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Curso Administração de Empresas Disciplina: Comportamento Humano nas Organizações Prof. Ms. Gilberto Ranalli COMUNICAÇÃO Conceitos Básicos A Administração e o Processo Administrativo A origem da Administração se perde na Antiguidade, uma vez que está diretamente associada ao processo de tomada de decisões envolvendo recursos e objetivos, ou seja, desde os primeiros agrupamentos humanos. Uma boa definição de Administração é dada por Ricky W. Griffin[1]: “A administração é um conjunto de atividades (entre elas, planejamento, tomada de decisão, organização, liderança e controle) direcionadas à utilização dos recursos (humanos, financeiros, materiais e de informação) de uma empresa para que ela atinja seus objetivos de modo eficiente e efetivo”. file:///C:/Users/Tomaoka/Documents/_Tomaoka desk/_Unip desk/_EO estruturas organizacionais/online/modulo III.docx#_ftn1 file:///C:/Users/Tomaoka/Documents/_Tomaoka desk/_Unip desk/_EO estruturas organizacionais/online/modulo III.docx#_ftn1 file:///C:/Users/Tomaoka/Documents/_Tomaoka desk/_Unip desk/_EO estruturas organizacionais/online/modulo III.docx#_ftn1 Lembrete Eficiência é fazer bem e corretamente. Relaciona-se com os meios. Eficácia é atingir os objetivos e resultados desejados. Relaciona-se com os fins. Excelência é quando se obtêm eficiência e eficácia simultaneamente. Desde a descrição do processo administrativo por Henri Fayol, no início do século XX, praticamente não observamos alterações substanciais na proposição original: PLANEJAMENTO Abrange a definição das metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançá-las e o desenvolvimento de uma hierarquia abrangente de planos para integrar e coordenar as atividades. ORGANIZAÇÃO Inclui a definição de quais tarefas devem ser realizadas, quem deve realizá-las, como devem ser agrupadas, quem se reporta a quem e onde as decisões devem ser tomadas. DIREÇÃO Abrange a motivação dos funcionários, direção das atividades dos outros, seleção do canal de comunicação mais eficaz e solução de conflitos entre os membros. CONTROLE Envolve o processo de monitoração das atividades para garantir que sejam realizadas conforme planejado e de correção de quaisquer desvios significativos. Funções do Processo Administrativo Atual Fonte: Stephen P. Robbins: Administração: mudanças e perspectivas. Saraiva, 2002 A FUNÇÃO DA ORGANIZAÇÃO Entre as funções do administrador, a de organizar representa um dos maiores desafios, pois trata diretamente das ações efetivas que levam à consecução dos objetivos. Salientamos novamente: aqui empregamos a palavra organização significando ordem, coerência e uso e distribuição dos recursos. O processo de organização da organização Os princípios básicos do processo de organização não são uma novidade. O já citado Henri Fayol apresentou uma visão abrangente da organização, procurando a melhor maneira de organizá-la. Tirou o foco quase exclusivo na produção, colocando a administração em uma posição central. Outra contribuição importante veio de Max Weber, através do conceito de burocracia. Apesar da conotação negativa que observamos atualmente, originalmente significava o contrário. Para Weber, uma burocracia seria uma organização eficiente e ele explicava nos mínimos detalhes como chegar a essa condição. Mas o fato é que de uma certa maneira, todas as organizações ainda se utilizam dos mesmos princípios formulados por esses pioneiros e seus seguidores. PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO (Adaptado de Maximiano*) I. Analisar os objetivos e o trabalho a serem realizados II. Dividir o trabalho, de acordo com os critérios mais apropriados para a realização dos objetivos. III. Definir as responsabilidades pela realização do trabalho. IV. Definir os níveis de autoridade. V. Desenhar a estrutura organizacional. * Maximiano, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da Administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo: Atlas, 2007. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Como já dito, o desenho da estrutura organizacional resulta do processo de organização. Em outras palavras, pode-se dizer que a estrutura organizacional se refere à forma como as atividades de uma entidade – funções, tarefas, relações, interações, procedimentos, etc., – são ordenadas para permitir que os objetivos sejam alcançados, minimizando ou controlando as influências das variações individuais bem como as consequências indesejáveis da divisão do trabalho. Para Richard Daft (teórico organizacional americano), existem três componentes-chave na definição da estrutura organizacional: 1. O que estipula as relações formais de subordinação; 2. O que identifica o agrupamento de indivíduos em departamentos; 3. O que tenta assegurar uma efetiva comunicação, coordenação e integração de esforços entre todos os setores. Esses três elementos estruturais trabalham nos sentidos vertical e horizontal da organização. Os dois primeiros definem a estrutura vertical, enquanto o terceiro executa funções horizontais