Buscar

teologia-do-pacto-portuguc3aas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 177 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEOLOGIA DO PACTO 
 
 
Autor 
 
Julian Zugg 
 
 
 
 
 
 
Um curso do 
 
SEMINARIO INTERNATIONAL DE MIAMI 
MIAMI INTERNATIONAL SEMINARY 
14401 Old Cutler Road 
Miami, FL33158 
 305-238-8121 ext. 315 
Email, MINTS@OCPC.ORG 
Web site, www.mints.edu 
 
 
 
 
2 
 
Tabela de Conteúdo 
 
PREFÁCIO AO MANUAL DO INSTRUTOR ....................................................................... 4 
Primeira lição. Conceitos introdutórios .......................................Erro! Indicador não definido. 
1. Importância: Por que estudar os Pactos? .............................. Erro! Indicador não definido. 
2. As palavras bíblicas para pacto ............................................ Erro! Indicador não definido. 
3. O que é um Pacto? ............................................................... Erro! Indicador não definido. 
4. Os Três Pactos Principais .................................................... Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO UM ....................................... Erro! Indicador não definido. 
Lição Dois. A estrutura dos Pactos ......................................................................................... 25 
1. A Estrutura do Pacto - “Dois Adãos” ................................... Erro! Indicador não definido. 
2. O Pacto da Graça .................................................................. Erro! Indicador não definido. 
3. O Novo Pacto ................................................................................................................... 39 
4. Estrutura Bíblica Alternativa: O Dispensacionalismo........... Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO DOIS ................................................................................. 49 
Lição Três. Adão: Os Pactos das Obras e da Graça ............................................................. 50 
1. O Pacto das Obras ............................................................... Erro! Indicador não definido. 
2. O Pacto da Graça ................................................................. Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO TRÊS .................................... Erro! Indicador não definido. 
Lição Quatro. Pactos de Dios com Noé e Abraão ................................................................. 88 
1. Noé: Conservação da Criação .............................................. Erro! Indicador não definido. 
2. Abraão: Promessa às Nações ............................................... Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO QUATRO ............................. Erro! Indicador não definido. 
Lição Cinco. Moisés: Israel e a Lei ........................................................................................ 89 
1. O Pacto Mosaico .................................................................. Erro! Indicador não definido. 
2. O Novo Testamento e a Lei ................................................. Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO CINCO ................................. Erro! Indicador não definido. 
Lição Seis. Davi: O Pacto com o Rei .................................................................................... 112 
1. O Pacto com Davi ................................................................ Erro! Indicador não definido. 
2. O Pacto Davídico no Novo Testamento ................................ Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO SEIS ................................................................................ 129 
Lição Sete. Cristo: Cumprimento e Nova Criação ......................Erro! Indicador não definido. 
1. O fim da velha criação / O começo da Nova ......................... Erro! Indicador não definido. 
2. Os elementos chaves do Novo Pacto..................................... Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO SETE .................................... Erro! Indicador não definido. 
3 
 
Lição Oito. O sinal e o selo dos pactos ...........................................Erro! Indicador não definido. 
1. Os Sacramentos ................................................................... Erro! Indicador não definido. 
2. O sinal do pacto da circuncisão / Batismo ............................ Erro! Indicador não definido. 
3. Páscoa / Ceia do Senhor ...................................................... Erro! Indicador não definido. 
4. Hermenêutica e Homilética ................................................. Erro! Indicador não definido. 
CONCLUSÃO ......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
RESUMO ................................................................................ Erro! Indicador não definido. 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO OITO .................................... Erro! Indicador não definido. 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 130 
RECURSOS WEB: ............................................................................................................. 176 
MANUAL DO INSTRUTOR ........................................................Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A PRIMEIRA LIÇÃO ............................ Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A SEGUNDA LIÇÃO ............................ Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A TERCEIRA LIÇÃO ............................ Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A QUARTA LIÇÃO .............................. Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A QUINTA LIÇÃO ................................ Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A SEXTA LIÇÃO .................................. Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A SÉTIMA LIÇÃO ................................ Erro! Indicador não definido. 
RESPOSTAS PARA A OITAVA LIÇÃO ................................ Erro! Indicador não definido. 
 
 
4 
 
PREFÁCIO AO MANUAL DO INSTRUTOR 
 
 
Cerca de dois anos depois da minha conversão, comecei a fazer a pergunta: “Como os 
livros da Bíblia se encaixam entre si? Qual é a sua estrutura interna?” Em resposta, me deram 
um livro de Palmer Robertson intitulado: “O Cristo dos Pactos”. Este livro me abriu os olhos 
para a natureza e a estrutura dos pactos da Escritura e sobre a própria Bíblia.Tenho refletido 
sobre os pactos de Deus nos últimos vinte anos. Agradeço a Deus pela oportunidade de 
escrever este curso. Espero que seja útil. 
 
 INTRODUÇÃO 
O objetivo desse curso é que os estudantes entendam as Escrituras, que compreendam 
a bênção que Deus tem preparado para todos os que estão em Cristo, e que o curso os ajude a 
usar corretamente a Palavra da Verdade. A Teologia do Pacto é o curso mais fundamental que 
se pode estudar em qualquer plano de estudos bíblicos. 
 
CONTEÚDO DO CURSO 
O curso está dividido em oito capítulos. As duas primeiras aulas laçam as bases da 
Teologia do Pacto, dando uma breve introdução aos pactos e mostram como eles se encaixam 
entre si. As lições posteriores desenvolvem cada um dos pactos mais detalhadamente. O 
batismo é mencionado na lição quatro e na lição oito. 
 
MATERIAIS DO CURSO 
As notas de aula são uma exposição completa do curso. Os alunos são obrigados a lê-
los juntamente com as Escrituras. A leitura complementar do curso é o livro “O Cristo dos 
Pactos” de O. Palmer Robertson (Casa Editora Presbiteriana). Também incluí alguns 
endereços na internet para as conferências em áudio que o Dr. Palmer Robertson ministrou 
sobre este tema, bem como palestras em áudio no Itunes do dr. Ligon Duncan. 
 
OBJETIVOS DO CURSO 
Estudar a teologia do pacto com outros estudantes 
 
Adquirir um conhecimento detalhado da teologia do pacto, sua história e suas 
5 
 
aplicações práticas 
 
Crescer no conhecimento de Cristo 
 
Dominar a teologia do pacto para usar o conhecimento adquirido na pregação, no 
ensino e no aconselhamento pastoral 
 
ESTRUTURAS DO CURSO 
Este curso foi organizado em oito módulos consecutivos. Os módulos devem ser 
estudados em ordem. 
 
REQUISITOS DO CURSO 
1. Os estudantes devem assistir a 16 horas de aulas. Os estudantes farão 16 horas de 
leitura extra classe. 
2. Os alunos farão dezesseis horas de leitura extra fora da aula. Estudantes do nível de 
bacharel deverão ler o livro “Alianças” de Palmer Robertson (Editora Cultura Cristã). 
Estudantes de nível de mestrado devem ler “Cristo dos Pactos” de Robertson. (Para os alunos 
que sabem inglês) - Como alternativa, os alunos são solicitados a ler ou ouvir as conferências 
de Ligon Duncan sobre Pactos no Reformed Theological Seminary, Jackson. As palestras 
escritas estão disponíveis em www.monergism.com/covenant-theology-biblical-theological-
and-historical-study-gods-covenants. O material em áudio pode ser acessado no Itunes. Se 
eles não conseguem acessá-los, então, eles devem ouvir o áudio das palestras de Robertson 
sobre Pactos em Sermonaudio.com. 
 
 
3. Os alunos responderam todas as perguntas ao final de cada lição. 
 
4. Haverá um exame no final do curso. 
 
5. Um trabalho final será feito de acordo com as instruções dos instrutores. 
 
AVALIAÇÃO DO CURSO 
Participação do Estudante (15%): Um ponto para cada hora de aula assistida. 
Tarefas do Estudante (15%): Dois pontos para cada tarefa realizada das oito aulas. 
6 
 
As tarefas consistem em responder a todas as perguntas ao final de cada lição. Se todas as 
tarefas forem feitas, um ponto extra é dado ao final do curso. 
Leitura complementar (20%): Os estudantes no nível de bacharelado devem ler o 
livro “Alianças” de Palmer Robertson (Editora Cultura Cristã). Os estudantes no nível de 
mestrado devem ler “O Cristo dos Pactos” também de Palmer Robertson. 
Trabalho Final (25%): Os estudantes farão uma exegese de Gálatas 3.1-4.6, 
identificando e explicando os pactos principais. O projeto dos estudantes no nível de 
bacharelado deverá ser de 5-8 páginas. O projeto dos estudantes no nível de mestrado deverá 
ser de 12-15 páginas. Este trabalho do curso dever ser entregue na última semana do curso. 
Prova (25%): O estudante demonstrará sua compreensão dos conceitos principais e 
do conteúdo dos materiais do curso. Haverá uma prova por semana para cada lição, a partir da 
lição 2 até a lição 7. Cada prova será uma seleção de 5 perguntas tomadas das perguntas finais 
de cada lição. 
 
BENEFÍCIOS DO CURSO 
O curso lançará as bases da teologia bíblica. O objetivo é mostrar como Deus trata 
com os homens e isto lançará as bases da teologia bíblica. 
 
 
 
 
7 
 
PRIMEIRA LIÇÃO: CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 
 
Nesta lição consideraremos a importância da teologia do Pacto. Nela vamos dá uma 
definição do pacto, e vamos apresentar os três pactos principais das Escrituras. 
 
