênquima; Sem defeito residual ou perda funcional; Cicatrização Reposição de células não-regeneráveis por tecido conjuntivo (células: fibroblastos; principal proteína da MEC: colágeno); Há perda funcional no local lesionado; ▸ Por 1ª intenção (ideal) Incisões cirúrgicas; Pequenos coágulos de fibrina; Neutrófilos para a margem; Perda celular mínima; Ausência de infecção e de corpo estranho; Bordas bem aproximadas; Cicatriz → tecido conjuntivo sem células inflamatórias e epiderme reconstituída; ▸ Por 2ª intenção (mais frequente) Perda extensa de tecido; Inflamação mais intensa; Formação de maior quantidade de tecido de granulação; Área de tecido cicatricial maior; Ocorre contração da ferida por miofibroblastos; Evolução mais lenta; Etapas da cicatrização: fenômeno complexo e ordenado; ocorre após o início do processo inflamatório por lesão: 1. Angiogênese→ formação de novos vasos sanguíneos; 1.1 Degradação proteolítica do vaso original 1.2 Migração das células do endotélio e formação do leito capilar 1.3 Proliferação e maturação das células endoteliais 1.4 Formação da luz, maturação e inibição do crescimento endotelial 2. Migração e proliferação de fibroblastos (tecido conjuntivo) na região; 3. Deposição de MEC; 3.1 Síntese de proteínas da matriz extracelular (principal: colágeno) 3.2 Formação da cicatriz 4. Maturação e remodelação do tecido fibroso; 4.1 Remodelagem do tecido conjuntivo e de componentes do parênquima 4.2 Colagenização e aquisição de resistência da ferida UMA CICATRIZ NUNCA VOLTA A TER A MESMA RESISTÊNCIA TENSIONAL QUE O TECIDO ORIGINAL Histologia Tecido de granulação → aparência granular e rosada devido a proliferação de fibroblastos e capilares neoformados (angiogênese). Fatores que influenciam ▸ Locais Tipo, dimensão e localização do ferimento; Vascularização; Infecção (retarda a cicatrização); Mobilização; Luz ultravioleta (estimula a cicatrização em menor quantidade); ▸ Sistêmicos Idade; Nutrição (jejum = menor síntese de colágeno; vitamina C = maior síntese de colágeno; zinco = estimula a cicatrização); Distúrbios hematológicos; Diabetes e aterosclerose; Hormônios (corticóides e cortisona (sintético): anti-inflamatórios que dificultam a cicatrização); Diabete melito Dificuldade de cicatrização; Elevada agregação plaquetária, prejuízo circulatório devido à aterosclerose avançada; Microangiopatia diabética: arteríolas comprometidas; Prós e contras do processo cicatricial ▸ Benefícios Continuidade anatômica; Mais resistente; ▸Malefícios Perda de parênquima funcionante; Interferência mecânica direta; SINÉQUIAS DE QUEIMADOS (PERDA DE MOVIMENTO) SALPINGITE (CADA CICATRIZ QUE OCORRE VAI REDUZINDO A LUZ DA TUBA UTERINA PROVOCANDO ESTERILIDADE SECUNDÁRIA) Interferência mecânica indireta UMA FIBROSE OBSTRUINDO DRENAGEM LINFÁTICA OU VENOSA LEVANDO A EDEMAS Cicatrização Anormal ● Formação deficiente de cicatriz; ● Deiscência do ferimento e hérnias incisionais; ● Quelóide→ produção excessiva de MEC; ● Fibrose→ síntese constante de colágeno; Módulo III Aula 12, 14/09 Neoplasias: Aspectos clínicos Tumores = massas de tecido cujo crescimento é praticamente autônomo e cuja taxa excede a dos tecidos normais, que perde a capacidade de frear o ciclo celular → acúmulo celular. Essas características promovem alterações teciduais visíveis à microscopia. ↪ NEM TODO TECIDO CUJA TAXA DE CRESCIMENTO EXCEDE A DOS TECIDOS NORMAIS É UM TUMOR, MUITO MENOS, CÂNCER. Categorias tumorais ▸ Tumor benigno: massas limitadas que não sofrem metástases, mas podem causar compressão e aumento excessivo de produtos e função do órgão. Nomenclatura: independente da origem embrionária, a nomenclatura segue um padrão Nome do tecido de origem + sufixo OMA Exemplos: Tumor benigno de tecido cartilaginoso: