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(Alergologia) - Alergia Alimentar

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Imunologia Clínica e Alergologia 
Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas 
Aula 05 – 20.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
ALERGIA ALIMENTAR (AA) 
DEFINIÇÃO 
De todos os temas, é o mais confuso em relação à terminologia 
 Reações Adversas a Alimentos (RAA) é o termo aplicado a 
todas as reações que ocorrem após a ingestão/contato 
(pode ser ingerido, inalado e cutâneo) com alimento, 
independente da sua natureza 
o Essa denominação inclui tanto as reações 
mediadas pelo sistema imunológico 
(imunomediadas  ALERGIA) como aquelas não 
imunomediadas, incluindo intolerância a 
alimentos e reações mediadas por toxinas 
bacterianas 
 Alergia Alimentar (AA) é o termo reservado às RAA que 
envolvem mecanismos imunológicos, podendo ser 
mediadas pela IgE ou não mediadas pela IgE (células T, IgG, 
IgA, macrófagos e outros) 
o A imunomediada por IgE é uma reação IMEDIATA 
(segundos/minutos) 
o A não imunomediada por IgE pode ter reação 
após horas ou dias 
REAÇÃO IMUNOMEDIADA POR IGE 
 O mecanismo imunológico mediado pela IgE é o mais 
comumente encontrado e se caracteriza por rápida 
instalação e manifestações clínicas como: 
o Reações cutâneas (urticária e angioedema) 
o Gastrointestinais (edema e prurido de lábios, 
língua ou palato; vômitos e diarreia) 
o Respiratórias (rinorréia e broncoespasmo) 
o Sistêmicas (anafilaxia e choque anafilático) 
REAÇÃO NÃO IMUNOMEDIADA POR IGE 
 O mecanismo imunológico não mediado pela IgE envolve 
manifestações clínicas que se estabelecem mais 
tardiamente (horas ou dias), dificultando o diagnóstico de 
AA – esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica, 
gastrenterite eosinofílica, dermatite atópica e asma 
o NÃO ocorre reação após 96 horas do contato com 
o alimento 
 
 Os alimentos mais frequentemente envolvidos são: Leite 
de Vaca, Ovo, Trigo e Soja (principalmente nas crianças) e 
Amendoim, Castanhas, Peixes e Frutos do mar 
o A Alergia Alimentar mais comum no Brasil é a 
Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) 
EPIDEMIOLOGIA 
 A prevalência da AA na população pediátrica é maior do 
que nos adultos 
o Estima-se prevalência de 6% em menores de 3 
anos e de 3,5% em adultos 
 A prevalência da AA é mais elevada em crianças com DA 
moderada ou grave – cerca de 30% dos pacientes 
apresentando manifestações clínicas ao 
desencadeamento com alimentos 
 A prevalência da AA vem AUMENTANDO nas últimas 
décadas – 
o Isto pode ser tanto consequente ao melhor 
reconhecimento da doença ou por excesso de 
diagnósticos errôneos decorrentes de 
caracterização inadequada das manifestações 
clínicas e interpretações equivocadas dos exames 
laboratoriais 
 Muitos diagnósticos da AA são baseados apenas em 
exames laboratoriais como IgE específica – ImmunoCAP e 
Prick test 
o Quem tem IgE total elevada, normalmente irá ter 
frações de IgE específica positiva, mas na AA isso 
não é diagnóstico 
 Estes exames, porém, confirmam APENAS a sensibilização 
ao alimento e NÃO o diagnóstico de alergia alimentar – 
na AA quem confirma diagnóstico não é a IgE específica 
positiva e sim o TPO 
o A sensibilização é um ALERTA – quanto mais as 
frações do IgE específica sobem, mais ele pode 
ingerir o alimento e fazer reação alimentar 
o O TPO é o Teste de Provocação Oral, em que se o 
paciente for alérgico ele irá fazer o quadro clínico 
da AA ao ingerir o alimento suspeito – esse sim 
pode confirmar o diagnóstico 
 
 
 
 
 
 
 
