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(Alergologia) - Diagnóstico Laboratorial e Prevenção em Doenças Alérgicas

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Imunologia Clínica e Alergologia 
Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas 
Aula 06 – 27.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E 
PREVENÇÃO EM DOENÇAS 
ALÉRGICAS 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL EM DOENÇAS 
ALÉRGICAS 
 As alergias são doenças imuno mediadas que podem ser 
IgE mediadas (em sua grande maioria são mediadas, com 
exceção da Alergia Alimentar) ou não IgE mediadas 
o No primeiro ano de vida do paciente, a maioria 
das Alergias Alimentares são IgE não mediadas, o 
que é bom pois elas se resolvem mais 
rapidamente 
 Para esta distinção, é necessário a dosagem da IgE sérica 
total e das IgEs específicas do paciente 
EXAMES ESPECÍFICOS NAS DOENÇAS ALÉRGICAS 
 IgE sérica total ELEVADA 
 IgE (s) específica (s) POSITIVA (S) – medidas através de 
algumas técnicas: 
o Cutânea – Prick Test ou Puntura ou Teste Cutâneo 
de Leitura Imediata ou Teste Epicutâneo 
o Sanguíneo – Rast / ImmunoCAP 
EXAME SANGUÍNEO – RAST E IMMUNOCAP 
Dentre o exame sanguíneo, a técnica mais feita é o Rast, mas a 
técnica mais moderna é a ImmunoCAP  a diferença entre eles é 
a especificidade, pois o Rast detecta a partir de 0,35 e o 
ImmunoCAP a partir de 0,1 – essa diferença, na Alergia Alimentar 
é muito importante, pois quanto maior o nível de IgE específica 
maior é a chance de uma Alergia Alimentar GRAVE com possível 
reação anafilática 
IGE (S) ESPECÍFICA (S) 
Os dois testes medem a IgE específica (cutâneo ou sanguíneo) e 
quando ele vem positivo, o paciente tem anticorpo específico para 
aquilo que foi solicitado (pelo de gato, camarão, ácaro etc) – pois 
o normal é o ser humano NÃO fazer IgE específica positiva para 
nada 
A diferença entre esses dois testes é que o CUTÂNEO só mostra 
POSITIVO/NEGATIVO por meio da reação de pápula e eritema (para 
qualquer valor > 0,1 e quanto maior o valor, maior será a pápula e 
eritema); já o SANGUÍNEO mostra VALORES/NÍVEIS da alergia 
OBS – Os extremos de vida (> 65 anos e bebês) possuem reatividade 
cutânea muito baixa, então a chance de dar um FALSO NEGATIVO é 
muito alta 
É necessária uma reatividade cutânea boa pois o controle negativo 
é SORO FISIOLÓGICO e o controle positivo é a HISTAMINA – e para 
o Prick Test ter validade 100%, o controle negativo tem que vir 
negativo e o controle positivo deve ir positivo  
 Se o paciente faz uma pápula para o controle negativo, por 
menor que seja, o teste está INVALIDADO – isso pode 
acontecer porque o paciente tem uma hiper-reatividade 
cutânea (por isso não faz Prick na DA) ou por extrato 
contaminado 
 Se o controle positivo vier negativo, o teste também está 
INVALIDADO – e isso pode acontecer nos extremos de vida 
(pela reatividade cutânea baixa), doenças crônicas graves 
disseminadas (pois a primeira coisa que consome é 
proteína, e então não forma anticorpos), quimioterapia, 
uso de corticoides sistêmicos > 7 dias, uso de anti-
histamínico (deve parar de 7 a 10 dias antes), uso de 
leucotrieno, imunoterapia  nessas situações, pede IgE 
sanguínea 
O Teste Cutâneo e Sanguíneo tem a mesma especificidade e 
sensibilidade 
EXAMES INESPECÍFICOS NAS DOENÇAS ALÉRGICAS 
 Hemograma – eosinofilia elevada (> 5% ou > 500) e anemia 
nas alergias alimentares (ver hemoglobina e hematócrito) 
 Citologia ou Citograma nasal – eosinofilia (não é muito 
comum pedir) 
 Raio X dos Seios da Face – hipertrofia das conchas nasais 
(indicar uso de corticoide nasal para os casos graves) 
 Raio X do Cavum – hipertrofia das tonsilas 
nasofaríngeas/adenoideanas (estreitamento da coluna 
aérea < 1 cm) 
 
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Aula 06 – 27.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
PREVENÇÃO EM DOENÇAS ALÉRGICAS 
HIGIENE DO AMBIENTE FÍSICO NAS DOENÇAS ALÉRGICAS 
– O CONTROLE AMBIENTAL 
Deve ser realizado na casa INTEIRA – em classe social menos 
favorecida, deve ser feito pelo menos no quarto do paciente 
alérgico 
 Em recém-nascido e lactentes de pai e mãe alérgicos é 
uma PREVENÇÃO PRIMÁRIA, pois evita que ele polarize 
para Th2 
 Se a pessoa já tem diagnóstico – PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
 Se a pessoa já tem sequelas – PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
 