condroma; Tumor benigno do tecido gorduroso: lipoma; Exceções: melanoma, linfoma e hepatoma; ▸ Tumor maligno = câncer: são capazes de invadir os tecidos vizinhos ou se espalhar para sítios distantes, através de metástases. Nomenclatura: é preciso considerar a origem embrionária para nomear: Nome do tecido de origem + sufixo CARCINOMA ou SARCOMA (origem epitelial) (origem mesenquimal = ñ epitelial) Exemplos: Tumor maligno de tecido cartilaginoso: condrossarcoma; Tumor maligno do tecido glandular: adenocarcinoma; Tumores não sólidos: derivados de células tronco hematopoiéticas → precursor linfóide = linfoma; precursor mielóide = leucemia; Diferenças entre tumor benignos (B) e malignos (m) Baseado na avaliação da morfologia + evolução clínica Diferenciação e anaplasia: B→ células assemelham-se às normais; M → em geral, menos diferenciados, mas podem ser desde bem diferenciados até pouco diferenciados (anaplasia =: falta de diferenciação celular); Taxa de crescimento: No geral, M cresce mais rapidamente que B; Invasão local: B→ restrito, revestido por cápsula, bordas bem limitadas; M→ infiltra nos tecidos normais circundantes; Metástases: Apenas M sofrem, B não; Histologicamente, todos os tumores apresentam dois componentes básicos: Células neoplásicas + Estroma de sustentação “normal”(tecido conjuntivo colagenizado e vasta rede de vasos sanguíneos = angiogênese). Câncer Sinônimo de tumor maligno, propriedade de invasão e metástase ▸ Metástases: invasão dos vasos linfáticos, dos vasos sanguíneos e das cavidades corporais pelo tumor M. TUMOR PRIMÁRIO (“TUMOR MÃE”) QUE ESCAPA, INVADE OUTROS TECIDOS E FORMA UMA SEGUNDA MASSA DE CÉLULAS CHAMADA DE TUMOR SECUNDÁRIO (METÁSTASE). ▪ Esse “escape” pode ocorrer por 3 vias: 1. Cavidades corporais: carcinoma do ovário → superfície do fígado via transperitoneal; 2. Invasão linfática: carcinoma de mama → linfonodos axilares ou mamários internos aumentados; 3. Invasão hematogênica: típica de todos os sarcomas e da maioria dos carcinomas. Veias mais invadidas que artérias (paredes + finas); Órgãos mais afetados: pulmão e fígado, depois cérebro e ossos. ▸ Estadiamento tumoral: é um indicador do grau de disseminação (número de I a IV) dos cânceres; Informação importante para guiar a terapia antitumoral; Relaciona: tamanho do tumor | se já atingiu órgãos adjacentes | se já atingiu linfonodos | se já atingiu órgão distantes (metástase) ↪ Sistema TNM TUMOR – LINFONODO – METÁSTASE T: extensão do tumor primário N: ausência ou presença de metástase em linfonodos regionais (node) M: ausência ou presença de metástase à distância As seguintes definições gerais são utilizadas na clínica: TX = O tumor primário não pode ser avaliado T0 = Não há evidência de tumor primário T1, T2, T3, T4 = Tamanho crescente e/ou extensão local do tumor primário NX = Os linfonodos regionais não podem ser avaliados N0 = Ausência de metástase em linfonodos regionais N1, N2, N3 = Comprometimento crescente dos linfonodos regionais MX = A presença de metástase à distância não pode ser avaliada M0 = Ausência de metástase à distância M1 = Metástase à distância Exemplos: Tumor pequeno, de baixo estadiamento, sem metástase em linfonodos= pT1 pN0 M0; Estágio 1; Tumor grande, com elevado grau de estadiamento, metástase em linfonodos e outros órgãos = pT4 pN2 M1; Estágio 4; ▸ Morfologia: Principais características da célula cancerígena avaliadas em exames anatomopatológicos: Pleomorfismo nuclear e celular; Hipercromatismo; Relação nucleocitoplasmática (1:1 em vez de 1:4, 1:6 das células normais); Mitoses abundantes; Células tumorais gigantes; Aula 13, 16/09 Neoplasias: Etiologia e bases moleculares do câncer Etiologia O câncer é uma desordem do crescimento e comportamento celular; As