Imunologia Clínica e Alergologia 
Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas 
Aula 05 – 20.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
A INTOLERÂNCIA À LACTOSE É UMA REAÇÃO 
ALÉRGICA? 
NÃO. Pois a lactose é um CARBOIDRATO, e não existe resposta do 
LT transformando o LB em plasmócito produtor de IgE, pois o LT 
só vê PROTEÍNA 
 A lactose é o açúcar de quase todos os leites 
o Quando a ingerimos, a lactose é quebrada em 2 
açúcares menores – galactose e glicose 
 A lactase é a enzima que faz esta quebra 
 A lactose NÃO é digerida, assim, quando há deficiência 
parcial ou total da lactase, a lactose alcança o intestino 
grosso, onde as bactérias do cólon metabolizam a lactose 
em gases que são responsáveis pelos sinais e sintomas de 
intolerância à lactose 
 Os sintomas são OBRIGATORIAMENTE gastrointestinais – 
é impossível ter sintoma cutâneo, respiratório e outros 
o Diferente da intolerância à lactose, a alergia 
(APLV) ocorrem tanto os sintomas 
gastrointestinais como os respiratórios e 
cutâneos 
 As manifestações clínicas são mais ou menos intensas 
dependendo da quantidade de lactose ingerida e da 
expressão do gene responsável pela síntese da lactase 
o Aparecem entre 30 minutos e 2 horas após a 
ingestão 
o As mais comuns são – distensão abdominal, 
cólicas, gases, diarreia assaduras, náuseas, 
vômitos e algumas vezes constipação intestinal 
TESTE DE TOLERÂNCIA À LACTOSE 
 Após a ingestão da lactose, pessoas SEM esta doença 
apresentam elevação da glicemia – glicose formada pela 
quebra da lactose a valores maiores do que 20 mg/dL em 
relação ao jejum 
o Essas pessoas tem lactase, e a lactase quebrará a 
lactose em galactose e glicose  por isso, ocorre 
o aumento da glicemia 
 Ou seja, as pessoas com INTOLERÂNCIA Á LACTOSE 
apresentam DIMINUIÇÃO da glicemia 
o A coleta da glicemia é feita 3 vezes – 1 em jejum 
e 2 após a ingestão da lactose, com 30 e 60m 
CONCLUSÃO 
 Portanto, a intolerância à lactose NÃO é uma Alergia 
Alimentar, apesar de frequentemente confundida pelos 
familiares e profissionais da saúde 
 Torna-se importante essa diferenciação, pois a orientação 
é distinta 
 Enquanto na intolerância à lactose é possível ingerir 
pequenas quantidades de leite, na alergia às proteínas do 
leite, a alimentação NÃO DEVE CONTER LEITE ou 
DERIVADOS 
o Pois a alergia é dose independente – com 
pequenas quantidades pode ter uma reação 
gravíssima 
o As proteínas do leite são: caseína, alfa-lacto-
albumina e beta-lacto-globulina 
TRATAMENTO 
 O tratamento consiste na redução da ingestão da lactose 
presente em laticínios – este procedimento costuma ser 
suficiente 
 Quanto mais intolerante for a pessoa, menor deve ser a 
quantidade do açúcar ingerido para que não ocorram 
sintomas 
 Saber se o alimento tem lactose em qual teor é 
fundamental para o paciente 
 Para os casos mais graves, encontram-se leite e outros 
produtos com redução de 80% a 90% da lactose 
 Existem medicamentos com a enzima lactase para o uso 
quando for preciso ingerir lactose em situações especiais 
o Esta enzima deve ser ingerida logo antes do 
alimento, para a digestão da lactose 
QUAIS OS ALIMENTOS MAIS FREQUENTEMENTE 
ENVOLVIDOS NA ALERGIA ALIMENTAR? 
 Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica 
 No entanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e 
crustáceos são os mais envolvidos 
 A sensibilização a estes alimentos depende dos hábitos 
alimentares da população 
REATIVIDADE CRUZADA ENTRE OS ALÉRGENOS 
 Estudos de biologia molecular documentam que vários 
alérgenos podem produzir reações cruzadas entre os 
alimentos 
 As reações cruzadas ocorrem quando duas proteínas 
alimentares COMPARTILHAM parte de uma sequência de 
aminoácidos que contém um determinado epítopo 
alergênico 
 
 
 
 
Imunologia Clínica e Alergologia 
Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas 
Aula 05 – 20.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
 