1. Importância: Por que estudar os Pactos? 
Começaremos com a pergunta: Por que estudar a Teologia do Pacto? A palavra 
“pacto” e usada num total de trezentos e treze vezes na Escritura; É usada trinta e quatro vezes 
em Gênesis. Gênesis, o livro dos começos, é fundada sobre os pactos. A Teologia dos Pactos 
é fundamental para a teologia bíblica, para a teologia sistemática e para a teologia exegética.1 
Em primeiro lugar, a estrutura dos pactos explica a maneira que toda a Bíblia foi 
escrita.2 Um entendimento claro desses pactos ensinará os crentes como interpretar a 
Escritura. 
Em segundo lugar, Jesus entendeu e explicou sua própria morte como um pacto. No 
discurso do cenáculo no momento da páscoa, quando Jesus iniciou a Ceia do Senhor, Ele 
disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramada em favor de vós” (Lucas 
22.20). Paulo também cita estas mesmas palavras de Jesus em 1 Corintios 11.23-25. Jesus e 
Paulo estão citando Jeremias 31.31-34, o único lugar do Velho Testamento que usa o termo 
“Nova Aliança”. A vida, morte e ressurreição de Cristo – a parte central da nossa fé – são 
pactuais. 
Em terceiro lugar, a Teologia do Pacto, explicam o significado da Ceia do Senhor e do 
Batismo. Ambos, o batismo e a ceia foram dados para fortalecer os santos. 
Em quarto lugar, é somente através dos pactos que Deus se relaciona com Seu povo3. 
Na Criação Deus introduziu um pacto com Adão, o primeiro homem. Adão agiu como um 
representante de todos os homens. Quando Adão pecou, Deus então entrou num pacto com 
Cristo (1 Coríntios 15; Romanos 5.12-19). A única forma que Deus se relaciona com os 
homens é em Adão ou em Cristo. Todos aqueles que vêm a Cristo estão unidos a ele e suas 
obras, e eles entram nas bênçãos do Novo Pacto. O pacto prover estrutura e define estes 
relacionamentos. 
 
1 Teologia Bíblia é o desenvolvimento de uma doutrina particular ou grupo de doutrinas como elas foram 
relevadas nas Escrituras. Teologia Sistemática é um estudo tópico ou um resumo de doutrinas teológicas 
chaves. Ela também explora a relação entre doutrinas, criando um sistema teológico. Teologia Sistemática foi 
desenvolvida em várias épocas na história da igreja. Teologia exegética, ou Hermenêutica é o estudo da 
maneira pela qual a Escritura deve ser lida. 
2 Robertson, Cristo dos Pactos, pp. 17-52 
3 CFW, 7.1 
8 
 
A Teologia do Pacto sempre foi central na Teologia Reformada. Não podemos 
compreender completamente a Escritura ou o Evangelho a menos que entendamos claramente 
os pactos. J. I. Packer observa: “As promessas do Evangelho, oferecendo Cristo e seus 
benefícios para os pecadores, são, portanto, convites para entrar e desfrutar de uma relação 
pactual com Deus. Fé em Cristo é, portanto, abraçar o Pacto e a vida cristã que glorifica a 
Deus com palavras e obras, pela grandeza da Sua bondade e graça que estão no coração da 
comunhão do pacto entre o Salvador e o pecador”.4 
 
2. As Palavras Bíblicas para Pacto 
 
O que é um pacto? Nesta seção vamos ver as palavras hebraicas e gregas usadas para 
“pacto” na Bíblia. Ao fazer isso, podemos explicar melhor o significado original da palavra. 
Essa seção também considera como os termos foram traduzidos em textos latinos. 
 
 2.1. O Antigo Testamento Hebraico 
 Em Hebraico berith significa “cortar ou amarrar”5. A ideia de cortar ou separar – 
cortar uma aliança – ocorre com Abrão em Gênesis 15 e 17. Nesses casos, Deus entrou emuma aliança com Abraão pelo corte dos animais (Gênesis 15). Em Gênesis 17, o sinal 
vinculativo da aliança entre Abraão e Deus foi o corte da carne do prepúcio, na circuncisão. 
Através do corte do pacto, Abraão foi separado por Deus, trazendo, dessa forma, Abraão para 
um relacionamento único com Ele. 
 
 2.2. O Antigo Testamento Grego 
Na Septuaginta (LXX), a tradução grega do Antigo Testamento, a palavra hebraica 
berith é traduzida pela palavra grega diatheke. Esta escolha de palavras foi uma concessão, já 
que não existe uma palavra que expresse exatamente o conceito hebraico. Havia duas opções: 
a) Diatheke – que trazia consigo o conceito de última vontade e Testamento (por 
exemplo, Hebreus 9.16-18) 
b) Sustheke – que destaca um acordo ou contrato entre duas partes. 
Os escritores rejeitaram suntheke porque esta palavra implica igualdade entre as 
partes. Os tradutores em seu lugar, escolheram diatheke para destacar o caráter soberano dos 
pactos bíblicos. Esta palavra grega foi traduzida para o latim como “testamentum” (um 
 
4 Packer, 31 
5 Berkhof , 262 
9 
 
testamento), que é a razão pela qual os tradutores dividiram a Bíblia em Antigo e Novo 
Testamento. 6 
 
2.3. O Novo Testamento Grego 
No Novo Testamento Grego, a palavra diatheke é mantida, mas não deve ser 
interpretada como um testamento, mas como um pacto. Devemos tomar do Antigo 
Testamento a nossa definição de Pacto. Este não é a última vontade ou testamento, mas um 
vínculo de sangue entre Deus e o homem, administrado soberanamente. Esta é a posição 
geralmente aceita hoje em dia. Todavia, há passagens em que alguns têm argumentado que a 
palavra diatheke deve ser interpretada como uma última vontade ou testamento (por exemplo, 
Hebreus 9.16-18), mas Robertson e outros rejeitam esta interpretação.7 
Como regra geral, quando os estudantes lerem a palavra “testamento” essa deve ser 
interpretada como “pacto”. A diferença crucial entre um pacto e um testamento é que um 
testamento pode ser mudado a qualquer momento antes da morte do testador. É vigente e 
irrevogável somente quando o testador morre. Mas, ao contrário, um pacto está em vigência 
desde o principio; seus termos uma vez definido, não podem ser mudados. A morte só é 
relevante se não cumpridas as estipulações do pacto. 
 
2.4. Tradução Latina 
Ao longo do tempo, as Escrituras foram traduzidas para o latim, e de 400 aC a 1400 
dC a teologia foi feita em latim na igreja ocidental. O uso de palavras e conceitos latinos teve 
um grande impacto na teologia cristã. Em traduções latinas, a palavra “pacto” foi traduzida de 
várias maneiras, incluindo testimentum, sublinhando uma última vontade e testamento, e 
foedes, a partir do qual o termo “federal” ou “representado” é adquirido. Essa idéia de 
teologia Federal era particularmente importante para os Reformadores Continentais e os 
Puritanos, assim como a palavra pactum, referindo-se a um pacto ou a um acordo entre duas 
pessoas. Essas palavras aparecem em obras teológicas mais antigas. 
 
3. O que é um Pacto? 
Qual é a definição bíblica de pacto? Agostinho definiu pacto como “um acordo entre 
 
6 Depois destas primeiras traduções, a seção 7.4 da Confissão de Westminster também se refere ao pacto como 
um "testamento". WCF 7.4: "Esta pacto de graça é freqüentemente apresentado nas escrituras pelo nome de 
Testamento, em referência à morte de Jesus Cristo, o Testador, e à herança eterna, com tudo o que lhe pertence, 
legado nesse pacto”. Esta terminologia é repetida em 7.5 e 7.6. A idéia de testamento da Confissão de 
Westminster é baseada em versículos como Lucas 22:22, 20, 1 Coríntios 11:25 e Hebreus 9:15 e 7:22. 
7 Robertson, Cristo dos pactos, pp. 11-14. 
10 
 
duas pessoas”. Essa simples definição foi refinada mais tarde. Esse curso define pacto como 
“um vínculo de sangue soberanamente administrado”. Primeiro e mais importante, um pacto é 
um vínculo que cria um relacionamento pessoal, formal e legal entre as partes. Para entender 
a natureza do vínculo, uma distinção precisa ser feita entre pactos feitos entre homens e 
pactos feitos entre Deus e os homens. 
 
3.1. Pactos entre Homem e Homem 
Os pactos entre homens eram comuns no Antigo Testamento. Esses pactos era 
negociáveis e as partes entravam no pacto como iguais. Exemplos pactos feitos entre os 
homens incluem casamento, adoção, tratado entre as nações (Josué 9; Oseías 12.1), as leis 
entre os reis e seu povo (Jeremias 34.8-18), contratos de negócios (Gênesis 21.27; 31.44), 
amigos entrando em contratos (1 Samuel 20.16), bem como os acordos entre mestres e servos 
(2 Samuel 3.12)8. 
 
3.2. Pactos entre Deus e o Homem 
Nos pactos de Deus e o homem, Deus é soberano. Os termos são soberanamente 
impostos sobre o homem; o homem não negocia os termos com Deus. Além disso, estes 
pactos são vínculos de sangue; o resultado do descumprimento do pacto é a morte, o 
derramamento de sangue. Dr. O. Palmer Robertson define os pactos como “um vínculo de 
sangue soberanamente administrado”.9 
 
3.2.1. Vínculos 
Um pacto é um vínculo verbalizado ou uma promessa de Deus ao homem. Este cria 
uma relação pessoal em que direitos e obrigações de Deus e do homem são claramente 
colocados. O sinal e o selo devem acompanhar acompanham a promessa verbal; o sinal do 
Pacto com Noé é o arco-íris10, a circuncisão é o sinal do pacto com Abraão, e o sinal do Novo 
Pacto é o batismo. 
 
3.2.2. Soberanamente administrado 
Ao criar este vínculo, Deus é aquele que estabelece os termos do acordo. Deus e o 
homem não interagem em uma negociação. Deus soberanamente impõe os termos aos 
 
8 Brown and Keele p. 15 
9 Robertson, Cristo dos Pactos, p. 4. 
10 Em português nos comumente falamos arco-íris, mas no Hebraico a palavra é arco, que traz a ideia de arco e 
flecha usados na guerra. Nós consideraremos isso com mais detalhes quando consideramos o pacto com Noé. 
11 
 
homens. Isto acontece em cada um dos pactos. 
 