causas devem ser definidas em nível celular e subcelular; O estudo dos padrões das neoplasias nas populações pode contribuir substancialmente para o conhecimento das origensdo câncer. Estudos epidemiológicos estabeleceram: Elo causador entre o tabagismo e o câncer de pulmão; A relação entre a dieta com poucas fibras e elevada gordura com câncer intestinal; As principais observações sobre a causa do câncer podem ser obtidas em estudos epidemiológicos que relacionam influências ambientais, étnicas (possivelmente hereditárias) e culturais particulares com incidências de cânceres específicos; Algumas doenças associadas com risco aumentado de desenvolver câncer também fornecem pistas para a patogenia do câncer. ▪ Agentes infecciosos: alguns vírus estão associados com cânceres humanos; ▪Agentes químicos: Álcool aumenta risco para carcinomas de orofaringe (exceto lábio), laringe, esôfago e carcinoma hepatocelular (pela cirrose hepática); Fumo causa mortes por câncer de boca, faringe, esôfago, pâncreas, bexiga e 90% mortes por câncer de pulmão. O tabagismo é o fator ambiental isolado que contribui de forma mais importante para morte prevenível nos EUA; O álcool e o tabaco juntos aumentam de forma sinérgica o risco de desenvolver câncer de trato digestivo e vias aéreas superiores; ▪ Agentes físicos: Raios UV-A e relação com melanomas (lembrar de biofísica); ▪ Idade: A maioria dos carcinomas ocorre mais tarde na vida (mais de 55 anos); O câncer é a principal causa de morte entre mulheres com idade entre 40-79 anos e homens entre 60 e 79 anos (EUA); A incidência crescente de neoplasias malignas com a idade pode ser explicada pelo acúmulo de mutações somáticas; ▪ Aspectos nutricionais: hábitos de vida; Aspectos nutricionais: elevado consumo de carne vermelha e relação com câncer colorretal; Obesidade: 14% mais mortes por câncer em homens 20 % mais mortes câncer em mulheres; Carcinogênese Os tumores malignos surgem de uma sequência prolongada de eventos, onde eles devem adquirir diversas anomalias fundamentais para que a célula maligna se diferencie da célula normal e se comporte de forma distinta. Carcinogênese PROCESSO EM MÚLTIPLAS ETAPAS → MALIGNIDADE ADQUIRIDA DE MODO GRADATIVO → PROGRESSÃO TUMORAL = ACÚMULO DE ALTERAÇÕES SUCESSIVAS NA EXPRESSÃO GÊNICA ↪ Cada câncer deve resultar de um acúmulo de múltiplas mutações. As alterações na expressão gênica podem ser causadas por: I. Mutação de ponto → alteração mais comum, onde há alteração em uma base/um nucleotídeo trocado; II. Translocação → segmento cromossomal ligado a outro cromossomo; bastante atrelado a leucemias; III. Amplificação → mesma região genética replicada várias vezes, criando mais cópias do mesmo gene na célula; observado em tumores de mama (gene HER2); IV. Hipermetilação (alteração epigenética) → alterações independentes de sequência; metilação de DNA, modificação de histonas e etcetera. Alterações genéticas Mutações/polimorfismos Instabilidade cromossomal (CIN) Instabilidade de microssatélites (MSI) Deleção e amplificação gênica Mutações Em quais classes de genes? 1) Mecanismo 1: Ativação de oncogenes O que são protooncogenes? Genes que codificam proteínas envolvidas na transdução de sinal; presentes em todas as células e com funções fisiológicas normais. Protooncogenes → oncogenes; Causas: ▪ Mutações de ponto: gene ras → mutações de ponto em 15% dos tumores humanos; ▪ Rearranjos cromossômicos: colocação de genes próximos a fortes elementos promotores, fusão do gene com novas sequências genéticas (translocação t(9;22) - cromossomo Philadelphia, leucemia); ▪ Amplificação gênica: repetição do mesmo gene muitas vezes (n-myc, 3 a 300X nos neuroblastomas; c-erb B2 no câncer de mama, relação com o prognóstico); 2) Mecanismo 