 Há, entretanto, algumas situações clínicas de reatividade 
cruzada que devem ser consideradas – 
o O leite de vaca é um dos principais alérgenos 
alimentares em todo o mundo e pacientes 
alérgicos a suas proteínas apresentam elevadas 
taxas de reatividade a leites de outros 
mamíferos, com destaque para cabra, ovelha e 
búfula 
o Pacientes alérgicos a clara de ovo de galinha 
reagem à clara de ovo de outras aves – e quando 
alérgicos à gema, podem apresentar reação à 
carne de frango 
o Com relação ao látex, há uma conhecida 
reatividade cruzada entrealérgenos do látex e 
algumas frutas: banana, abacate, maracujá, 
papaia e kiwi 
 Estima-se que entre 30-50% dos 
alérgicos ao látex apresentam 
reatividade clínica a algumas frutas 
OBS – Não existe relação entre o leite da vaca e a carne da vaca, ou 
seja o APLV pode consumir a carne da vaca 
ADITIVOS ALIMENTARES 
 São representados por antioxidantes, flavorizantes, 
corantes, conservantes o espessantes 
 Apesar de serem frequentemente relacionados com 
reações adversas, os relatos relacionados à alergia que 
puderam ser confirmados são RAROS e descritos de 
maneira isolada – 
o Há uma evidente discrepância entre a prevalência 
de reações adversas a aditivos que é referida pelo 
paciente (7%) e a prevalência obtida após a 
realização de testes de provocação (0,01-0,23%) 
 A recomendação é EVITAR alimentos industrializados e 
principalmente com corante 
CLÍNICA DA ALERGIA ALIMENTAR 
 São mais comuns as reações que envolvem a pele 
(urticária, edema, prurido e eczema), o aparelho 
gastrointestinal (diarreia, dor abdominal e vômitos) e o 
sistema respiratório (tosse, rouquidão e sibilância) 
 Manifestações mais intensas acometendo vários órgãos 
simultaneamente podem ocorrer 
 Os sintomas nasais ISOLADOS são RAROS 
 
DIAGNÓSTICO DA ALERGIA ALIMENTAR 
 O diagnóstico depende de história clínica minuciosa 
associada a dados de exame físico que podem ser 
complementados por testes alérgicos 
o Hemograma – eosinofilia e anemia 
o IgE específica – cutânea x sanguínea; 
sensibilização x alergia 
o Teste de provocação oral (TPO) 
TRATAMENTO DA ALERGIA ALIMENTAR 
 Até o momento, não existe um medicamento específico 
para prevenir a AA 
 Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos 
específicos para o tratamento dos SINTOMAS, sendo de 
extrema importância fornecer ORIENTAÇÕES ao paciente 
e familiares para que se evite novos contatos com o 
alimento desencadeante 
o As orientações devem ser fornecidas por escrito 
visando a substituição do alimento excluído e 
evitando-se deficiências nutricionais até quadros 
de desnutrição importante principalmente nas 
crianças 
 O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo 
dos alimentos industrializados buscando identificar nomes 
relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia 
 Os indivíduos com alergia alimentar grave (reação 
anafilática) devem portar braceletes ou cartões que os 
identifiquem, para que os cuidados médicos sejam 
imediatamente tomados 
 As reações leves desaparecem espontaneamente ou 
responde aos antialérgicos 
 Pacientes com história de reações adversas graves devem 
ser orientados a portar medicamentos específicos 
(adrenalina), mas torna-se obrigatório um avaliação em 
SERVIÇO DE EMERGÊNCIA para tratamento adequado e 
observação, pois em alguns casos pode ocorrer uma 
segunda reação tardia, após horas 
O PACIENTE QUE APRESENTA REAÇÃO A 
DETERMINADO ALIMENTO PODERÁ UM DIA VOLTAR 
A INGERÍ-LO? SIM. SE FOR CRIANÇA 
 Aproximadamente 85% das crianças perdem a 
sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, 
trigo e soja) que lhes provoca alergia alimentar entre os 3-
5 anos de idade 
 A sensibilidade ao amendoim, nozes, peixes e camarão 
raramente irá desaparecer 
Imunologia Clínica e Alergologia 
Prof.ª Dr.ª Samia Mascarenhas 
Aula 05 – 20.11.2020 
Marina Cavalcante Chini 
 
 O alimento deve permanecer suspenso por 
aproximadamente 6 meses – DIETA DE EXCLUSÃO 
 Após este período, o médico especialista poderá 
recomendar uma reintrodução do alimento e observar os 
sintomas (TPO) 
o Se o indivíduo permanecer assintomático e 
conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser 
liberado 
o Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de 
exclusão deve ser mantido 
O TPO pode estar em diagnóstico ou em tratamento – no primeiro 
momento ele é usado para diagnóstico, e quando o paciente já está 
fazendo a dieta de exclusão há 6 meses e precisa saber se ele pode 
voltar a ingerir o alimento faz um novo TPO, e agora ele faz parte 
da fase de tratamento 
 
	DEFINIÇÃO
	reação imunomediada por ige
	REAÇÃO NÃO IMUNOMEDIADA POR IGE
	epidemiologia
	a intolerância à lactose é uma reação alérgica?
	teste de tolerância à lactose
	conclusão
	tratamento
	quais os alimentos mais frEquentemenTE envolvidos na alergia alimentar?
	reatividade cruzada entre os alérgenos
	aditivos alimentares
	clínica da alergia alimentar
	diagnóstico da alergia alimentar
	tratamento da alergia alimentar
	o paciente que apresenta reação a determinado alimento poderá um dia voltar a ingerí-lo? SIM. SE FOR CRIANÇA

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