3.2.2. Em Sangue 
“Em sangue” destaca o caráter absoluto do vínculo entre as duas partes. Quando um 
pacto se rompe, há conseqüências. Nos contratos entre os homens, aquele que rompe um 
contrato deve pagar danos e prejuízos. Nos contratos humanos, a obrigação pelo 
descumprimento dependerá da natureza do acordo. Se eu concordo em pagar R$ 1.000,00 por 
seu carro, e não pago, esse continua sendo o montante que eu devo, e é necessário que eu 
pague para cumprir o contrato. No pacto de Deus com os homens, seus termos de pacto são 
absolutos: a vida e a morte. A pena pelo descumprimento é sempre a morte. O termo “em 
sangue” indica que se este pacto for rompido, a vida do infrator deve ser tomada. Em Gênesis 
2, Deus disse a Adão: “... no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Se Adão 
falhasse em cumprir o pacto, ele perderia sua vida. Em Gênesis 15.17, “em sangue” é 
simbolizado pelo passar da tocha através dos pedaços dos animais, mostrando que se 
houvesse uma ruptura no pacto, ele seria morto como os animais. O derramamento de sangue 
estava presente no sinal do pacto da circuncisão com Abraão (Gênesis 17.22). O pacto de 
Deus com Israel inclui a aspersão do sangue sobre o povo e o livro da Lei (Êxodo 24.8). O 
derramamento que Cristo fez do seu próprio sangue é a marca do Novo Pacto (Lucas 22.20) 
1112. 
É vital entender que a única forma com que Deus trata o homem é através dos pactos. 
Deus não trata com o homem á parte dos pactos. Deus estabelece os termos destes pactos, e 
tanto Deus como o homem deve reger-se por estes termos. 
 
3.3. Ilustração bíblica dos Pactos. 
O matrimônio é uma ilustração bíblica, clara e fundamental do pacto nas Escrituras. 
Embora o casamento seja um pacto entre um homem e uma mulher. Deus usa essa imagem 
para explicar Seu relacionamento com Israel. Através de ambos os testamentos, Deusdisse 
que está casado com a nação de Israel por meio do pacto. Ele a viu, a protegeu, a amou e 
 
11 Relacionado à terminologia do “vínculo de sangue” está a ideia de um juramento sagrado entre Deus e o 
homem. Quando falamos do pacto feito com Abraão, Deus se refere a um juramento posterior (Gênesis 26.3). 
Em Hebreus 6.13, 14 é dito que quando Deus fez a promessa Ele jurou por si mesmo. Uma referência ao Pacto 
de Deus com Abraão. 
12 O pacto está também indiretamente relacionado a isso. A Lei, o testemunho e os mandamentos são referências 
indiretas ao Pacto Mosaico. Da mesma forma, a terna misericórdia de Deus e sua amorosa bondade apoiam-se 
na passagem pactual de Êxodo 34.6. Essa afirmação pactual sobre a natureza de Deus quase teve o status de 
um credo em Israel. Ela é citada em Números 15.17; 14.18; Salmo 86.15; 103.8; 145.8; e Joel 2.13. Esse é o 
testemunho de Israel de que Yahweh é um Deus pactual gracioso. 
12 
 
casou-se com ela (Ezequiel 16.1-14, 32, 35). Quando a nação de Israel rompe o pacto é vista 
como uma adúltera (Oséias 1-3). No Novo Testamento, a igreja está casada com Cristo 
(Efésios 5.25). 
No contrato matrimonial, ambas as partes mostram seu comprometimento um com o 
outro ao entrarem pessoalmente num relacionamento formal legal. No casamento pactual há 
ambos os elementos legal e emocional. Geralmente, o casal tem uma atração emocional 
(amor) e então eles formalizam isso com uma relação legal, que é o casamento. A 
confirmação legal mostra a natureza inquebrável e absoluta do vínculo “até que a morte nos 
separe”. 
Assim também é com a Teologia do Pacto. No Pacto Deus chama os homens para ele 
mesmo. Depois estabelece o relacionamento e então formalmente entre num pacto com eles. 
O pacto formalmente identifica, estrutura e define a relação. O homem está sob a obrigação 
pactual de amar a Deus de todo coração, mente, força e alma, e Deus e o homem estão 
comprometidos. Por outro lado, Deus promete perdoar o pecado humano, ser Seu Deus, e 
escrever sua Lei no coração do homem no Novo Pacto (Jeremias 31.31-34). 
 
4. Os três Pactos Principais13 
Para simplificar, há três pactos principais nas Escrituras: 
1. O pacto de obras entre Deus e Adão; 
2. O Pacto de Redenção entre Deus e Cristo, o segundo Adão; 
3. O Pacto de Graça entre Deus/Cristo e seus eleitos. 
Os pactos são apresentados a seguir. 
 
4.1. O Pacto de Obras 
O primeiro pacto foi o “Pacto das Obras” entre Deus e Adão.14 Deus entrou em um 
pacto que requeria a perfeita obediência de Adão no Jardim do Éden. Adão teve que obedecer 
a ordem de não comer de uma árvore, a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 
2.16-17). Se ele rompesse o pacto, ele morreria; se obedecesse a Deus, viveria. Este pacto é 
“das obras” porque o êxito deste pacto se baseava na obediência pessoal de Adão, que ele 
tinha o poder de fazer. O pacto foi feito com Adão e todos os homens, já que Adão era um 
 
13 Nem todo teólogo concorda com essa divisão ou com a terminologia. Outros teólogos usam a mesma 
terminologia de maneira diferente. Robertson rejeita a clássica idéia do Pacto da Redenção. Então, de forma 
mais confusa, ele rebatiza o tradicional Pacto da Graça, o Pacto da Redenção. Para um resumo da relação entre 
os pactos da Redenção e da Graça, veja Berkhof, 292ss. 
14 Confissão de Fé de Westminster, VII.2. A Confissão de fé de Westminster também fala desse pacto como 
Pacto da Criação ou Pacto de vida. 
13 
 
representante de toda a raça humana (Romanos 5.12-19; 1 Coríntios 15.22). Adão falhou 
nesta prova, e assim condenou a si mesmo à morte e condenou a todos aqueles a quem ele 
representava. 
 
4.2. O Pacto de Redenção 
O segundo pacto é chamado de “Pacto da Redenção”. Este pacto foi feito entre Deus e 
Cristo, como representante dos eleitos, para salvar o seu povo. Mesmo antes da fundação do 
mundo, o Pai planejou, elegeu e entrou em um pacto com Cristo (Efésios 1.4) no qual ele 
seria o segundo e último Adão (1 Coríntios 15.45), e atuaria como o segundo representante, 
desfazendo a obra de Adão, e assim redimindo (Efésios 1.7-11), e trazendo vida para todos os 
que estão Nele. 
Neste Pacto, Jesus: 
1. Faz um acordo eterno em obediência à vontade do Pai; 
2. Representa seu povo; 
3. É uma garantia e; 
4. Merece a recompensa da Pai. 
 
O Acordo eterno: O pacto feito na eternidade, antes da criação, e foi feito entre o Pai e 
o Filho (Salmo 2.40; João 6.38). 
A natureza eterna deste pacto é único. Tanto o Pacto das Obras como o Pacto da Graça 
encontram seus começos na história humana. Neste pacto, o acordo pactual entre o Pai e o 
Filho ocorre antes da criação do mundo; por isso, tem sido chamado de um pacto pré-
temporal. 
 
Cabeça Representativa: Cristo age não só para si mesmo. Ele promete atuar como 
representante do Seu povo. As ações dele foram creditadas na conta deles. Romanos 5.12-21 
mostra que assim como Adão era um representante, Cristo é também um representante. 
 
Fiador do Pacto: Nesse pacto, Jesus se comprometeu a ser o fiador de seu povo, ou a 
garantia. Pela união com Adão, o homem quebrou a lei de Deus e está sob a sentença de 
morte. Jesus veio e pagou pela quebra do pacto. Sob os termos do pacto, Ele toma o lugar do 
homem. A ideia de que Jesus morreu no lugar do Seu povo é demonstrada poderosamente em 
Hebreus “Portanto, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança” (Hebreus 7.22). 
 
14 
 
Ele Merece Sua Recompensa Celestial: Nesse pacto, Cristo prometeu obedecer 
perfeitamente ao Pai, e o Pai prometeu recompensar Cristo por Sua obediência (Filipenses 2. 
9), dando-lhe um povo. Em sua vida e morte, Cristo ganhou as bênçãos de Deus para Seu 
povo. Como recompensa por seu trabalho, a Cristo foi dado poder e autoridade sobre todas as 
coisas para que Ele possa governar todas as coisas até o final quando Ele terá vencido a 
morte, o último inimigo (1 Coríntios 15.20-26).15 
 
4.3. O Pacto da Graça 
O terceiro pacto é o “Pacto da Graça” no qual Deus entra num pacto com os homens 
para o perdão de seus pecados e entra em uma nova relação com eles. 
O termo “Pacto da Graça” não aparece nas Escrituras 16. Ele é uma construção 
teológica. Utilizamos o termo para descrever a série de pactos a partir da promessa de graça 
feita a Adão em Gênesis 3.15 até as promessas feitas a Noé, Abraão, Moisés e Davi, as quais 
alcançam sua plenitude no Novo Pacto em Cristo (Lucas 22.20)17. Nessa série de pactos, cada 
pacto está interrelacionado e construído sobre o que vem antes; por conseguinte eles formam 
uma única administração pactual. No Velho Testamento, o povo de Deus olha para a vinda de 
Cristo no Novo Pacto. Hoje, os crentes olham para trás para a cruz do Novo Pacto. Cristo é o 
centro dos pactos. 
Na Aliança das Obras, Adão ganharia a salvação por sua obediência. Por causa do 
fracasso de Adão em manter a Aliança das Obras, o homem não pode mais agradar a Deus por 
suas obras, então a única maneira que Deus pode lidar com o homem agora é pela graça. 
 
4.4. A relação entre os três Pactos 
Adão estava sujeito a Deus através do pacto das obras. Por causa da sua 
desobediência, Adão e toda a raça humana caíram e forma condenados. Com o fim de redimir 
o seu povo, Deus entrou com Cristo no pacto da redenção, no qual Cristo prometia obedecer 
ao Pai e agir como representante e garantia de seu povo a fim de libertá-los. No Pacto da 
Redenção, a obra de Cristo, merece as bênçãos daquele pacto e Ele, também, na cruz, paga 
pelos pecados do Seu povo. 
 