2: Inativação dos genes supressores de tumor Gene Rb – protótipo do gene supressor de tumor Gene do retinoblastoma: 40% dos tumores são familiares e o restante, esporádicos. Impede a entrada das células na fase S (bloqueia o ciclo celular) Modelo para geração da “Hipótese dos dois eventos”: genes recessivos do câncer Hipótese dos dois eventos Perda de supressores tumorais p53: Impede a propagação de células geneticamente lesadas - mutado em 70% dos tumores humanos; Gene APC: Inibe a catenina (proteína que regula a proliferação celular) - ausente em 70-80% dos tumores de cólon esporádicos; BRCA1 e BRCA2: cerca de 5% dos tumores de mama são familiares, 80% apresentam deleção destes genes; 3) Mecanismo 3: Perda de genes de reparo Atuam de modo indireto por corrigirem erros no DNA; Erros podem que ocorrem durante a replicação celular ou pela ação de substâncias mutagênicas; Exemplo: hMSH2 e hMLH1 defeituosos envolvidos na patogênese do câncer de cólon sem polipose hereditário; 4) Mecanismo 4: Defeito nos genes que regulam a apoptose Gene protótipo: Bcl-2; É uma proteína anti-apoptótica: nos tumores está hiperexpressa, com aumento da sobrevida de células com DNA lesado (imortalidade). Aula 14, 21/09 Alterações circulatórias: edema, hiperemia, hemorragia O sistema linfático é o sistema responsável pela drenagem do líquido acumulado no espaço intersticial (espaços entre as células nos tecidos). ~60% do organismo é constituído por água, mas essa água não fica parada nos locais, ela é utilizada como transporte no corpo (sangue ⇄ células/tecidos). 90% da água é reabsorvida pelos vasos sanguíneos, os outros 10% ficam no líquido intersticial; o sistema linfático, então, drena esse excesso de fluidos = linfa. Edema Acúmulo de líquido no interstício, espaços ou em cavidades do corpo; ↪ ocorre quando o movimento de líquido dentro dos tecidos/cavidades excede a drenagem linfática; Dependendo da região de acúmulo, têm nomenclatura diferenciada: ▪ Hidrotórax: líquido na cavidade toráxica; ▪ Hidroperitônio: também chamado ascite, líquido acumulado na região abdominal; ▪ Hidropericárdio: ao redor do coração; ▪ Anasarca: edema generalizado e grave, com amplo aumento tecidual e subcutâneo; Causas 1) aumento da permeabilidade capilar → saída de células de defesa na inflamação; 2) retenção de sódio → ocorre diante comprometimento da função renal, gerando aumento de pressão hidrostática e diminuição de pressão osmótica; 3) obstrução de vasos linfáticos → linfedema; 4) aumento da pressão hidrostática → maior saída de líquido do vaso sanguíneo, como na insuficiência cardíaca congestiva onde há comprometimento ventricular; 5) diminuição da pressão oncótica → albumina não sintetizada na qtde correta ou então perdida na circulação causa hipoalbuminemia, que aumenta a contração do volume plasmático e diminui a perfusão renal. Classificação O acúmulo de líquidos extravasculares pode ser classificado em: Exsudato: rico em proteínas e/ou células, assumindo consistência viscosa; Transudato: basicamente um ultrafiltrado de plasma, com poucas proteínas e/ou células e caráter líquido claro. Edema pulmonar Acúmulo de líquido nos pulmões; Causas “mais específicas” 1) Aumento da pressão hidrostática por insuficiência cardíaca esquerda (causa mais comum), estenose da válvula mitral, sobrecarga de volume ou obstrução da veia pulmonar (causa menos frequente); 2) Diminuição da pressão oncótica por hipoalbuminemia (síndrome nefrótica, hepatopatia) ou obstrução linfática – causas menos frequentes. Patogenia do edema na insuficiência cardíaca 1. Na insuficiência cardíaca, o coração não consegue mais dar conta de bombear o sangue regularmente, porque ele começa a se acumular no átrio esquerdo; 2. Neste ponto, a pressão