de interação entre os funcionários. A partir desses elementos, podemos apresentar as bases da formação de uma estrutura organizacional: o Organograma o Níveis organizacionais o Dimensões organizacionais ORGANOGRAMAS E OS NÍVEIS ORGANIZACIONAIS É virtualmente impossível esquematizar, de maneira realística, todas as interações e relações existentes em uma estrutura organizacional. Uma forma de representar e transmitir as soluções de organização adotadas é por meio do organograma. O organograma é uma representação visual e palpável da funções, dos departamentos e dos cargos da organização, bem como da forma como os níveis hierárquicos – estratégico, tático e operacional – estão definidos. Mesmo que simplificado, pode ser útil para a compreensão do funcionamento de uma empresa. Organograma, níveis organizacionais e responsabilidades de organização DIMENSÕES ORGANIZACIONAIS Richard Daft afirma que é fundamental para o processo de organização considerar “as dimensões que descrevem as organizações, assim como os traços físicos e de personalidade descrevem as pessoas”. Essas dimensões podem ser de dois tipos: estruturais, que permitem descrever as características internas das organizações e contextuais, que caracterizam a organização como um todo a partir da identificação do ambiente organizacional e que por sua vez, modela as condições estruturais. DIMENSÕES ESTRUTURAIS Elas se referem às características internas de uma organização. De um modo geral, a literatura aponta para a existência de seis elementos estruturais: o Especialização do trabalho: Permite ganhos de eficiência o Cadeia de comando: Trata da distribuição de autoridade e responsabilidade o Amplitude de controle: Define o número de subordinados ideal sob responsabilidade de cada administrador o Departamentalização: Agrupa as tarefas o Grau de centralização: Diz respeito à tarefa de tomada de decisão o Formalização: Formalização das funções e tarefas da organização Especialização do Trabalho Qualquer empresa busca otimizar o uso de seus recursos através de alguma ação de divisão do trabalho. Uma das conseqüências de se dividir as tarefas em atividades mais simples é a de oferecer aos trabalhadores a possibilidade de se especializarem na execução, com ganhos no rendimento individual e consequentemente, no geral. Especialização do Trabalho É muito difundido o exemplo clássico da fábrica de alfinetes, presente na obra de Adam Smith, que ao adotar a divisão do trabalho, a produtividade individual poderia ser multiplicada por 240 (4.800 unidades ao invés de 20), uma mostra (talvez extrema) de seus benefícios potenciais. Mas o ganho não é infinito. Ao separar o ato de fazer do ato de pensar, quantomais simplificada a atividade, maior é a tendência de monotonia e insatisfação. Ao invés de economias com a especialização, pode-se passar a ter deseconomias humanas, como mostra a figura abaixo. CADEIA DE COMANDO E AMPLITUDE DE CONTROLE Cadeia de Comando A especialização do trabalho tem uma outra conseqüência para as organizações. Além da necessidade de uma estrutura de funções especializadas, também é necessário especificar a linha de autoridade. O conceito está diretamente associado ao princípio da unidade de comando, proposto por Fayol, segundo o qual cada subordinado deve ter um único superior imediato. Cadeia de Comando Amplitude de Controle Está relacionada à distribuição de autoridade e responsabilidade, derivada da capacidade de gerir uma dada quantidade de pessoas. Ter muitos subordinados significa uma grande amplitude de controle; poucos, uma amplitude de controle pequena. Estrutura Vertical Estrutura HORIZONTAL A amplitude de controle ideal variou significativamente ao longo dos anos. Inicialmente estipulava-se um número máximo de seis subordinados para cada supervisor, mas com os conceitos de organizações mais flexíveis e enxutas, esse número aumentou, ficando entre 30 e 40 subordinados. Entretanto, o assunto ainda é controverso e existem muitas variações e discordâncias. Filipe Sobral e Alketa Peci sugerem os seguintes fatores definidores da amplitude ideal: o Complexidade do trabalho; o Competência, experiência e motivação das pessoas; o Sofisticação dos sistemas de informação e comunicação; o Similaridade das tarefas e funções supervisionadas; o Disponibilidade e clareza das regras e procedimentos; o Interdependência ou interligação das tarefas; o Proximidade física dos subordinados; o Estabilidade ou instabilidade do ambiente externo; o Estilo de administração e cultura organizacional. DEPARTAMENTALIZAÇÃO Podemos também efetuar um agrupamento de tarefas e funcionários em unidades organizacionais ou departamentos. Chamamos tal arranjo de diferenciação horizontal ou departamentalização. O objetivo é aproveitar melhor a cadeia de comando estabelecida e otimizar o uso dos recursos disponíveis (eficiência), que passam a trabalhar em conjunto, além de possibilitar uma melhor coordenação, que facilitará atingir os resultados esperados (eficácia). A especialização do trabalho tem uma outra conseqüência para as organizações. Além