15Berkhof, p. 265. 
16 Batistas Dispensacionais muitas vezes criticam o conceito, argumentando que o termo não ocorre na Escritura, 
mas como observado, o fato de que um termo teológico não ser usado na Escritura não é evidência conclusiva 
contra o seu uso em geral; Ele ainda pode ser usado se refletir com precisãoo ensino da Escritura. 
17 CFW 7.3. “…o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça...”. A 
administração desta aliança no "Antigo Testamento" está descrita em 7.5, enquanto a sua administração no 
"Novo Testamento" está descrita em 7.6. 
15 
 
Embora ambos os pactos – o das Obras e o da Redenção – sejam baseados na 
obediência do representante, nesse acordo a obra de Cristo não se limitou a desfazer as de 
Adão, Suas obras foram muito maiores. O pacto da Graça não era devida ao homem; era um 
dom (Romanos 5). A extensão da obediência de Cristo é muito maior do que a de Adão 
alguma vez foi, e Cristo sofreu na cruz como um sacrifício substitutivo, levando os pecados 
dos eleitos. Em todos os aspectos Sua obediência superou em muito a de Adão. Finalmente, as 
bênçãos da Nova Aliança superam em muito as promessas que Adão perdeu. 
 
Os Pactos da Redenção e da Graça estão relacionados. O acordo pré-temporal entre o 
Pai e o Filho é a base sobre a qual se baseia o pacto da Graça. Nesse acordo, o Pai enviou o 
Filho para redimir um povo, e o Filho concordou em vir. Este acordo é manifesto no tempo, 
na aplicação do Pacto da Graça. No clímax do Pacto das Obras, o Mediador humano e divino 
executa os termos do acordo e assim traz salvação. 
Como o relacionamento é tão próximo, podemos falar de uma aliança com dois 
aspectos; o primeiro aspecto é a aliança entre Deus e Cristo, e o segundo aspecto é o fato de 
que a Aliança de Graça foi feita com Cristo, como o segundo Adão, e nEle com todos os 
eleitos como Sua descedência18. Berkhof observa: “Não há diferença essencial entre essas 
duas representações”. Diz o Dr. Hodge: “Não há diferença doutrinária entre aqueles que 
preferem uma afirmação e aqueles que preferem a outra; Entre aqueles que compreendem 
todos os fatos da Escritura relativos ao assunto sob uma aliança entre Deus e Cristo como 
representante de Seu povo e aqueles que os distribuem sob dois”.19 
Na figura abaixo estão os três principais pactos. O primeiro é o pacto de Deus com 
Adão para todos os homens (1). Paralelamente, vê-se o segundo grande pacto, o Pacto pré-
temporal da Redenção entre Deus e Cristo para os Seus eleitos (2). Este pacto é realizado na 
história. A obediência de Jesus traz o Novo Pacto. No terceiro pacto, o Pacto da Graça, fica 
claro que Deus tem um grande plano de salvação, desde Gênesis 3:15 até a vinda do Novo 
Pacto (3). Na vinda de Cristo, o Pacto da Redenção e o Pacto da Graça encontram seu ponto 
focal. 
 
 
18 No Catecismo Maior de Westminster, perguta 31: “Com quem foi feito o pacto da graça?” Resposta: O pacto 
da graça foi feito com Cristo, como o segundo Adão, e nEle, com todos os eleitos, como sua semente. 
19 292 
16 
 
 
 
5. A Importância dos Vários Pactos 
 
A Aliança de Obras explica a natureza da Queda, a razão pela qual estamos cercados 
pelo pecado e pela morte. Enquanto Adão obedeceu, não havia pecado e morte na raça 
humana. Como representante do homem, Adão trouxe todos os homens sob o poder do 
pecado e do reinado da morte. No pecado de Adão também é encontrada a razão para a 
corrupção da natureza do homem, por que os homens são pecadores e cometem pecado. 
O plano eterno de Deus para salvar um povo é visto no acordo pré-temporal. Em amor, 
Ele deu um povo ao Seu Filho, e Seu Filho concordou em redimi-los. O Pai escolheu os 
crentes nEle; O Filho cumpriu todas as condições da aliança para os Seus escolhidos, e o 
Espírito aplica essas obras ao povo de Deus. Neste acordo, a salvação do cristão é segura, 
baseada na obra do Pai, do Filho e do Espírito. A salvação do homem não repousa sobre suas 
obras, mas sobre as obras de Cristo por ele. Aqueles que tentam ser salvos por suas próprias 
obras perdem completamente o verdadeiro significado da salvação. 
Todos os homens são chamados a crer na obra de Cristo, pela fé. Pela fé, os eleitos são 
unidos a Cristo, e como Ele foi aceito e ressuscitado dentre os mortos, assim também eles 
serão ressuscitados com Ele. Em união com Cristo, a salvação do crente é segura, assim como 
foi realizada nEle. Temos a certeza de que vamos estar vindicados no Dia do Julgamento com 
Ele. 
 
17 
 
6. Digressão: Definições, Terminologia e Objeções20 
 
A fim de ajudar os novos alunos, a palestra de abertura foi deliberadamente simples, 
escondendo muitas questões complexas. Esta seção irá explorar algumas dessas questões mais 
avançadas. 
A definição do pacto é crucial, pois a definição afetará o que é classificado como um 
pacto, como os vários pactos se relacionam entre si e com a natureza das obrigações do pacto. 
Os antigos teólogos reformados definiram o pacto em termos gerais, como um pacto, 
um acordo ou uma promessa. Isso permitiu flexibilidade no que poderia e no que não poderia 
ser incluído sob a idéia do pacto. 
Bullinger observa: “É uma espécie de transação de Deus com a criatura segundo a 
qual Deus comanda, promete, ameaça e cumpre, e a criatura liga-se em obediência a Deus tão 
exigente” 21. 
Turretin define o pacto como aquilo que “denota um acordo de Deus com o homem 
pelo qual Deus promete suas bênçãos (e especialmente a vida eterna para ele), e para o 
homem, por sua vez, o dever e a adoração estão ligados... Isso é chamado de bilateral e 
mútuo, porque consiste em obrigações mútuas das partes contratantes; uma promessa da parte 
de Deus e estipulação do pacto por parte do homem”22. 
Outros reformadores desenvolveram outros aspectos do pacto. O teólogo Continental 
Zacarias Ursinus (1534-1583), em seus ensinos, incluiu uma referência aos Sacramentos. 
 
“Um pacto em geral é um contrato mútuo, ou acordo entre 
duas partes em que uma das partes se liga à outra para realizar algo 
em certas condições, dando ou recebendo algo, que é realizado com 
certos sinais e símbolos, com a finalidade de ratificar da maneira 
mais solene o contrato celebrado e, por razões de confirmação, que o 
contrato deve ser mantido inviolável”23. 
 
Isso dá continuidade à definição ampla da aliança, enquanto se concentra em sinais e 
símbolos. Nessas definições amplas, é fácil incluir outros acordos como “pactos” formais. No 
final do século XVII, tornou-se comum falar do acordo pré-temporal entre o Pai e o Filho 
 
20 Os alunos devem ser avisados de que isso não faz parte do curso; Eles não serão avaliados sobre isso. 
21 Johnson and Leith, p. 125 
22 www.apuritansmind.com/puritan-favorites/francis-turretin/covenant-concepts-turretin/ 
23 Ursinus, 97. 
18 
 
como a Aliança da Redenção, embora a palavra não tenha sido usada na Escritura24. A 
estrutura tríplice do pacto era comum nas igrejas reformadas continentais da Alemanha e da 
Holanda, e também entre os puritanos ingleses e os presbiterianos escoceses. 
Nos ensinamentos de Witsius, um teólogo da Igreja Reformada Continental mais 
antiga, ele claramente fala de um pacto da Redenção separado: 
 
“A vontade do Pai, dando o filho para ser o Cabeça e 
redentor dos eleitos; e a vontade do filho, apresentando-se como 
um patrocinador ou fiador para eles; em tudo o que a natureza de 
um pacto e acordo consiste. As escrituras representam o Pai, na 
economia da salvação, como exigindo a obediência do filho até a 
morte, e sob a condição dessa obediência, prometendo a ele, por 
sua vez, o nome que está acima de todo nome, mesmo que ele seja 
o Cabeça dos eleitos em glória; também o Filho, como se 
apresentando para fazer a vontade do Pai, aquiescendo nessa 
promessa, e... exigindo em virtude do pacto, o reino e a glória 
prometidos a ele. Quando temos claramente demonstrado todos os 
detalhes das escrituras, isso não pode, de maneira nenhuma ser 
negado: que há um Pacto entre o Pai eo Filho, pacto esse que é o 
fundamento da nossa salvação”25. 
 
Berkhof, seguindo a tradição Americana Continental, afirmou um Pacto da Redenação 
separado,embora reconhecesse a relação mais próxima entre a Aliança da Graça e a Aliança 
das Obras. 
A Confissão de Fé de Westminster segue uma estrutura bi-pactual, ou seja, os pactos 
das Obras e da Graça. Não há menção expressa do Pacto da Redenção, embora a substância 
do acordo seja encontrada em 8.1ss. sob o título de “Cristo, o Mediador” e no Catecismo 
Maior de Westminster, pergunta 31. A Declaração de Savoy em 1658 modificou a seção 8.1 
da Confissão de Westminster com uma referência expressa à palavra “pacto”. “Agradou a 
Deus, em seu propósito eterno, escolher e ordenar o Senhor Jesus seu Filho unigênito, de 
 
24 Para uma história do desenvolvimento do conceito do Pacto da Redenção, veja Murray, Collected Works Vol. 
3 (234-238). 
25 Witsius, p. 165 
19 
 
acordo com um pacto feito entre ambos26, para ser o Mediador Entre Deus e o homem” 
(Savoy 8:1)27. 
Não há definição da idéia geral de um “pacto” na Confissão de Westminster. Há uma 
clara referência ao Pacto das Obras, ou pacto da Vida, e ao Pacto da Graça. O primeiro se 
refere à obediência pessoal e perfeita de Adão (CFW 7.2). O último é definido como: “...nesse 
pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo 
deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a 
vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer”. (CFW 7.3). Estas são 
definições de função. No capítulo 8, a Confissão trata de Cristo como Mediador e, embora 
não use o termo "Pacto da Redenção" de acordo com uma definição mais ampla da aliança, a 
substância da aliança está presente. 
Como os primeiros teólogos definiram o pacto, em geral, em termos de acordos 
mútuos, essa definição ampla permitiu que a idéia de pacto, incluísse o Pacto de Redenção. 
Os últimos setenta anos têm visto vários desenvolvimentos importantes na teologia do 
Pacto. No Seminário de Westminster (Filadélfia, EUA), John Murray (1898-1975) 
argumentou que o pacto, por definição, é uma relação graciosa de Deus com o homem. 
Meredith Kline, de Seminario Westminster Oeste (Escondido EUA), enfatizou o aspecto legal 
do pacto no Sinai. Ele tem sido seguido por Horton28 e isso criou um paradigma teológico no 
seminário. Recentemente, O. Palmer Robertson afirmou a estrutura bi-pactual da Escritura e 
da Confissão de Westminster, mas ele redefiniu os termos tradicionais para os dois pactos. Ele 
fala da Aliança da Criação (no lugar das obras) e da Aliança da Redenção (no lugar da graça). 
Ele também ofereceu uma nova definição da aliança: um vínculo, no sangue, soberanamente 
administrado29. 
Como estas definições recentes tiveram implicações importantes nos Estados Unidos e 
mais além dele, explicaremos brevemente as implicações das várias definições do Pacto. 
 