 A higiene do ambiente físico é de grande importância nas 
doenças alérgicas, especialmente por se tratarem de 
medidas que visam postergar as manifestações clínicas 
da doença ou minimizá-las 
 Portanto, independente do tratamento medicamentoso, 
a higiene ambiental na residência de um alérgico deve ser 
cuidadosa 
 A maioria dos pacientes, cerca de 85% é sensibilizada aos 
aeroalérgenos – ácaros da poeira doméstica, fungos, 
alérgenos de animais domésticos e baratas 
o Destes, os ácaros são os mais comuns 
 Os ácaros da poeira domiciliar são microrganismos que 
vivem dentro dos domicílios, muito próximos ao homem, 
já que se utilizam das descamações de pele humana 
como principal fonte alimentar: 
o Durante 1 noite, descamamos 1 a 2 g de pele, e 
portando, o ambiente de escolha para a 
proliferação dos ácaros é a nossa cama – em 
especial o colchão, travesseiro e roupas de cama 
NO DORMITÓRIO 
 Encapar colchões e travesseiros com capa impermeável à 
passagem de ácaros 
 Lavar roupas de cama 1 ou 2x por semana e deixa-las secar 
ao sol 
 Retirar cortinas, se usá-las, preferir as de tipo 
impermeável 
 Limpar piso com pano úmido 
 Não utilizar produtos de limpeza, apenas água – exceto 
nos banheiros e áreas de serviço 
 
 
 
 Retirar tapetes e carpetes, se não puderem ser retirados 
de imediato, limpá-los 2x por semana com um aspirador 
de pó equipado com filtro específico, tomando-se o 
cuidado de afastar o paciente alérgico do ambiente por 
aproximadamente 30 minutos 
 Manter as superfícies de móveis livres de objetos 
 Roupas e papéis dentro de armários 
NOS DEMAIS LOCAIS DA RESIDÊNCIA 
 Os estofados devem ser de couro ou material semelhante, 
passíveis de limpeza com pano úmido 
 Não utilizar cortinas, tapetes ou carpetes 
 Limpeza com pano úmido e água apenas 
 Objetos guardados em armários fechados 
 Toda a residência deve ser o mais ventilada e arejada 
possível 
 O dormitório do alérgico deve receber sol – pois evita a 
proliferação de fungos e mata o ácaro 
 O alérgico não deve ter contato com animais com pelos ou 
penas 
o Se comprovada a alergia a animais, a medida 
realmente eficaz será seu afastamento do 
convívio 
 Dedetização feita regularmente 
 Afastamento da inalação da fumaça de cigarro. Estão 
atualmente bem estabelecidos os danos causados pelo 
fumo no pulmão dos asmáticos, quer seja este um 
fumante ativo ou passivo (especialmente crianças) 
 NUNCA se utiliza umidificador, vaporizador, bacias com 
água ou toalhas molhadas na casa de um alérgico – a 
hidratação é feita tomando água abundantemente; não 
aumentando a proliferação de ácaros e fungos com o 
aumento da umidade local 
DICAS PARA UMA CASA SAUDÁVEL 
 Ventilação – manter janelas abertas durante o dia: vento 
NÃO faz mal 
 Móveis – o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e 
de fácil limpeza 
 Limpeza – deve ser feita diariamente, com água e sabão. 
Evitar produtos com odor ativo. Evitar usar vassouras e 
espanadores bem como aspiradores que não tenham 
filtros para reter partículas bem pequenas 
 Colchões e travesseiros – trocar travesseiros uma vez por 
ano: preferir modelos como espuma inteiriça. Evite penas 
ou flocos. Encapar colchões e travesseiros com capas 
especiais contra ácaros. Trocar as roupas de cama 
semanalmente 
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ASMA E A PRÁTICA DE ESPORTES 
O esporte é prevenção para asma desde que o paciente esteja 
CONTROLADO – se ele estiver descontrolado ele tem muita chance 
de morrer por broncoespasmo fatal 
DEVE SER PRATICADO? 
 Sim, desde que o paciente esteja bem controlado 
clinicamente e queira praticaresporte 
POR QUÊ? 
 A pratica de esportes leva – 
o Melhor condicionamento físico 
o Fortalece os músculos da caixa torácica 
o Melhora padrão respiratório 
QUAL O ESPORTE IDEAL? 
 Deve ser adequado a idade e a vontade do paciente (não 
impor) 
 Exercícios aeróbicos – vôlei, natação, futebol, dança e 
ciclismo 
Natação  primeira preferência 
 Fortalece músculos da caixa torácica 
 Melhora padrão respiratório 
 Deve ser feita em piscina salinizadas ou ozonizadas 
PREVENÇÃO DA ALERGIA ALIMENTAR 
 O leite materno pode prevenir doenças alérgicas – 
o O leite materno, pelo período mínimo de 6 
meses, fortalece o sistema imunológico do 
lactente, sendo útil na prevenção de doenças 
respiratórias, além de prevenir alergias 
alimentares, uma vez que seu uso exclusivo por 6 
meses no lactente retarda a exposição do 
lactente e a sensibilização a alérgenos 
alimentares 
Se a pessoa não pode amamentar exclusivamente e a família tem 
condição orienta-se FORMÚLAS HIPOALERGÊNICAS (HA) para os 
pais alérgicos que querem prevenir a criança de polarizar para Th2 
NÃO existe dieta de restrição para a gestante e para a lactante, pois 
não faz mais diferença na prevenção da alergia 
 
	diagnóstico laboratorial em doenças alérgicas
	exames específicos nas doenças alérgicas
	exame sanguíneo – rast e immunocap
	IGE (S) ESPECÍFICA (S)
	exames inespecíficos nas doenças alérgicas
	prevenção EM doenças alérgicas
	Higiene do ambiente físico nas doenças alérgicas – o controle ambiental
	no dormitório
	nos demais locais da residência
	dicas para uma casa saudável
	asma e a prática de esportes
	deve ser praticado?
	por quê?
	qual o esporte ideal?
	prevenção da alergia alimentar

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