da necessidade de uma estrutura de funções especializadas, também é necessário especificar a linha de autoridade. O conceito está diretamente associado ao princípio da unidade de comando, proposto por Fayol, segundo o qual cada subordinado deve ter um único superior imediato. Existem diversas possibilidades de agrupamentos, mas a maioria dos autores sugerem a existência de cinco modos ou tipos. o Departamentalização funcional Pessoas, recursos e atividades são agrupados de acordo com a função desempenhada. Por permitir otimizar o uso dos recursos, é provavelmente a mais utilizada. Departamentalização por produto Cada linha de produto fica sob responsabilidade de um administrador especialista. Departamentalização por cliente É indicada quando os clientes têm necessidades, características e problemas em comum. Departamentalização geográfica Conhecida também como departamentalização territorial. Baseia-se em áreas geográficas, de acordo com os locais nos quais se realizam as operações ou segundo a segmentação de mercados. Departamentalização por processo Utiliza os principais processos da organização que demandam qualificações específicas. CENTRALIZAÇÃO E FORMALIZAÇÃO Centralização e Descentralização São decorrentes da situação do poder em relação aos níveis hierárquicos. Em uma organização centralizada, as decisões estão concentradas no topo da organização, o que enfatiza a cadeia de comando. Em uma organização descentralizada, as decisões acontecem de maneira distribuída ao longo dos níveis hierárquicos. Historicamente, as decisões centralizadas eram mais utilizadas, indicando preocupações com autoridade e controle. Atualmente, observa-se uma forte tendência para a descentralização, devido à necessidade de se agilizar e dinamizar o processo de decisão. Filipe Sobral e Alketa Peci apresentam uma interessante comparação entre esses dois posicionamentos CENTRALIZADO VANTAGENS DESVANTAGENS Decisões mais consistentes com os objetivos da organização Decisões são tomadas distante dos locais, dos fatos e das circunstâncias o Pouco contato com pessoas e situações Maior uniformidade de procedimentos, políticas e decisões Subordinados dependem dos superiores hierárquicos para tomar decisões Aproveitamento das competências e habilidades dos administradores do topo na operação Desmotivação e insatisfação dos membros em posições inferiores Redução dos riscos de erro devido à comunicação e ação mais diretas Desestímulo à criatividade e à inovação Facilita a avaliação e o controle do desempenho da organização Maior demora na implementação das decisões e maior custo operacional DESCENTRALIZADO VANTAGENS DESVANTAGENS Maior agilidade e flexibilidade na tomada de decisões Perda de uniformidade nas decisões Decisões mais adaptadas às condições locais Tendência para o desperdício e duplicação de recursos Maior interesse e motivação por parte dos subordinados Canais de comunicação dispersos pela organização Maior disponibilidade de tempo para os administradores do topo Dificuldade em identificar responsáveis por decisões erradas. Aumenta a motivação da média gerência Menor aproveitamento dos especialistas Facilita a avaliação e controle do desempenho de unidades e gerentes. Dificulta a avaliação e o controle do desempenho da organização. Formalização A formalização relaciona-se ao grau de padronização dos cargos na organização, ou seja, ao grau de controle da organização sobre os funcionários. Podemos encontrar evidências em qualquer empresa, como o controle de horários através de cartão de ponto, a disponibilidade de manuais de operação e conduta, a padronização de processos e muitos outros DIMENSÕES CONTEXTUAIS Representam a influência dos aspectos ambientais (contexto) sobre as organizações. Para a definição do projeto organizacional precisam ser considerados os seguintes elementos (dimensões contextuais): o Tamanho Apesar de existirem diversas possibilidade de se definir o tamanho de uma empresa, em termos de projeto de estrutura deve-se considerar basicamente o número de funcionários. o Tecnologia Relaciona-se ao emprego de tecnologia da informação no sistema produtivo da empresa, como forma de vantagem competitiva, em termos de qualidade e produtividade. o Ambiente Inclui todos os elementos externos à organização e que têm ação direta ou indireta sobre a atuação dela. o Objetivos e estratégias Os objetivos indicam a direção comum, a ser seguida por todos. Na maioria das vezes, entretanto, existem diversos caminhos possíveis a seguir, as estratégias ou “planos de ações que descrevem a alocação de recursos e atividades para lidar com o ambiente e para alcançar as metas da organização” (Richard Daft). o Cultura É o conjunto de valores, crenças, percepções e normas compartilhadas pelos funcionários. Apostila UNIP – Professor online disciplina – 2020 Artigo: Mercado de Trabalho, evolução recente e perspectivas. Passos, Ansiliero e Paiva. www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf http://www.ipea.gov.br/pub/bemt/mt 26h.pdf
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