a) Nos esquemas mais antigos, o uso de uma definição mais ampla de "pacto" 
significava que algo mais poderia se incluir nesse tópico. Por outro lado, quanto maior a 
definição, menos distintivos os próprios pactos se tornam. Além disso, havia uma ênfase 
muito maior, nos esquemas mais antigos, em um acordo mútuo entre Deus e o homem. 
b) Aqueles que enfatizam a eleição e a obra mediadora de Cristo muitas vezes 
 
26 Itálicos adicionados para dar ênfase. 
27 www.reformed.org/Savoy_Declaration 
28Introduction to Covenant Theology, veja também Sacred Bond, Browne and Keele. 
29O Cristo dos Pactos, p. 15 
20 
 
desenvolvem o Pacto da Redenção de maneira que outros não desenvolveram. Em contraste, 
Robertson rejeita a idéia de Pacto da Redenção como especulativo e não confessional, 
observando que não está nem na Confissão de Westminster nem nas Três Formas de Unidade. 
c) John Murray definiu “pacto” de um ponto de vista exegético. Ele começou com a 
primeira referência explícita à aliança em Gênesis 9. Como referência inicial, a aliança com 
Noah serviu como o protótipo de todos os pactos. Múrray concentrou-se na graça concedida a 
Noé. Noé achou graça aos olhos do Senhor (Gênesis 6: 8), relacionando assim esta aliança 
com a graça. Como esta é a aliança inicial, todos os pactos devem, por definição, ser 
disposições unilaterais, divinamente estabelecidas e graciosas. Para colocá-lo na negativa, 
qualquer acordo não construído sobre a graça livre de Deus para os pecadores não pode ser 
uma aliança. Murray argumentou então que o princípio unilateral da dádiva da graça é 
axiomático para todos os pactos, desde Noé até a Nova Aliança. A definição de Murray altera 
as definições anteriores, que apenas falavam de acordos mútuos e não enfatizavam a 
soberania unilateral e graciosa de Deus. 
Embora Murray enfatizasse a graça da aliança, ele também tinha o cuidado de incluir 
as obrigações do homem na aliança. Ele argumentou que, embora seja unilateralmente 
imposto, o acordo monergístico também vinculou Noé a certas obrigações pelas quais Noé 
obteve o benefício da aliança (Gênesis 6.22). Ele viu os mesmos princípios em todos os 
pactos subsequentes. Na aliança com Abraão, Murray viu o unilateral, gracioso; a aliança 
divina em sua origem, estabelecimento, confirmação e realização. Nessa aliança, as bênçãos 
são iniciadas e realizadas somente por Deus, e, assim como com Noé, Abraão teve o dever de 
ser circuncidado para receber suas bênçãos. Era possível quebrar a aliança (Gênesis 17. 9). 
Murray rejeitou a idéia de que a imposição de uma condição minava a graça unilateral 
da aliança. Murray observa: “Quanto mais aprimorada nossa concepção da graça soberana 
concedida, mais somos obrigados a postular uma fidelidade recíproca em favor do receptor. 
...tais exigências tomam forma prática concreta nas obrigações de obedecer aos mandamentos 
de Deus ...a comunhão é sempre mútua e quando a mutualidade cessa, a comunhão cessa”30. 
Na aliança, a graça já estava estabelecida ea condição era a base para o gozo continuado desta 
graça. 
A abordagem fortemente exegética de Murray e a ênfase sobre a aliança sendo 
definida pela graça podem ter estado também por trás de sua relutância em definir a 
administração Adâmica como uma aliança. 
 
30 The Covenant of Grace (O Pacto da Graça) acessado em: www.the-highway.com/Covenant_Murray.html 
21 
 
 
Em contraste, o aspecto legal da aliança com Moisés serviu como modelo básico para 
Meredith Kline. Assim como Murray, Kline centrou-se em um único pacto, desta vez a 
aliança com Moisés, a partir do qual ele desenvolveu axiomática chave: 
 
Provavelmente não há uma direção mais clara que o teólogo bíblico 
tenha para definir com ênfase bíblica o tipo de aliança que Deus adotou para 
formalizar seu relacionamento com seu povo do que aquele dado na aliança 
que ele fez com Israel para cumprir até mesmo os dez mandamentos. Tal 
aliança é uma declaração do Senhorio de Deus, consagrando um povo para 
si mesmo numa ordem de vida soberanamente prescrita31. 
 
Kline tentou distinguir dois tipos de convênios, um “pacto da Lei” e um “pacto da 
promessa”32. A aliança no Sinai se torna o arquétipo do pacto da Lei; A Aliança Abraâmica 
torna-se o protótipo do pacto da Promessa. Kline argumentou que na Aliança Abraâmica, a 
promessa incondicional de Deus é vista, porque somente Deus passa através dos sacrifícios. 
Em contraste, ele vê a aliança no Sinai como uma obrigação mútua; Israel promete obedecer a 
Lei para que ela possa viver. 
A posição de Kline pode ser legitimamente criticada. Embora a graça e a promessa 
sejam claramente enfatizadas na aliança abraâmica, ainda existem condições. Abraão também 
deve entrar em um compromisso pactual formal na circuncisão. Se algum descendente de 
Abraão rejeitou o sinal, eles rejeitaram o pacto (Gênesis 17.14). Kline admitiu isso, e 
reconheceu que Deus e Abraão entram em um vínculo mútuo de bênção e maldição. Kline 
também viu aspectos da promessa no PactoMosaico. Por estas razões, Robertson33 concluiu 
que Kline não conseguiu argumentar a favor de tal ruptura absoluta34. 
Como já foi dito, a definição de Robertson da aliança é um vínculo no sangue 
soberanamente administrado. Esta definição é extremamente útil, mas também enfrenta os 
seus próprios desafios. Primeiro no Cristo dos Pactos, a terminologia que ele usa redefine a 
terminologia padrão reformada histórica. Ele muda o nome da Aliança de Obras para a 
Aliança da Criação, e a Aliança da Graça, em seus escritos, torna-se a Aliança da Redenção. 
 
31 Kline, Treaty of the Great King, p. 9 
32 Kline, By Oath Consigned 16ff &, p. 29ff 
33 Robertson, Current Reformed Thinking 40 
34 A distinção é seguida por Horton, em Introduction Covenant Theology que tenta fazer uma distinção absoluta 
entre pacto condicional e incondicional. Se as nuances na visão de Kline minam sua tese de dois pactos 
distintos, então o contraste mais absoluto oferecido por Horton é rapidamente minado pela exegese adequada. 
22 
 
Embora Robertson tenha um ponto, para aqueles sem qualquer entendimento da aliança, a 
mudança na terminologia pode causar confusão. Robertson também nega o tradicional Pacto 
de Redenção entre o Pai e o Filho, observando que não é mencionado em nenhum documento 
confessional. Embora se reconheça que a redação “Aliança da Redenção” não é confessional, 
dizer que algo é não-explicitamente confessional não é o mesmo que negá-lo categoricamente. 
Em certas áreas, a teologia se desenvolveu. Além disso, deve-se notar que em muitos casos a 
Confissão de Westminster foi deliberadamente ampla para encontrar consenso. Além disso, é 
claro que a Confissão pode ser lida de várias maneiras. No fundo, a negação de Robertson da 
Aliança da Redenção parece ser uma extensão natural do modo como defino a aliança. Se a 
aliança é um vínculo de sangue soberanamente administrado, não é fácil de ler esta definição 
no Pacto pré-temporal de Redenção entre Pai e Filho. Na aliança pré-temporal não está claro 
que o Pai impõe soberanamente a aliança sobre o Filho da mesma maneira que Deus impõe 
obrigações ao homem nos pactos Divino/humano. Além disso, o vínculo na carne, como um 
vínculo no sangue, não pode ser estabelecido. 
Recentemente Ligon Duncan35 enfatizou, entre outras coisas, que os pactos dão 
estrutura e asseguram uma relação única. Eles não criam uma. Em Gênesis 12, Deus elegeu e 
chamou Abraão. Ele confirmou esta relação com uma aliança em Gênesis 15. O sinal da 
aliança é dado para assegurar a fé de Abraão em Gênesis 17. Da mesma forma Deus cria 
Israel e então entra em uma aliança com ela no Sinai (Êxodo 19-24). Deus escolhe e chama a 
Davi (1 Sm 16) antes de ratificar a aliança com ele em 2 Samuel 7. A preocupação de Duncan 
é negar que a mera aplicação do sinal formal cria uma relação onde não existe, como ocorre 
na Igreja Ortodoxa Oriental, A Igreja Católica e, mais recentemente, a teologia da Visão 
Federal. 
Uma clara definição de “aliança” permanece difícil de encontrar. Isso é importante 
porque a definição básica de “pacto ou aliança” afetará o modo como uma pessoa entende o 
número e a interrelação dos vários pactos. Os alunos estão conscientes de que a forma como a 
aliança é definida terá consequências graves. Cada definição concorrente discutida acima 
levará a uma ênfase sobre um ou outro aspecto da teologia da Aliança tradicional, muitas 
vezes em detrimento de outro. Neste curso vamos usar uma versão modificada da de 
Robertson. Definiremos a aliança como um vínculo no sangue soberanamente administrado, 
mantendo a estrutura do Pacto das Obras e Pacto da Graça da Confisão de Fé de Westminster. 
 