dentro do coração começa a aumentar, e ele fica sobrecarregado. Aos poucos, para comportar o grande volume de sangue acumulado, o átrio começa a aumentar de tamanho (o que fica bem visível quando é feita uma radiografia); 3. Quando a pressão dentro do coração fica alta demais para ele suportar, o sangue passa a se acumular não apenas dentro dele, mas também na veia que vem do pulmão; 4. Quando a pressão na veia pulmonar fica alta demais, começam a acumular líquidos no pulmão, caracterizando o edema pulmonar. Morfologia Pulmões pesados e úmidos. Histologia Capilares ingurgitados e espaços intra-alveolares com precipitado granular rosado. Consequências clínicas Dificulta a difusãode oxigênio nos alvéolos e cria ambiente favorável à infecção bacteriana. Hiperemia e congestão Ocorre aumento local do volume de sangue em um tecido com abertura de capilares inativos Hiperemia ativa Dilatação das arteríolas provocando aumento do fluxo sanguíneo; Tecido fica avermelhado; Hiperemia passiva (congestão ou estase) Vasoconstrição das vênulas represando o sangue venoso; Tecido fica azul-esverdeado (cianose); ▸ Fisiológica: aumento do suprimento de O2 e nutriente, paralelamente à demanda de maior trabalho; EXEMPLOS: TUBO GASTROINTESTINAL DURANTE A DIGESTÃO | MUSCULATURA ESQUELÉTICA DURANTE EXERCÍCIOS FÍSICOS | CÉREBRO DURANTE ESTUDO | GLÂNDULA MAMÁRIA DURANTE LACTAÇÃO | RUBOR FACIAL APÓS HIPERESTIMULAÇÃO PSÍQUICA | CORPOS CAVERNOSOS PENIANOS DURANTE EXCITAÇÃO SEXUAL ▸ Patológica: aumento do fluxo sanguíneo devido à liberação local de mediadores bioquímicos da inflamação em resposta à alguma agressão aos tecidos, com relaxamento de esfíncteres pré capilares e diminuição da resistência pré-capilar; EXEMPLOS: INJÚRIA TÉRMICA COMO QUEIMADURAS OU CONGELAMENTO | IRRADIAÇÕES INTENSAS | TRAUMATISMOS INFECÇÕES | INFLAMAÇÃO AGUDA ▸ Hiperemia passiva local: obstrução ou compressão vascular localizada; EXEMPLOS: ÚTERO GRAVÍDICO (hiperemia passiva crônica) | GARROTEAMENTO NA PUNÇÃO VENOSA | ABSCESSOS | GRANULOMAS | TROMBOS VENOSOS ▸ Hiperemia passiva sistêmica: envolvimento de processos que dificultam o retorno venoso sistêmico; EXEMPLOS: NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC) | TROMBOSE | EMBOLIA PULMONAR | NAS LESÕES PULMONARES EXTENSAS (NEOPLASIAS PULMONARES, TUBERCULOSE) Hemorragia Ocorre extravasamento de sangue para fora do sistema cardiovascular por ruptura ou laceração; Externa Superfície da pele Interna Para a luz dos órgãos internos/cavidades Hematoma Fica contido no interior dos tecido Causas 1. Lesão vascular Traumatismos | Aterosclerose | Erosão inflamatória ou neoplásica; 2. Alteração na coagulação sanguínea Deficiência de fatores de coagulação congênita (hemofilia A (VIII) ou doença de von Willebrand) ou adquirida (deficiência de vitamina K); Excesso de anticoagulantes (heparinização); 3. Alterações quantitativas ou qualitativas de plaquetas Trombocitopenia: redução no número de plaquetas; < 100.000/mm3 de sangue Aplasia de medula óssea (causa mais comum) Trombocitopatia: alterações funcionais; Uso de AAS → impede agregação plaquetária Hematomas Classificação quanto ao tamanho ▪ Petéquias: pequenas (~1-2 mm na pele); CAUSAS: aumento da pressão intravascular, baixas contagens de plaquetas, função plaquetária deficiente, déficits nos fatores de coagulação. ▪ Púrpuras: médias (≥3 mm); CAUSAS: traumatismo e inflamação. ▪ Equimoses: grandes hematomas cutâneos (≥2 cm); CAUSAS: traumatismo e contusões. Resolução Glóbulos vermelhos são degradados e fagocitados pelos macrófagos; Hemoglobina (vermelho-azulada) convertida em bilirrubina (azul-esverdeada) e, eventualmente, em hemossiderina (marrom-dourada). Hemorragias em cavidades Nomenclatura: ▪ Hemartrose: articular; ▪ Hemotórax: torácica; ▪ Hematométrio: uterina; ▪ Hemobilia: vesícula biliar; ▪ Hemoperitônio: peritoneal; Exteriorização: ▪ Epistaxe: nariz Hemoptise: tosse, escarro; ▪ Hematêmese: boca, vômito; ▪ Melena (sangue digerido) ou hematoquezia (não-digerido): ânus, fezes; ▪ Otorragia: ouvido; ▪ Hematúria: urina Consequências clínicas: 1) Depende do volume hemorrágico e da velocidade de saída do sangue; ATÉ 20% DO VOLUME (lento): INSIGNIFICANTE | ACIMA 20%: CHOQUE HEMORRÁGICO (GRAVE) 2) Depende do local onde ocorre a hemorragia; GRANDES ARTÉRIAS | CÉREBRO | (...) Aula 15, 23/09 Alterações circulatórias: trombose e infarto Embolia Embolia é a ocorrência de qualquer elemento estranho (êmbolo) na corrente circulatória, transportado por esta, até eventualmente se deter em um vaso de menor calibre ↪ ar | trombo | fragmento de gordura | medicamentos injetados incorretamente na artéria | (...) Tipos de embolia Embolia pulmonar: originam-se geralmente nas veias das pernas e são conduzidos em canais progressivamente maiores, atravessam o lado direito do coração até o pulmão; Embolia sistêmica: seguem dentro da circulação arterial; 75% em membros inferiores, 10% no cérebro, mas também em vísceras; Embolia por líquido amniótico: por ruptura de veias uterinas, ocorre infusão de líquido amniótico para dentro da corrente sanguínea materna, durante o parto; Embolia gasosa: bolhas de gás (>100ml); ocorre durante procedimentos obstétricos ou através de traumatismo na parede torácica; Embolia gordurosa: glóbulos microscópicos de gordura em função de fratura de ossos longos e queimaduras. Tromboembolia OU Trombose A tromboembolia é a obstrução de um vaso sanguíneo por coágulo. ↪ Importância clínica dos trombos: podem causar obstrução de artérias e veias Etiopatogenia da trombose Tríade de Virchow 1. Lesão endotelial CAUSAS: Traumas (punções muito repetidas, por exemplo) | Localização de bactérias na superfície vascular | Infecções virais de células endoteliais | Arteriosclerose | Infarto no miocárdio | Erosões vasculares decorrentes de infiltrações neoplásicas; MECANISMO: Lesão endotelial ou endocárdica provocando exposição do colágeno subendotelial, com conseqüente adesão e agregação plaquetária e desencadeamento do processo de "coagulação", além da contração das células endoteliais ou endocárdicas; 2. Alterações de fluxo sanguíneo Por estase: MECANISMO: A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passem à corrente marginal, facilitando o contato plaquetas ↔ endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulação; Por turbulência: MECANISMO: Predispõem à deposição de plaquetas por alterar o fluxo lamelar com modificação da corrente axial em marginal e por traumatizar a íntima cardiovascular, facilitando a exposição do colágeno subendotelial. Por esse motivo é consideravelmente maior a frequência de trombose nas áreas de estenose e bifurcação vasculares. 3. Hipercoagulabilidade Um dos fatores mais importantes na trombogênese Trombocitose: Anemias ferroprivas, após hemorragias graves (pós operatórios, principalmente de esplenectomias), entre outros. Incremento de fatores da coagulação: Na gestação (VII e VIII), síndrome nefrótica (V, VII, VIII e X) e em algumas neoplasias malignas. Redução da atividade fibrinolítica: Diabete melito, obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). Aumento da viscosidade sanguínea: Anemia falciforme (diminuição da flexibilidade da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras. Fatores de risco para tromboembolia Imobilidade prolongada | Cirurgias extensas | Câncer | Traumas | Anticoncepcionais com estrógeno | Reposição hormonal | Gravidez e pós-parto | Varizes | Obesidade | Tabagismo.
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