 
35 Ligon Duncan, “Defining Covenants: Lecture 2,” ItunesU. 
23 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Visto que Deus trata com os homens através de pactos – vínculos legais e emocionais 
soberanamente administrados no sangue – a Teologia do Pacto estabelece uma base para 
compreender as Escrituras. Os três principais pactos são o Pacto das Obras, o Pacto da 
Redenção, e o Pacto da Graça. 
 
 
 
24 
 
PERGUNTAS PARA A LIÇÃO UM 
 
1. Dê duas razões pelas quais a Teologia do Pacto é importante. 
 
2. Quais são as palavras hebraicas e gregas que são utilizadas para “pacto”? Como 
foram traduzidas cada uma delas? 
 
3. Providencie um exemplo (com referencias bíblicas) de um pacto entre os homens. 
 
4. Quais são os elementos de um pacto bíblico de acordo com O. Palmer Robertson? 
 
5. Como se administra soberanamente um pacto? Por que em sague? 
 
6. Qual é a principal ilustração bíblica de um pacto? Providencie provas das 
Escrituras. 
 
7. Quais são os aspectos do pacto? Descreva-os e fale sobre sua importância. 
 
8. O que é o Pacto das Obras? 
 
9. O que é o Pacto da Redenção? Nomeie brevemente todos os aspectos. 
 
10. O que é o Pacto da Graça? 
25 
 
LIÇÃO DOIS: A ESTRUTURA DOS PACTOS 
 
Nesta lição esboçamos a estrutura dos pactos e de toda a Escritura. Introduziremos 
cada pacto, e veremos como cada um se relaciona com o plano de Deus e com cada um dos 
outros pactos. Este é um panorama geral; cada pacto será visto com mais detalhes em 
capítulos posteriores. 
 
1. A Estrutura do Pacto – “Dois adãos” 
 
A estrutura de pacto mais básica é a dos “dois Adãos”, a divisão entre Adão, o 
representante do pacto das obras, e Cristo, o Mediador e representante do Pacto da Graça para 
os homens. 
 
Adão e Cristo representam seus respectivos pactos (indicado pelo “V” invertido no 
diagrama acima. Adão representa a velha criação e de toda a humanidade que nasce, 
naturalmente, dele. No Pacto das Obras, Deus colocou o homem em uma prova de obediência. 
Se Adão obedecesse seria abençoado, se desobedecesse seria amaldiçoado. Adão pecou, e 
porque ele era o representante de toda a humanidade, pecado e morte entraram na criação e 
agora reina sobre todos os homens (Romanos 5.12). Cristo é o representante do Novo Pacto, 
um pacto de graça e vida para todos aqueles que estão nele (1 Coríntios 15.20; Romanos 5.1-
19). Esse pacto é algumas vezes chamado de Pacto da Redenção. 
Os dois pactos estão também ligados às duas criações. A ligação entre Adão e a velha 
criação e Cristo e a nova criação é enfatizada em 1 Coríntios 15.45-49. Se incluirmos o 
aspecto da nova criação, o diagrama acima pode ser expandido da seguinte forma: 
 
Queda 
Pecado e morte
Obediência
Graça e Vida 
e 
 
Primeiro
Adão 
Cristo 
Segundo Adão 
Último Adão 
Pacto das Obras Pacto da Graça
26 
 
 
Adão, debaixo do Pacto das Obras, foi o cabeça da velha criação. Por causa do seu 
fracasso, ele trouxe o pecado e a morte a si mesmo e a toda criação. Cristo é o cabeça da 
nossa criação. Através da sua obediência, sob os termos do Pacto da Graça, Jesus traz o 
perdão, o Espírito, a ressurreição e a vida. Essa ressurreição é o começo da nova criação. 
 
2. O Pacto da Graça 
 
O Pacto da Graça é o pacto que Deus fez como o homem depois da queda. O termo 
“Pacto da Graça” não ocorre na Escritura. O fato de o termo não ocorrer na Escritura não é 
um obstáculo para seu uso, desde que reflita com precisão o ensino da Escritura. Um exemplo 
comum desse princípio é o uso da palavra extrabíblica “Trindade” para explicar o conceito 
bíblico de um Deus em três pessoas.36 
Desde a queda de Adão, o homem é agora governando pelo pecado e pela morte 
(Romanos 5.12); ele é incapaz de agradar a Deus. Para salvar os homens, Deus entrou em 
outra aliança, a Pacto da Graça. Ele é chamado de “pacto”, porque é a única maneira que 
Deus lida com o homem. É por “graça”, uma vez que nem Adão nem qualquer homem podem 
ganhar a bênção de Deus. No Pacto da Graça, Deus graciosamente fornece tudo o que é 
necessário para a salvação do homem através do Mediador, Cristo Jesus, que é o representante 
e fiador dos fiéis. O termo “Pacto da Graça” é realmente uma descriçãode uma série de 
pactos históricos que Deus fez com os homens, todos apontando e culminando para a Nova 
Aliança em Cristo, através do qual eles encontram o perdão do pecado. 
A primeira promessa deste pacto ocorre em Gênesis 3.15: “Porei inimizade entre ti e a 
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o 
calcanhar.” Esta promessa é, então, seguida por uma série de outros pactos: o pacto com Adão 
 
36 Alguns teólogos não gostam do termo “Pacto da Graça”, afirmando que não é bíblico. Em seu lugar preferem 
o termo “Novo Pacto” usado pelos Cânones de Dort. A Confissão de Fé de Westminster utiliza o termo “Pacto 
de Graça” (VII.3). A CFW menciona o mediador, mas não usa o termo “Pacto da Redenção” no capítulo 8. 
27 
 
(Gênesis 3.15ss), o pacto com Noé (Gênesis 8), o pacto com Abraão (Gênesis 15-17), o pacto 
com Moisés (Êxodo 19-20), e o pacto com Davi (2 Sameul 7.14ss), e o Novo Pacto (Jeremias 
31.31-34; Lucas 22.20). Isso cria uma estrutura de duas partes, bi-pactual na Escritura; uma 
pessoa é condenada em Adão, sob o Pacto das Obras, ou está em Cristo e recebe as bênçãos 
que Cristo ganhou na Aliança da Graça.37 
Há uma série de coisas que precisamos notar acerca do Pacto da Graça. Em primeiro 
lugar, há seis pactos diferentes no Pacto da Graça. Em segundo lugar, cada um destes está 
baseado em, e desenvolve o tema de Gênesis 3.15. Falamos de um Pacto da Graça porque 
cada pacto subseqüente desenvolve os temas encontrados na primeira aliança com Adão. Em 
terceiro lugar, cada um dos seis pactos tem uma ênfase ligeiramente diferente. Nem todos eles 
enfatizam as mesmas coisas. Existem semelhanças e diferenças. 
É um Pacto da Graça, mas cada pacto enfatiza um aspecto diferente. Podemos ilustrar 
esta idéia comparando e contrastando o Pacto Mosaico e a Novo Pacto. Na aliança com 
Moisés, a capacidade da aliança de condenar é enfatizada. Em Gálatas 3.19 Paulo escreve: 
“Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o 
descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um 
mediador”. João contrasta o pacto de forma similar. Ele diz: “Porque a lei foi dada por 
intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. Nem Paulo nem 
João estão fazendo um contraste final, mas ambos destacam a ênfase particular de cada 
aliança. O Pacto Mosaico dado por Moisés e a Nova Aliança fazem parte do plano de Deus, 
mas são diferentes. A Aliança Mosaica aponta para a Nova Aliança; É um precursor, uma 
cópia, um prenúncio da verdade da Nova Aliança. A Nova Aliança é a realidade poderosa. 
Quarto, como pode ser visto acima, o Pacto da Graça pode ser subdividida em uma 
série de antigos pactos antecipatórios e da Nova Aliança. Os antigos pactos antecipatórios 
(plural) contêm todos os pactos feitos de Adão a Davi incluindo o Pacto Mosaico. Os antigos 
pactos antecipados esperam a sua realização na Nova Aliança com Cristo. A Nova Aliança, 
enquanto parte da Aliança de Graça, é única na medida em que é a aliança em que a realidade 
das promessas de Deus é finalmente realizada. Deve-se notar que a Aliança Mosaica também 
é expressamente chamada de Antiga Aliança e é contrastada com a Nova Aliança. 
O termo Antiga Aliança é especificamente referido em Jeremias 31: 31-34 e Hebreus 
8: 7-11. A fim de evitar confusão com a Antiga Aliança, e a série de pactos antecipatórios de 
Adão a Davi na antiga criação, este curso chamará a aliança com Moisés, a Antiga Aliança ou 
 
37 Esta estrutura de dois pactos é expressamente referida na Confissão de Westminster 7.3.4 
 
28 
 
a Aliança Mosaica, e chamará a série de pactos de Adão a Davi na antiga criação, os antigos 
pactos antecipatórios. 
 
Em resumo, existe um Pacto da Graça, com duas partes: a série de antigos pactos 
antecipatórios de Adão a Davi, que esperava a vinda de Cristo e o Pacto da Graça na Nova 
Aliança, no qual todas as promessas de Adão a Cristo são cumpridas. 
 
2.1. Os Princípios do Pacto da Graça 
 
O diagrama seguinte é útil para nos ajudar a entender o Pacto da Graça. Ele não é uma 
descrição completa de todos os pecados; na verdade, ele menciona apenas três dos seis pactos 
no Pacto da Graça, mas ele ilustra como os vários pactos se encaixam. 
 
 
Explicação do Diagrama: 
a) As flechas indicam uma direção ao longo do tempo. Deus se revela ao longo do 
tempo, não tudo de uma vez. 
b) Os passos sobem, indicando que cada estágio é uma revelação mais completa. O 
pacto com Abraão tem pouca informação, enquanto o pacto com o cumprimento em Cristo 
tem mais. Cada administração do pacto acrescenta e aumenta progressivamente a informação 
que Deus dá ao Seu povo. 
c) Cada passo descreve outro pacto: os passos são discretos, indicando que cada pacto 
realmente acrescenta algo ao anterior. 
d) As etapas também são unidas. Isso é importante, pois mostra que eles não são 
completamente discretos. Os pactos são os mesmos em substância; Eles estão unidos um ao 
outro, isto é, fluem um do outro. 
 
29 
 
Podemos resumir o diagrama acima usando três conceitos: 
1. Revelação Progressiva: Deus revela suas ações com o passar do tempo; 
2. Unidade dos Pactos: Há um só pacto da graça essencialmente; o pacto é um 
cumprimento da promessa de que Cristo, o segundo Adão, viria para trazer graça e vitória 
(Gênesis 3.15ss). 
3. Diversidade dos Pactos: O pacto é único, mas constituído por uma série de pactos 
que se constroem e se baseiam um no outro, e que realmente agrega algo ao pacto anterior. 
Sempre devemos equilibrar a unidade e a diversidade. 
 
3. Os Seis Pactos Distintivos no Pacto da Graça 
 
3.1. Adão: A Primeira Promessa 
A primeira promessa pactual feita ao homem depois da queda está em Gênesis 3.15. 
Deus prometeu levantar uma Semente/Filho da mulher que traria vitória ao povo de Deus. 
Isso se cumpriu na morte e ressurreição de Cristo, e espera seu cumprimento final no retorno 
de Cristo. 
Embora a vitória seja de Cristo, todos os que estão em Jesus, por aliança, participam 
da Sua vitória. Em Seu retorno, todos os crentes triunfarão na morte de Cristo e com Ele 
esmagarão Satanás sob seus pés (Romanos 16:20). 
 
3.2. Noé: Preservação 
O. Palmer Robertson chama o Pacto com Noé de “Pacto da Preservação”38. Neste 
pacto, Deus promete não voltar a destruir o mundo com água. Ele dá o arco-iris como sinal de 
sua fidelidade. 
 
3.3. Abraão: A linhagem de Israel 
Com a promessa a Abraão começa a linhagem de Israel. Sara era estéril, mas a Abraão 
foi prometido uma semente, uma terra e um povo. É através da linhagem de Abraão que o 
Messias virá. Deus confirmou isso passando através dos animais, comprometendo-se assim 
 
38 Robertson, p. 109 
30 
 
com Abraão na pena de morte (Gênesis 15). Para fortalecer a fé, Deus deu a circuncisão a 
Abraão e à sua descedência (Gênesis 17.1-12), como sinal do pacto, sinalizando a necessidade 
de cortar o pecado no coração, e igualmente sinalizando a morte de Cristo na cruz 
(Colossenses 2.11-12). Esse pacto foi cumprido em Cristo; todos aqueles que foram unidos a 
Cristo pela fé (tanto judeus quanto gentios) se tornam filhos de Abraão (Gálatas 3.26-29). 
 
3.4. Moisés: A Entrega da Lei 
Deus redimiu a Israel do Egito. Moisés atua como mediador entre Deus e Israel, 
dando-lhes a lei no monte Sinai. Essa lei revelou a vontade de Deus, mas foi escrita em 
pedras, fora do coração do homem, não dentro. A lei não muda o coração humano. A entrega 
da Lei foi a revelação completa da vontade de Deus. A revelação progressiva destaca a 
pecaminosidade do povo de Israel; ela mostra que Israel está debaixo da maldição da lei 
(Romanos 5.20; Gálatas 3.19). A lei foi dada a Israel para mostrar seu pecado, para que Israel 
pudesse esperarpela promessa de que Alguém maior que Moisés viria (Deuteronômio 18.15). 
A esperança de salvação é que Cristo é Aquele que tiraria o pecado como prefigurava o 
templo e os sacrifícios. 
Israel representa um microcosmo de todo o mundo. Israel como nação debaixo da Lei 
e juízo destaca a verdadeira natureza do homem caído. A lei foi dada para mostrar aos homens 
seus pecados e fracassos. O papel de Israel foi mostrar ao mundo que o homem não pode 
salvar-se por suas próprias obras, e que precisa de um substituto sacrificial. 
O Pacto Mosaico é também chamado de “Antigo Pacto” em Jeremias 31 e Hebreus 8. 
 
3.5. Davi: O Rei Eterno 
Entre os pactos antecipatórios, o Pacto Davídico é o ponto mais alto e o 
desenvolvimento mais pleno da promessa feita a Adão em Gênesis 3.15. O pacto foi feito com 
Davi como rei e representante da nação. Se o rei ia bem, Israel era abençoado; se o rei 
fracassasse, Israel fracassava também. O rei é filho de Davi tanto quanto o próprio Filho de 
Deus. O rei era ungido com o Espírito Santo e a ele foi dado o trono e o domínio eterno (2 
Samuel 7.14-15). Deus prometeu que o Messias viria através da descendência de Davi. 
 
Esses são os cinco pactos principais que compõem a porção do Antigo Testamento do 
Pacto da Graça. No Novo Testamento cada um deles atinge seu cumprimento no Novo Pacto. 
 
3.6. Cristo: O Novo Pacto 
31 
 
O Novo pacto encontra seu cumprimento em Cristo e Sua obra, pelo derramamento do 
sangue de Cristo (Lucas 22.20). Todos os velhos pactos antecipatórios apontam para, e se 
cumprem neste pacto. Jesus é o grande filho de Davi (Romanos 1.3-4). Ele é o Filho de Deus. 
Como representante, ele obedeceu perfeitamente a Lei de Deus, pelo que merece a bênção 
para Seu povo (Romanos 5.12-19; Filipenses 2.6-11). Ele é o ungido pelo Espírito e é a 
semente prometida de Abraão; nele são benditas todas as nações da terra (Gálatas 3. 8, 29). 
 
3.7. Notas adicionais sobre os Velhos Pactos Antecipatórios e o Novo Pacto 
 
3.7.1. A Promessa e o pacto Mosaico são somente uma cópia e sombra do Novo Pacto 
Os velhos pactos antecipatórios contêm promessas que olham para o futuro, mas eles 
mesmos não têm o poder de trazer as bênçãos prometidas. Seu poder de salvar estava fundado 
em que eles explicavam e apontavam para a vinda de Cristo. O caráter incompleto das 
promessas e dos velhos pactos antecipatórios é visto no fato de que eles são chamados de 
“cópias” e “sombras” do Novo Pacto, em vez de realidade ou substância. Eles eram a imagem 
do cumprimento (Colossenses 2.15; Hebreus 8.5-13). 
 
 
 
 
3.7.2. Os crentes do Velho Testamento receberam as Bênçãos do Novo Pacto pela fé. 
Na velha criação, o pecado e a morte reinaram. Adão foi expulso do paraíso. De forma 
similar Israel foi expulso da terra por causa da sua idolatria. À luz do constante fracasso do 
homem antes de Cristo e do Novo Pacto, alguém poderia ser salvo antes de Cristo vir? Havia 
salvação no Velho Testamento? A resposta é sim. Todos os velhos pactos antecipatórios 
olhavam para o futuro, para o cumprimento do Novo Pacto em Cristo; portanto, os crentes do 
Antigo Testamento que verdadeiramente entendiam a natureza das promessas do pacto, 
olhariam para o cumprimento das promessas da salvação em Cristo e do Novo Pacto. 
32 
 
Olhando para o futuro em fé, os crentes do Velho Testamento foram salvos pela fé da mesma 
forma que os crentes do Novo Testamento (Romanos 4.1-15). 
Um crente do Velho Testamento enxergava, pela fé, através dos velhos pactos 
antecipatórios, seu cumprimento final no Novo Pacto. Abraão estava esperando o descendente 
final; ele sabia que o cumprimento final das promessas não seria encontrado em Isaque. Ele 
olhou além, olhou para Cristo (João 8.56; Hebreus 11.17-19). Davi entendeu que os 
sacrifícios e ofertas não tiravam o pecado, mas que a salvação viria através da obediência e da 
obra de sua descendência real-sacerdotal (Salmo 40.6-8; Salmo 110; Hebreus 10.1-4). Em 
Moisés, a Lei, o sacerdócio e o tabernáculo, todos apontavam para a vinda de Cristo. Simeão, 
no tempo de Cristo, estava esperando a consolação de Israel (Lucas 2.25). Era somente à 
medida que os santos do Antigo Testamento entendiam as promessas, os sacrifícios e os tipos, 
para ver através deles, esperando seu cumprimento no Novo Testamento, que eles foram 
abençoados. 
 
 
 
 
Isso permanece sendo a maior diferença entre o atual ensino do Dispensacionalismo e 
a Teologia do Pacto. Na teologia Dispensacionalista a Escritura é dividida em um número de 
períodos ou provas. Cada um desses períodos ou testes é completamente diferente daqueles 
que tiveram lugar antes. No ensino modificado dispensacionalista39, embora eles afirmem que 
Cristo é o único caminho para a salvação, e que a fé é o único meio, eles também afirmam que 
o objeto da fé variava nas diferentes dispensações. No tempo dos sacrifícios dos velhos pactos 
antecipatórios, um israelita poderia ter fé nos próprios sacrifícios, que eles purificavam 
pecados, e não poderiam, nem deveriam olhar através deles para ver que eles apontavam para 
 
39 Ryrie, Dispesationalism, 155,16. Ryrie cita os atuais artigos do Seminário de Dalas. “Era historicamente 
impossível que eles tivessem consciência de que o objeto de sua fé fosse o Filho encarnado crucificado, o 
Cordeiro de Deus, e que é uma evidência de que eles não compreenderam como nós que os sacrifícios 
retratavam a pessoa e a obra de Cristo” (artigo 4). 
33 
 
a trabalho vindouro de Cristo. Nós consideraremos o ensino dispensacionalista com mais 
maiores detalhes ainda nessa lição. 
 
3.7.3. O Poder do Novo Pacto remonta ao Antigo 
Os sacrifícios dos velhos pactos antecipatórios não tinham poder para completa e 
finalmente pagar pelos pecados40. O pagamento completo e o perdão dos pecados somente 
poderia ser alcançado através de Cristo como Mediador do Novo Pacto (Salmo 40; Hebreus 
10.1-17; Romanos 3.24-26). 
Ainda que tenha havido alguma provisão temporária para o perdão dos pecados no 
Velho Testamento, Deus considerou Abraão como justo (Gênesis 15.6), devido a sua fé nas 
promessas pactuais de Deus, mesmo antes que a morte de Cristo fosse, na verdade, entendida 
por eles. Paulo também notou que Davi foi perdoado pela fé, em Romanos 4.6-8. 
 
3.8. A incompletude dos Velhos Pactos 
 
Os antigos pactos antecipatórios em si mesmos, sem a vida do Novo Pacto, são 
incompletos. Somente na vinda de Cristo, os antigos pactos começam a se concretizar. 
Durante algum tempo houve progresso nos antigos pactos. A semente prometida a Abraão 
prosperou. Israel estava na terra, tinha um rei, e Deus habitou no templo como Ele prometeu 
(Deuteronômio 28-30, Levítico 26). Mais tarde, Israel foi expulso da terra no exílio 
babilônico. Israel permaneceu exilado até o tempo de Cristo, e embora ela voltasse para a 
terra, as promessas a Abraão não foram realizadas. Israel estava sob domínio estrangeiro, e a 
semente de Davi já não era rei em Jerusalém. 
Israel ainda estava tecnicamente no exílio. Este foi sempre o plano de Deus. A 
incompletude e o aparente fracasso dos antigos pactos reforçaram o reino do pecado e da 
morte na velha criação. A única maneira que a salvação poderia vir era Deus enviando o 
segundo homem, o último Adão, para desfazer a obra do primeiro Adão. É somente em Cristo 
e em Seu Reino que as promessas são cumpridas. Deus pretendia que os antigos pactos 
fossem incompletos para destacar tanto o fracasso dos homens em Adão como para destacar o 
sucesso de Cristo e da Nova Aliança41. 
 
40 Eles tiveram poder limitado. 
41 De acordo com o Puritano John Owen, as seguintes posições foram geralmente acordadas na teologia 
Reformada: "Que a partir da primeira promessa, ninguém foi justificado ou salvo senão pela nova aliança e 
Jesus Cristo. Que o Antigo Testamento contém a doutrina da salvação na pessoae na obra de Cristo; Que a 
antiga aliança, separada de sua relação figurativa a aliança da graça, não podia salvar e todas as instituições da 
34 
 
 
4. A Promessa e os Elementos Chaves do Novo Pacto 
 
Em Deuteronômio 28-30 Deus preparou o futuro para Israel. Ele advertiu que a nação 
quebraria Seu pacto e seria lançada fora da terra. A passagem também ensinou que, depois de 
ser expulso da terra, Deus restauraria Israel (Dt 30: 1-6). Em cumprimento dessa profecia, 
Deus prometeu a Israel que entraria em uma nova e melhor aliança com ele, uma aliança 
construída sobre melhores promessas (Jeremias 31: 31-34). Esta nova e melhor aliança 
substituiria a Antiga Aliança Mosaica e traria a bênção final. Os princípios fundamentais da 
Nova Aliança são estabelecidos em Jeremias 31: 31-34 e outras passagens. A promessa da 
aliança é citada em Hebreus 8. Em Hebreus o contexto imediato é que os cristãos judeus 
estavam ameaçando deixar Cristo e a Nova Aliança e retornar à Velha Aliança. Para detê-los, 
o autor de Hebreus cita a promessa de Jeremias 31 para enfatizar a superioridade da Nova 
Aliança sobre a Antiga Aliança Mosaica. 
 
Jeremias 31: 31-34 enfatiza quatro pontos: 
 
1. A Nova Aliança prometida seria eficaz. A Velha Aliança não foi eficaz porque 
Israel quebrou a aliança e assim está sob a ira de Deus. A Nova Aliança seria eficaz porque 
tem um Mediador melhor e foi baseada em promessas ainda melhores (Hb 8: 8-9). 
2. Deus promete colocar Suas leis em suas mentes e escrevê-las em seus corações, 
tornando-os obedientes (Hb 8:10). 
3. Deus promete que Ele será o seu Deus e todos o conhecerão, desde o maior até o 
menor (Hb 8:11). 
4. Deus perdoará seus pecados e não mais se lembrará deles (Hb 8:12). 
 
Em Lucas 22:20, Jesus expressamente diz a Seus discípulos que Seu sangue traz a 
Nova Aliança. O sangue de Jesus na Nova Aliança substitui o sangue do Cordeiro da Páscoa. 
É Cristo, o Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado pelo Seu povo (1 Coríntios 5.7). As 
palavras "derramadas" voltam aos sacrifícios do tempo de Moisés/Abraão. Além disso, Jesus 
usa a Páscoa (o grande sinal de libertação sob a Antiga Aliança) para introduzir o sinal da 
 
antiga aliança tipificavam Cristo "(Owen, 191), ), Jones, Mark and Michael Haykin Eds. Drawn into 
Controversie: Reformed Theological Diversity and Debates Within Seventeenth-century British Puritanism. 
Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2011. Print. 
35 
 
Nova Aliança de libertação, a Ceia do Senhor. A morte de Jesus cumpre o Velho e traz o 
Novo Pacto. 
A Nova Aliança é o clímax eo cumprimento da Aliança da Graça, o lugar onde a 
Aliança da Redenção é totalmente elaborada no tempo. Neste ponto, Cristo como Rei, Cabeça 
e Mediador da Nova Aliança cumpre a Velha Aliança através de Sua própria vida, morte e 
ressurreição. 
 
4.1. Cristo, o cabeça 
Adão era o cabeça da velha criação. Cristo, como cabeça, traz uma nova criação 
através de Sua ressurreição. Aqueles que nasceram da carne são elevados a uma nova ordem 
espiritual através da Sua morte e ressurreição (Romanos 1.3-4, 1 Coríntios 15.20-50, 2 
Coríntios 5. 17-19). 
 
4.2. Com Base no Perdão 
A Nova Aliança baseia-se no perdão do pecado (Jeremias 31.31-34). Adão, através de 
seu pecado, trouxe a maldição e o julgamento sobre a terra. Cristo toma esse pecado e 
julgamento sobre si mesmo; Ele paga pelos pecados de todos os que Ele representa. 
 
4.3. União com Cristo 
A ressurreição de Cristo é um modelo e uma realidade para todos aqueles que nEle. 
Aqueles que estão unidos a Cristo, pela fé, estão 'nele'. Isso significa que o que aconteceu com 
Cristo lhes acontece. Aqueles em união com Cristo também são movidos da antiga criação 
para a nova criação. “Assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já 
passaram; eis que se fizeram novas”. (2 Coríntios 5.17).42 
 
 
 
42 Nota: O autor usa uma versão que diz: Portanto, se alguém está em Cristo é uma nova criação. Por isso, ele 
afirma numa nota de rodapé: “O artigo "uma" não ocorre no grego original. Os crentes não se tornam uma nova 
criação; Em vez disso, Jesus traz a Nova Aliança e nEle todos são trazidos para uma Nova Aliança”. 
36 
 
 4.4. Nova Criação, Filiação e Espírito 
 
Na ressurreição de Jesus, Ele ressuscitou como o Filho, ressuscitado pelo poder do 
Espírito. Ele é as primícias (o primeiro de todos os homens, o primeiro em união com todos 
nele, garantindo que todos que estão unidos a Ele serão ressuscitados) da nova criação (1 
Coríntios 15.20-22). Como recompensa por Sua obra mediadora, Ele foi ressuscitado como 
um novo homem espiritual, do Céu, imperecível, incorruptível e imortal. Ele é o possuidor e 
dispensador do Espírito: o último Adão tornou-se um espírito vivificante (1 Coríntios 15.45). 
Este é o início da nova criação de Deus. 
O Filho sendo ressuscitado pelo Espírito torna-se o padrão para todos os filhos unidos 
a Ele (Romanos 1.3-4, 8.11, 13-15, Gálatas 4.4-6). Em união com Cristo, os crentes 
compartilham Suas bênçãos; todos os que estão nele são filhos de Deus. Eles compartilham o 
Espírito de Deus e esperam a ressurreição do corpo, assim como Ele foi ressuscitado. 
 
5. A Macro Estrutura 
 
Tomando tudo o que foi aprendido até agora, uma estrutura macro pode ser criada na 
qual todos os pactos são representados na história da redenção. Começa com a Pacto ou 
Aliança das Obras, à esquerda, e então funciona através dos antigos pactos antecipatórios na 
antiga criação, com a sua realização final sendo encontrada na Nova Aliança. 
 
 
37 
 
 
 
6. O princípio Emanuel 
 
O “Princípio Emanuel” é a grande promessa de que Deus estará com Seu povo; Ele 
será o seu Deus e eles serão o Seu povo. Isso representa o coração da promessa do pacto43. 
Esse princípio é visto em cada um dos antigos pactos antecipatórios. Deus era amigo 
de Abraão. Deus habitou no meio do povo no tabernáculo e depois mais permanentemente no 
templo em Israel. Na aliança com Davi, Deus prometeu ser filho de Davi. Este princípio é 
cumprido no Novo Testamento com a vinda de Cristo, em forma humana, para habitar com 
Seu povo (Mateus 1.23; João 1.14). Não somente Deus habitava com seu povo na carne, mas 
eles também estavam unidos a Ele. É nessa união que eles se tornaram filhos de Deus e 
receberam o Espírito. 
O Princípio Emanuel encontra expressão em cada pessoa da Trindade: Deus é agora o 
Pai dos crentes; Eles são por adoção, irmãos e irmãs em Cristo, e o Espírito habita neles. Isso 
se manifestará em sua plenitude quando a nova criação for realizada. Na nova criação, Deus 
habitará com Seu povo (Apocalipse 21). Em união com Cristo, eles são irmãos de Cristo; Ele 
 
43 Robertson chama isso de “o coração do pacto”, p. 46 
God 
Adam 
Cov. of Works 
The New Covenant The Old[er] Covenants 
Christ 
Fulfillment 
Christ’s 
 Kingdom 
Sonship 
Spirit 
Forgiveness 
The One Covenant of Grace 
Old Crea on New Crea on 
David 
King 
Moses -Law 
Abraham - seed 
Noah- preserva on 
Adam- Seed 
Covenantal Structure 
 
38 
 
é seu irmão mais velho (Hebreus 2). Eles terão um corpo espiritual renovado (1 Coríntios 
15.44), um totalmente habitado pelo Espírito Santo e apto para a maravilha da nova criação. 
É importante notar que essas bênçãos não são novas; antes, cada uma tinha sido 
prometida em forma de sombra no Antigo Testamento. A vitória da descendência foi 
prometida a Adão e a Abraão. A Lei dada a Moisés apontou para a obediência que a Nova 
Aliança traria. Os sacrifícios apontavam para a morte de Cristo. A aliança final com Davi 
apontou para a idéia de que o Rei era um representante, Ele seria um Filho e Ele seria ungido 
com o Espírito. Cada um dos antigos pactos